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Teste A2

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

GRUPO DISCIPLINAR DE HISTÓRIA 10º. ANO

2º. TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVO


ESCOLA SECUNDÁRIA DE SÃO JOÃO DO
ESTORIL
DISCIPLINA: História B Duração: 90 mn +
10 mn de
ANO LETIVO 2017/2018 Professor: Jorge Penim de Freitas tolerância

 Identifique claramente os grupos e os itens a que responde.


 Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
 É interdito o uso de «esferográfica-lápis» e de corretor.
 As cotações da prova encontram-se na página 6.
 Nos itens de resposta aberta com cotação igual ou superior a 20 pontos, cerca de
10% da cotação é atribuída à comunicação em língua portuguesa.

Grupo I

Documento 1
Fui ver a praça onde se reúnem os comerciantes para tratar dos negócios do seu comércio
desde o meio-dia até à uma e meia. […] A este lugar chamam bolsa e aqui se podem ver
comerciantes de todas as nações […]. Sobretudo nada é tão interessante como observar a
pressa daqueles a quem chamam corretores, que são os homens empregados pelos grandes
comerciantes para negociar as letras de câmbio ou os seus outros assuntos, e vê-los correr de
um lado para o outro da praça; qualquer pessoa pensaria que são loucos.
(“Memórias e Cartas do Barão Charles Louis Pollnitz” in Immanuel Wallerstein, O Sistema
Mundial Moderno, vol. II, Ed. Afrontamento, 1994)

Documento 2
Não obstante as guerras contínuas que as Províncias Unidas tinham de sustentar contra a
Espanha, dando-lhes a sua felicidade e a prosperidade das suas armas ocasião para estender a
sua conquista até às Índias do Ocidente e do Oriente […], várias companhias se fundaram para
fazer progredir o seu negócio num e noutro mundo com vista a tirar proveito das Índias. […]
Elas formaram, em 1602, a célebre Companhia do Oriente. […] Esta Companhia tem sido
favorecida de tanta felicidade e prosperidade que se lhe pode chamar a primeira e a mais bela
do mundo.
(História Resumida das Províncias Unidas dos Países Baixos, onde se veem os seus progressos,
as suas conquistas […], carta nº 5, Amesterdão, Jean Malherbe, 1701)

1. Partindo dos documentos 1 e 2, explicite três condições que fizeram de Amesterdão o


centro da economia europeia e mundial no século XVII.

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Documento 3
Para o progresso do armamento marítimo e da navegação que, sob a proteção e a bondade da
Providência Divina, tanto interessam à prosperidade, segurança e poderio deste reino […],
nenhuma mercadoria será importada ou exportada das regiões, ilhas ou territórios
pertencentes a Sua Majestade* ou na posse de Sua Majestade na Ásia, América e África,
noutros barcos que não aqueles que, sem qualquer fraude, pertencem a súbditos ingleses,
irlandeses ou galeses, ou ainda a habitantes dessas regiões, ilhas, plantações e territórios, e
que sejam comandados por um capitão inglês e guarnecidos de uma tripulação em três
quartos inglesa […]. Nenhum estrangeiro nascido fora da soberania do nosso senhor e rei, ou
não naturalizado, poderá exercer o ofício de mercador ou de transportador em qualquer dos
locais acima citados, sob pena de confiscação de todos os seus bens e mercadorias […].

(Ato de Navegação de 1660)

* Carlos II de Inglaterra.

2. O Ato de Navegação de 1660 tinha por objetivo...

(A) contrariar o mercantilismo francês, que até então dominava totalmente os


circuitos comerciais da Europa.
(B) contrariar a livre circulação de produtos na Europa, tornando-a um exclusivo da
Coroa britânica.
(C) implementar medidas mercantilistas, de forma a desenvolver a marinha e a
proteger o comércio inglês da concorrência estrangeira, em particular da holandesa.
(D) implementar medidas mercantilistas, de forma a assegurar a fiscalização rigorosa,
controlo de qualidade e transporte de todas as manufaturas inglesas.

Documento 4 – Cena de batalha da Guerra dos Sete Anos (1756-1763)

3. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) caracterizou-se por...

