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Este capítulo foi retirado do Anuário 2010 da ABRAF – Asociação Brasileira de produtores
de Florestas plantadas e trata dos aspectos sociais, ambientais e econômicos do cultivo de
Eucalipto. A fig. 2.1 apresenta a logo da ABRAF.
A sociedade necessita cada vez mais de produtos de base florestal para a sua
sobrevivência e conforto. As florestas nativas, antes abundantes em todo o mundo, estão
cada vez mais escassas e ameaçadas de desaparecerem. O pouco que resta é
indispensável para a manutenção da biodiversidade e de diversos serviços ambientais.
Neste contexto, as plantações florestais apresentam um papel de destaque nos cenários
nacional e internacional. Sabe-se hoje que somente por meio de florestas plantadas serão
obtidas as matérias-primas (madeira, celulose) para dar conta das necessidades sociais
sem aumentar a pressão sobre o pequeno remanescente das florestas naturais.
Até pouco tempo, a necessidade de madeira era suprida quase que exclusivamente por
meio das florestas nativas, cuja destruição tem provocado, muitas vezes, danos irreversíveis
a alguns ecossistemas. A situação é alarmante.
É nesse contexto que entra o eucalipto, uma árvore da maior importância para o mundo,
em virtude de seu rápido crescimento, produtividade, grande capacidade de adaptação e por
ter inúmeras aplicações em diferentes setores. Esta planta está presente nos cinco
continentes e em todos os Estados brasileiros, segundo informações da Sociedade
Brasileira de Silvicultura.
(1 ha = 10000m2).
• No Brasil, dos 300 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, somente
100 milhões provêm de plantios florestais.
A partir dessa época, o eucalipto passou a fazer parte da paisagem brasileira, ao lado de
outros estrangeiros conhecidos, como o café e o trigo (do Oriente Médio), o arroz e a soja
(da Ásia), o feijão, o coco, a cana-de-açúcar e gramíneas forrageiras (da África), o milho (do
México) e a banana (do Caribe).
Soja 16.326.000
Milho 12.096.000
Cana-de-açúcar 5.034.000
Feijão 4.186.000
Arroz 3.186.000
Café 2.362.000
A indústria de base florestal é estratégica para o Brasil devido ao seu perfil fortemente
exportador. Isso contribui para a realização do superávit da balança comercial, propiciando
as condições econômicas necessárias à promoção do desenvolvimento social.
O setor já responde pela segunda posição na balança comercial do agronegócio brasileiro.
No período de setembro de 2002 a setembro de 2003, celulose e papel e produtos sólidos
de madeira acumularam exportações de US$ 5,1 bilhões. A liderança desse ranking é
ocupada pelo complexo agroindustrial da soja, que faturou US$ 7,7 bilhões no mesmo
período.
Estima-se que o setor florestal no Brasil seja responsável pela existência de 500 mil
empregos diretos e outros 2 milhões indiretos. Em termos tributários, o setor também dá
uma demonstração de força, pois a estimativa é de uma arrecadação anual de US$ 4,6
bilhões em impostos.
Nas propriedades destinadas ao cultivo do eucalipto são mantidas as matas nativas para
compor áreas de reserva legal (no mínimo, 20% da propriedade). As nascentes e as matas
ciliares também são protegidas. Estas áreas protegem e fornecem alimentos para a fauna
silvestre, entre outras funções. Além disso, a fauna silvestre utiliza, além das matas, as
áreas de plantio de eucalipto para a construção de ninhos, locomoção e alimentação.
As áreas preservadas também são importantes para o equilíbrio ecológico dos sistemas
produtivos, pois mantêm espécies importantes para o controle biológico de pragas e
doenças nas plantações. Essas áreas são protegidas contra caça e pesca ilegal, corte de
árvores e incêndios florestais.
Por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios
formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna,
oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias
espécies.
Outro aspecto interessante com relação ao eucalipto é a eficiência do uso da água para a
produção de biomassa. O eucalipto é altamente eficiente, pois, comparado a outras culturas,
ele produz mais biomassa por unidade de água consumida.
A foto abaixo evidencia uma característica do sistema radicular (raízes) dos eucaliptos
utilizados em plantios comerciais, que é a concentração, nos primeiros 60 cm do solo, das
raízes responsáveis pela absorção de água e nutrientes. A raiz pivotante, que é a
responsável pela sustentação da árvore, normalmente não ultrapassa a faixa dos 3 metros
de profundidade.
Dessa forma, a crença popular de que a raiz de eucalipto cresce para baixo o mesmo
tanto que a copa cresce para cima não condiz com a realidade, e jamais atingem os lençóis
freáticos, situados os em profundidades bem maiores.
A folhagem ou copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as árvores das
florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto
mais água de chuva vai direto para o solo enquanto que na floresta tropical nativa a água
retida nas copas das árvores evapora-se diretamente para a atmosfera.
2.9. Conservação do solo e da água
O solo é um dos recursos mais preciosos que uma empresa florestal possui, sendo
essencial a sua proteção. Para tanto, medidas são adotadas para que as suas
características físicas, químicas e biológicas sejam mantidas ou até mesmo melhoradas.
No plantio dessas novas mudas, o fogo não é utilizado para a limpeza da área, e toda a
matéria orgânica depositada pelas árvores do eucalipto no ciclo anterior (galhos e folhas)
permanece no local, formando a serrapilheira. O revolvimento do solo é mínimo. A área é
sulcada e nos sulcos são abertas as covas que receberão as mudas. Em locais com
topografia acidentada, abrem-se apenas as covas para o plantio.
Com esse tipo de manejo, o solo permanece protegido contra a erosão causada pela
chuva, sol e vento. Além disso, a matéria orgânica favorece a infiltração da água das
chuvas, abastecendo o lençol de água subterrâneo (lençol freático), responsável pela
formação das nascentes.
As práticas acima descritas constituem o que é denominado cultivo mínimo, que, além de
conservar o solo, permite a ciclagem dos nutrientes. Afinal, os galhos, folhas, tocos e raízes
depositados e mantidos na área se decompõem, disponibilizando, assim, nutrientes para as
plantas.
Apesar disso, por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente
nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a
fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias
espécies.
• Celulose
• Madeira serrada
Móveis
Construção Civil
Brinquedos
• Óleos essenciais
Fármacos
Produtos de higiene
Produtos de limpeza
Alimentos
• Produtos apícolas
Mel
Própolis
Geléia Real
• Postes e mourões
Outras Utilidades: