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Secretaria de Saúde
Março, 2021
EXPEDIENTE
Prefeito
João Henrique Andrade de Lima Campos
Vice-Prefeita
Isabella Menezes de Roldão Fiorenzano
Elaboração
Juliana Couto
Maria Cristina Reis
Maria Cristina Andrade
Italene Viana
Luzete Machado
Mônica Motta Marques
Lílian Caldas
Denise Burgue
Mariana Campinho
Giselle Carvalho
Ana Lúcia Dantas
Edivânia Barbosa
Caroline Brasileiro
Jéssica Andrade
Cléverton da Silva Santos
REVISÃO TÉCNICA
Juliana Couto
Renata Morais
Débora Amaral
REVISÃO FINAL
Juliana Martins
Yluska Reis
Luciana Albuquerque
Sumário
1. Introdução
7. Protocolo de Biossegurança
9. Referências
10. Anexos
1. Introdução
O coronavírus compreende uma família de vírus do tipo RNA que causa infecções respiratórias.
A doença COVID-19, considerada atualmente uma pandemia, é causada pelo coronavírus SARS-
CoV-2 é responsável por casos de Síndrome Gripal (SG) até a Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG), podendo evoluir para o óbito, com importante impacto na saúde pública.
O SARS-CoV-2 é de alta transmissibilidade entre as pessoas, por meio de gotículas respiratórias,
aerossóis, contato interpessoal e transmissão oro-fecal. E, embora a principal fonte de
transmissão seja os sintomáticos respiratórios, recentes estudos apontam que pacientes
assintomáticos podem ser portadores do coronavírus, tornando o controle do mesmo bastante
desafiador.
No Brasil, o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado na cidade de São Paulo em 26 de
fevereiro de 2020, a partir de um viajante vindo da Itália. No Recife, os primeiros casos foram
confirmados em 12 de março.
Devido às peculiaridades dos procedimentos odontológicos, geradores de inúmeras gotículas,
aerossóis e constante exposição aos materiais biológicos na sua prática clínica, associado ao
fato das medidas de proteção padrão não serem eficazes o suficiente para impedir a
disseminação da COVID-19, o Ministério da Saúde através da Nota Técnica Nº 9/2020-
CGSB/DESF/SAPS/MS, recomendou que fossem mantidos apenas os atendimentos
odontológicos para os casos de urgências e emergências, visando reduzir a probabilidade de
contaminação cruzada. Diante disso, os atendimentos eletivos dos serviços odontológicos
municipais precisaram ser temporariamente suspensos em 17 de março de 2020, conforme
indicação do Ministério da Saúde (MS) e do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco
(CRO-PE).
A pandemia da Covid-19 vem se mostrando um desafio em todos os âmbitos da saúde pública,
exigindo deste setor estratégias rápidas de reorganização dos pontos assistenciais no intuito de
dar respostas assertivas, integradas e direcionadas às novas demandas. Ao longo desse
processo a rede de atenção à saúde bucal foi reorganizada de modo a centralizar o atendimento
de usuários em unidades de referências para atendimento às urgências odontológicas em todo
território, em 20 unidades distribuídas nos oito distritos sanitários do município, sendo três
delas com funcionamento 24 horas.
Para instrumentalizar os profissionais de saúde e a organização dos serviços foi elaborado o
Protocolo de Assistência Odontológica (COVID-19) com o intuito de otimizar o atendimento
odontológico de urgência e emergência no município de Recife, no que tange ao manejo e
controle da infecção COVID-19, orientação clínica e fluxos assistenciais para as equipes da Rede
de Atenção à Saúde Bucal.
Visando reduzir os danos gerados pela suspensão dos serviços eletivos é imprescindível a
retomada gradual e segura dos serviços odontológicos eletivos no município, respeitando as
normas sanitárias e de prevenção da Covid-19 e pautando-se na segurança dos profissionais e
dos usuários dos serviços de saúde, de modo que o acesso aos serviços e a continuidade do
cuidado sejam restabelecidos, bem como, o vínculo com a população e a corresponsabilidade
sejam mantidos.
Esse documento visa nortear a retomada gradual dessas atividades e serviços no município de
Recife.
2. Plano de Retomada Gradual dos Serviços odontológicos
O presente documento tem por objetivo auxiliar as equipes de Saúde Bucal (eSB) da Estratégia
de Saúde da Família (ESF) do município do Recife na organização da demanda para
atendimentos odontológicos no seu território adscrito nesse momento de retomada das
atividades eletivas no contexto da Pandemia da COVID-19, uma vez que, medidas de
biossegurança ainda mais cuidadosas precisarão ser adotadas para que se minimizem os riscos
de contaminação pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) tanto para os pacientes, quanto para as
equipes que estão nas Unidades de Saúde da Família (USF).
Compreende-se que cada USF e comunidade são únicas, e, portanto, protocolos são
susceptíveis a adaptações acordo com a realidade de cada eSB e território. Assim, o diálogo
permanente e a construção coletiva om o envolvimento dos profissionais de saúde bucal e com
amplo diálogo com o controle social são imprescindíveis para que a Saúde Bucal do município
do Recife possa oferecer um atendimento com qualidade, humanização, segurança e equidade
para seus usuários.
Planejamento Local
2ª Fase
A retomada das atividades em saúde bucal tem encontrado diante do contexto de pandemia
da COVID-19, a retomada das atividades de saúde bucal tem encontrado grandes desafios,
principalmente, em virtude da assistência odontológica apresentar um alto risco para a
disseminação do novo Coronavírus (SARS-CoV-2), pois a elevada carga viral presente nas vias
aéreas superiores dos pacientes infectados, a grande possibilidade de exposição aos materiais
biológicos proporcionada pela geração de gotículas e aerossóis e a proximidade que a prática
necessita entre profissional e paciente (RECIFE, 2020) exigem que cuidados ainda maiores de
biossegurança sejam adotados para que se promovam atendimentos com segurança.
Dessa maneira, observa-se que esses aspectos impactam diretamente na capacidade instalada
dos atendimentos, pois, para que se possa atender às recomendações do Conselho Regional de
Odontologia (CRO-PE, 2020) no que diz respeito às questões relacionadas ao intervalo de tempo
para atendimento entre os pacientes, limpeza dos consultórios, adequações da estrutura física
dos consultórios compartilhados, dentre outros, será necessária uma redução no número de
pacientes atendidos e, consequentemente, no acesso aos usuários.
Portanto, faz-se necessário um reordenamento do núcleo tecnológico do cuidado (BEZERRA;
GOES, 2013), com a adoção de metodologias que permitam enfrentar esses desafios e que
tenham como orientador o preceito legal da equidade. Este preceito está bem estabelecido na
Lei Orgânica da Saúde (BRASIL, 1990) e representa a disponibilização de recursos e serviços em
saúde de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. Além disso, o novo
reordenamento dos serviços de atendimento odontológico irá requerer, entre outras coisas,
que se adote um profundo conhecimento do território onde se vai atuar (área adscrita), para,
assim, identificar como vivem, adoecem e morrem as pessoas (BEZERRA; GOES, 2013; MAFRA;
CHAVES, 2004).
Neste sentido, o planejamento e a gestão tanto das agendas quanto das atividades clínicas têm
valor fundamental no sucesso desta empreitada que implicará em mudanças na produção do
cuidado bem como, na prática dos trabalhadores.
A priorização para atendimento odontológico deverá seguir, de acordo com as Diretrizes da
Política Nacional de Saúde Bucal (BRASIL, 2004), a proposta de atenção por linhas de cuidado,
que prevê o reconhecimento de especificidades próprias da idade, e por condições de vida, que
compreende, dentre outros grupos, as gestantes, os pacientes com hipertensão e/ou
diabetes e os portadores de necessidades especiais.
INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS PARA AUXILIAR NA PRIORIZAÇÃO DOS USUÁRIOS PARA
ATENDIMENTOS ODONTOLÓGICOS
A organização da demanda por meio da classificação de risco permite aos profissionais de saúde
um melhor conhecimento do território de sua abrangência e, assim, traçar o perfil
epidemiológico dos seus usuários. Essa possibilita também priorizar grupos de risco e pacientes
com maior necessidade de tratamento (CAMPOS, 2013).
Estudos realizados por PERES-NETO et al. (2017), CHEACHIRE et al. (2013), BEZERRA; GOES
(2013), KOBAYASHI (2012), BARABATO et al. (2007), MENEGHIM et al. (2007) e evidenciaram a
estreita relação entre doenças bucais e as condições socioeconômicas de uma população. Do
mesmo modo, foi comprovada a associação entre risco familiar e riscos individuais, ou seja, os
indivíduos mais necessitados de atenção em saúde poderão ser encontrados através de uma
busca ativa das famílias mais vulneráveis socialmente (PERES-NETO et al., 2017).
Sendo assim, as eSB podem utilizar as informações presentes nos cadastros dos usuários do e-
SUS APS e, de posse desses dados, poderão ser auxiliadas por instrumentos disponíveis na
literatura para tentar realizar a classificação de famílias que necessitam de atendimentos
prioritários e, assim, organizar a demanda em saúde bucal, seguindo o preceito legal da
equidade.
Algumas sugestões de instrumentos para a realização dessa classificação são apresentadas a
seguir.
Caso não seja possível o acesso a todas as informações necessárias para a classificação das
famílias de acordo com a escala de Coelho & Savassi, a eSB poderá utilizar o Índice de
Necessidade de Atenção à Saúde Bucal (INASB). Este foi desenvolvido com o intuito de
classificar as famílias de áreas adscritas à Estratégia de Saúde da Família (ESF), quanto à
indicação daquelas que necessitam de maior atenção à saúde bucal, a partir das informações
sociais: tipo de moradia e escolaridade materna e foi validado por Carnut et al. (2011).
Nos Quadros 2 e 3 a seguir podem ser observadas as variáveis não-clínicas, que devem ser
consideradas para obter o algoritmo do INASB para cada família, permitindo classificá-las em
03 grupos distintos (Alto Risco, Médio Risco e Baixo Risco) (CARNUT et al., 2011).
o Material reciclado
Alto Risco
o Madeira
Médio o Taipa não revestida
Risco o Taipa revestida
o Analfabeta
Alto Risco
o Alfabetizada
Médio
o Ensino Fundamental I
Risco
o Ensino Fundamental II
Baixo Risco
o Ensino Médio ou mais
Fonte: Carnut et al. (2011).
O INASB é obtido pela combinação do Tipo de Moradia (TM) com a Escolaridade Materna (EM).
A família é classificada como “alto risco” quando uma das condições sociais de maior
vulnerabilidade estiver presente, conforme demonstrado no quadro 4 (CARNUT et al., 2011).
Tipo de Escolaridade
Moradia Materna
Alto risco Alto risco
Alto risco Médio risco
INASB alto Alto risco Baixo risco
Médio risco Alto risco
Baixo risco Alto risco
Médio risco Médio risco
INASB
Médio risco Baixo risco
médio
Baixo risco Médio risco
INASB
Baixo risco Baixo risco
baixo
Fonte: Carnut et al. (2011).
Estudo realizado por Calvasina et al. (2018) apontou que cerca de 40% das crianças cadastradas
no Programa Bolsa Família (PBF) apresentavam cárie dentária. No entanto, aqueles que
receberam o benefício do PBF por um período de até dois anos tiveram chances menores de
ter cárie dentária do que aqueles que nunca receberam esse auxílio. Portanto, os programas
de saúde pública devem priorizar as crianças beneficiárias do PBF, buscando reduzir as
desigualdades em saúde bucal dessa população, no Brasil, visto que essas e suas respectivas
famílias ao serem contempladas por esse programa são classificadas como socialmente
vulneráveis.
Assim, uma opção para as eSB que não possuem as informações cadastrais necessárias para as
classificações acima propostas é o relatório do Programa Bolsa Família. Utilizar o banco de
dados desse programa para acessar informações sobre diversas variáveis necessárias para o
preenchimento das ferramentas sugeridas anteriormente e, assim, efetuar a classificação de
risco familiar, identificando os indivíduos mais vulneráveis dentro dos grupos prioritários, é
também uma estratégia considerada importante para as eSB organizarem sua demanda.
A priorização para atendimento odontológico utilizando os dados do PBF poderá ser uma opção
para atendimento tanto de crianças, quanto de outros usuários que façam parte dos grupos
citados anteriormente.
PRIORIZAÇÃO POR CONDIÇÃO DE VIDA E LINHAS DE CUIDADO
● Gestantes
A gravidez é uma condição de vida considerada complexa que envolve mudanças tanto físicas
quanto psicológicas que podem impactar na saúde bucal da mulher. Estudo realizado por Shah,
Batra e Qureshi (2017) constatou que a saúde bucal de mulheres gestantes é
consideravelmente mais baixa, comparado com a de puérperas e mulheres não gestantes. Além
disso, também é possível observar associação entre doença periodontal com o baixo peso da
criança ao nascer, bem como com o parto prematuro (PACHECO, et al., 2020).
Dessa maneira, as gestantes deverão ter sua saúde bucal avaliada no momento do início do
pré-natal. Sugere-se que a realização da primeira consulta odontológica seja compartilhada
com o profissional de enfermagem durante a consulta de pré-natal. Assim, a partir desse
primeiro contato, o profissional cirurgião-dentista poderá determinar as consultas de retorno
para conclusão do tratamento de acordo com critérios clínicos e tempo gestacional.
É possível observar na literatura evidências que apontam a relação bidirecional entre HAS e DM
com a saúde bucal. Alguns exemplos de manifestações orais podem ser apontados, tais como:
a ocorrência de perdas de inserção periodontal mais severas, hipossalivação, alterações na
microbiota, dificuldades cicatriciais, abcessos, hiperplasias, pólipos, queilose e fissuras
associados à fisiopatologia das doenças ou a seu tratamento medicamentoso (OLIVEIRA et al.,
2018). Dessa forma, a comprovada associação de tais comorbidades com as condições de saúde
bucal faz desta população um grupo prioritário na organização da demanda para o atendimento
odontológico.
● Crianças de 0 a 5 anos de idade
De acordo com as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (BRASIL, 2004), é de extrema
importância a organização do ingresso de crianças deste grupo etário nos atendimentos
odontológicos e este acesso poderá ser realizado aproveitando as consultas clínicas, as
campanhas de vacinação e as atividades em espaços sociais, por exemplo.
Assim, a puericultura, compartilhada com a equipe de enfermagem, será um momento
oportuno para se realizar atividades de promoção à saúde e prevenção de agravos, com
consequente diminuição das necessidades futuras de tratamentos. Investir nesta abordagem é
possibilitar uma melhora no quadro epidemiológico a médio e longo prazo.
Além disso, é importante que o acesso aos serviços assistenciais em saúde bucal seja priorizado
para crianças de 0 a 5 anos com necessidades curativas, a fim de interromper o processo de
adoecimento, visto que, a saúde bucal na dentição decídua é um importante preditor da saúde
da dentição permanente (SKEIE et al., 2006), sendo assim, evidente a necessidade de se realizar
intervenções oportunas.
FLUXOGRAMAS PARA AUXILIAR NA PRIORIZAÇÃO DOS USUÁRIOS PARA ATENDIMENTOS
ODONTOLÓGICOS
▪ Gestantes
A terminologia câncer de boca inclui cânceres da mucosa labial, língua, gengiva, assoalho da
boca, palato e boca (SANKARANARAYANAN et al., 2015).
