Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Este artigo tem como objetivos apresentar pro- Abstract
postas para planejamento, gestão e execução This paper aims to present proposals for the
de intervenções em áreas urbanas e periurba- planning, management and implementation
nas com a aplicação de princípios de desenvolvi- of projects in urban and peripheral areas
mento sustentável como forma de aproximação based on sustainable development, in order
com novos paradigmas para o desenvolvimento to undertake new paradigms for human
humano, que enfrentem de maneira integra- development, in an integrative view of the
da os desafios sociais e ambientais colocados social and environmental challenges posed to
para o mundo contemporâneo. Com base em the contemporary world. Based on research
pesquisas e atividades profissionais realizadas studies and professional activities developed
sobretudo entre 1999 e 2007, procurar-se-á mainly from 1999 to 2007, we present the
apresentar a causalidade das formas de cons- causes of the construction forms of our cities
trução de nossas cidades em relação à crise am- in relation to the environmental crisis; the
biental, à crise social, à identificação dos atores social crisis; the identification of social and
políticos sociais, constrangimentos tecnológicos political forces, technological and economic
e econômicos envolvidos e propostas de mu- constraints, and proposals for changing these
danças para o desafio de se alcançar a justiça constraints in order to develop social justice
social e a qualidade ambiental. and environmental quality.
Palavras-chave: gestão urbana e ambien- Keywords: urban and environmental
tal; bacias hidrográficas; habitação e meio am- management, river basins, housing and
biente; adaptação; mudanças climáticas; meio environment, adaptation, climate changes,
ambiente urbano. urban environment.
Fonte: Plano de Ação em Habitação, Saneamento e Mobilidade nas Metrópoles em Risco, MCidades/IPPUR
– Observatório da Metrópole, 2004. Dados Base: Fundação João Pinheiro; IBGE, 2000.
assentamentos irregulares com grande coa- e sua amplitude térmica e induz o uso de ar
bitação, geralmente com ausência de sanea condicionado nos automóveis e ambientes
mento ambiental, nos quais as áreas mais fechados (causando também problemas res- 101
precárias se localizam em faixas marginais piratórios, além dos ambientais). Há tam-
a córregos e em encostas, que apresentam bém a ocorrência de inundações e nevascas
famílias em risco de vida. A esse quadro nas cidades do Hemisfério Norte. No Sul,
soma-se a crise ambiental presente no am- ocorrem chuvas intensas em áreas urbanas
biente urbano. restritas com grandes inundações na área
Em 2004, o PNUMA – Programa das urbana e diminuição das chuvas no cinturão
Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP verde das cidades.
Annual Report 2004)4 apresentou a crise 2. Chuva ácida – presença de plumas de
ambiental, destacando seis principais pro- poluentes industriais e de automóveis na
blemas que causam risco à vida. São eles: atmosfera, que se precipitam com as chu-
1. Aquecimento da terra ou efeito-estu- vas. Causa a perda de áreas agrícolas. Nas
fa – aumento do gás carbônico por queima cidades, causa a poluição das águas pluviais
de combustíveis fósseis: indústria, produ- e a corrosão de elementos do ambiente
ção de energia elétrica e uso do automóvel construído, com impactos especialmente no
causando degelo, inversão térmica de in- patrimônio de interesse histórico, arquitetô-
verno e ilhas de calor. A inversão térmica nico e artístico.
