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Para explicar a importância de organizar suas finanças colocando todos seus gastos

no papel, o consultor financeiro André Massaro lembra a famosa frase do físico


irlandês William Thomson: “Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. 
Segundo ele, quanto maior a consciência sobre os gastos, maior será a sua
sensibilidade com o dinheiro. “A primeira coisa que a pessoa precisa fazer para
mudar sua atitude é medir como estão suas finanças, colocando no papel tudo que ela
está devendo, todas as receitas e despesas e com isso começar a fazer um
acompanhamento periódico, diário ou semanal sobre sua situação financeira”, afirma
Massaro.
No livro “Como passar de devedor para investidor - um guia de finanças pessoais”,
os autores Samy Dana e Fabio Sousa afirmam que o controle financeiro não deve ser
visto como uma camisa de força. Eles sugerem que até os pequenos gastos sejam
anotados, não para condená-los, mas sim para que fique claro qual é o destino exato
do seu dinheiro. Uma vez feito isso, não seria preciso reduzir todos os gastos, mas
apenas passar a administrá-los da melhor forma. 
2) Dê mais importância ao desenvolvimento da sua carreira
Apesar de livros de educação financeira e conteúdos relacionados enfatizarem muito
a questão de como sair das dívidas, ou de como investir, o desenvolvimento da
carreira é parte essencial do processo de enriquecimento, sobretudo nas atuais
condições do mercado. “As pessoas ganham dinheiro de três formas principais: por
meio do empreendedorismo; pelo desenvolvimento da carreira profissional; e por meio
dos investimentos, mas essa forma está cada vez mais inviável. Ganhar na loteria ou
receber uma herança seriam outras formas, mas isso foge do seu controle. A verdade
é que é difícil ficar rico sem trabalhar no Brasil”, diz Massaro.
Ele afirma que os brasileiros estão acostumados com altos rendimentos, já que há
poucos anos a taxa Selic chegava aos 20% ao ano e a bolsa estava em alta. “Não que
os investimentos tenham perdido sua importância, eles são fundamentais para
proteger o dinheiro da inflação, mas hoje não se acumulam mais milhões de reais
apenas investindo uma parte do salário. Hoje é mais fácil conseguir isso
desenvolvendo sua carreira profissional”, defende o consultor. 
3) Entenda que riqueza não é sinônimo de ostentação
Algumas vezes a riqueza é associada ao nível de gastos e confunde-se uma pessoa
rica com uma pessoa que gasta muito dinheiro. “Ser ‘rico’ significa ter dinheiro, e
não ter um estilo de vida extravagante. Pessoas ricas podem viver de forma
extravagante (dependendo do tamanho da riqueza dela), mas não é o padrão de gastos
e de consumo que determina se uma pessoa é rica ou não”, avalia André Massaro. 
Por isso, segundo ele, é importante que o consumo seja coerente com o seu padrão de
renda e que os gastos não subam sempre na mesma proporção do aumento da receita, já
que dessa forma não será possível acumular um patrimônio.
O consultor financeiro Mauro Calil afirma que essa confusão sobre a riqueza pode
estar associada à metodologia de classificação de renda do IBGE, que mede a qual
classe o cidadão pertence de acordo com a posse de bens materiais, como televisores
e geladeiras. “Ter coisas não é ser rico. Ser rico é ter um patrimônio que permita
ao cidadão ter a escolha de trabalhar ou não”.
Ao compreender que ser rico não é ostentar alguns bens, gastos tolos são evitados e
o objetivo do enriquecimento deixa de ser a possibilidade de consumir sem limites,
mas ter um patrimônio que garanta seu sustento de maneira confortável.

4) Não seja imediatista, pense no longo prazo


Um dos conceitos estudados pelas finanças comportamentais, vertente da psicologia
econômica, é a dificuldade do ser humano em enxergar o longo prazo. Sempre que
existe um objetivo no curto prazo, como uma viagem, o objetivo de longo prazo, como
a aposentadoria é deixado de lado. E sem construir nada no presente, é muito
difícil colher frutos no futuro. 
“Nossa cabeça distorce o tempo e enxerga o longo prazo como algo muito mais
distante do que é. Isso desanima a pessoa a fazer um investimento para uma pós-
graduação, que poderia virar dinheiro no futuro, porque ela pensa que vai demorar
um ano ou dois para fazer isso”, diz Massaro. 
Quanto antes forem iniciados os investimentos para o longo prazo, como para a
aposentadoria, menor será a parcela que precisará ser destinada às aplicações. Além
disso, alguns investimentos, como no mercado de ações, têm melhor desempenho se
forem feitos no longo prazo.

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