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APONTANDO PARA NOVAS PERSPECTIVAS

Sumário

I. Apresentação...........................................................2
II. Infográfico...............................................................3
III. Ofício........................................................................4
IV. Textos
FOSSA ..................................................................................................................................................... 5
SOCIEDADE FRANKSTEIN ................................................................................................................ 7
MUROS ................................................................................................................................................... 9
WALLY ................................................................................................................................................. 13
ESCOLHAS .......................................................................................................................................... 15
PONTES ............................................................................................................................................... 17
QUANTO VALE A VIDA ? .................................................................................................................. 20
TRILHA SONORA DA VIDA .............................................................................................................. 22
CLICK .................................................................................................................................................. 25
Apresentação
Olá, é um prazer compartilhar esse material do Projeto Farol com vocês.

Esse projeto nasceu do amadurecimento e experiência vivida durante alguns anos no


trabalho dentro de escolas na cidade de Campinas. Ele tem conseguido ser uma
ferramenta de preparação de terreno para o evangelho de Jesus Cristo, estabelecimento
de vínculos e uma forma efetiva de servir as escolas e sinalizar o Reino de Deus.

Pode também ser usado em outros ambientes como universidades, empresas e dentro da
própria igreja.

O conteúdo é simples, mas profundo e também facilmente adaptável as diferentes


realidades como tempo, local e recursos disponíveis.

O infográfico (pagina 3) é a ferramenta utilizada para apresentação do projeto em si,


geralmente acompanhado de um oficio simples (modelo usado por nós na pagina 4).
Lembrando que na cidade de Campinas as instituições tem estado cada vez mais fechadas
para o Evangelho de Cristo, por isso buscamos usar as informações de maneira sabia e
cautelosa.

Por favor, assista esse pequeno vídeo de apresentação do Projeto Farol.


(https://www.youtube.com/watch?v=XCxNjkr8FDc&feature=youtu.be)

Enviamos também outro arquivo adaptado para apresentar em locais onde não é
permitido falar abertamente sobre Jesus Cristo, é o Projeto Farol 2.

Meu desejo é que esse projeto seja uma útil ferramenta para sinalização efetiva do Reino
de Deus nos dias de hoje. Um projeto simples, mas de impacto profundo para honra e
glória de nosso Senhor Jesus Cristo!

No mais, desejo que o Senhor os abençoe!

Caso tenha algum duvida ou possamos ajudar de outras formas não hesite em nos
procurar!

Abraços fraternos! Coragem!

Renato Ribeiro

2
Infográfico

3
Campinas, fevereiro de 2017.

Com sede em Campinas, a Associação Grupo Leme é uma sociedade civil sem fins
lucrativos, que visa o desenvolvimento continuo do corpo, mente e alma de qualquer
cidadão. Tem por base os princípios cristãos e atua em qualquer lugar onde houver
interação de pessoas, através de atividades, programas e projetos esportivos, culturais,
recreativos e sociais.

Dentro desta perspectiva, nosso programa Âncora se coloca à disposição dessa


instituição de ensino, para servi-la gratuitamente através de:

 Palestras e grupos de discussão sobre importantes assuntos como bullying,


identidade pessoal, sexualidade, família, vícios e outros.
 Aulas teatrais.
 Projeto Farol (Rede de apoio aos jovens e reflexões acerca de valores)
 Organização de eventos (campeonatos esportivos, gincanas recreativas,
concursos de poesia).
 Ações de manutenção das dependências do colégio (limpeza, pintura).
 Outras atividades que contribuam para o crescimento saudável e integral dos
alunos, professores, pais e funcionários.

Agradeço a atenção e colaboração de V. S, coloco-me à disposição para maiores


informações.

______________________________

Thiago Celestino
Coordenador do Projeto Âncora

GRUPO LEME
Rua Ernani Pereira Lopes 1490 – Jd. Flamboyant – Campinas SP
(19) 99206-1662 – lemegrupo@gmail.com www.grupoleme.org

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FOSSA
Um assunto muito discutido pelos seres humanos nos últimos tempos é o aquecimento
global, que consiste na elevação das temperaturas por todo o planeta, causando fortes e
más consequências para tudo e todos, afetando faunas, floras e tornando a vida dos
homens mais irritante e estressante, por suas cabeças assim quentes e duras. A dureza e
o calor geram além do incômodo, uma dilatação do desamor entre as pessoas por onde
passam.

Segundo especialistas, na superfície terrestre quase nada está isento dos efeitos desse
superaquecimento, nem as geleiras glaciais, nem as montanhas nevadas, nem as estações
de esqui, nem mesmo o interior do seu freezer, caso permaneça aberto por muito tempo.
Mas há um lugar que parece resistir bravamente a esse quente fenômeno, a Fossa das
Marianas.

Localizada entre o Japão e a Austrália, ao lado das Ilhas Marianas, fica o lugar mais
profundo do planeta, um buraco com mais de 11 mil metros oceano abaixo. Fossa das
Marianas é o seu nome, lá a temperatura está constantemente perto de zero grau e
encontra-se consumida por uma densa escuridão. No local mais profundo da terra é
sempre frio e escuro.

Inúmeras vezes e ao longo dos anos os homens fizeram e ainda fazem complexas e
aventureiras expedições para o monte Everest, localizado na cordilheira do Himalaia,
com mais de 8 mil metros de altitude é o lugar mais alto do planeta, sendo assim
verticalmente o ponto mais distante na terra da Fossa da Marianas. Curiosamente e tão
contrário é o lugar mais alto do mais profundo, que a Fossa das Marianas, diferente de
seu opositor Everest, recebeu até o momento somente 3 expedições oficiais. Parece-me
que ao homem interessa muito mais a altura que a profundidade, a projeção que a
introspecção, a subida que a descida, a decolagem que o pouso e o avião que o submarino.

Tal fato de tão pouco interesse do ser humano pelo ponto mais fundo da terra assim como
a própria Fossa das Marianas nos traz um límpido reflexo do homem em si, sua rotineira
superficialidade e a ausência de expedições até outro lugar tão profundo, tão escuro, tão
frio, tão vazio, inquietante, pulsante, doloroso e vital, tão mais perto e ainda assim tão
distante que é o coração de cada um de nós.

Alguns poucos que se atreveram a essa viagem ao próprio coração encontraram em meio
a sua frieza e escuridão, ódio, inveja, mágoa, rancor, traição, maldade, cólera, solidão,
saudade, em alguns foram encontrados resquícios de amor, alegria e amizade, mas em
nenhum deles deixou-se de notar tristeza e desamor.

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A temperatura do corpo humano em funcionamento saudável é de pouca variação em
torno de 36 graus, podemos considerar então que estamos muito mais para quentes do
que para frios, carnalmente falando. O compositor e poeta Renato Russo observa em uma
de suas canções,

Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio

Vê-se então, desde que é notado tamanho assombro e frieza que nos traz o próprio
coração, uma fuga estratégica, planejadamente desesperada para acabar ou ao menos
minimizar seus trágicos efeitos, que insistem em nos acompanhar por onde for, já que o
carregamos dentro de nós.

A energia cinética tem o poder, entre outras coisas, de gerar calor, o movimento quanto
mais rápido e duradouro for tão mais quente também o será. Coube ao homem então,
sabendo de tais informações ou apenas sentindo os efeitos dessa lei de Newton, aumentar
o máximo possível a velocidade de sua vida. Mais carros, aviões, dinheiro, drogas, sexo,
conhecimento, redes sociais, prédios, empresas, comidas, empregados, tênis, celulares,
joias preciosas, fotos curtidas, brigas, guerras, competições, consultórios, remédios,
síndromes, terapeutas, seitas, greves, plásticas, mentias e mais, muitos mais, tudo o que
der e o que não der, tudo o que conseguir suportar e o que não conseguir também. O calor
superficial gerado pelo movimento veloz e constante, que logo se dissipa, para esconder,
minimizar e fugir do frio do nosso coração, que permanece lá, e de tempo em tempo vem
nos visitar, é quando nos lembramos que precisamos correr ainda mais, e que tudo que
fizemos e construímos foram somente analgésicos para dor, um fósforo para o escuro e
um chinelo para os pés frios.

Um dos grandes perigos de correr a toda velocidade pela estrada da vida, além de não se
notar praticamente nada e ninguém ao nosso redor, é que por essa estrada surgem de
forma inesperada ou não, curvas que exigem não só atenção como também a redução da
velocidade, que se não ocorrer traz o risco do fim, o fim da caminhada antes do fim da
estrada. A morte acidental e incidental numa curva da estrada da vida, não notada,
subjugada e menosprezada tão quanto foi a própria caminhada e o executor dela.

Convido você nesse momento, diminuir a velocidade e realizar uma expedição ao seu
próprio coração.

O que você pode notar e encontrar nele?

A que velocidade tem andado pela estrada da vida?

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SOCIEDADE FRANKSTEIN
Todos já ouviram falar ou falaram sobre Frankenstein. No entanto, o nome não está
associado somente ao romance de terror da autora britânica Mary Shelley, publicado em
Londres, em 1818. Tornou-se também um apelido para denominar aquilo que
consideramos feio ou desagradável, em frases do tipo "você parece o Frankenstein".

De fato, o nome não está associado à beleza. Aos dezenove anos, Shelley narra a história
de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que junta todas as partes de
corpos de pessoas mortas que considerava bonitas na esperança de construir algo que
seria ideal, mas acaba dando vida a um monstro. A lógica parece infalível: a junção de
partes perfeitas compõe uma unidade perfeita. O que teria dado errado?

Trata-se de uma ficção que foi consagrada, considerada uma das melhores histórias de
terror que o mundo já conheceu, e também como a obra que inaugurou o gênero ficção
científica. Porém, mais de um século após a publicação, a ideia central do livro já não é
tão fictícia.

Vivemos numa sociedade que valoriza partes: partes do corpo (seios fartos, cinturas
finas, braços fortes etc), partes de personalidade (carisma, capacidade de liderar,
competência), partes da sociedade (ricos, famosos, intelectuais, pessoas influentes). As
partes são valorizadas e difundidas por todo lugar. E as pessoas partem em sua busca
irrefreável para tomar todas as partes para sí, tornando-se perfeitas. Principalmente os
padrões de beleza impostos na sociedade, vendidos pela mídia tem feito com que as
pessoas façam coisas absurdas para se enquadrar nesse ideal. Dietas malucas, cirurgias
arriscadas, remédios que desregulam o organismo. Já cansamos de ouvir notícias sobre
cirurgias plásticas que deram errado, mortes por anorexia e bulimia, casos de depressão
e baixa auto-estima.

Há também a exclusão daquele que não se encaixa nos padrões. Ao que parece, temos
duas opções: tentar encaixar em nós mesmos todas as partes para estar nos padrões
valorizados ou ser excluído, invisibilizado, suportando olhares tortos e comentários
depreciativos.

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Quando parece que já existem absurdos o suficiente, nos deparamos com uma ideia
inovadora que comprova claramente a Frankeinsteinização da humanidade - alguém
algum dia pensou: ao invés de consertar as imperfeições das pessoas, por que não fazer
com que elas já nasçam perfeitas? Há alguns anos, a empresa norte americana 23andMe
patenteou um método para prever e escolher as características genéticas dos bebês.
Assim, os pais podem escolher sexo, cor dos olhos e cabelos, altura, força muscular, risco
de doenças e longevidade. Ou seja, podem decidir quais partes definirão seu filho. O
método também permite o conhecimento de quais tipos de traços o bebê pode herdar e o
rastreamento de espermatozoides e óvulos para fertilização in vitro. É o ser humano de
laboratório. Será ele a personificação da perfeição ou a construção de um monstro?