de inverno é a principal causa do aumento 3. Extinção de ambientes naturais – prin-
do número de problemas respiratórios em cipalmente através do desmatamento para
crianças e idosos. A ilha de calor no espaço a expansão agrícola e a expansão da ocupa
intraurbano aumenta a temperatura urbana ção humana pelas cidades e complexos
Aquecimento
Nome Fórmula Origem/Impacto
global-PAG
Dióxido de carbono CO2 1 Combustões em geral
Uso de combustíveis fósseis – 75%
Queimadas – 25%
Metano CH4 11/*21 Pântanos, térmitas
Arrozais, gado, ventilações de minas de
carvão e vazamentos em sistemas de gás
natural e refinarias, queima de biomassa,
lixo, esgotos, suínos
Óxido itroso N2O 310 Indústria de fertilizantes, emissões de
veículos
Processos naturais solos e oceanos e
agricultura, queima de biomassa e
atividades industriais
CFC-12 CC12F2 6200 - 7100 Origem artificial
Aerossóis, solventes da indústria eletrônica e
resfriadores, embalagens de isopor
Destroem a camada de ozônio
HCFC-22 CHCIF2 1300 - 1400 Origem artificial
Destroem a camada de ozônio
Petufluormetano CF4 6500 Origem artificial
Destroem a camada de ozônio
Hexafluoreto de SF6 23900 Origem artificial 103
enxofre Destroem a camada de ozônio
Ozônio O3 O O3 presente na troposfera também age no
efeito estufa6
de tratamento de água – ETAs. Outros es- social e, como tal, envolve diferentes in-
tudos científicos encontram recentemente teresses políticos, articulados a interesses
metais pesados utilizados nos anos 1960 e sociais e econômicos, a diversos grupos so-
proibidos nos anos 1970, fármacos, hormô- ciais detentores de poderes e interesses. Ao
nios, disruptores endócrinos e herbicidas em mesmos tempo, encontramos situações di-
águas que recebem efluentes de estações de versas e contraditórias. Nos bairros subur-
tratamento de esgotos – ETES em diversos banos dos países desenvolvidos, as janelas
locais do mundo (Bueno, 2005a). não são abertas, o que é negativo para a
A cidade contemporânea (e o território saúde humana, por conta do ar condiciona-
periurbano) é parte ativa das causas da crise do no verão e do necessário aquecimento
ambiental. Ela é o palco do modo de vida no inverno. Os moradores viajam de carro
voltado para a produção e consumo como para o trabalho, para a escola ou para o
principal valor econômico e social. lazer. Esse é sempre associado ao consu-
A cidade, entretanto, não é um ator ou mo – cinemas, teatros, vídeo-games estão
ente social. Ela é uma criação e um produto localizados em centros de compra de bens e
carvão
petróleo energia emissões
nuclear (CO2, NO2, SO2
mercadorias
verão
inverno
110
recarga
de intervenção que tragam maior equilí- urbanos deixem de ser canais de afastamen-
brio entre a recuperação e conservação to de esgotos, como na maioria das cidades
ambiental e a funcionalidade urbana, em e é necessário superar a visão de que o me-
relação a mobilidade, salubridade e risco. lhor lugar para avenida é o fundo do vale
No Brasil, o Código Florestal apresenta uma (que popularizou as avenidas marginais) e
visão simplificadora da questão, ao tratar da recuperar a capacidade de convívio com a
mesma forma – geométrica, através da deli- rede hidrográfica. Essas faixas marginais
mitação de áreas de preservação permanen- aos cursos d’água passam a ter reconheci-
te, APP10 – osfundos de vale, tão diferentes dos seus valores funcionais, sanitários, so-
conforme os biomas, assim como quanto ao ciais e ambientais de forma integrada no
grau de integração com as atividades huma- meio urbano.
nas, especialmente nas cidades. Mas, na ver-
dade, em grande parte de nossas cidades os
rios afastam esgotos, têm em suas margens
avenidas ou as mais precárias favelas, no
Urbanização, adequação
caso das capitais e regiões metropolitanas.
de assentamentos precários
É necessário ampliar a construção de ETEs
e moradias para o
em nossas cidades, o que possibilitará a sa- saneamento das cidades
lubridade e o retorno de vida aquática na
rede hidrográfica urbana. Mas há também Historicamente, nosso ambiente construído
outras ações estruturais e não estruturais apresenta uma urbanização incompleta – 111
que visam a diminuição da poluição difusa e bairros sem pavimentação, vias com erosão,
a recuperação da qualidade e quantidade de causando assoreamentos dos cursos d’água
água no meio urbano. e dificuldades de acesso aos sistemas de
Junto aos cursos d’água, é necessário transporte e outros serviços, inexistência de
ter pontes e ancoradouros, estruturas de calçadas, lançamento de esgotos nos cursos
estabilização de margens e de acesso para d’água pelos próprios sistemas oficiais de
limpeza e desobstrução periódica. Nas suas afastamento de esgotos domésticos, coleta
margens devem estar localizadas estações de lixo parcial e com disposição final ina-
de bombeamento de águas, elevatórias e de dequada, escassez de moradia digna e eco-
tratamento de esgotos. Além disso, as fai- nomicamente acessível, com a formação de
xas próximas a rios, córregos e lagos têm assentamentos precários e irregulares. Há
grande valor paisagístico, sendo propícias necessidade de agilizar o saneamento dos
ao lazer, descanso e esporte. Portanto, nem cursos d´água urbanos através de diretrizes
sempre uma faixa de vegetação fechada é específicas para áreas ocupadas por habita-
funcional e adequada no tecido urbano. O ção de interesse social, à luz dos princípios
uso do solo e o tratamento do curso d’água do Estatuto das Cidades (Bueno 2007).
