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FACULDADE MAURICIO DE NASSAU –

PARNAIBA-PI

CURSO DE BACHARELADO EM
ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: Processos construtivos

PROFESSOR: Juarez Augusto Maranhão Gama

8° PERÍODO

TRABALHO

MANOEL MENDES CARDOSO


MATRÍCULA: 21014672

PARNAIBA-PI

2020
INTRODUÇÃO À NORMA DE DESEMPENHO 

A NBR 15575 é uma norma que trata do desempenho de edificações habitacionais e


apresenta características indispensáveis de uma obra para o consumidor, com o objetivo
de prezar pelo conforto, qualidade acessibilidade, higiene, estabilidade, vida útil da
construção e segurança estrutural

A NBR 15575 empenha-se em atender as exigências dos usuários ao longo dos anos,


dando uma grande importância à habitabilidade e à duração da qualidade da edificação,
não considerando, apenas, a fase construtiva, mas todo seu uso. Nesse sentido, todos
os participantes do processo de construção, compra e utilização estão inseridos e têm
suas responsabilidades: projetistas, fornecedores de material, construtores,
incorporadores e clientes.

Além dos materiais, a adoção de sistemas construtivos inovadores e tecnológicos é outra


tendência desde o surgimento da NBR 15575. Um bom exemplo é o Steel Frame,
sistema construtivo industrial composto por armações de aço galvanizado e fechamentos
termoacústicos.

ASPECTOS QUE A DIFEREM DAS OUTRAS NORMAS DA ABNT

A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15575) é diferente das


demais normas da ABNT pelo fato desta norma possuir e ditar diretrizes diretos que
podem ser facilmente medidos, pois, esses parâmetros que a norma estabelece são
parâmetros quantitativos.

VIDA ÚTIL DE UM EMPREENDIMENTO

A Vida Útil é definida pela NBR 15575 (ABNT, 2013) como uma medida temporal da
durabilidade de um edifício ou de suas partes, ou seja, o período de tempo em que estes
elementos se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos,
considerando a devida realização dos serviços de

manutenção, conforme especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e


Manutenção da edificação.

Impende salientar que, além da correta manutenção, diversos outros fatores interferem
na Vida Útil da edificação, como o correto uso e operação da edificação e de suas partes,
alterações climáticas, mudanças no entorno da obra, dentre outros. Logo, o valor final
atingido de Vida Útil será uma composição do valor teórico calculado como Vida Útil de
Projeto (VUP), influenciado positivamente ou negativamente pelos fatores expostos. 
No que tange aos manuais a serem fornecidos ao usuário, o Código de Defesa do
Consumidor (BRASIL, 1990) estabeleceu em seu artigo 50 que é obrigatório o
fornecimento, pelo construtor e/ou incorporador, de manual de instrução, de instalação e
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações, de forma a orientar o usuário
quanto às ações necessárias durante a vida útil desses itens.

NÍVEIS DE DESEMPENHO

A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15575) estabelece um


nível mínimo de desempenho de uma edificação para seus principais elementos,
incluindo sistemas estruturais, sistemas de coberturas e sistemas de vedações verticais
internos e externos. A Norma apresenta o conceito de vida útil do projeto, define
responsabilidades, além de impor critérios para a estrutura, pisos, vedações, coberturas e
instalações hidrossanitárias de uma obra. Com isso, a intenção quanto ao nível de
desempenho é que o universo da construção civil possua, cada vez mais, um padrão de
excelência.

SISTEMAS ENVOLVIDOS

Desempenho térmico:

O desempenho térmico influencia no conforto do usuário durante a realização de suas


atividades diárias, assim como em seu sono, e contribui para a economia de energia.

É possível obter desempenho térmico através de condicionamento artificial (refrigeração


e calefação). Porém, a norma NBR 15575 não trata disso – foca apenas nos critérios de
desempenho em condições naturais de insolação, ventilação e outras.

Para conseguir um desempenho térmico favorável ao usuário, deve-se levar em conta


uma condição média, já que o nível de satisfação varia dependendo dos moradores
(número de pessoas, idade, sexo, condições fisiológicas e psicológicas) e das
características do imóvel em si (quantidade de mobília, finalidade do imóvel, atividades
exercidas em seu interior).