1º Final: Questionamentos

É bizarro o quanto os padrões tem feito com que lutemos contra a natureza, que fiquemos
insatisfeitos e infelizes. Somos seres completos ou partes? Na verdade, é possível encontar
nas escolas, nas ruas, empresas e bairros pessoas despedaçadas, tentando juntar os cacos
do que consideram ser o melhor de sí. Mas é inútil, pois já perderam sua individualidade,
a unidade de todas as características que as tornam quem são. Estão numa constante crise
de identidade. Não sabem quem são, mas sabem quem querem ser, e viverão o resto dos
seus dias em busca desse ideal impossível, chegando à sepultura sem tê-lo alcançado.

Podemos nos engajar nessa luta vã ou parar e nos questionarmos: Somos Frankensteins?
Temos contribuído para que o mundo o seja? Quem somos, indivíduos ou pessoas
despedaçadas? Será que não criamos padrões de beleza e excluímos de forma cruel quem
não os aceita?

2º Final: A mensagem

Somos forçados a acreditar que a beleza é uma só, que existe apenas um conjunto de
características físicas e psicológicas aceitável. Se isso fosse verdade, por que somos todos
tão diferentes? A resposta em que muitos se negam a acreditar é simples: existe um Deus,
o nosso Criador, que se agrada com a diversidade. Basta olhar para o número de espécies
de animais e de plantas, para as mútliplas cores e formatos que compõe o mundo.
Considerando a vastidão do universo, o número de estrelas, o tamanho do planeta Terra,
quem somos para decidir o que é bonito e o que não é?

Deus pensou em cada um de nós de forma particular. Somos um desenho que Ele fez de
forma cuidadosa e bem planejada. E, apesar das diferenças que nos caracterizam, somos
todos feitos à imagem e semelhança Dele. O que será que Deus deve pensar ao ver que
suas obras-primas estão se tornando Frankensteins?

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MUROS
Pelas cidades observamos uma grande quantidade de muros, cada vez maiores e
prepotentes. Com o passar do tempo, casas deram lugar a prédios, que por sua vez
abriram espaço a arranha-céus. Sem falar nos cada vez mais comuns condomínios
fechados, que parecem criar um mundo particular, separado do que está do outro lado.

Porém, não é de hoje que o ser humano tem uma estranha obsessão por muros. Um dos
mais famosos é o Muro de Berlim, cuja construção teve início em 13 de agosto de 1961.
Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, cada país vencedor ficou com
uma parte da cidade de Berlim, originando um setor americano, um inglês, um francês e
um soviético. Dessa forma, a Alemanha foi dividida em dois “lados”: ocidental capitalista
e oriental socialista, sendo que cada lado se considerava melhor e mais digno que o outro.

A banda Engenheiros do Havaí encontrou uma grande semelhança entre o muro


construído na Alemanha e a realidade em que vivemos, como se pode observar em um
trecho da música “Alívio Imediato”:

“Há um muro de concreto entre nossos lábios


Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
(Duas Alemanhas, duas coréias)
Tudo se divide, todos se separam”

Há um muro de concreto entre nossos lábios, um muro imposto e construído por nós ou
pela sociedade. Como se houvesse algo sobre o que deveríamos nos calar. Algumas
questões simplesmente não podem ser colocadas, algumas perguntas parecem ter nascido
para serem silenciadas. Ou então para as quais existem respostas automáticas, que
devemos aceitar. Por que existimos? O que fazemos aqui? Por que as coisas são como
são? Qual Alemanha é o lado correto, afinal?

Tudo se divide, todos se separam. Inconscientemente construímos muros ao nosso redor


para que eles nos protejam. Mas qual é o perigo? Do que exatamente temos medo? É fato
que vivemos num mundo onde não se pode confiar em muitas pessoas, um mundo
dominado pela máscara da falsidade, pela lívida face da maldade e da violência. Mas será
que nossos piores temores realmente são motivados pelos riscos de assaltos, assassinatos
etc?

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Aparentemente, as pessoas desenvolveram um medo de se relacionar. Não só porque não
confiam umas nas outras, mas porque não confiam em si mesmas, como se não pudessem
ser aceitas como são. Ou talvez a vida social esteja tão carregada com a superficialidade,
as conversas rasas e sem razão de ser, que a sociabilidade se tornou cansativa. É preciso
fingir interesse, fingir alegria, simular gosto por determinadas atividades. Tanto
fingimento se torna desgastante e cansativo. Então criamos muros, que mais servem para
nos isolar do mundo do que para nos proteger.

Há um muro de Berlim dentro de mim. Seja lá qual for a melhor Alemanha, somos
tentados a acreditar que realmente existe sempre um lado bom e um lado ruim.
Frequentemente somos surpreendidos com esses dois lados existindo e competindo até
mesmo dentro de nós. Por mais que os padrões sociais e culturais variem conforme o
lugar e contexto histórico, temos incumbida em nós uma certa noção de certo e errado.
No entanto, mesmo sabendo o que é certo, nem sempre o fazemos.

Desde criança, aprendemos a mentir para evitar situações constrangedoras e


desagradáveis, a colar nas provas para não ficar de recuperação. Mais tarde, a pegar
atestados para justificar faltas sem motivo no trabalho. Fazemos tudo isso mesmo que
grite uma voz em nossa consciência dizendo que deveríamos agir diferente. Mas, com o
tempo, aprendemos a ignorá-la. Vivemos sempre com essa dicotomia interior, com a
peculiar sensação de que possuímos duas personalidades. Se destruíssemos o muro ou a
barreira que as separam, elas se uniriam? Qual seria o resultado dessa união?

O Muro de Berlim não foi o único construído com o intuito de separação e proteção. Mais
antiga ainda é a Grande Muralha da China, com 21 km de extensão e 7 metros de altura,
que começou a ser construída em 220 a.C. O objetivo era a defesa de território.

Há também o muro da Cisjordânia, cujos mais de 760 km de extensão e 8 metros de


altura separam o território de Israel dos seus maiores e mais antigos inimigos, os
palestinos. Com tamanha construção, Israel pretende cercar todo o seu território,
tornando-se o primeiro país totalmente fechado fisicamente.