dessas áreas dependem de cada microbacia, Os programas nacionais de ampliação
de cada local, de cada projeto – habitação, das redes de água, esgotos, drenagem e
áreas verdes públicas, equipamentos sociais, de urbanização de favelas têm um enorme
etc. Mas para isso é preciso que nossos rios papelestratégico no sentido de implementar
a separação das águas de chuva dos esgotos Uma das formas de impedir a expan-
domésticos, resolvendo ao mesmo tempo os são dos loteamentos irregulares próximos
problemas de saúde pública e os de contami- às unidades de conservação é, além da fisca
nação da rede hídrica. lização eficaz e justa, a criação da oferta
Além disso, reforçando-se o enfoque de residências mais acessíveis próximas a
ambiental, há impactos diretos na sustenta- atividades de emprego e renda, com pou-
bilidade socioeconômica,11 pela geração de cos gastos em transporte urbano, ou seja,
atividades econômicas voltadas para mão- ao centro urbano (que trataremos adiante).
de-obra técnica ou de pouca qualificação. Nesses projetos, as atividades de participa-
Abelardo Oliveira Filho, em palestras reali- ção e educação sanitária e ambiental são in-
zadas em 2006, apresentou dados sobre a tegradas e associadas a informações sobre
ampliação dos recursos12 aplicados para sa- direitos e deveres dos moradores, usuários,
neamento e habitação no país desde 2004, comerciantes e do poder público.
que já fizeram crescer os empregos na cons- As áreas periurbanas das cidades mé-
trução civil, que tinham sofrido a diminuição dias, grandes e das metrópoles têm trans-
de 54.800 empregos formais em 2003 para formado seu papel na exploração capitalis-
um aumento de 50.000 em 2004, 85.000 ta. As estradas e avenidas são voltadas ao
em 2005 e 118.000 em 2006. automóvel individual e ao transporte de
mercadorias just in time, o que dificulta a
circulação do sistema de transporte coletivo,
112 O controle da expansão dos pedestres e ciclistas. Os acostamentos,
urbana defensas e taludes de estradas, viadutos e
passarelas são projetados sem considerar
É necessário criar e disseminar a cultura da sua existência. As áreas rurais de produção
cidade compacta e sustentável. Para isso, é agrícola próximas à área urbana são apro-
necessário 13 proteger as áreas verdes em priadas pelo mercado da grande empresa,
sentido amplo (produção agrícola, parques, seja para bairros fechados, grandes centros
clubes de campo, hotéis, sítios naturais, ma- de compras, que reforçam o uso do automó-
nanciais e áreas ecologicamente sensíveis); vel, ou loteamentos populares e conjuntos
alcançar o adensamento ou compactação da habitacionais dos quais a população pobre se
área metropolitana: reduzir o espraiamento encontra segregada.
dirigindo o crescimento populacional para Entretanto, os serviços ambientais es-
as áreas urbanas já existentes; construir co- tratégicos são mais eficazmente prestados
munidades completas: com foco nos centros por essas áreas periurbanas e rurais. Por
locais das cidades, oferecendo à população isso devem manter baixa densidade cons-
maiores oportunidades para trabalhar, com- trutiva e implantação de usos agrícolas
prar e ter acesso a serviços mais perto dos mistos: portes diferentes da arborização –
lugares onde mora; e aumentar as escolhas para diminuir as velocidades dos ventos em
de transporte para reduzir a dependência de quadrantes determinados para níveis desejá-
circulação ao carro individual, encorajando veis – reflorestamento, produção de hortali-
alternativas. ças e frutas, a criação de ETEs sob a forma
os moradores, e pode estar associada à re- entulho, o que deve ser incorporado no pla-
cuperação das calçadas e travessias, pátios e nejamento e projeto da intervenção.
estacionamentos públicos e privados. Ao mesmo tempo, a preponderância de
projetos de habitação de interesse social e
de habitação popular nos projetos de reabi-
Requalificação das áreas litação, aplicada em diversos países desde os
centrais anos 70 e agora também no Brasil, será um
fator de diminuição e reversão futura da ex-
As áreas centrais devem ser readensadas pansão das cidades para as áreas protegidas
com a introdução do uso habitacional, utili- e fundamentais para a sobrevivência huma-
zando-se a criação de ZEIS, zonas especiais na com justiça social e ambiental.
