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Capítulo 9:

BEJAN, Adrian; MERKX, Gilbert. Constructal Theory of Social Dynamics.1.ed.


New York: Spring, 2007.

Aborda a dinâmica interna e resultados do processo de conciliação e


conflitos no processo de paz em sociedades divididas focando na relação
entre palestinos e isralenses. Relaciona as ciências naturais e humanas. Nas
naturais os princípios e leis testadas, de fato, se concretizam, enquanto nas
humanas a dimensão não racional representa a maior parte nos processos
de decisão. Afirma que a diferença entre elas é a intencionalidade. Ainda,
declara que o comportamento coletivo é mais fácil de ser preditivo que o
individual, sendo passível de identificar leis e princípios. No entanto, este
comportamento prova ser de difícil compreensão. O que regula as relações
sociais é a tragédia do bem comum, onde a tendência entre os (indivíduos,
estados, corporações e etc.) é mudar apenas depois que os outros mudem.
Este tipo de relação social é uma instância do Prisoner’s Dilemma (PD). E o
único jeito de superar este problema é pela coerção. O maior avanço na
ciências sociais segundo oberschall foi a teoria dos jogos do Von Neumann,
a qual, explica a dinâmica das escolhas para transações entre os humanos.
Esta é a justificativa para a aplicação da teoria dos jogos na analise da falha
do acordo de Oslo entre os palestinos e os israelenses. Esta análise da
Dinâmicas de conflitos e conciliações (DCC) possui como componentes:
Players, questões (issues), estratégias, estado (Paz, Guerra). Os players são
os stakeholders como organizações insurgentes, governos, partidos políticos
e líderes, por exemplo: Governo de Israel (Likud/Labor ) X Palestinos (OLP,
Hamas, outras organizações); Como Questões: Território, Água e etc; como
estratégias: apresenta-as através de uma dicotomia que representa os
movimentos conciliatórios ou destrutivos. Conciliatórios são: acordos de
paz, concessões e etc. Destrutivos são: Bombardeios, violação de cessar
fogo e etc. Estratégia pode ser sempre D, ou olho por olho e dente por
dente; como estados: Talk/fight, cessar fogo, em negociação para paz e
misto. A dinâmica interna dos conflitos foi analisada utilizando a teoria dos
jogos, a qual se utiliza para o estudo da interação dos jogadores. As
interações na DCC conforme argumenta podem, ou não, serem instâncias
do PD, ou seja, os jogadores cooperam caso não haja um ganho muito
grande através de alguma prática destrutiva. Destaca duas dinâmicas
relevantes válidas para conflitos: o dilema da mobilização e o paradoxo da
coerção. Ressalta que as dinâmicas foram baseadas nos objetivos,
preferências políticas em notícias, entrevistas, plataformas dos partidos,
manifestos e outros documentos públicos. Oberschall utiliza como fonte dos
dados: Midias de massa, documentários e literatura acadêmica. Ele monta
uma descrição dos conflitos em tabela descartando eventos menos
importantes. Nesta tabela constam os players, os eventos e as estratégias.
Analisa a dinâmica com base nas relações entre o governo de Israel e o
palestino (Oslo agreement game) em função de violência/Não violência X
mais terra/menos terra, depois a relação do governo israelense com os
militantes israelenses (coalition game) em função de apoio ou não ao
governo para o caso de ceder ou não mais terra, então são analisados os
jogos entre os militantes palestinos e o governo de Israel (Militant Game A),
para o caso de este ceder mais terra ou não cruzando com as possibilidades
de reação violenta ou não por parte dos militantes palestinos, e, por fim, o
jogo entre os militantes palestinos e o governo palestino (Militant Game B),
no qual se este agir com repressão ou não ao governo israelense, os
militantes param ou continuam a violência, respectivamente. A partir desta
analise dos diferentes jogos percebe-se a influencia de cada jogador no
processo de paz entre os israelenses e palestinos. Isto é como a influencia
de cada jogador sobre o outro influencia nas estratégias adotadas pelos
governos. Com o cenário apresentado o resultado é sem paz e sem terra. E
só com uma pressão externa sobre os dois lados o processo pode ser
reiniciado.A teoria dos jogos no seu estado atual não suporta jogos
simultâneos e interconectados. Fazendo a analogia da Teoria Constructal
com a dinâmica de conciliação e conflito o que flui são os estados de
cooperação e não cooperação no tempo. O alvo do fluxo é o resultado
desejado dos adversários. A estrutura do fluxo é composta pelo número e
tipos de jogos, pelos adversários e a interdependência entre os jogos.