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1º Final: Questionamentos

Qual a semelhança entre esses três famosos muros e aqueles que construímos em nossas
vidas? Quem são os inimigos de quem queremos nos proteger? Os muros nos protegem
ou nos isolam?

Engenheiros do Hawaii também fez essa reflexão na música “Muros e Grades”:

“Nas grandes cidades do pequeno dia-a-dia


O medo nos leva a tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia

Nas grandes cidades de um país tão violento


Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido
O quase tudo quase sempre é quase nada...”

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2º Final: A mensagem

A resposta a todos esses questionamentos e o motivo que levou o ser humano a construir
tantas barreiras físicas, sociais e imaginárias pode ser encontrada bem no começo de sua
história, quando o homem tomou a decisão de se afastar de Deus, o seu Criador.

Uma das consequências desse afastamento foi a morte social, que dá origem aos muros
que nos afastam uns dos outros. Pergunte a qualquer pessoa se ela se relaciona com os
outros como gostaria. Se ela for realmente sincera, a resposta será não. Como seres
sociais, sentimos a necessidade de nos relacionar, porque Deus nos criou assim. Mas, ao
mesmo tempo, os relacionamentos parecem carecer de sentido e de verdade. Somos
forçados a usar diferentes máscaras para viver em sociedade, tornando esse um esforço
quase sacrificial. Sendo assim, às vezes é mais fácil criar muros que escondem a
verdadeira personalidade, ou então que simplesmente nos isolem do mundo.

Já o muro que separa as duas personalidades existentes dentro de nós mesmos pode ser
explicado pelo pecado, a distância que nos separa de Deus. Por causa da existência do
pecado, nossa natureza se transfigurou de forma que não conseguimos sempre fazer o
bem. É muito mais fácil fazer o que é mal. O apóstolo Paulo, em Romanos 7.19, diz:
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”.

Mas a grande muralha que podemos identificar e que provoca o maior dano em nossas
vidas é a que nos separa de Deus. Fomos criados para nos relacionarmos com Deus como
filhos, numa relação de amor e amizade. Sem essa proximidade, tudo perde o sentido para
o homem, que parte numa busca desenfreada e vã por preencher um enorme vazio dentro
de si. Absolutamente nada é capaz de preencher esse espaço, pois nada é tão grande
quanto o amor de Deus.

Felizmente, Deus amou tanto suas criaturas que pensou em uma solução sacrificial para
trazê-lo de volta. Ele enviou Seu filho Jesus Cristo para morrer por nós, derrubando
todos os muros que nos aprisionam e nos matam um pouco a cada dia.

“Porque Deus amou tanto o mundo que enviou seu filho unigênito para que todo aquele
que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna”. João 3.16

Jesus é capaz de destruir qualquer barreira que nos separa do Pai, permitindo que nos
relacionemos novamente com Deus e alcancemos a liberdade. “Conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará” (João 8.32).

Diante de tal demonstração de amor, cabe ao homem fazer uma escolha: viver
aprisionado entre todos os muros que o cercam ou aceitar Jesus Cristo como Senhor e
Salvador, encontrando em meio a tantas paredes a porta que o levará a liberdade da vida
com Deus.

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WALLY
Durante nossas vidas passamos muito tempo procurando muitas coisas, um pé do par de
meias, os óculos, onde deixamos o celular, onde anotamos aquele telefone, um emprego,
a resposta certa daquela pergunta na prova, uma namorada ou namorado, dinheiro,
amigos, culpados, aliados, um filme, uma determinada ferramenta, essa ou aquela roupa
e tantas outras mais.

Uma das primeiras coisas que lembro de ter procurado em minha infância foi o Wally,
“Onde está o Wally?” é o nome do livro que te entretém na lúdica tarefa de encontrar o
personagem homônimo em diversas situações por suas páginas ilustradas, no zoológico,
aeroporto, shopping, parque, festa, em diferentes períodos históricos, praia, mar, estação
espacial e tantos mais. Lembro-me de passar muitas e agradáveis horas quando criança
fixado diante dessa missão proposta, a de encontrar o Wally.

Com meu avanço de idade e estatura ao longo do tempo o que acabou se perdendo, entre
tantas outras coisas, foi o próprio livro do Wally. Muitos anos e muitas outras procuras
depois o encontro em alguma caixa de algum armário junto de alguns outros livros, abro
um sorriso e me lembro do passado, é impressionante como alguns inanimados tem o
poder para nos levar em uma viagem no tempo, nostálgica e repleta de sentimentos bons
e ruins que nos surpreendem, pois não lembrávamos ou até mesmo sabíamos que estavam
aqui, dentro de nós. Ao reencontrar o livro do Wally me disponho a procura-lo
novamente. Mas dessa vez algo diferente e inquietante me ocorre, não me lembrava, ou o
que é mais provável, não havia notado, ou lido, e mesmo que o tenha, dificilmente
encontraria tal reflexão e assombro no curto texto localizado na parte de trás e de fora
do livro, aquele que se propõe com o mínimo de palavras possíveis expor, sem revelar e
convencer que deve ser lido, comprado, emprestado, roubado ou baixado.

Wally é mais um rosto perdido na multidão e sua tarefa é encontra-lo ... não importa
o que aconteça ele estará sempre seguindo em frente

Nunca antes havia me ocorrido tamanha identificação com Wally, wally usa calça, camisa
listrada, gorro, coisas que eventualmente também uso e óculos, que ambos usamos quase
o tempo todo. Mas não era aparência ou vestimenta que gerara tal semelhança, mas sim
o fato de sermos mais um rosto perdido na multidão e ainda assim seguir em frente.

Quantas vezes em meio a multidões não fui ou me senti mais um rosto perdido com a
cobrança, interna e externa, de seguir em frente não importando o que aconteça. Como
saber onde é para frente se estamos perdidos? Como encontramos alguém que nos ajude
a nos encontrar se somos só mais um rosto na multidão?

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Nas muitas procuras dessa caminhada da vida talvez o que menos encontramos é sentido
com direção e o que mais encontramos é direção sem sentido, ou seja, outros rostos
perdidos, simplesmente seguindo em frente, ou para trás, ou para um lado, ou para o
outro.