O câncer de boca é um relevante problema de saúde pública, considerando-se as altas taxas de
incidência, morbidade e mortalidade (FREIRE et al., 2017). No Brasil, em 2017, ocorreram 4.923
óbitos por câncer da cavidade oral em homens e 1.372 óbitos em mulheres (INCA, 2014).
No país, estima-se, para cada ano do triênio 2020-2022, 11.180 novos casos de câncer da
cavidade oral em homens e 4.010 em mulheres. Tais valores correspondem a um risco estimado
de 10,69 casos novos/100 mil homens (5ª posição mais frequente entre todos os tipos de
câncer) e 3,71 casos novos/100 mil mulheres (13ª mais frequente) (INCA, 2019). No Nordeste,
sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral é o quinto mais
frequente, com 7,65 novos casos/100 mil homens, sendo mais comum neste gênero e acima
dos 40 anos (INCA, 2019).
São considerados fatores de risco para o câncer de boca o tabagismo, o etilismo (AMERICAN
CANCER SOCIETY, 2019; INCA, 2019), a exposição solar sem proteção, o excesso de gordura
corporal, a infecção pelo HPV e fatores relacionados à exposição ocupacional (INCA, 2019).
Contudo, deve-se destacar que o risco de câncer de boca é 30 vezes maior entre os indivíduos
que fumam e bebem do que para aquelas pessoas que não o fazem (INCA, 2019).
A maioria dos casos de câncer de boca são diagnosticados em estágio avançado, ocasionando
altas taxas de morbimortalidade (GÓMEZ et al., 2010; GÜNERI; EPSTEIN, 2014). O rastreamento
do câncer de boca na população de alto risco, como pessoas acima de 40 anos, tabagistas e
alcoolistas mostra-se de extrema importância para a redução da mortalidade e melhoria das
taxas de sobrevivência (BROCKLEHURST et al., 2013).
Portanto, sendo a detecção precoce e a intervenção sobre os fatores de risco essenciais para o
controle do câncer bucal, propõe-se neste protocolo o rastreamento desta patologia, dentre os
componentes familiares, a partir de um instrumento específico para essa finalidade. (Apêndice
1).
Para organização da demanda dos pacientes com essas comorbidades, após realizarem a
Classificação de Risco Familiar orientada pelos instrumentos descritos anteriormente, as eSB
também poderão ser auxiliadas por um instrumento piloto construído com perguntas que irão
investigar a presença de fatores de riscos modificáveis, como: tabagismo, etilismo,
sedentarismo e alimentação inadequada; fatores de risco não modificáveis, como
predisposição genética (PASSOS-SOARES; FALCÃO, 2015), além da presença, ou não, de fatores
que possam impactar no cuidado de cada paciente que apresenta essas Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT).
O instrumento foi denominado Preditor de Risco para pacientes com HAS e/ou DM (Apêndice
2) e poderá ser mais uma ferramenta que auxiliará no estabelecimento de critérios de
priorização para uma avaliação presencial/consulta na USF dos usuários desse grupo. Tal
ferramenta foi construída nas versões impressa e digital para ser utilizada de acordo com a
conveniência da eSB e deverá ser respondida através do telemonitoramento.
3.2 - Organização Da Agenda De Demanda Espontânea Em Saúde Bucal
Fig.02. Escala de dor – Régua adulta (MACKWAY-JONES; MARSDEN; WINDLE, 2018 apud
OSANAN, 2019)
Fig.03. Escala de dor – Régua pediátrica (MACKWAY-JONES; MARSDEN; WINDLE, 2018 apud
OSANAN, 2019)
Vale destacar que, o propósito de utilizar ferramentas que promovam a classificação de risco
dos usuários que procuram os serviços de saúde bucal com demandas espontâneas não é julgar
se os mesmos deveriam ou não estar num serviço de urgência, mas assegurar àqueles que
precisam de cuidados, que esse seja realizado de forma rápida e adequada e até mesmo
apontar a necessidade de mudança na gestão e organização dos serviços. Além disso, é preciso
refletir que a demanda programada pode ser comprometida pelo volume da demanda
espontânea, visto que, demandas programadas e espontâneas não são independentes e a
organização de ambas não deve ocorrer separadamente (OSANAN, 2019).
4.- Odontologia minimamente invasiva
É uma alternativa não invasiva para tratamento da doença cárie. Neste protocolo, entende-se por
escovação dental supervisionada o ato de um cuidador executar a escovação dental (crianças de 0 a
6 anos) ou de um cuidador supervisionar a criança executando a escovação (crianças de 7 – 12 anos).
A supervisão da escovação, indiretamente, contribui para o aprendizado da criança e estimula a
adoção do hábito. A ideia fundamental do processo é garantir que a criança seja exposta diariamente
ao fluoreto presente no dentifrício e promova a desorganização sistemática do biofilme. O uso do
fio dental também deve ser estimulado (ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA,
2020).
A utilização das salas de escovação/escovódromo, neste momento, deve ser evitada devido ao risco
de contaminação (PIRES; FONTANELLA (org.), 2020). Assim sendo, em tempos de pandemia, o
telemonitoramento pode ser uma importante ferramenta na orientação da escovação dental.
❖ Verniz Fluoretado
O diamino fluoreto de prata é um composto químico (Ag(NH3)2F) que contém em sua formulação
principal íons prata e o fluoreto (KAWANO, 2017). A indicação clínica característica envolve o
paciente que apresenta múltiplas lesões de cárie ativa em esmalte e dentina, associadas a hábitos
inadequados de higiene e dieta ou comportamento negativo frente ao tratamento odontológico
(ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA, 2020). Apresenta efeito antibacteriano,
sendo indicado para prevenção e inibição de cárie em crianças. É uma alternativa viável em molares
em erupção, podendo ser usado em fossas e fissuras. Seu efeito na paralização de lesões de cárie
em esmalte e em dentina também tem sido observado (IMPARATO, et al., 2013).
Sua efetividade é comprovada por estudos laboratoriais in vitro, que demonstram os efeitos do
diamino fluoreto de prata na superfície mineralizada (formação de fluorapatita), na composição
orgânica da dentina (redução da degradação do colágeno) e na superfície bacteriana (morte celular
e redução da formação do biofilme maduro) (KAWANO, 2017).
O diamino fluoreto de prata, quando em contato com a superfície dental cariada, reage com a
hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2) do esmalte e da dentina. Esse processo ocorre em ambiente
básico e culmina na formação de produtos como fluoreto de cálcio, fosfato de prata e amoníaco
monohidratado. O fluoreto de cálcio, produto da reação anterior, em ambiente ácido é dissociado
em íons cálcio e flúor. Por fim, a hidroxiapatita presente no esmalte e dentina dental liga-se aos íons
flúor disponíveis e formam a fluorapatita (Ca10(PO4)6F2) (KAWANO, 2017).
Há inibição da degradação da matriz de colágeno pela ação do diamino fluoreto de prata. A dentina
é composta por 10% de água, 20% de matriz orgânica e os outros 70% de mineral. Destes, a matriz
orgânica equivale a 90% de colágeno do tipo I e os outros 10% equivalem à matriz de origem não
colagênica. As metaloproteinases presentes na saliva e na matriz orgânica da dentina, são ativadas
em meio ácido na dentina cariada. A concentração de 38% reduz de forma significativa a degradação
do colágeno pelas metaloproteinases (MMPs) quando comparada com as concentrações de 30 e
12% (KAWANO, 2017).
O fosfato de prata (Ag3PO4), produto da reação do diamino fluoreto de prata com a hidroxiapatita,
reage com os grupamentos de amino dos aminoácidos bacterianos e nos grupos de tiol dos ácidos
nucléicos bacterianos para formar aminoácidos e ácidos nucléicos de prata. Após a reação da prata
com o DNA bacteriano (ácido nucléico) e com as proteínas (aminoácidos), ocorre uma modificação
no metabolismo bacteriano que culmina na inibição da replicação do DNA bacteriano, da respiração
celular procariótica, da síntese da parede celular e da divisão celular bacteriana. Dessa forma, ocorre
um processo de morte celular das bactérias cariogênicas, além da inibição da formação do biofilme
(KAWANO, 2017).
Quando o diamino fluoreto de prata é usado para paralisar lesões de cárie em dentes decíduos, ele
também fornece um benefício anticárie para toda a dentição; isto é, aplicações de diamino
diminuem em 77% o desenvolvimento de novas cáries em crianças tratadas em comparação com
crianças não tratadas (OLIVEIRA, et al., 2019).
A alergia à prata é uma contraindicação absoluta. As contraindicações relativas incluem qualquer
gengivite descamativa significativa ou mucosite que rompe a barreira protetora formada pelo
epitélio, uma maior cautela no revestimento ou proteção gengival são suficientes. Recomenda-se o
uso de um consentimento informado detalhado para transmitir completamente os benefícios e as
limitações dessa terapia (HORST; ELLENIKIOTIS, MILGROM, 2016).
O escurecimento ocasionado pela aplicação do produto, se dá porque o fosfato de prata, um produto
da reação do diamino fluoreto de prata com a hidroxiapatita, é um sal insolúvel que fica depositado
sobre a lesão. Esse cristal, quando exposto à luz, assume uma coloração escura (IMPARATO, et al.,
2013)
❖ Selantes Ionoméricos
Indicados para selamento de fóssulas e fissuras os selante ionoméricos são sempre a primeira
escolha em condições onde o controle da umidade é difícil, como por exemplo, em molares em
erupção. Podem ser utilizados no tratamento de lesões cariosas ativas não cavitadas (ASOCIACIÓN
LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA, 2020). Destaca-se que, mesmo parcialmente retidos na
superfície dentária, os selantes a base de cimento ionômero de vidro promovem a prevenção da
cárie. Além disso, o flúor liberado pelo cimento pode agir não só na resistência da estrutura dental,
mas também controlando o crescimento do S. mutans. Soma-se ainda, a capacidade do material de
auxiliar na diminuição do acúmulo do biofilme (BAGHERIAN, et al., 2018).
❖ Remoção Seletiva de Tecido Cariado
O processo de remoção seletiva do tecido cariado se baseia na remoção da dentina mais amolecida,
que oferece pouca resistência à colher de dentina, mantendo-se na cavidade a dentina mais
consistente. Em cavidades muito profundas, dentina amolecida pode ser mantida na parede pulpar
(ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA, 2020).
A dentina infectada possui uma consistência amolecida/umedecida e alta concentração de bactérias,
não podendo ser reparada devido à desnaturação irreversível das fibras de colágeno. A dentina
afetada é semelhante à dentina sadia, possuindo dentina peritubular densa e mineralizada, poucas
bactérias, e é passível de remineralização (PEREIRA; FREITAS; MENDONÇA, 2013).
Independentemente da profundidade da cavidade, para garantir o selamento adequado da
cavidade, as paredes circundantes e o bordo cavosuperficial da cavidade devem estar livres de tecido
cariado (ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA, 2020).
O e-SUS APS é uma estratégia do Departamento de Atenção Primária à Saúde (DAPS)) para
reestruturar as informações da Atenção Primária à Saúde (APS) em nível nacional. Esta ação está
alinhada à proposta mais geral de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) do
Ministério da Saúde. Desse modo, foi instituído o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção
Básica (SISAB) por meio da Portaria GM/MS Nº 1.412 de 10 de julho de 2013 entendendo que a
qualificação da gestão da informação é fundamental para ampliar a qualidade no atendimento à
população.
Dentro desse contexto, o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) consiste em um sistema de
prontuário eletrônico tendo como principal objetivo apoiar o processo de informatização das
Unidades Básicas de Saúde (UBS). O PEC, além de funcionar como prontuário médico para registro
do atendimento individual de cada paciente, também organiza a demanda da unidade e gerencia a
agenda dos profissionais, assim como notifica procedimentos realizados ao Sistema de Informação
Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS) (BRASIL, 2019).
O registro das informações no sistema e-SUS APS possui valor de uso significativo que orienta o
cuidado em saúde e gera subsídios para a gestão no que se refere ao monitoramento da produção
e do planejamento das ações em saúde sendo, portanto, fundamental para a tomada de decisão
(BRASIL, 2014).
A prática odontológica deve estar atrelada ao bom uso do prontuário odontológico, que é um
documento clínico, cirúrgico, odontolegal e de saúde pública. Devido a sua importância, o
preenchimento correto do prontuário não deve ser negligenciado, pois o mesmo pode ser utilizado
com finalidade jurídica ou pericial. Os prontuários odontológicos são importantes nos processos de
identificação humana, por exemplo, uma vez que o cirurgião-dentista tem o dever de preenchê-lo e
atualizá-lo como prevê o Código de Ética Odontológica (SANTOS; CARVALHO, 2014).
Um prontuário odontológico contém todas as informações necessárias para que o profissional possa
realizar um trabalho eficaz e de qualidade, tornando-se uma ferramenta essencial para o cirurgião-
dentista. Dessa forma, pode-se realizar uma avaliação diária do tratamento proposto, analisando a
evolução e as condições gerais do paciente. Diversos estudiosos e pesquisadores conceituados já
demonstraram que o prontuário é indispensável (SANTOS; CARVALHO, 2014).
Além das informações obtidas no prontuário, as unidades de saúde podem coletar outros dados
através de planilhas, tabelas e vigilância nas nuvens para subsidiar o seu processo de trabalho de
forma a complementar os registros contidos no prontuário.
A fim de otimizar o tempo de consulta na Atenção Primária, tendo em vista a retomada dos
atendimentos odontológicos eletivos, o correto preenchimento do PEC torna-se imprescindível. O
cirurgião-dentista deve lançar mão dessa ferramenta para facilitar a organização da demanda
agendada (programada) e estimar o tempo necessário para o atendimento do paciente.
● REGISTRO DO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NO PEC
É por meio deste instrumento que o profissional de saúde bucal poderá efetuar o registro
clínico do atendimento odontológico. As funcionalidades do prontuário estão organizadas com base
no método de Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP), que utiliza os dados cadastrais, a
lista de problemas, as notas de evolução clínica e as fichas de acompanhamento para registro e
recuperação das informações clínicas dos pacientes.
Nele, o método SOAP, usado para organizar as notas de evolução no atendimento ao cidadão, é uma
forma prática e padronizada de registro, organizada em quatro itens sequenciais titulados pela
primeira letra de cada item, resumidamente como segue:
o S (subjetivo) onde é registrado o que é o relato do paciente, se possível da forma como foi
referido.
o O (objetivo) anotam-se os achados da observação do profissional de saúde, do exame físico
e dos exames laboratoriais.
o A (avaliação) é o juízo que o profissional de saúde estabelece à luz das queixas, dos achados
e do raciocínio clínico. É o espaço das especulações, inferências e conclusões.
o P (plano) é o item em que é anotada a conduta, seja solicitando exames, recomendando
medicamento ou aconselhamento.
Cada um desses itens desenvolve o problema contido e indexado na lista de problema,
estabelecendo um vínculo que facilita a localização, nas várias vezes em que um problema é
conduzido.
O sistema de Classificação Internacional de Atenção Primária - Segunda Edição (CIAP2), adotada pelo
Brasil, é uma ferramenta adequada à Atenção Básica (AB) que permite classificar questões
relacionadas às pessoas e não às doenças. Permite classificar não só os problemas diagnosticados
pelos profissionais de saúde, mas os motivos da consulta e as respostas propostas pela equipe
seguindo o método SOAP. Essa classificação pode ser utilizada por todos os profissionais de saúde.