de interesse social, e empreendimentos de
uso misto, de forma a diminuir a pressão
pela urbanização das áreas rurais. Nos pro- A reciclagem de entulho
jetos de requalificação de áreas centrais,
deve-se utilizar tratamento bioclimático das As matérias-primas dos materiais de cons-
fachadas e coberturas, incluir estruturas de trução são retiradas de forma impactante
retenção de água e energias renováveis, for- da natureza – areia, pedra, argilas, metais,
mas de economia de energia e água e facili- etc. – e é utilizada grande carga energé-
dades para separação e remoção de resíduos tica para a sua produção – cimento, tijo-
114 sólidos, tornando as atividades e econômicas lo, telhas e outros elementos cerâmicos.
e a moradia atividades de baixo impacto. Além disso, utilizam-se madeiras, para
Nessas áreas, as reformas produzirão muito canteiro e acabamentos, além de diversos
subprodutos da indústria petroquímica. As clada seja mais barata para o industrial que
usinas de reciclagem de entulho para pro- a retirada da natureza pela primeira vez.
dução de bases para materiais para cons- Conforme se analisa na Figura 4, ve-
trução civil são fundamentais, pois geram rifica-se a necessidade de engajamento de
empregos para pessoas com pouca escola- todo o sistema socioeconômico na reorga-
ridade e contribuem para diminuir o lança- nização do metabolismo urbano industrial,
mento em locais ambientalmente sensíveis através de incorporação de sistemas econo-
e nos aterros sanitários. A implantação de micamente viáveis de reparo, remanufatura
usinas de reciclagem deve ser inserida nas e reciclagem.
operações de requalificação de cidades. As O esquema explicita as oportunidades
adaptações geram demolições e trocas de existentes para a aplicação da política de
solos. Esses materiais não precisam ir na redução de retirada de matérias-primas do
totalidade para os aterros sanitários ou bo- meio natural e aumento do ciclo de vida dos
ta fora, geralmente nas áreas periurbanas. produtos. Através dele, podem-se também
Os volumes devem ser diminuídos ao máxi- observar as fases que proporcionam ativi-
mo, com a separação no canteiro de obras dades a um maior número de trabalhadores
e destinação para diferentes recicladores de nível médio ou de pouca qualificação, em
(agregados, madeiras, metais, tubulações, contraste com a automação industrial.
papel e papelão). Quanto ao lixo doméstico, as soluções
Comprovadamente, as organizações de tratamento adequado dos resíduos sóli-
sociais urbanas para coleta, separação e re- dos orgânicos para produção de gases trans- 115
ciclagem de lixo têm possibilidade de agre- formados em energia elétrica para consumo
gar associações e cooperativas de catadores urbano-industrial já são aceitas no Mecanis-
para a inserção social. Atualmente, discute- mo de Desenvolvimento Limpo – MDL.16
se a criação da profissão de agente ambien- Mas há um passo básico que depende
tal para essa atividade. do acesso e da universalização do sanea-
mento e da educação para a cidadania, que é
a separação dos resíduos pelos moradores,
Os resíduos sólidos a coleta eficiente e a implementação de uma
rede para reintrodução dos materiais no sis-
Os principais geradores de resíduos são as tema industrial.
atividades industriais e os centros comerciais.
A exigência de separação e reciclagem
dentro do processo produtivo 14 é funda- O transporte urbano
mental para criar condições econômicas de
comercialização dos materiais recicláveis Entende-se fundamental procurar construir
como matéria-prima, diminuindo a pressão processos de produção do espaço urbano
sobre o recursos naturais não renováveis.15 com mais justiça social e sustentabilidade.
Para isso, é preciso que o país crie uma polí- Um dos maiores desafios é como será pos-
tica de garantia de preços para os reciclado- sível que a mobilidade urbana seja univer-
res, fazendo com que a matéria-prima reci- salizada com menor pegada ecológica. Essa
Notas
(1) Disponível em: www.ipcc.ch
(3) Procuramos desenvolver hipóteses para pesquias experimentais que possam se contrapor
aos cenários tendenciais sombrios. Com esse intuito trabalhamos, especialmente no item
“Novos paradigmas: sustentabilidade e adaptação”. Há, entretanto, uma limitação que
obviamente se relaciona à contradiçao de que nos encontramo em processo mundial de
ampliaçao das formas de exploraçao do trabalho e da própria da vida humana, e não o
oposto.