Não sou o Wally, mas creio que no fundo Wallys somos todos nós, perdidos e seguindo
pelas páginas dos livros de nossas vidas, que tantas vezes acabam sem finais felizes, tantas
outras sequer acabam ou até mesmo nem começam.

Penso se fosse eu no lugar do Wally que lugares, situações e rostos em multidões


preencheriam as páginas? Caso fossem me procurar, onde o deveriam?

Um dos maiores perigos da caminhada da vida é, entre tantas procuras encontrar quase
tudo que se busca e continuar perdido.

Por onde anda? Para onde vai? O que de fato procura? Qual o sentido de sua vida?

São perguntas que geralmente a gente não faz, mas faze-las ajuda na busca de sentido
com direção em meio a multidões de Wallys, Joãos, Marias, Josés, Anas perdidos,
achando quase tudo e mesmo assim não encontrando nada.

Caso fizéssemos um livro do Wally sobre você, em que lugares deveríamos procura-lo?

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ESCOLHAS
Hoje, você abriu seu armário e se deparou com algumas opções de roupas para vestir.
Levou em consideração o clima, o lugar para onde iria, entre outras coisas. Em
determinado momento, essas considerações resultaram numa escolha.

Quando se trata do vestiário, as consequências de uma escolha não vão muito além de
passar frio ou calor, ou então sentir-se deslocado em relação ao que as outras pessoas
estão vestindo. Outras decisões, porém, têm um peso maior, o qual muitas vezes temos
que carregar por muito tempo.

Em um jogo de futebol, uma escolha do goleiro sobre para qual lado se mover para
impedir a bola pode ser a diferença de um ponto no placar, mas pode também determinar
o triunfo de um time e o fracasso do outro, ou a classificação para um campeonato.

Navegando na internet, clicar em um link pode te levar exatamente ao que estava


procurando, ou pode simplesmente te levar a uma página que não esperava acessar, ou
ainda resultar em um vírus no seu computador.

Ao fazer compras, existem muitos fatores para analisar antes de escolher um produto: o
preço, a capacidade de atender suas necessidades, a aparência. Hoje, o supermercado nos
oferece o quíntuplo de opções do que em 1970, de acordo com uma pesquisa realizada na
Universidade de Minnesota. São muitas as possibilidades – sim, não, talvez...

Uma outra pesquisa revelou que fazemos cerca de 300.000 escolhas por dia. É um número
surpreendente porque lidamos com uma infinidade de escolhas que parecem
insignificantes, por conta das consequências inofensivas, como que roupa vestir ou que
marca de pasta de dente usar. As decisões que ocupam por mais tempo nosso pensamento,
onde parece existir uma balança constantemente pesando os prós e os contras, são as que
resultam em consequências mais duradouras, como que faculdade fazer, em que investir
dinheiro, em que candidato a presidente votar.

No entanto, são tantas as escolhas mínimas que, por mais que elas pareçam realizar-se
sozinhas de tão automáticas, isso vai nos desgastando. Nosso cérebro está o tempo todo se
decidindo por isto ou aquilo. O resultado é que, quando nos deparamos com decisões
importantes, que podem mudar o rumo de nossas vidas, estamos cansados e não sabemos
como decidir. As infinitas escolhas pequenas pouco a pouco diminuem nossa capacidade
de discernir.

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Algumas pessoas que se depararam com os resultados dessas pesquisas tomaram atitudes
radicais para evitar que escolhas menos importantes pudessem interferir quando o
assunto a ser analisado fosse mais sério. Steve Jobs, por exemplo, pediu a um estilista que
desenhasse uma roupa para ele – aquela calça jeans e aquela camisa preta com que
sempre está vestido – e mandou confeccionar mais de 100 peças iguais. Desde então,
acorda todos os dias e não precisa mais se preocupar com o que vai vestir, pois considerou
que não valia a pena ocupar a mente com isso.

Steve Lillywhite, um famoso produtor musical de bandas como Rolling Stones e U2,
também agiu de forma extrema: quando entra em um estúdio de gravações, delega a
outras pessoas todas as decisões relacionadas ao mundo externo: o que comer, a que horas
tomar um café, quando pedir um táxi.

Torna-se perigoso subestimar a importância de fazer escolhas, pois nem sempre é


possível dar meia volta. Além disso, cada vez que se diz sim para uma alternativa, diz-se
não para muitas outras. A cada escolha, uma renúncia. Isso nos leva a questionar a
seriedade com que tomamos decisões.

1º Final: questionamentos

Será que, no meio de tantas possibilidades, temos sido capazes de identificar as escolhas
que realmente importam? Temos deixado de tomar decisões importantes, gastando muito
tempo e energia com as mais banais? Será que, como Steve Lillywhite, temos deixado que
outras pessoas decidam por nós?

2 Final: A mensagem

No início da história do mundo, o homem fez uma escolha que resultou em consequências
desastrosas, ele decidiu por não se relacionar mais com Deus, virando as costas para Ele.
Desde então, o mundo sofre com o vazio, a falta de amor, a morte física e espiritual. O ser
humano está condenado a passar a eternidade longe de Deus, com um vazio queimando
por dentro para o qual não há remédio. Deus, por sua vez, entristecido e decepcionado
com a criatura dele, tinha motivos para não querer mover um dedo pelo homem.
Entretanto, precisava de um alvo para o seu amor, e amou tanto a humanidade que
escolheu por resgatá-la. Deus escolheu enviar seu filho amado, Jesus Cristo, para salvar
os homens que escolheram abandoná-lo.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito , que que todo
aquele que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna”. João 3.1 A partir de então, temos
a oportunidade de escolher novamente entre voltar para Deus ou arcar com as
consequências de viver longe Dele. Ou podemos abrir o armário e deixar o tempo escorrer
enquanto decidimos que roupa vestir.

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PONTES
O homem desenvolveu tecnologias e soluções para facilitar sua vida. Uma delas foi a
construção de pontes, que tem por finalidade atravessar obstáculos, como mares e
oceanos, encurtar distâncias entre lugares distintos, tornar menor o tempo de viagens,
entre outras utilidades. É uma questão de praticidade.

Entre os exemplos mais famosos, temos a ponte que atravessa a Bahia de Hangzhou, na
costa Leste da China. Ela serve como conexão entre dois importantes centros comerciais,
Xangai e Ningbo, reduzindo em 120 Km a distância entre as duas cidades e diminuindo
de quatro para duas horas o tempo de viagem. Com 36.000 metros de comprimento, é
considerada a 4ª maior ponte do mundo.

A Ponte Baluarte Bicentenário, com 403 metros de altitude, é a única passagem para uma
área de mais de 800 Km entre a costa do Pacífico e o interior do México, ligando os
municípios de Concordia, em Sinaloa, e Pueblo Nuevo, no México.

Ambas as pontes, assim, contemplam todos os objetivos listados mais acima: atravessar
obstáculos, encurtar distância e tempo de viagem, chegar a um destino final. Para esses
mesmos fins, também construímos pontes metafóricas em nossas vidas. Arquitetamos
caminhos para chegar a objetivos aos quais nos propomos, muitas vezes considerando
qual o perfil certo de edificação para chegar em menos tempo e mais facilmente. Três
principais possibilidades de construções podem ser citadas.

Uma delas é a ponte levadiça, termo usado para definir qualquer ponte móvel. Este
arquétipo é capaz de se locomover e abrir passagem, podendo ser associado ao tipo de
construção maleável, talvez até volúvel, podendo se adequar de acordo com as
circunstâncias. Talvez o objetivo definido inicialmente possa ser adiado, se houver algo
maior no caminho. Isso levanta, porém, dúvidas acerca da importância dessa conquista.
Pode-se questionar, até mesmo, se a pessoa que construiu a ponte tem certeza do que
realmente quer, ou se ela tem dificuldades em definir suas prioridades.

Há também a ponte pênsil, sustentada por cabos ou tirantes de suspensão. Estes podem
representar certezas e convicções que, quando se rompem, abandonam a ponte no ar.
Esta, sem seus alicerces, desaba e leva consigo os sonhos e todos os passos dados para
conquistá-los.

17
Existe, porém, um tipo de construção mais antigo e mais seguro – a ponte sustentada por
colunas. Essas colunas são bases sólidas e ideais para edificar algo suficientemente forte
para suportar o caminhar durante todo o percurso e contornar os obstáculos do caminho.
A pergunta que fica, no entanto é: quais são essas bases sólidas em nossas vidas? Sobre o
que podemos construir? Quais são nossas certezas inabaláveis?

Quando confrontados por tais dilemas, muitos simplesmente desistem do objetivo e da


ponte. O documentário “A Ponte” (The Bridge), do diretor americano Eric Steel, tem
como cenário um dos principais pontos turísticos do mundo e o cartão postal da cidade
de São Francisco, a Ponte Golden Gate. Não se trata, porém, de mais um filme de
Hollywood com um cenário bonito e famoso, mas do mais comovente e brutalmente
honesto filme sobre suicídio que já foi feito.

Durante todos os dias do ano de 2004, câmeras instaladas filmaram sob vários ângulos
as pessoas que passavam pela conhecida Golden Gate. 24 quedas foram
cinematografadas, de modo que fossem capturados os angustiantes útilmos minutos de
vida daqueles que, por circunstâncias diversas, tiravam os pés da ponte material e
metafórica, lançando seus corpos ao ar.

Com um rádio na mão, o cineasta avisava as autoridades sobre o ocorrido. Acompanhou


até mesmo alguns resgates e colheu depoimentos de famílias. O filme relata que muitos se
arrependiam ao pular. O sobrevivente Kevin Baldwin, que saltou em 2000, disse: “Eu
imediatamente percebi que tudo na minha vida que eu pensava não ter solução era
solucionável, exceto pelo fato de ter pulado”.

18
1º Final: Questionamentos

Quais são os objetivos que justificam a construção de pontes na sua vida? Que tipo de
pontes você tem construído? Já pensou em desistir? Existe alguma ponte realmente
segura, capaz de te levar a algum lugar que vale a pena?

2º Final: A Mensagem

Em nosso caminhar pela vida, perseguimos metas e fazemos diversos sacrifícios para
alcançá-las, construindo pontes e, muitas vezes, transformando em pontes as pessoas a
nossa volta. Nem sempre alcançamos esses objetivos, o que faz com que fiquemos
frustrados. Ou, quando alcançamos, temos a sensação de que aquilo imediatamente
perdeu o valor, e nos propomos a fazer coisas mais difíceis, perseguindo um objetivo atrás
do outro até nos darmos conta de que todos eles carecem de sentido.

O problema, afinal, não está apenas no tipo de ponte, mas também nas perspectivas e nos
destinos aos quais queremos chegar. Não importa para que lugar você está indo, sempre
terá a sensação de que nunca chegará, a não ser que esse caminho te leve de volta para
Deus. Precisamos Dele para que o caminho faça sentido, e para que cada dia de
caminhada não seja uma angústia fracionada em passos.

O caminho de volta para Deus teria obstáculos instransponíveis, não fosse por uma ponte
que Ele mesmo construiu: Seu filho Jesus Cristo. Deus sabia que, por causa de nossa
natureza imperfeita e pecaminosa, nunca seríamos capazes de construir uma ponte capaz
de alcançá-lo, mas por nos amar infinitamente e querer de maneira desesperada que
voltássemos para Ele, enviou Jesus para morrer em nosso lugar, pagando por nossos
pecados para que vivamos a eternidade ao lado de Deus. Jesus é a única ponte perfeita
que pode nos conectar com Deus. E, para atravessá-la, basta fazer uma escolha.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por
mim”. João 14.6

19
QUANTO VALE A VIDA ?
Saia de casa sem a carteira e se depare com a quantidade de coisas que você não pode
fazer. Nem mesmo andar na rua livremente é de graça, dependendo de quem você é, da
onde vem e para onde vai.