Desempenho acústico:

O desempenho acústico é um requisito importante de habitabilidade e um dos mais


sensíveis ao usuário no cotidiano. Para cumprir essa exigência, é preciso evitar os ruídos
gerados pela circulação de veículos, pelas atividades nas áreas comuns do edifício (em
caso de apartamentos), música alta, ruídos sonoros provenientes dos vizinhos, entre
outros.
Faz-se necessária, então, a adequação de certos componentes da construção, como
fachadas, coberturas, entrepisos e paredes, para um isolamento acústico eficiente.

Na norma NBR 15575, porém, não são estabelecidos limites para a isolação acústica
dentro da própria unidade. Também não são fixados critérios de máxima intensidade
sonora admitida para o repouso noturno, assunto da NBR 10152, e não é abordada a
forma de quantificar ruídos externos, tema da NBR 10151.

Estanqueidade:

A umidade é uma das maiores fontes de formação de fungos, doenças respiratórias e


outras complicações. Ela é decorrente da falta de controle da estanqueidade da água.
Além de estar associada a problemas de saúde dos usuários, também está relacionada
diretamente à durabilidade da construção, principalmente devido à corrosão.

A norma NBR 15575 estabelece critérios de estanqueidade nas seguintes áreas da


edificação: fachadas, pisos de locais molhados, coberturas, instalações hidrossanitárias e
demais elementos da obra que possam estar sujeitos ao uso de água. As regiões citadas
correspondem a lugares molhados (que podem resultar em lâminas d’água durante a
utilização) e molháveis (que apenas recebem respingos d’água).

Portanto, para atender os requisitos de habitabilidade, é preciso haver estanqueidade em


todos eles.

Saúde, higiene e qualidade do ar:

A construção habitacional, de acordo com a NBR 15575, deve ter níveis aceitáveis de
material particulado em suspensão, microorganismos, bactérias e gases tóxicos, além de
prover condições adequadas de salubridade aos usuários e dificultar, por meio de
estanques, por exemplo, a infiltração e contaminação por insetos e roedores. No uso da
norma, devem, também, ser atendidas as regulamentações da Anvisa, Códigos Sanitários
e as legislações em vigor.

PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES

Como citado, a norma de desempenho atribui responsabilidades para todos os


envolvidos na construção e manutenção da edificação habitacional, incorporadores,
construtores, projetistas, usuários, entre outros, com intuito de manter o desempenho
pretendido durante o prazo de vida útil de projeto.
Desse modo, a NBR 15.575 demostra o resumo das principais incumbências dos mais
importantes envolvidos na edificação.

I - FORNECEDOR - É uma pessoa jurídica ou física, pública ou privada, nacional ou


estrangeira que forneça bens e/ou serviços, com habitualidade e profissionalismo, ao
mercado. Possuiu a responsabilidade de caracterizar o desempenho do componente,
elemento ou sistema fornecido, o que pressupõe também demonstrar o prazo de vida útil
previsto para o bem, os cuidados na operação e na manutenção do produto, etc. Podem
também ser fornecidos resultados comprobatórios do desempenho do produto com base
nas normas internacionais ou estrangeiras compatíveis com a NBR 15575.

INCORPORADOR - Regulamentada pela Lei n. 4.591/94, a atividade de incorporação é


o compromisso de alienação de frações ideais de unidades autônomas de uma
determinada edificação, a ser construída ou em construção sob regime condominial, ou
que meramente aceita propostas para efetivação de tais transações, coordenando e
levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega
em certo prazo, preço e determinadas condições das obras. Pode exercida por pessoa
física ou jurídica, comerciante ou não. Assim, podem figurar como incorporador o
proprietário do imóvel, o titular de direitos aquisitivos, o construtor ou o corretor de
imóveis. Suas principais incumbências na NBR 15.575 são:

a) Salvo convenção escrita, é da incumbência do incorporador, de seus prepostos e/ou


dos projetistas envolvidos, dentro de suas respectivas competências, do projeto, devendo
o incorporador, nesse caso, providenciar os estudos técnicos requeridos e prover aos
diferentes projetistas as informações necessárias. implantação da obra, contaminação do
lençol freático, presença de agentes agressivos no solo e outros passivos ambientais.

B) níveis de desempenho (Mínimo, Intermediário ou Superior) para os diferentes


elementos da construção e/ou para a obra como um todo.