(A) ter decorrido noutros continentes, para além da Europa; ter resultado no equilíbrio
de forças entre a Inglaterra e a França; e ter consagrado o poderio militar e comercial
da França.
(B) ter decorrido principalmente na Europa; ter resultado na perda de colónias e
territórios por parte da Holanda; e ter consagrado o domínio colonial e marítimo da
Inglaterra.
(C) ter decorrido noutros continentes, para além da Europa; ter resultado na perda de
colónias e territórios por parte da Inglaterra; e ter consagrado o domínio colonial e
marítimo da Holanda.

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(D) ter decorrido noutros continentes, para além da Europa; ter resultado na perda de
colónias e territórios por parte da França; e ter consagrado o domínio colonial e
marítimo da Inglaterra.
Grupo II

Documento 5 – Opinião de um viajante francês sobre a cidade de Norwich – Inglaterra (1784)


Ouviram frequentemente dizer que Norwich é a maior cidade inglesa a aeguir a Londres. […]
Estima-se que tenha 40.000 habitantes, dois terços dos quais trabalham em fábricas. […]
Esta cidade tem a vantagem de se localizar aproximadamente no centro do país e de ser
rodeada por boas terras cultivadas, o que garante, por completo, o abastecimento dos
produtos [agrícolas] necessários ao centro urbano. Situa-se numa área onde abundam os
cereais de todo o tipo, onde se criam diferentes raças de animais e onde se fazem bons
negócios com o malte, já que este é vendido na Escócia e noutras partes da Inglaterra. […]
Uma [outra] vantagem inestimável da localização de Norwich deriva do seu rio e da sua
proximidade a Yarmouth. O rio Yare é navegável por barcos de 40 a 60 toneladas. É pelo rio
que Norwich se abastece de cereais e de carvão, cujo consumo é considerável; […] de lã vinda
de diferentes regiões da Inglaterra e da Irlanda; em suma, dos bens de consumo de que
precisa e das matérias-primas para as suas fábricas. Toda a produção é transportada para
Yarmouth e, a partir desse porto, as mercadorias exportam-se para toda a Europa.
(F. A de La Rochefoucauld, A Frenchman’s Year in Suffolk: French impressions of Suffolk life in
1784)
4. A revolução agrícola, que transformou a região de Norwich «numa área onde abundam os
cereais de todo o tipo» e «onde se criam diferentes raças de animais» (documento 3, linhas
5 e 6), contribuiu para o arranque industrial, ao promover…

(A) a libertação de mão de obra dos campos e o fornecimento de matérias-primas


como a lã.
(B) o sistema trienal de rotação de culturas e o grande desenvolvimento da produção
de algodão.
(C) o sistema de «campo aberto» e a divisão da propriedade pelos pequenos
camponeses.
(D) o aumento do número de pequenos proprietários e a acumulação de capitais nas
suas mãos.

5. A vantagem da localização de Norwich, que lhe permitia «o abastecimento dos produtos


[agrícolas] necessários ao centro urbano» (documento 3, linhas 4 e 5), contribuiu para …

(A) o domínio dos mercados coloniais que assegurou a supremacia económica


britânica.
(B) a criação de barreiras à livre circulação interna, que limitaram o crescimento
urbano.
(C) a constituição de um forte mercado interno favorável ao desenvolvimento
económico e ao crescimento da população urbana.
(D) a consolidação do domínio comercial britânico sobre as regiões periféricas da
Europa.

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Documento 6 – Máquina a vapor de James Watt

6. Explique a importância da máquina a vapor no processo de industrialização britânico.

Grupo III

Documento 7
Diz-me Vossa Mercê que está lastimoso o comércio do Reino, porque as nossas mercadorias,
por falta de valor, não têm saca*, e os estrangeiros, para se pagarem da que metem no Reino,
levam o dinheiro. Mal é este que pede remédio pronto, porque, se continua, se perderão as
Conquistas e o Reino: as Conquistas, porque a sua conservação é dependente do valor dos
frutos que nelas se cultivam […]; o Reino, porque o dinheiro é o sangue das Repúblicas, e
sucede no corpo político com a falta de dinheiro o mesmo que sucede no corpo físico com a
falta de sangue.
(Duarte Ribeiro de Macedo, Discurso sobre a Introdução das Artes no Reino, 1675)
*saca = venda.

Documento 8
A primeira fábrica que se deve cuidar é a dos panos […] solicitando pessoas que entrem neste
negócio, fazendo com elas contratos favoráveis, concedendo-lhes privilégios e mercês,
ordenando-se que na Alfândega se não despachem panos grossos de fora do Reino, porque
aos estrangeiros só lhes é permitido introduzir os finos, e depois de estabelecidas as fábricas
se podem proibir estes. […]
A fábrica de chapéus, meias e fitas se deve também renovar, procurando-se de fora artífices
que fabriquem estes géneros com tal brevidade que se possa usar deles, ainda que sejam mais
caros. Devem-se proibir às mulheres os mantos de seda de fora, permitindo-se-lhes só os de
sarja, e de Lamego. A fábrica de vidro e de papel estão principiadas, e pondo-se cuidado se
poderão estabelecer de modo que se escusem estes géneros de fora. […] Deve-se proibir todo
o ouro e prata nos vestidos, e mandar guardar a última pragmática.

4
(Consulta do Conselho da Fazenda, 1678)

Documento 9 – Exploração de ouro no Brasil, primeira metade do século XVIII

Documento 10
Art. 1.º - Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete, tanto em seu próprio nome como
de seus sucessores, admitir para sempre, daqui em diante, no Reino de Portugal, os panos de
lã e mais fábricas de lanifícios de Inglaterra, como era costume até ao tempo que foram
proibidos pelas leis […].
Art. 2.º - É estipulado que Sua Sagrada e Real Majestade Britânica, em seu próprio nome e no
de seus sucessores, será obrigada para sempre, daqui em diante, a admitir na Grã-Bretanha os
vinhos de produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja paz ou guerra entre os
reinos de Inglaterra e de França) não se poderá exigir de direitos de Alfândega […] mais que o
que se costuma pedir para igual quantidade ou medida de vinho de França, diminuindo ou
abatendo numa terça parte do direito do costume.
(Excerto do texto do Tratado de Methuen, assinado em Lisboa em 27 de dezembro de 1703)

7. Desenvolva, a partir dos documentos de 7 a 10, o seguinte tema:

Portugal no contexto da ascensão económica da Inglaterra, entre os finais do século XVII e a


primeira metade do século XVIII.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos de cada um dos seguintes
tópicos:
 Situação da economia portuguesa nos anos 70 do século XVII.
 A política mercantilista do Conde da Ericeira: objetivos e medidas tomadas.
 O ouro brasileiro e o Tratado de Methuen: consequências.

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Documento 11 – Uma descrição de Portugal durante o reinado de D. José I
Durante a minha estadia em Portugal, em 1765 e 1766, existiam em Lisboa 386.000 almas. […]
Ao pisar pela primeira vez Lisboa, […] entro na soberba Rua Augusta, que era nova e ainda
estava incompleta […]. Termina esta rua no Rossio […]. Chegado a esta praça, reparei num
palácio que me disseram ser o do Santo Ofício. […] O Marquês de Pombal havia enfraquecido
este tribunal para o substituir por um outro com funções de inquisição política, que, durante o
governo deste ministro, imitou as iniquidades que outrora se faziam na inquisição religiosa. […]
Não bastava ao Marquês ver-se elevado ao poder absoluto – era necessário mantê-lo e, de
facto, manteve-o até ao último suspiro de D. José I. […] Existiam ainda na corte senhores
extremamente poderosos. Havia os jesuítas que dominavam a consciência do Rei e havia
também que contar com os outros membros da família real. Era, portanto, necessário apagar
ou destruir o crédito de todos estes concorrentes ao mesmo favor. E era para alcançar este fim
que ele não se cansava de fantasiar conjuras e atentados, que lhe serviam de pretexto para se
ir desfazendo de todos aqueles que podiam contrabalançar a sua influência.

(José Gorani, Portugal – A corte e o país nos anos de 1765 a 1767, Ed. Ática, Lisboa, 1945)

8. Refira três das medidas da política pombalina refletidas no documento 11.

9. Para a prosperidade económica de finais do século XVIII e início do século XIX, Portugal
beneficiou de uma conjuntura internacional favorável à reexportação dos seus produtos
coloniais, em resultado da...

(A) emancipação do Brasil e de outras colónias americanas e asiáticas.


(B) instabilidade associada às lutas contra o domínio holandês em algumas regiões do
Brasil.
(C) estabilidade político-social então sentida em França e em Inglaterra.
(D) independência de colónias britânicas na América e dos conflitos entre a França e a
Inglaterra.

Cotações
Questão Cotação Questão Cotação Questão Cotação
Grupo I Grupo II Grupo III
1. 40 4. 6 7. 60
2. 6 5. 6 8. 30
3. 6 6. 40 9. 6

Total 200

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