Podemos olhar para as coisas e, no lugar de enxergá-las, enxergar números. Objetos estão
intimamente associados a valores. Quase que instintivamente sabemos que uma coxinha
custa, em média, 2 reais, ou que uma latinha de Coca-Cola custa por volta de 4 reais. Ou
ainda que boa parte da população não pode adquirir o último modelo do Iphone, cujas
novidades em relação ao anterior se limitam ao que a maioria não utiliza.

Uma camiseta vermelha, com gola em U tem um valor. A mesma camiseta vermelha com
gola em U, confeccionada exatamente como o mesmo material, mas com a palavra
“Hollister” grafada no peito, tem o valor multiplicado algumas vezes. E não é o valor
associado ao trabalho ou ao material para escrever Hollister. É o valor ligado a um
abismo invisível entre as duas camisetas.

É ridiculamente fácil atribuir números a objetos. Mas e se fizermos o exercício de olhar


para o mendigo cego na calçada, estendendo o pote vazio de moedas? Quanto ele vale?
Quanto vale a criança que pede dinheiro no semáforo e assalta os condutores que se
negam a conceder um trocado?

Quanto vale uma aeromoça loira, de olhos azuis brilhantes e corpo longilíneo? Quanto
vale uma prostituta? Até isso depende, pois há as consideradas “de luxo”. Quanto vale
uma faxineira negra e uma faxineira branca? Quanto vale um homem baixo, um homem
alto?

Quanto vale um advogado, um taxista? Quanto vale o presidente da república? Quanto


vale o presidente não eleito e o que sofreu impeachment?

Ao nos questionarmos sobre esses valores, perceberemos que é muito mais fácil dizer
quanto valem os objetos do que quanto valem as pessoas. Será que é porque as pessoas
valem menos? Ou porque elas valem tanto que é difícil estabelecer um valor?

Será que temos valorizado demais o que é de menos, e valorizado menos o que é mais?
Afinal, quanto vale a vida? A sua vida, a do colega do lado, a das pessoas que moram na
sua casa, a do vizinho. Quanto vale? Em algum momento já sentiu que a sua vida é tão
valiosa que desejou agarrar-se desesperadamente a ela, defendê-la e preservá-la a
qualquer custo? Ou alguma vez já se sentiu sendo arrastado pela própria vida, viu a
realidade esvoaçando aos seus olhos, mas incapaz de vivê-la. Já sentiu que sua vida não
tem nenhum valor? Que ela vale menos do que uma camiseta sem marca?

20
A Mensagem

É impossível escolher um número que defina sua vida, mas você valeu a vida do número
1. O seu valor foi suficiente para que Jesus Cristo, a encarnação do Verbo e filho de Deus,
morresse na cruz para te salvar de viver eternamente longe Dele. Ele o ama tanto que
ansiou puxá-lo novamente para junto de si, e para isso pagou o maior preço. Para Ele,
você, independentemente de quem seja ou como viva, vale mais do que qualquer objeto.

21
TRILHA SONORA DA VIDA
Alguns filmes são simplesmente inseparáveis de suas trilhas sonoras, elas fazem parte do
imaginário das pessoas como um ingrediente fundamental para as histórias contadas no
cinema.

Não é possível pensar em Titanic, por exemplo, sem que a voz de Celine Dion cantando
My Heart Will go on ecoe em nossa mente. Também não se pode deixar de associar o filme
Karate Kid da música Glory of me, de Peter Certera.

As trilhas sonoras dão tom à época e ao estilo dos filmes. Elas são responsáveis por
transmitir os sentimentos relacionados ao romance, à comédia, ação, suspense, terror,
brindando ao gênero do filme. Elas fazem parte da construção da beleza das obras,
contemplam a intensidade dos acontecimentos.

Isso ocorre porque todos gostamos de música, mesmo que de diferentes estilos. A música
está intimamente ligada às emoções, tanto é que não é incomum ouvir uma música e
pensar que ela traduz exatamente o que estamos sentindo, ou que o cantor dedicou sua
voz para cantar nossa compreensão.

Se a música também conta histórias e reflete sentimentos, ela pode também contar
histórias de vidas reais e traduzir o íntimo de pessoas reais, e não apenas de personagens
do cinema. Passamos por diferentes fases em nossas vidas e, se você parar para pensar,
talvez consiga se lembrar de uma música para cada período, idade, relacionamento,
conquista, fracasso, acontecimentos que provocaram tristeza e alegria.

Podemos pensar em duas músicas que transmitem ideias opostas. Temos I gotta feeling,
da banda Black Eyed Peas. A música fala sobre uma noite que promete ser especial,
extraordinária, repleta de prazeres e excessos sem preocupação. Um trecho dela diz:

Hoje é a noite
Vamos viver ao máximo
Eu tenho meu dinheiro
Vamos gastá-lo
Se essa música pudesse ser resumida em uma frase, talvez a frase fosse: a vida é perfeita
hoje, vamos vivê-la como se não houvesse amanhã.

22
Já a música Welcome to my life, da banda Simple Plan, aborda um vazio de sentido, um
sentimento profundo de desencaixe e inconformidade com o mundo. O autor canta sobre
como tudo à sua volta parece estar errado. Veja este trecho:

Você já se sentiu como estivesse desmoronando?


Você já se sentiu deslocado?
Como se você não se encaixasse
E ninguém te entendesse?

Você já quis fugir?


Você se tranca em seu quarto?
Com o rádio ligado tão alto
Que ninguém te ouve gritar

Não você não sabe como é


Quando nada parece certo
Você não sabe como é
Ser como eu

Novamente, podemos fazer o exercício de resumir a ideia da música em um frase. Seria


algo como: “por alguma razão, a vida não está fazendo sentido”.

23
1º final: Questionamentos

Como dito mais acima, as duas composições parecem se opor uma à outra, fazendo
afirmações que se contradizem. Se pudesse escolher a trilha sonora da sua vida, qual
dessas duas músicas se encaxaria melhor no filme que você tem vivido? Você sente que
pode aproveitar ao máximo cada momento excitante e feliz, como na I gotta feeling, ou
que algo está errado, mas não sabe exatamente o quê, como na welcome to my life? Que
música dá o tom dos seus dias e contempla seus sentimentos mais profundos?

