Você está na página 1de 3

t,,\Jl~J> su Ptt fH V.

S
l:i3 T S t C U1' '7UO!>
I\..J S: E RI US' e:- T
Q U O.D INFE:A ,ltJS
t ST SlCUT QUOl)
S.UPERIVS AI>
. PERPETF!/>..N.l)p.
MIRA CULA
REI UNI tJS

IV
O deus da sabxloria

Mas, reparai: exigis a verdad e nas partes interiores: e far-me-eis


compr eender a sabedoria secretamente.

SALMOS

O que é sabed oria, cujo valor é maior que o dos rubis? Não é simplesmente
inteligência, conhe cimen to ou intuição, nem compreensão, embora todas estas
faculd ades façam parte dela.
Sabed oria é a união feliz de todas essas capac idade s. Sabedoria é o que nos
diz quand o e como agir soma ndo a contri bução delas ou, em certas ocasiões,
quand o nos abster mos de agir até o mome nto adequ ado e que atitude adotar
enqua nto espera mos.
Ora, exam inand o essas capac idade s em termo s da nossa definição de ênfa-
se mascu lina ou femin ina - de Dons do Deus e Dons da Deusa - verificamos
que, afinal, elas são uma mistu ra das duas. Sem dúvid a a inteligência e o saber
têm a ver com amba s, ao passo que a comp reens ão (percepção intelectual da
verda de) e a intuiç ão (perce pção direta da verda de) são as faces de deus e de
deusa da mesm a função . Por esse motiv o nenhu ma forma de deus ou de deusa
,

26
isolad a, seria adeq uJdJ 1x 1r,1 pl'r-,on ifi tar ;:i ·~ab , _. .
. < • c1rn1 ,1. l-,,dl' fJ to d<.'p,1n l·(•foc m
- t .' '
pante ao enco n ramo s l.inln .dl'u -.. l'c.., r umo d 1·· u~,t½e1.i -,,,I H•dr ,n a N1·n llum é r,l' -
;i !-..1 l1 L'dnri L, ~t• fl'L' r<.1 d 1 1 r J •. 1 d ·
dun d ante, , .ue
. ,porq b '- 1 J drl u ,l ( ' ( 1( ' ;) J11 bor., ,
, , b .
É s1grnf1Glt1vo 11nt.1r qu e n os raros Cill,, 0 ~ l'm <JIH " fi, l . •·don t.1 corr,,. por1d~ a
. d . . l eão ge ra lnw 1,t, íJp , , '· '-=
dív md .i e pnn c1p:1 de um pant . ' l' rl't,L•nt<.1 um f''n ' ·r<J ~mLf-
• • d .. , pur l'X(~mp)lo, ',e chama
guo. A d 1vrnd;i e d;i s;ibc don a dos budi stas J'ílpo , nt: ,r s,
_. . como d r.us l d
D,::Hrnd 11 e alg umas veze.s é m encio nada \,; J , ou ra!') como ' ' LI "..
· era I 1erme s,- que( · · ,:., ro-
Par;i os grego s, a pnncip al di vinda de da sabed ona
h
manos ,ad otara m com o nome d e Mercúrio • Por 1·550, po d e n ã o parecer cs tran o
inação dos símb o-
que o snnb ?lo de He~n:1es ou Merc úrio (Fig. 1) seja uma comb
e Afrodite tenha
l?s masc ulino e femm m o; ?u que um ser gerad o por Herm es
no nem feminino
sido o estra nho Herm afrod ita, cujo sexo não era nem masc uli '
mas incluía as quali dade s de ambo s.