Os problemas ou condições detectadas/avaliadas na consulta odontológica devem ser registrados
na parte de avaliação. O registro pode ser realizado usando campo aberto e/ou por meio de
codificação dos problemas avaliados, usando a Classificação Internacional Atenção Primária (CIAP2)
ou a Classificação Internacional de Doenças (CID10), além de algumas notas.
A CIAP2 evidencia os motivos de procura do cidadão (sofrimento ou enfermidade) ao serviço de
saúde, mesmo que não sejam doenças objetivamente evidenciadas por qualquer tipo de exame
(clínico, sangue ou imagem). Permite conhecer melhor a demanda dos pacientes. Potencializa a
prevenção quaternária como concebida por Marc Jamouille, visando evitar intervenções
inadequadas. Permite qualificar a prática profissional, potencializando o planejamento das ações nas
unidades de saúde, como também na programação das atividades de educação permanente.
Favorece que o cuidado ao paciente seja assumido de forma multiprofissional pela equipe de saúde.
No registro odontológico, o uso da CIAP2, no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) se dará em 3
itens: 1) motivo de consulta na escuta inicial (subjetivo), 2) problema e/ou condição detectada
(avaliação) e 3) intervenção e/ou procedimentos clínicos (plano) durante o atendimento. Com o
objetivo de auxiliar os profissionais durante as consultas odontológicas, os códigos mais usados pelos
cirurgiões-dentistas encontram-se listados na Tabela CIAP2 (ANEXO1) (RIO GRANDE DO SUL, 2019).
Este bloco se destina ao registro de procedimentos realizados durante a consulta que não são
específicos do processo de cuidado odontológico. Os procedimentos específicos do atendimento
odontológico devem ser registrados nas Evoluções Odontológicas, pois permite a vinculação do
procedimento ao elemento dentário (BRASIL, 2019).
o Odontograma
Quando for o primeiro atendimento ao usuário, o cirurgião-dentista deverá realizar avaliação clínica
e registrar no odontograma as condições encontradas em cada elemento dentário. Dessa forma, é
importante destacar que é a partir do odontograma que será elaborado o plano preventivo-
terapêutico de cada usuário. Essa primeira avaliação ficará salva e será registrada automaticamente
pelo sistema como 1ª consulta odontológica programática. Sendo assim, os futuros atendimentos
odontológicos a este usuário, tomarão como referência os registros da primeira avaliação (BRASIL,
2019).
É importante ressaltar que, uma 1ª consulta odontológica programática só será registrada
novamente para a mesma pessoa 12 meses após a conclusão do plano preventivo-terapêutico, e
ainda, caso o paciente abandone o tratamento, seis meses após a última consulta (BRASIL, 2019).
o Procedimentos
● PLANO DE TRATAMENTO
Paciente hipotético 1: 35 anos, grande acúmulo de placa e tártaro, lesões cavitadas cariosas nos
elementos 24,25,26,46,47 e necessidade de exodontia dos elementos 16,17,32,33.
● ENCAMINHAMENTOS
● RELATÓRIOS
O acompanhamento das ações de saúde que são realizadas no território é uma tarefa extremamente
importante do cotidiano das equipes de Atenção Básica à Saúde. Esta atividade, além de auxiliar os
trabalhadores a enxergar seu território, exprime o resultado do seu esforço, podendo ser potente
ferramenta de reflexão e transformação do seu processo de trabalho (BRASIL, 2019). O módulo
“Relatórios” permite que trabalhadores e gestores possam visualizar, de forma sintetizada e
sistematizada, as ações de saúde realizadas no território. Entretanto, para maior valor de uso, faz-se
necessário avançar na compreensão da utilização dos relatórios nos serviços e apropriação por parte
das equipes. (GRIMM; TANAKA, 2016).
Para a geração dos relatórios estão disponíveis diversos tipos de filtros de acordo com o tipo de perfil
utilizado: a) Perfil dos profissionais de saúde: acesso apenas aos dados produzidos por sua equipe;
b) Perfil de coordenador (a) / gerente: acesso apenas aos dados do serviço de saúde sob sua gestão;
e, c) Perfil gestor municipal: opções de visualização no âmbito de todo o município, exceto relatórios
operacionais (RIO GRANDE DO SUL, 2019).
Para acessar os relatórios o cirurgião-dentista deverá escolher a sua lotação com o perfil de
coordenador / gerente da unidade e após preencher as informações necessárias para a geração do
relatório, pode imprimir o relatório gerado ou exportar o arquivo para salvá-lo no computador em
forma de tabela.
Os relatórios do sistema e-SUS APS são atualizados automaticamente com a produção diária e
disponibilizam informações agregadas por meio de Relatórios Consolidados, de Produção e
Operacionais. Os Relatórios Consolidados permitem uma visualização da situação cadastral de forma
consolidada, de acordo com a data selecionada. Os Relatórios de Produção permitem uma
visualização agregada de dados de atendimentos individual, odontológico e domiciliar, atividades
coletivas, procedimentos, entre outros, bem como relatórios de resumo de produção com as
quantidades de cada tipo de serviço prestado. Por fim, os Relatórios Operacionais apresentam as
informações individualizadas e identificadas da situação de saúde dos cidadãos do território (RIO
GRANDE DO SUL, 2019).
Esses relatórios são acessados apenas pelos profissionais das unidades de saúde, pois trazem dados
relacionados ao cuidado individual do cidadão. Destacam-se os principais relatórios como
ferramenta de planejamento para a retomada aos atendimentos eletivos, conforme detalhado a
seguir:
Fonte: Rio Grande do Sul (2019).
Obs. 2: No relatório de cadastro individual é possível obter de cada área um quantitativo das pessoas
com necessidades especiais. Todavia, será necessária a listagem nominal dos pacientes e para isso
será preciso a busca ativa do ACS. Para tal, elaboramos um instrumento que pode servir de guia para
essa finalidade. Considerando que o grupo de pacientes especiais é prioritário como preconizado na
literatura, sugere-se o instrumento em anexo como forma de busca ativa para identificação dos
casos de cada área adscrita. Ressalta-se que os critérios para enquadramento como pacientes
especiais são os estabelecidos no Protocolo do Centro de Especialidades Odontológicas lançado pela
Prefeitura do Recife em 2019, todavia sabemos que na Atenção Básica outras condições podem
enquadrar outros pacientes.
6.0 - Teleodontologia aplicada aos cuidados odontológicos da APS
A Teleodontologia é o termo utilizado para caracterizar a área destinada ao uso das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) para suporte clínico assistencial e educacional à distância na área
Odontológica. Atualmente devido ao avanço e maior disponibilidade de novos recursos
tecnológicos, a Odontologia, assim como outras áreas, dispõe da utilização dos chamados
“encontros virtuais” entre os profissionais de saúde e o paciente em alguns casos como alternativa,
principalmente em casos onde a distância ou outros fatores, como a Pandemia de COVID-19 (SARS-
CoV-2), impedirem o encontro físico, havendo a necessidade de substituí-lo.
MECANISMOS DE COMUNICAÇÃO
Os profissionais podem utilizar diferentes mecanismos para realizar a interação, podendo esta
acontecer em tempo real com todas as partes envolvidas (síncrona), ou não (assíncrona).
As ferramentas utilizadas variam de acordo com a necessidade e realidade local de cada serviço. Na
Odontologia podem ser criadas as chamadas discussões Virtuais com objetivo de interação entre
clínicos e especialistas na discussão de casos. Algumas ferramentas utilizadas atualmente variam
desde a chamada telefônica, plataformas virtuais de comunicação como Skype, Zoom, Cisco WebEx,
e-mails, Google Classroom, Hangouts, GoogleMeet,entre outras.
O uso e a indicação de cada ferramenta ficam a critério do objetivo das atividades a serem
executadas.
TELEMONITORAMENTO E TELEORIENTAÇÃO
A teleorientação pode ser feita por ligação telefônica ou algum outro meio digital anteriormente
citado para manter o vínculo com os pacientes, acompanhar os estados de saúde, monitorar se há
sintomas da COVID-19, identificar e dar prioridade a pacientes com lesões suspeitas de câncer de
boca mediante envio de imagens das lesões.