(6) O ozônio–O3 também pode ser originado de fontes antropogênicas através da produção
de CO2 e CH4, como a queima incompleta de combustíveis fósseis e biomassa e indire-
tamente pelo metano produzido pela pecuária e rizicultura (Tavares, 2004). A Convenção
do Clima teve como primeiro objetivo a estabilização do buraco da camada de ozônio.
“Há 35% mais de ozônio a 45º N do que a 45º S na média troposfera em razão da queima
de combustíveis fósseis na Europa e América do Norte. ..... Na América do Sul, por vezes,
os valores do O3, na primavera, são quase tão altos quanto no hemisfério norte, em virtude
das queimadas que ocorrem principalmente no Centro-Oeste” (Tavares, 2004, p. 59).
(7) Alguns confortos criados pela indústria tornam-se necessidade, mas causam perigosos efei-
tos. Um relatório divulgado em 2007 pelo PNUMA – Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente, confirma que alguns produtos químicos produzidos nos últimos anos para
proteger a camada de ozônio podem acelerar o fenômeno do aquecimento da terra.
(8) Lembramos que o ciclone de Bangladesh, de 1991, causou a morte de 125.000 pessoas. O
tsunami, de 2003, causou mais de 230.000 mortes.
(9) No desempenho térmico devem ser considerados o ângulo do fator de céu visível, a co-
bertura vegetal, a cor e textura das fachadas e a relação de cheios e vazios do recinto
urbano.
(10) A legislação define faixas marginais ao longo do cursos d´água independente da extensão e
forma da bacia, do talvegue, do leito maior, do bioma e de estar em área urbana ou rural.
(11) Com a ampliação dos subsídios para habitação, pode haver um grande campo para organi-
zação de empresas e cooperativas para produção e comercialização solidária de moradia.
A história registra apenas a existência de experiências solidárias para prestação de serviços
de projeto e acompanhamento técnico de obras por assessorias técnicas organizadas co-
mo ongs ou osips, e mutirão entre os próprios atendidos. Muitos desses grupos tentaram
profissionalizar-se na área da construção civil, sem êxito.
(12) Houve um aumento do número de atendimentos habitacionais para renda de até 3 salários
mínimos de 16% para 60% de 2003 para 2006. O FGTS, que se encontrava congelado pa-
ra empréstimos para entidades públicas de saneamento, aumentou seus investimentos em
saneamento e infra-estrutura de 222 milhões de reais em 2002, para 1,99 bilhão em 2004.
Disponível em: www.cidades.gov.br Secretaria Nacional de Saneamento, consultado em
junho de 2006, na palestra do eng. Abelardo Oliveira Filho, Secretário Nacional de Sanea-
mento do Ministério das Cidades, na FAU PUC Campinas, em 12 de setembro de 2006.
(13) Essas diretrizes baseiam-se na experiência canadense, em especial Vancouver, onde o Li-
vable Region Strategic Plan vem sendo implantado desde 1997 através do GVRD Greater
Vancouver Regional District.
(16) O Protocolo de Kyoto abriu possibilidades para acesso a recursos financeiros vindos da
venda de projetos MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo para aquisição de crédi-
tos de carbono) a grandes emissores públicos e privados dos 15 países que têm obrigação
de diminuir as próprias emissões.
(18) Essa entidade ligada à ONU e lidera a Campanha Cities for Climate Protection. O escritório
para a América Latina localiza-se no Rio de Janeiro. Disponível em: www3.iclei.org/lacs
(19) Desde 1998, o Brasil tem a Rede Cidades Eficientes em Energia Elétrica, iniciativa da Eletro-
brás, pelo Procel (Programa de Conservação de Energia Elétrica) e Ibam (Instituto Brasileiro
de Administração Municipal).
(20) A Sabesp desenvolve, para instituições públicas, o PURA – Programa de uso racional da
água, com ganhos econômicos efetivos para os consumidores através de definição de re-
forma de instalações e troca de equipamentos.
Referências
AB SABER, A., ROMANO, R., SEVCENKO, N. et alii (2004). Ecologia urbana ensaios. São Paulo,
Lazuli.
CONDON, P. (2008). Planning for climate change. Land Lines, Cambridge, v. 20, n. 1, january.
MARICATO, E. T. M. (2001). Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis, Vozes.
MENEGAT, R. (org.) (1998). Atlas ambiental de Porto Alegre. Porto Alegre, UFRGS-PMPA-INPE,
Editora da UFRGS.
SACHS, I. (1993). Estratégias de transição para o século XXI. Para pensar o desenvolvimento
sustentável. São Paulo, Studio Nobel.
Recebido em mar/2008
Aprovado em maio/2008
121