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HISTÓRIA: Resumo

No século XIX, em virtude do processo de industrialização e desenvolvimento do capitalismo industrial e financeiro, as


grandes potências económicas sentiram ser necessário alargar os seus mercados e explorar novas fontes de matérias-primas.

A Europa reforçou a sua posição dominante em relação aos restantes continentes, exercendo maior influência sobre os povos
colonizados dos continentes africanos e asiático, ao nível:

 nível económico
 financeiro
 científico,
 técnico
 cultural.

As grandes potências europeias eram Inglaterra, a Alemanha e a França. A Europa contribuía com:

 cerca de metade da produção industrial


 possuía uma importante frota mercantil
 era responsável por grandes investimentos em pontes, vias-férreas, canais e barragens.

A Europa dominava o mundo ao nível económico, político e cultural: Colonialismo e Imperialismo.

As principais potências europeias, Inglaterra, a Alemanha e a França , pretendiam alargar os seus impérios

O imperialismo – foi exercido pelos países europeus mais industrializados como forma de domínio político e económico sobre
as regiões menos desenvolvidas. Este domínio foi sendo cada vez maior devido aos processos de industrialização, havendo a
necessidade de procura de matérias-primas e novos mercados essenciais ao crescimento da indústria europeia.

O colonialismo – nova etapa, com a influência europeia sobre os territórios não autónomos em três domínios:

 económico: as colónias forneciam matérias-primas mais baratas e eram consumidoras dos excedentes industriais;
 político e militar: os espaços coloniais representavam a grande afirmação das várias potencias europeias;
 técnico – científico: visível nas invenções que aconteceram durante o sec. XIX, dando à Europa lugar de destaque.
 Ideológico e cultural: os colonizadores europeus, consideravam-se superiores e em relação aos povos submetidos
(racismo), e tentavam impor a religião, a língua, as formas de vida e de administração aos povos dominados.

Como África era um continente que possuía muitas riquezas naturais, tornou-se mais apetecível, originando disputa entre as
potências europeias.

A Conferência de Berlim (1884-1885): realizou-se para resolver a questão da partilha de África, onde se fixou o princípio da
ocupação efetiva, ou seja, apenas os países que tivessem meios para ocupar os territórios, poderiam ter colónias, o que originou
o FIM DO TRADICIONAL DA DIREITO HISTÓRICO DA DESCOBERTA.

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Portugal propôs-se unir Angola e Moçambique, ocupando a faixa territorial que separava as duas colónias. Todavia, este
projeto, conhecido como “mapa cor-de-rosa”, apresentado, em 1886, pela Sociedade de Geografia de Lisboa, colidia com os
interesses ingleses de ligar o Cairo (Egito) ao Cabo (África do Sul).

O Governo português propõe:

O Mapa cor-de-rosa (1886) - Portugal pretendia unir os territórios que se encontravam entre Angola e Moçambique

Chocava com os interesses ingleses, pelo que, a Inglaterra fez a Portugal um ultimato - Ultimato inglês (1890)

• Exige a retirada das tropas portuguesas desses territórios

• Portugal, com receio de perder as relações diplomáticas com Inglaterra, cede ao ultimato, acentuando a crise
politica no país.

Com estes movimentos expansionistas as potencias europeias formaram vastos impérios coloniais. A Inglaterra e a França
possuíam cerca de 80% dos territórios dominados.

No início do século XX, após a partilha de África, assistiu-se a um fortalecimento do colonialismo e do imperialismo. Neste
sentido, as grandes potências partilhavam entre si grande parte dos territórios dos continentes africano e asiático. Também os
Estados Unidos da América aumentavam a sua influência na América Latina, e o Japão, no Oriente.

Todavia, este reforço das políticas imperialistas dos países europeus, bem como dos Estados Unidos da América e do Japão
resultou em rivalidades económicas e conflitos de interesses entre estes países, sendo uma ameaça à PAZ, originando

 Concorrência económica entre Inglaterra, França e Alemanha, pela posse de áreas ricas em matérias-primas e dos
mercados;
 Aumento das tensões nacionalistas: valorizando os feitos históricos de cada nação e aumentando assim o ódio contra
as nações rivais – chamando-se Sentimento exacerbado do nacionalismo, principalmente entre alemães e russos, que
defendiam a superioridade das suas raças (pangermanismo e pan-eslavismo);
 Disputas políticas entre vários países: a França impunha à Alemanha que esta lhe devolvesse a Alsácia e a Lorena; a
Polónia e a Finlândia pretendiam a sua autonomia; a região dos Balcãs desejava libertar-se do Império Austro-
Húngaro e da Turquia, contando, para o efeito, com o apoio da Rússia
 A Itália pretendia ocupar territórios que fossem do Império Austro-húngaro que considerava seus, e ocupar novas
terras em África;