2º final: A mensagem

Quando Jesus Cristo entra em nossas vidas, começamos a ouvir um trilha sonora coerente
com o que vivemos. Ela é perfeita a ponto de poder ser comparada a um espelho da alma,
à água translúcida que permite ver a pronfudidade do mar. Ela está sempre de acordo
com nossas atitudes e escolhas.

Estar com Cristo não garante que a trilha sonora seja sempre feliz e agradável, mas
assegura que cada instrumento esteja sempre afinado, que cada nota seja permeitamente
definida. O vazio de sentido não existe com Jesus Cristo. Estando tristes, felizes,
tranquilos ou angustiados, saberemos o motivo de cada sentimento e poderemos tocá-los
com a serenidade dos instrumentos concedidos por Deus.

24
CLICK
É comum nos sentirmos atropelados pela sucessão de cenas e acontecimentos que nos
jogam de um lado para o outro desde o início do dia. Planejamos pegar o ônibus às 7h,
para chegar à escola ou ao trabalho às 7h40min. Mas o despertador não toca, você acorda
por milagre cinco minutos depois, entra na roupa, faz os procedimentos de higiene e nem
se permite tomar um café antes de se lançar porta a fora. Mas os carros não param de
passar na avenida pela qual você passa antes de chegar ao ponto de ônibus, dificultando
a travessia, como resultado o ônibus passa cinco segundos antes que possa alcançá-lo. Daí
chega atrasado, leva uma bronca do chefe, perde a primeira aula da escola. A matéria
daquela aula é que cai na prova na semana seguinte, totalmente baseada no que foi falado
em sala.

É apenas um exemplo de situação em que você pode se sentir impotente, sem controle
dos fatos. Quando vê, o planejamento foi por água abaixo, e as consequências atingem o
futuro próximo ou distante de forma que não poderia imaginar. Já pensou se pudesse
parar o tempo enquanto você dorme para não acordar atrasado, parar os carros da
avenida para que possa atravessar, fazer com que o ônibus passe exatamente no minuto
em chega ao ponto, tudo isso com a ajuda de um controle remoto?

E se esse controle remoto permitisse voltar no tempo, consertar uma resposta errada na
prova, mudar de atitude numa entrevista de emprego? Você poderia passar no vestibular,
ter um salário melhor, entre outras possibilidades.

Pensando em aspectos menos banais da vida, e se pudesse, com a ajuda de alguns botões,
fazer com que a pessoa que você gosta se apaixone por você? E se pudesse voltar um dia
antes e colar seus lábios antes que eles pronunciassem aquelas palavras que tanto
magoaram alguém da sua família? Se fosse possível corrigir erros, criar oportunidades,
voltar e avançar no tempo, ser quem você quiser, fazer com que os outros sejam o que
quer que sejam?

Tudo isso é possível no filme Click (2006), protagonizado pelo famoso ator de comédias
Adam Sandler. No filme, ele interpreta o personagem Michael Newman, um arquiteto
casado com uma mulher por quem é apaixonado e que tem dois filhos. Percorre
incansavelmente um objetivo, ser promovido para avançar na carreira e ter uma vida
mais confortável. Os passos para alcançar tal ideal desenham-se nas horas extras de
trabalho, na perda de momentos em família, na frustração por mais um dia em que o
sonho não foi realizado. Michael sente-se incompleto, e em determinado momento chega
a pensar que nunca conseguirá o que quer.

25
Certo dia, o estresse gerado pelo trabalho multiplica o nervosismo por não conseguir
encontrar o controle da televisão, pois na casa há muitos controles para diferentes
funções. Como se isso pudesse solucionar a insatisfação em todos os aspectos da vida,
Michael vai até uma loja com o objetivo de comprar um controle universal, que dê conta
de todas as funções. A praticidade trazida pelo controle remoto, porém, vai além de
mudar de canal, ligar e desligar o ar condicionado e a luz. Ele permite controlar tudo ao
redor, permite silenciar o latido do cachorro, adiantar as discussões com a esposa até o
ponto em que elas terminam, voltar no tempo e reviver momentos marcantes. Michael
não pode acreditar no poder do instrumento que tem nas mãos. Por que não adiantar a
própria vida até ser promovido e ficar rico?

É o que ele decide fazer. Com os botões do incrível controle, percorre os anos futuros
sem ter que passar por eles, sem precisar vencer as dificuldades diárias, chegando ao
ponto mais alto da vida sem escalar as montanhas tortuosas. Mas, adiantando os minutos
da existência, se dá conta de que não se lembra, não sabe como chegou à situação em que
está. Os filhos estão crescidos, a esposa é casada com outro homem. Michael está velho,
gordo e doente. Conseguiu tudo o que queria, mas sente que perdeu tudo o que tinha,
inclusive as memórias. Será que valeu a pena ter o controle da própria vida? Estando no
piloto automático, o próprio Michael já nem se reconhecia.

1º Final: questionamentos

Você já sentiu que não importa o que faça, os acontecimentos fogem ao seu controle?
Que não adianta fazer planos, pois a vida não permite que você os concretize? Já se sentiu
vivendo no piloto automático? Se você tivesse um controle remoto capaz de mudar os
rumos da sua vida, que botões ele teria?

2º Final: a mensagem

Jesus Cristo é aquele que nos traz a possibilidade de viver a cada dia o seu próprio mal,
porque o amanhã está no controle Dele. Ele é quem contorna os contratempos, age apesar
e através dos erros, dá a sensação de satisfação e preenchimento.

Se você soubesse que a sua vida pode ser controlada por alguém o conhece melhor do que
você mesmo, que te ama mais do que você jamais amou alguém e que sabe quais dentre
as inúmeras possibilidades oferecidas pelo amanhã serão melhores, ainda assim gostaria
de ter um controle remoto nas mãos?

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