Através dos recursos tecnológicos, também pode ser feito o Apoio matricial à distância,
fazendo com que os profissionais discutam casos específicos por meio de respostas técnico-
científicas baseadas em evidências, tentando solucionar os casos em questão da melhor forma.
O Telemonitoramento objetiva o monitoramento a distância dos paramentos de saúde ou doença
do paciente pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, (TICs) de forma a acompanhar
pacientes de grupos especiais e contemplados na visita domiciliar para realizar orientações/suporte.
É possível acompanhar a distância pacientes que estejam em tratamento, com registro obrigatório
em prontuário de toda e qualquer atuação realizada nestes termos.
O recurso permite ao profissional tirar dúvidas ou fazer orientações sobre o uso de medicação já
prescrita na consulta presencial pelo profissional, bem como em casos de reações adversas, nos
quais o ajuste pode ser feito através das orientações do mesmo. É possível identificar e/ou esclarecer
dúvidas em caso de queixa de dor ou trauma e também orientar sobre higiene bucal e outros
cuidados relacionados à saúde.
MATERIAL DE APOIO
http://sistemas.cfo.org.br/visualizar/atos/RESOLU%c3%87%c3%83O/SEC/2020/226
http://www.crosp.org.br/uploads/arquivo/9fb935f04d1b8e4d8eed246b9e82aa0f.pdf
https://website.cfo.org.br/wp-content/uploads/2020/06/Guia-Esclarecimento.pdf
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-526-de-24-de-junho-de-2020-264666631
7. Protocolo de Biossegurança
1º Passo:
● Reunir os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para a equipe de saúde bucal composta
por um cirurgião-dentista e um auxiliar ou técnico de saúde bucal.
2º passo:
● Retirar todos os adornos (anéis, colares, brincos, piercings, pulseiras e relógios), antes de
vestir os EPI.
*Os cabelos devem estar presos. Deve-se evitar maquiagem e não utilizar barba, pois ambos causam
contaminação aparente ou dificuldade de vedação da máscara. Os calçados precisam ser fechados.
3º passo:
● Higienizar as mãos cuidadosamente com água e sabão.
● Colocar a máscara prendendo-a bem atrás da cabeça e ajustando o clip nasal, para o
completo vedamento.
● Com o cabelo preso, colocar touca descartável começando pela testa em direção à base da
nuca, cobrindo as orelhas completamente.
● Apoie a viseira do protetor facial na testa e passe o elástico pela parte superior da cabeça
5º Passo:
● Vestir avental impermeável , primeiramente, pelas mangas, ajustando as amarras nas costas
e cintura.
● Certifique-se de que o tronco esteja totalmente coberto, bem como os braços e os punhos.
● Ressalta-se a necessidade do uso racional de EPI nos serviços de saúde, pois se trata de um
recurso imprescindível para oferecer segurança aos profissionais durante a assistência.
Após transcorrido o atendimento odontológico, deve-se proceder com a remoção das sujidades e
limpeza da cadeira odontológica e equipo. As soluções utilizadas podem ser: produtos à base de
cloro, como o hipoclorito de sódio ou álcool a 70%. É importante frisar que o profissional que
realizará este trabalho deve estar paramentado com todos os EPIs.
Pode-se utilizar a seguinte ordem para a limpeza:
1. Remover todas as barreiras de proteção da cadeira odontológica e equipo e descartá-las no
lixeiro adequado;
2. Proceder com a limpeza friccional das superfícies da cadeira e equipo, sempre em sentido
único, sempre atento às superfícies de maior contato e exposição, tais como: foco de iluminação,
alça do refletor, botões, braços e encostos da cadeira, mesa de instrumental etc.;
2. Remoção dos lixos secos e orgânico-contaminados, bem como a reposição de sacos novos e
vazios, conforme as orientações sanitárias.
*É importante que a equipe de saúde bucal oriente e sensibilize a equipe de serviços gerais quanto
à importância do trabalho da equipe em realizar a limpeza frequente e repetitiva mesmo que
aparentemente limpas
7.1.5 Esterilização
Após a finalização dos atendimentos odontológicos os materiais devem ser levados ao setor de
esterilização.
1. É importante que o manuseio dos materiais seja feito com o máximo de cuidado, para que
não ocorra a contaminação tanto do profissional, quanto de outras superfícies, sempre utilizando os
EPIs necessários, tais como avental, luvas de borracha, máscara, gorro e óculos de proteção;
2. Os instrumentais que possuem mais de uma parte devem ser desmontados; pinças e tesouras
devem ser abertas, expondo ao máximo suas reentrâncias para facilitar a posterior limpeza;
3. Deve-se proceder com a limpeza manual de todos os instrumentais, com uma escova de
cerdas macias e cabo longo, removendo todos os detritos que ainda estejam presentes no material.
Logo após, proceder com o enxágue;
7.1.6 Desparamentação
● As luvas devem ser removidas com cuidado para não haver contato do fluido que está na luva
com a sua mão;
● Primeiro, segure uma das luvas pela parte externa na parte superior do pulso e a retire,
puxando-a e virando-a de dentro para fora;
● Depois, segure a luva que acabou de remover em sua mão ainda enluvada e, em seguida,
com a mão sem luva, retire a segunda luva, puxando-a pela parte de dentro e virando-a do avesso,
deixando a primeira luva dentro da segunda;
● Descarte as luvas em lixo apropriado.
● Solte as amarras do avental, em seguida empurre-o pelo pescoço e ombros, tocando apenas
na parte interna do avental;
● Retire o avental pelo avesso, enrole-o e descarte em lixo apropriado.
● Para retirar a touca/gorro, puxe pela parte superior central, sem tocar nos cabelos.
● Descarte em lixo apropriado
Obs.: De maneira a minimizar o risco da desparamentação, podem ser mantidos o gorro e máscara
em atendimentos sequenciais.
Após a retirada da N95, acondiciona-la em um invólucro limpo e respirável, como um saco de papel,
ou saco plástico com furos, para evitar umidade e registrar o nome do profissional além da data da
sua primeira utilização.
Fonte: EBSERH; UFPE, 2020
● A máscara N95 poderá ser reutilizada por até 7 dias desde que esteja bem acondicionada,
seca, com a vedação funcional, limpa e com o elástico em perfeito estado.
● A máscara cirúrgica não deve ser sobreposta à máscara N95 ou equivalente, pois além de não
garantir proteção de filtração ou de contaminação, também pode levar ao desperdício de mais um
EPI, o que pode ser muito prejudicial em um cenário de escassez.
● O descarte da máscara N95 antes do período indicado deverá ser comunicado a Coordenação
Distrital de Saúde bucal para reposição em tempo hábil de não prejudicar o funcionamento do
serviço.
• Deve-se considerar no momento da limpeza dos ambientes que os aerossóis produzidos nos
procedimentos odontológicos permanecem no ar, sendo necessário, portanto, que o ambiente deve
ser arejado, ao término de cada atendimento, durante o tempo de limpeza interconsulta. Desta
forma, recomenda-se um tempo de intervalo de 15 minutos para procedimentos que não geram
aerossol e no máximo 30 minutos para procedimentos que geram aerossol;
• Limpeza é a remoção das sujidades das superfícies inanimadas, por meio de meios mecânicos
(fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes).
• Limpar e descontaminar as superfícies são atitudes básicas, mas fundamentais para o controle da
disseminação de infecções. Nos serviços de saúde, estas atitudes visam garantir aos usuários um
ambiente limpo e com a menor carga de contaminação possível, diminuindo a transmissão de
infecções.