É neste cenário de forte rivalidade económica e política que as potências europeias se vão empenhar numa corrida aos
armamentos e na formação de alianças diplomáticas e militares:

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 a Tríplice Aliança, constituída em 1882 e que unia a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália;

 e a Tríplice Entente, formada em 1807, que aliava a França, a Inglaterra e a Rússia.

A política das alianças na Europa entre os finais do


século XIX e inícios do século XX

Neste clima de paz armada, onde as tensões entre as diversas potências eram evidentes, qualquer incidente poderia ser o
rastilho de um grave conflito internacional.

E assim aconteceu. No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austro-húngaro, foi
assassinado em Sarajevo por Gravilo Princip, um estudante nacionalista sérvio.

Perante este acontecimento:

 a Áustria-Hungria, com o apoio da Alemanha, declarou guerra à Sérvia;


 a Rússia e a França apoiam a Sérvia;
 a apoio russo e francês à Sérvia desencadeou o mecanismo de alianças.
 Consequentemente, a Alemanha declarou guerra à Rússia e ainda invadiu a França através da Bélgica, país neutro.

Por ter violado a neutralidade belga, em agosto de 1914 a Inglaterra e a Bélgica declararam guerra à Alemanha.

Inicio da 1ª GUERRA MUNDIAL

Os principais confrontos militares desenvolveram-se, na Europa, em três frentes:

• A frente ocidental (do mar do Norte ao norte da Suíça e do sudeste da Suíça ao mar Adriático);

• A frente leste (do mar Báltico até ao mar Negro);

• A frente balcânica (do mar Adriático à Turquia).

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Com o desenrolar da guerra, distinguiram-se três fases:

 Guerra de movimentos (1914 – 1915) : caraterizada por vários avanços e recuos, demonstrando a Superioridade dos
exércitos alemães, conquistando vários territórios ─ Guerra relâmpago

 “Guerra das trincheiras” (1915 – 1917): com a chegada do inverno, os exércitos marcaram as suas posições no
terreno, impedindo o avanço dos exércitos inimigos, concentrando-se em trincheiras, onde os soldados se protegiam e
lançavam ataques aos inimigos.

- Surgimento de novas armas (o gás de cloro) e ataques com submarinos

- Os soldados durante cerca de 3 anos, viveram “enterrados” em trincheiras, que eram fossos cavados na terra com
cerca de 1,80m de largura. Dos dois lados empilhavam-se sacos com areia para fazer barreira às balas do inimigo.

 Regresso à guerra de movimentos (1917 – 1918): com a retirada da Rússia e a entrada dos EUA a guerra tomou um
novo rumo e conduziu ao armistício, no dia 11 de novembro de 1918, assinalando a vitória dos Aliados.

A participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial teve dois objetivos:


 necessidade de proteger os espaços coloniais em África
 intenção de afirmar o prestigio de Portugal na Europa e obter reconhecimento dos outros.

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Após o fim da Primeira Guerra Mundial, realizou-se uma Conferência de Paz, em Paris, onde os países vitoriosos assinaram
vários tratados, com destaque para o Tratado de Versalhes (Tratado da Paz), em 28 junho de 1919, que definia as sanções a
aplicar à Alemanha:

 a Alemanha tinha que restituir de territórios à França (Alsácia e Lorena), à Polónia, à Dinamarca e à Bélgica
 a Alemanha perdeu todas as suas colónias africanas e foram distribuídas pelos vencedores
 a Alemanha foi desmilitarizada, não podia ter mais de 100 mil soldados, não podia ter artilharia pesada, tanques
submarinos e aviões e não podia ter tropas na região do Reno;
 A Alemanha foi obrigada a pagar pesadas indeminizações aos países vencedores.