Israel quer a expansão dos assentamentos. Israel tem assentamentos


nos territórios palestinos. O Hamas domina a faixa de gaza território árabe e
Israel tem assentamentos na faixa de gaza e em outros territórios
palestinos. O Hamas ainda quer dominar todo o território de Israel sem paz.
Os likud (israelenses) querem paz sem ceder os territórios dominados e
assentamentos.

Oslo agreement game (1993): Se o governo de Israel devolve a terra


ocupada 1967 à PLO (Organização para Libertação da Palestina) e o estado
é de paz o resultado é satisfatório para ambos. Caso o estado resultante da
devolução não seja de paz então a situação é muito satisfatória para a PLO
e muito negativa para Israel (labor). Se Israel não devolve os territórios
palestinos e mesmo assim o estado é de paz então Israel ganha bastante e
PLO perde bastante, porém se o estado é de conflito ambos perdem pouco.
Isto porque o objetivo da PLO é recuperar territórios e atender a pressão
interna por violência além de pressionar Israel desta mesma forma a fim de
recuperar o território tomado.

Coalition Game (Israel): Internamente de Israel existem os


movimentos para expansão dos assentamentos em território palestino e
também os parceiros de coalizão (right wing partner) que pressionam o
governo de Israel a expandir os assentamentos, caso contrário eles rompem
com o governo. Neste jogo, se o governo expandir os territórios e a coalizão
mantivesse o apoio, o governo ganharia pouco, e os parceiros ganhariam
bastante. Se houvesse a expansão e a coalizão rompesse com o governo
ambos perderiam muito. Se Israel não expandisse os assentamentos e a
coalizão continuasse apoiando o governo este ganharia muito e aqueles
perderiam. E se parassem os assentamentos e a “right wing partner” tirasse
os governantes ia ser negativo para o governo e positivo para a coalizão.
???

Militant Game A: É o jogo entre os militantes palestinos e o governo


Israelense. Israel suspenderia o acordo de Oslo se os militantes praticassem
violência. Caso o governo israelense expandisse os assentamentos e
sofresse repressão dos militantes estes ganhariam enquanto que o governo
perderia. Se ao expandir os assentamentos os militantes não fossem
violentos, o governo ganharia e os militantes perderiam muito. Para o caso
de não haver a expansão e ter violência o ganho dos militantes é negativo e
o de Israel é muito negativo. Por fim se não houvesse expansão e nem
violência seria muito positivo para ambos os lados.

Militant Game B: Neste jogo entre a AP (autoridade palestina) e os


militantes palestinos caso a AP reprimisse os militantes e a violência por
parte deles continuasse o governo palestino perderia muito e os militantes
ganhariam, caso a violencia parasse ambos perderiam. Se não derrubasse
os militantes e a violência continuasse o governo ganharia um pouco e os
militantes muito e se a violência não continuasse ganhariam muito e os
militantes perderiam muito.

O resultado do militant game B interfere no de Oslo, porém a escolha


dos palestinos é não de atacar os militantes palestinos e permitir a violência
do que atacá-los e correr o risco criar uma guerra interna e possívelmente
perder o governo. No entanto, permitir que os militantes continuem com a
violência interfere no jogo de Oslo onde Israel caso continuasse a violência
não iria ceder terra de seus assentamentos aos palestinos. Considerando o
militant game A e considerando que os militantes palestinos iriam agir com
violência seria melhor que o governo israelense expandisse os
assentamentos, pois desta forma, atenderia as pressões internas e perderia
menos do que se parasse a expansão já que não haveria paz. Com isso o
acordo de Oslo findou e somente com pressão externa que seria possível
retomar o processo de paz.

Dinâmicas de conflitos:

Mobilization Dilemma: É quando o governo mantém os


movimentos internos mobilizados para um objetivo e quando precisa
negociar acaba sofrendo pressão dos movimentos mobilizados por
flexibilizar os objetivos.

Coercion Paradox: É quando se vale da repressão violenta


contra o inimigo para que este pare, porém o resultado é um maior
engajamento do inimigo na luta.

Estratégia
Pavlov: Um player escolhe D até que o outro atue com um
D também então um move C, caso haja reciprocidade do outro este estado
se mantém por um tempo até que um decide testar o outro com um D para
ver se ele responde com outro D. A estratégia encorajada é a TFT (tit for tat)
olho por olho.

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