Limpeza de pisos
Técnicas de limpeza de pisos:
• Iniciar sempre pela limpeza úmida do piso, do local menos contaminado para o mais contaminado
e do mais alto para o mais baixo nível. Para a limpeza úmida ensaboar, enxaguar e secar. Evitar o uso
de aspirador de pó e a varredura seca, que favorecem a dispersão de microrganismos.
• Ensaboar: fricção com sabão ou detergente.
• Enxaguar: remover o sabão ou detergente.
• Secar
• Sempre que necessário, recolher todo o resíduo com auxílio de uma pá coletora, evitando que
resíduos sejam transportados de um local ao outro.
• Desprezar os resíduos recolhidos em lixeira apropriada (lixeira de resíduo infectante).
Ao término da limpeza
Realizar a limpeza do piso nos consultórios odontológicos diariamente e nos intervalos entre turnos
ou quando necessário. Não manipular portas com luvas. A limpeza das superfícies deve ser realizada
ao final de cada jornada de trabalho ou entre uso/atendimento de usuários, dependendo do agente
saneante que for utilizado para descontaminação. Sala de atendimento, sala de esterilização e
banheiros devem ser limpos diariamente.
8. Reorganização das atividades de Educação em saúde bucal
As recomendações dos órgãos de saúde para conter o avanço do vírus no Brasil revelou muitos
limites e desafios para os profissionais de saúde, principalmente em relação às práticas de
educação em saúde, que sempre foi pautada num histórico de ações tradicionais e verticalizadas.
Partindo do conceito proposto por Schall e Struchiner (1999), que definem a educação em saúde
como um campo multifacetado, formado por diferentes concepções advindas tanto da área da saúde
quanto da educação, é necessário ampliar e buscar novas formas práticas dessa forma de educar
nas unidades de saúde e comunidades.
Na saúde, especificamente, promover os diálogos entre teoria e prática é essencial para
compreender todo esse processo e requer a participação do indivíduo, lhe proporcionando maior
compreensão sobre o seu contexto de vida e realidade (PALÁCIO e TAKENAMI, 2020).
Neste sentido de readequação e mudança na forma de atuar nos serviços de saúde, em especial a
atenção básica, é necessário se pensar formas de atuação que rompam essas concepções
tradicionais de se fazer educação em saúde, ainda mais neste momento em que as ações presenciais
em escolas, creches, grupos e território de uma forma geral encontram-se impossibilitadas.
Sendo assim, as seguintes sugestões poderão ser implementadas para que se possa alcançar uma
maior efetividade no âmbito das práticas de educação em saúde:
Consultas clínicas:
É importante não só manter, como também ampliar as ações de educação em saúde a nível
individual durante as consultas, despendendo, inclusive, um tempo maior para conversar com o
paciente sobre as formas de cuidar da saúde bucal. Outra sugestão é aproveitar o tempo de espera
que será utilizado para a desinfecção da sala para fazer esta atividade, sendo necessário, neste caso,
o uso de uma sala desocupada na unidade.
Salas de espera:
As ações na sala de espera podem e devem ser continuadas, sempre tomando os devidos cuidados
utilizando todos os EPI, praticando o distanciamento social e evitando aglomerações no espaço.
Visitas domiciliares:
Conversas com os familiares e pacientes durante as visitas domiciliares poderão compor esse escopo
de educação em saúde. De preferência, as ações deverão ser feitas em áreas abertas e ventiladas,
sempre seguindo todas as recomendações de proteção.
Considerando o nível globalização da sociedade, que está cada vez mais conectada pelo uso da
internet torna-se necessário traçar estratégias e formas de utilização desse meio que beneficiem as
ações nos serviços de saúde, sobretudo no âmbito da educação. Durante a pandemia ocorreu uma
produção incomparável de informações e conteúdos técnicos e científicos sobre a Covid-19. o
objetivo é que estes conteúdos passem a abranger todas as outras temáticas referentes à saúde,
capilarizando as formas de educação em saúde.
Para isso, podemos lançar mão da produção de materiais educativos em formato de vídeos, folders,
cards, podcasts, slides, cartilhas, desenhos e todas as formas possíveis que facilitem a compreensão
e cheguem de forma rápida e efetiva nos usuários e comunidades através das ferramentas e
aplicativos disponíveis na web.
Abaixo seguem algumas sugestões de uso das principais redes sociais digitais para a divulgação dos
materiais que venham a ser produzidos.
-Whatsapp:
Poderão ser feitos grupos fechados com usuários da comunidade apenas para a divulgação de
materiais educativos. o formato de grupo fechado é indicado para que não ocorram assuntos
aleatórios e não condizentes com a proposta inicial do grupo.
Outro formato poderá ser um grupo aberto, onde apenas dúvidas e debates sobre questões de saúde
poderão ser feitos, facilitando desta forma a comunicação e organização do ambiente online.
-Facebook:
Podem ser criadas páginas específicas das equipes de saúde bucal da unidade para compartilhar
informações, materiais, avisos e demais conteúdos específicos para a saúde.
-Instagram:
Da mesma forma que o facebook, no instagram também podem ser criadas páginas ou perfis das
equipes de saúde bucal da unidade para divulgar informações e conteúdos, além disso, pode-se
aproveitar a plataforma para realização de lives e debates sobre determinados temas de saúde.
Lembrando que existem diversos outros aplicativos e ferramentas na internet que podem ser
utilizadas para as ações de educação em saúde.
-Telessaúde - teleorientação:
O uso de tecnologias como computadores, tablets e telefones (fixo e celular) também pode ser
vantajoso. Algumas unidades de saúde já dispõe dessas tecnologias próprias e seu uso para
conversar e orientar os pacientes quanto à correta higienização bucal, acompanhar e monitorar pós-
operatórios, utilizar meios de prevenção de cáries e doenças periodontais, promoção da saúde e
diversos outros temas de orientação.
9.Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de atenção Primária à Saúde. e-SUS Atenção Básica :
Manual do Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão PEC – Versão 3.1 [recurso
eletrônico]. Brasília, 2019 . Disponível em: <http://aps.saude.gov.br/ape/esus/manual_3_1/>
. Acesso em: 12 jul. 2020.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de atenção Primária à Saúde. e-SUS Atenção Básica :
Manual do Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão PEC – Versão 3.2 [recurso
eletrônico]. Brasília, 2019 . Disponível em: <http://aps.saude.gov.br/ape/esus/manual_3_2/>
. Acesso em: 07 jul. 2020.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de atenção Primária à Saúde. Notícias: Portaria traz
mudanças para tabela do SUS. Brasília, 2020. Disponível
em: <https://aps.saude.gov.br/noticia/9136> . Acesso em: 10 ago. 2020.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de atenção Primária à Saúde. Manual CIAP2. Brasil, 2020.
Disponível em: < http://www.sbmfc.org.br/wp-
content/uploads/media/file/CIAP%202/CIAP%20Brasil_atualizado.pdf>. Acesso em 07 ago. 2020
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 526, de 24 de Junho de 2020. Inclui, altera e exclui
procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais
Especiais do SUS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, jun. 2020. Disponível em:
< https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-526-de-24-de-junho-de-2020-264666631 > Acesso
em: 07.ago. 2020.
RIO GRANDE DOS SUL, Secretaria de Saúde, Atenção Básica do RS, Programas e ações: e-SUS
AB. Uso da CIAP2 no PEC e-SUS AB. Porto Alegre, 2019. Disponível
em:<https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201909/09104712-ciap2-no-e-sus-
ab.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2020.
RIO GRANDE DO SUL. Curso a distância de atualização para implementação e uso do sistema
de informação e-SUS/AB 4.0 na APS para Profissionais da Saúde e Gestores Telessaúde.
Módulo 8 e-SUS APS: Relatórios. Porto Alegre: UFRGS. Porto Alegre, 2020. Disponível em:<
https://www.ufrgs.br/telessauders/noticias/inscricoes-abertas-para-o-curso-sobre-o-e-sus-aps/>.