Fig.1
O Símbo lo de Mercú rio ou Herme s é uma combinação dos símbo los mascu lino
(círculo e flecha) e femini no (círculo e cruz)

um deus e uma
No entan to, norm alme nte a sabed oria era repre senta da por
deusa agind o em polar idade .
os mais deta-
O Toth egípcio, que menc ionam os no capít ulo II e anali sarem
apare ce repet i-
lhada ment e no capít ulo XX, talve z seja o exem plo clássico. Toth
fsis; a polar idade
dame nte como o parce iro que traba lha para a deus a supre ma
ter conq uista do so-
de ambo s ating iu uma magi a que nenh um dos dois pode ria
a e da ordem na-
zinho. E a espo sa de Toth era Maât , deus a da verd ade, da justiç
deve estar harm o-
tural do unive rso, aspec tos com os quais a sabed oria semp re
nizada.
oria, do co-
No pante ão hind u dos brâm anes , Saras vati era a deus a da sabed
vati nasce u do
nhec imen to e da fala, além de autor a do alfab eto sânsc rito. Saras
viu, apaix onou -se
própr io Brahrna, de sua subst ância imac ulada ; quan do ele a
'.
e casou-se com ela. Junto s, os dois 'gera ram todas as coisas vivas
(o Nebo da Bí-
Uma equip e assír io-ba bilôn ia muit o unid a era a de Nabu
la que Ouve '),
blia), deus da sabed oria e do ensin o, e a espo sa Tash mit (' Aque

27
1. • • , olho s e os ouvi dos de tod os os q ue
Deu s.1 das 1ctras qu e ao11 a 0s • rece biam ins-
· J d • · . vent "ram a escri ta. Tam .
tru ç.'io. unto s, os 01s m .. bém cons egui ram p ene trar na
m i h))og i;1 egípcia com o Nab u e Tash metu . .
, l . . ,
É coir1 preens1 ve que a 1·1-.ven
, ção da escn ta tenh a sido atnb u1da
, em 9.uase
.
tod o mun do a divin dade s da sabe dori a. Toth tamb em
O rece be o créd ito d e ter
inve ntad o os hieróglifos.
Dize m que Ogh ma Gria nain each (' Aqu ele que tem o
Sem blan te d? Sol'),
deus da sabe dori a dos irlan dese s gaélicos, um dos tuat
ha de dana nn e filho do
Dag da, inve ntou a escri ta ogâm ica. Essa escr ita ap~r eceu
por_ volt~ do séc~ lo
IV d.C., mas "qua se com certe za cont in~a a s~r um siste
ma ma_1s ~nti go de sim-
bolo s mág icos " (Cdtic 111ytl10logy- Mztologza celt a-,
de Pr01ns1as Mac Can a,
p.40). Ogh ma não era nenh um erud ito encl ausu rado
, traç o cara cterí stico de
uma soci edad e guer reira para a qual a ousa dia e a agil
idad e de pens ame nto
nos assu ntos de guer ra eram de máx ima imp ortâ ncia
. Ogh ma tam bém era
venc edor de bata lhas, com o o seu equi vale nte gaul ês Ógm
ios.
No enta nto, no referente ao gêne rg, Ogh ma ou Ógm ios
cons titui uma exce-
ção. Em muit os pant eões que exis tem pelo mun do, a
noçã o mai s acei ta é a da
parc eria com plem enta r de deus e deus a:•
E aqui há muit o assu nto para med itar, tanto na seleç ão
de form as de divin -
dade para a ques tão da sabe dori a com o na noss a man eira
de enca rar o tema na
vida diári a. O uso da intel igên cia e o dom ínio do sabe
r de que disp omo s são
obvi ame nte nece ssári ?s. No enta nto, ~ mom ento da
verd ade cheg a quan do
apre ndem os~ ~arm omz ar o ente ndim ento lógic o e a intu
ição que se agita abai -
xo da superfic1e e quan do som os capà i'es de integ rar
e conf iar en1 amb os. É o
mom ento de mag ia em que o Dom do Deu s e o Dom da
Deu sa, junto s, dão à luz
aquela repentina perc epçã o confiante que nos trans mite
o que a sabe dori a disse.

28

Você também pode gostar