Art.º 119 – A Alemanha renuncia, a favor das principais potências Aliadas e associadas,
a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões além-mar [...]
Art.º 160 – O exército alemão não deverá compreender mais de 7 divisões de infantaria e
três divisões de cavalaria [...]
Art.º 168 – O fabrico de armas, munições e material de guerra [...] não poderá ser
efetuado senão em fábricas [...] sob a aprovação dos governos das principais potências
Aliadas e associadas [...]
Art.º 171 – São igualmente proibidos o fabrico e importação pela Alemanha de carros
blindados, tanques ou outros engenhos similares [...]
Art.º 232 – [...] A Alemanha compromete-se a pagar uma indemnização por todos os
danos causados à população civil dos países aliados.
Tratado de Versalhes, junho de 1919
Na sequência do Tratado de Versalhes surgiu:

 Novo mapa político da Europa


 Desmilitarização da Alemanha
 Pagamento de pesadas indeminizações de guerra
 Criação da Sociedade das Nações

Consequências sociais mais significativas da 1ª Guerra Mundial:

 Geopolíticas: desmembramento dos impérios alemães, autro-hungaro, Turco e Russo e formação de novos países na
Europa e no Médio Oriente;

 Demográficas: Elevadas perdas humanas, o que diminuiu a população ativa e como tal, a força de trabalho
disponível.

 Económicas:
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- Enorme destruição material (fábricas, campos, vias de comunicação, cidades inteiras, etc)

- Quebra da produção industrial 40% e agrícola 70%

- Desvalorização da moeda e subida dos preços (inflação)

- Endividamento e declínio da Europa (devido à necessidade de adquirir alimentos, matérias-primas e armas)


e reforço do poder dos EUA, que se tornam a 1ª potência mundial.

A guerra teve como consequências grandes transformações que estiveram na base do fim da supremacia europeia.

TEXTO: A Europa perdeu 12 dos 13 milhões de homens que sucumbiram durante a Primeira Guerra Mundial. [...] A estas baixas no campo
de batalha [...], é preciso acrescentar as vítimas das epidemias, os milhões de mutilados cuja capacidade de produção ficou diminuída no
todo ou parte. [...]

O declínio da Europa, sobretudo Ocidental, [...] manifesta-se, em primeiro lugar, pelo envelhecimento da sua população, resultado de uma
natalidade em decréscimo; [...] as famílias contentam-se cada vez mais com o filho único [...]. Esta situação acentua a falta de mão de obra,
o que requer um aumento da imigração [...].

Pierre Thibault, História Universal, vol. 12, 1981

Registaram-se, ainda, transformações a nível económico:

 Enquanto a produção agrícola e industrial europeia registava valores diminutos, os EUA e o Japão assinalavam um
crescimento visível na conquista de novos mercados.
 Também as moedas europeias desvalorizaram relativamente ao dólar, resultando num aumento do endividamento da
Europa para com os EUA.
 A subida dos preços dos produtos era superior ao aumento dos salários, levando a que a fome e o desemprego
conduzissem ao descontentamento social.

Com o fim da guerra, os EUA conheceram um período de grande prosperidade, tornando-se na primeira potência económica
mundial.

TEXTO: Henry Ford passou a pagar altos salários. [...] Os operários poderiam economizar dinheiro suficiente para comprarem uma
carripana! Na Ford, a produção melhorava todos os dias: menos perdas de tempo mais vigilantes, mais contramestres; quinze minutos para
almoçar, três para ir à casa de banho; por toda a parte a aceleração taylorizada: baixar, ajustar o berbequim, acertar a porca, apertar o
parafuso. Baixar-ajustar-o-berbequim-acertar-a-porca-apertar-o-parafuso [...].

The Big Money, 2000

O crescimento da economia americana justificou-se, também:

 pela presença de grandes monopólios, isto é, concentrações empresariais, que controlavam as regras da produção, dos
preços e dos mercados. Com efeito, o desenvolvimento económico dos EUA serviu de modelo para os países
europeus, nomeadamente, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha que, ao modernizarem os seus métodos de
produção, começaram a concorrer ao lado dos EUA. No entanto, a época de prosperidade económica dos anos 1920
viria a revelar-se instável e especulativa.

No fim da Primeira Guerra Mundial assistiram-se a transformações económicas na Europa:

Sociodemográfico

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• Grandes perdas humanas;

• Forte descontentamento social.

Económico-financeiro

• Campos e fábricas destruídos;

• Queda da produção;

• Inflação.

• Empréstimos dos EUA, logo dependência

Os Empréstimos dos EUA levaram a uma Ascensão hegemónica dos EUA: Primeira potência económica mundial

• Credores da Europa;

• Criaram um novo modelo de trabalho de produção em massa.

• Expansão do capitalismo e

• Prosperidade dos anos de 1920

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