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Primary Dentition: A Systematic Review and Meta-analysis. Caries Res, v. 53, n. 1, p. 24–
32, 2019.
O INASB classifica o risco familiar a partir de dois critérios que se complementam: o tipo de
moradia (TM) e a escolaridade materna (EM).
Quanto ao tipo de moradia, as famílias podem ser classificadas em alto risco se a casa for
de material reciclado ou madeira; médio risco se a casa é de taipa, que pode ser revestida
ou não; e, de baixo risco se o imóvel é de Tijolo/Adobe. Deste modo, deve-se registrar um
X, na terceira coluna do Quadro “Classificação de risco familiar, quanto ao tipo de moradia
(TM)”, o material correspondente ao da casa. Por exemplo, se a casa é de madeira, registra-
se um X na casela da terceira coluna (Condição da moradia familiar), que corresponde ao
material madeira. Como casa de madeira indica alto risco para TM, registra-se também na
última coluna com um X o Risco familiar identificado, que no caso é Alto risco para TM.
Quanto à escolaridade materna, as famílias podem ser classificadas em alto risco se a mãe
for analfabeta ou alfabetizada; médio risco se a mãe estudou do 1º ao 4º ano; e, de baixo
risco se a mãe estudou do 5º ao 9º ano ou mais. Deste modo, deve-se registrar um X, na
terceira coluna do Quadro “Classificação de risco familiar, quanto à Escolaridade Materna
(EM)”, a condição da escolaridade materna identificada. Por exemplo, se a mãe estudou até
o 9º ano, registra-se um X na casela da terceira coluna (Condição da escolaridade materna
identificada), que corresponde à escolaridade materna até o 9º ano. Como esta escolaridade
indica baixo risco para EM, registra-se também na última coluna com um X o Risco familiar
identificado, que no caso é Baixo risco para EM.
Para se obter o INASB familiar, é preciso considerar o quadro à direita do instrumento, que
classifica as famílias a partir do risco familiar para TM e EM. Por exemplo, o caso acima, em
que o risco familiar para tipo de moradia foi considerado alto porque a casa é de madeira e,
a mãe estudou até o 9º ano, indicando baixo risco familiar para EM, no quadro indica que o
INASB dessa família é alto.
1. As caselas da coluna “B” (Nome) até a coluna “H” (Data de Nascimento) serão
preenchidas com os dados demográficos dos usuários relacionados nos relatórios
anteriormente citados (e-SUS, sistema Hórus, PBF, etc., tais como: Gestantes, Diabéticos,
Hipertensos, Crianças de 0 a 5 anos, Pessoas com Necessidades Especiais);
1. Coluna “K”: preencher com “Sim” ou “Não” caso o usuário pertença ou não a uma
família beneficiária do programa;
1. Coluna “L” à coluna “O”: preencher com “1” ou “0” caso o usuário tenha (1) ou não
(0) a doença ou condição descrita no título da coluna (Tuberculose, Hanseníase, Tabagismo
e Etilismo);
1. Colunas “P” (Data da Última Menstruação - DUM) até “T”: dados da GESTANTE:
Coluna “Q” preencher com “Sim” ou “Não”, caso a gestante esteja fazendo o pré-natal na
USF. A coluna “R” é de preenchimento automático, calculado a partir da data da DUM e
data de ‘hoje”, portanto não deve ser preenchida, o programa Excel ® fará o cálculo. A
coluna “S” será preenchida com a data da última consulta odontológica com base no
relatório do e-SUS ou prontuário da gestante. Na coluna “T” preencher com “Sim” ou Não”
se a gestante apresenta ou não, respectivamente, alguma alteração de tecido mole na
cavidade bucal;
1. Coluna “U”: preencher com “Sim” ou “Não” caso o usuário apresente essas
condições atualmente
1. Coluna “V”: preencher com “Sim” ou “Não” caso o usuário tenha tido diagnóstico
confirmado de COVID-19
1. Da coluna “W” à coluna “AG” os dados são relacionados à situação familiar, para o
cálculo da classificação de risco familiar proposto por Coelho & Savassi. Portanto preencher
com o número (o quantitativo) de indivíduos na família que possuem aquela condição.
Exemplo: se a família tem dois acamados, na coluna “W”, preencher com o numeral “2”; se
tem um indivíduo com deficiência física (coluna “X”), preencher com o numeral “1”; se não
tem ninguém com deficiência mental (coluna “Y”), preencher com o umeral “0” e assim por
diante;
Este instrumento piloto foi construído como mais uma sugestão para auxiliar as eSB na
organização da demanda dos pacientes que apresentam HAS e/ou DM. Tem o objetivo de
investigar a presença de fatores de risco modificáveis, como: tabagismo, etilismo,
sedentarismo e alimentação inadequada; fatores de risco não modificáveis, como
predisposição genética, além da presença, ou não, de fatores que possam impactar no
cuidado de cada paciente que apresenta essas Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DNCT).
O instrumento foi construído nas versões impressa e digital para ser utilizado de acordo com
a conveniência da eSB e deverá ser respondido através do telemonitoramento.
https://drive.google.com/file/d/1qeSFtsg2fLA9hTGKYvbI3qpYlDnJTDfl/view?usp=sha
ring
1. As caselas das colunas “A” (Nome) até a coluna “F” (Data de nascimento) deverão
ser preenchidas com os dados de identificação dos usuários que possuem diagnóstico de
HAS e/ou DM. Esses dados já foram acessados quando a equipe realizou o preenchimento
dos instrumentos para estratificação de risco familiar, citados anteriormente;
2. Coluna “G”: é de preenchimento automático com a idade do usuário, atualizada a
cada 24 horas (não preencher. Calculada pelo Excel ®);
3. As colunas “H” e “I” deverão ser preenchidas com “SIM” ou NÃO” de acordo com a
presença ou não da comorbidade questionada;
4. As colunas “J” até “W” são para respostas das 7 perguntas do instrumento. A
resposta para cada pergunta poderá ser “SIM” ou “NÃO” e deverá ser representada pelo
número 1 (um) ou pelo número 0 (zero). O número 1 deverá ser registrado na casela da
coluna, apenas quando a pior condição estiver presente. Como exemplo, na primeira
pergunta: Apresentou um ou mais desses sintomas nos últimos 6 meses: Dor de cabeça?
Tontura? Dor precordial? Apresentar essas condições é uma situação ruim para o paciente,
portanto, se ele responder “SIM” (que apresentou algum desses sintomas) deverá se colocar
o número 1 (um) na coluna do “SIM” da 1ª pergunta e 0 (zero), na coluna do “NÃO”; mas,
se nessa mesma questão, a resposta for “NÃO”, que não apresentou nenhum dos sintomas
(condição desejada) deverá se escrever 0 (zero) nas duas colunas, tanto na do “SIM”,
quanto na do “NÃO”. Outro exemplo é a questão 3: Está tomando os medicamentos de
acordo com o prescrito? Se o paciente não estiver utilizando corretamente suas medicações
para HAS e/ou DM, o “NÃO”, nessa situação, será a condição não desejada, então, deverá
se colocar o número 1 (um) para a coluna do “NÃO” e 0 (zero) para a coluna “SIM”. Se o
paciente responder “SIM”, está tomando corretamente suas medicações, coloca-se o
número 0 (zero) nas duas opções de respostas e, assim, segue-se respondendo até a 7ª
pergunta;
5. A coluna “X” (Pontuação) é de preenchimento automático e fornecerá o somatório
dos números colocado para cada pergunta. A coluna “Y”, também de preenchimento
automático, indicará o preditor de risco de acordo com os seguintes escores: 0 a 2 (Baixo
Risco), 3 a 5 (Médio Risco) e ≥ 6 (Alto Risco).
Vale destacar que cada linha representa um paciente diferente.
ANEXO 3
ACS:
● Critérios Gerais Grupo 1 (APS)
1. Deficiência física, auditiva ou visual