II - CONSTRUTOR - Pessoa fica ou jurídica, legalmente habilitada, contratada para


executar o empreendimento, de acordo com o projeto e em condições mutuamente pré-
estabelecidas. A edificação de prédios, sob o regime condominial, é regulada pelos
artigos 48 a 62 da Lei n. 4.591/94, com alterações introduzidas pela Lei n. 10.931/04,
suas responsabilidades são:

a) Ao construtor, ou eventualmente ao incorporador, cabe elaborar os manuais de uso,


operação e manutenção, bem como proposta de modelo de gestão da manutenção, em
atendimento às normas NBR 14037 e NBR 5674, que devem ser entregues ao usuário da
unidade privada e ao condômino se for o caso quando da disponibilidade da edificação
para uso.

b) Os manuais de uso, operação e manutenção da edificação PODEM REGISTRAR os


correspondentes prazos de VIDA UTIL DO PROJETO – VUP e, quando for o caso, os
prazos de garantia oferecidos pelo construtor ou pelo incorporador, recomendando-se
que esses prazos sejam iguais ou superiores que os apresentados na norma 15.575.

III - Projetista - Atuam no desenvolvimento dos projetos em áreas específicas, como


mecânica, hidráulica, civil, elétrica, entre outras. Participam da implantação e controlam
a documentação do projeto, além dos ensaios do produto final. Cabe aos projetistas:
estabelecer e indicar nos respectivos memoriais e desenhos a VIDA UTIL DO
PROJETO – VUP de cada sistema que compõe a obra, especificando materiais, produtos
e processos que isoladamente ou em conjunto venham a atender ao desempenho mínimo
requeridos. Com este intuito o projetista deve recorrer às boas práticas de projeto, às
disposições de normas técnicas prescritivas, ao desempenho demonstrado pelos
fabricantes dos produtos contemplados no projeto e a outros recursos do estado da arte
mais atual.

IV - USUÁRIO – Ao usuário da edificação habitacional, proprietário ou não, cabe


UTILIZAR CORRETAMENTE A EDIFICAÇÃO, não realizando sem prévia
autorização da construtora e/ou do poder público alterações na sua destinação, nas
cargas ou nas solicitações previstas nos projetos originais. Cabe ainda realizar e registrar
nas manutenções preventivas de acordo com o estabelecimento no Manual de Uso,
Operações e Manutenção do imóvel e nas normas NBR 5674 e 14037.

BENEFICIOS DO ATENDIMENTO DA NORMA

A norma é um divisor de águas na construção civil brasileira, pois obriga as construtoras


a conceberem e executarem as obras para que o nível de desempenho especificado em
projeto seja atendido ao longo de uma vida útil. E isto é um grande avanço! A adoção da
Norma pelas empresas implica em uma nova metodologia de se projetar edificações, que
ainda precisa ser compreendida pelos profissionais do mercado.

Bom desempenho é o atendimento das necessidades humanas e a sua tradução técnica


está parametrizada internacionalmente há muitos anos em diversos requisitos:
estabilidade estrutural, segurança contra incêndio, desempenho térmico, acústico,
lumínico, conforto tátil e antropo dinâmico, dentre outros. O tema é complexo, envolve a
cadeia produtiva como um todo, mas já existem muitas experiências bem sucedidas em
todo o mundo na aplicação do conceito de desempenho: é a melhor forma de se melhorar
a qualidade das construções.

REFERÊNCIAS

Quais são as exigências de habitabilidade da NBR 15575 para edificações.


DISPONÍVEL EM: https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/habitabilidade-nbr-
15575/. ACESSO EM: 05/10/2021

Norma de desempenho. Disponível em: https://www.sienge.com.br/norma-de-


desempenho/. Acesso em: 05/10/2021

Vida útil e prazos de garantias sob a ótica da norma de desempenho. Disponível em:
https://www.creago.org.br/noticia/view/171/vida-util-e-prazos-de-garantia-sob-a-otica-
da-norma-de-desempenho-nbr-15575. Acesso em: 05/10/2021

Quais são as exigências de habitabilidade da NBR 15575 para edificações. Disponível


em: https://bhvistoriapredial.com.br/novo/2020/10/06/quais-sao-as-exigencias-de-
habitabilidade-da-nbr-15575-para-edificacoes/. Acesso em: 06/10/2021

Novas regras para o setor da construção civil. Disponível em:


https://jus.com.br/artigos/25149/novas-regras-para-o-setor-da-construcao-civil. Acesso
em: 06/10/2021

A importância da NBR 15575 para melhorias da qualidade das habitações brasileiras.


2021. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/a/a-importancia-da-nbr-15575-
para-melhoria-da-qualidade-das-habitacoes-brasileiras_7296. Acesso em: 06/10/2021

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