Teste Bar-Ilan (Prova de entrevista semi-projectiva de percepção /satisfação escolar)
Relativamente à análise do conteúdo das respostas do teste podemos concluir que a E.
B. revela: poucas expectativas face à escola, uma vez que é sentido como um espaço para relacionamento íntimo e de cansaço, onde pode namorar, escrever, pintar e estudar; algumas dificuldades de interacção e de integração no grupo de pares; percepção negativa relativamente ao apoio que recebe da mãe e do pai no que diz respeito à sua situação de aluna; preferência por actividades lúdicas mais do que escolares, apresentando pouca motivação para a aprendizagem; possível aceitação fraterna (uma vez que é filha única); percepção positiva no que diz respeito ao relacionamento dos pais, no entanto, evidencia uma fraca percepção da atitude dos pais em relação à escola, à professora e ao ensino actual; e, pouca percepção sobre as crianças deficientes, principalmente quanto às suas dificuldades e limites.
Teste de Figuras para Crianças (Bar-Ilan). Objetivos
O Bar-Ilan trata-se de uma prova semiprojetiva, de administração individual, que
permite despistar situações reais e significativas geralmente encontradas no contexto educacional. Permite avaliar a perceção da criança relativamente ao seu lugar na sociedade, no seu contexto educacional formal, no ambiente familiar, assim como a sua perceção dos seus pontos fracos e do seu potencial para lidar com as situações do quotidiano. O teste foi construído para crianças com idades compreendidas entre os quatro e os 10 anos, mas tem sido utilizado com sucesso em crianças e jovens até aos 16 anos de idade (Itskowtz & Strauss, 1998). Este instrumento é constituído por nove figuras básicas, seis das quais têm versões separadas para rapazes e raparigas (as figuras dois, três, quatro, cinco, seis e nove), sendo 15 figuras no total, representando uma situação na escola ou em casa. As figuras são apresentadas individualmente de acordo com a sequência numérica. Cada figura apresentada é acompanhada por questões padrão relacionadas com o pensamento da criança, os seus sentimentos e os seus comportamentos na situação específica apresentada (Itskowtz & Strauss, 1998).
Outro exemplo de análise Bar I Lan
A análise do comportamento e das respostas apresentadas pela criança ao questionário do Bar-Ilan (Anexo G) baseia-se em elementos relevantes exteriorizados face à globalidade dos estímulos apresentados. A perceção do D. relativamente ao contexto escolar revela que o entende quer como um espaço de aprendizagem, assim como, lúdico. O comportamento interpessoal parece ser difuso, verificando-se uma potencial presença de pensamentos geradores de conflitos com os pares e reduzidas competências para a sua resolução. Assim, no modo de interação manifesta dificuldade na adoção de estratégias para a resolver situações geradoras de tensão. A professora é percebida como uma figura de autoridade em contexto de sala de aula. Os pais são percecionados como manifestando expectativas positivas relativamente à vida escolar, fazendo uma diferenciação entre a postura do pai, como mais rígida e de imposição de regras e, a postura da mãe como fonte de diálogo. Os processos de pensamento apresentam uma sequência lógica. Exemplo interpretação WISC
O QI verbal que se encontra relacionado com o nível sociocultural e com os
investimentos escolares e o QI de execução/realização indicador da inteligência prática e da capacidade de a pôr em prática em situações concretas e pouco relacionado com os resultados escolares apresentam valores discrepantes, encontrando-se o QI verbal com um valor bastante superior em relação ao de realização. Como existe uma diferença superior a 10 pontos, permite considerar-se a presença de uma diferença significativa e, portanto, de heterogeneidade entre o QI verbal e o QI de realização. No que concerne à análise do desempenho do D. nos vários subtestes das escalas verbal e de realização, pode-se observar na tabela 2 e na tabela 3, os resultados obtidos em relação à média para o seu nível etário. Os resultados que se encontram um nível superior verificam-se nos subtestes: Semelhanças: requer a capacidade de concetualização e de generalização, bem como de pensamento abstrato e associativo – os resultados obtidos enquadram-se num bom desempenho ao nível destas capacidades; Vocabulário: subteste que fornece informação relativa à adaptação à língua materna, à escolaridade e à capacidade de aprendizagem, sendo influenciado pela estimulação do meio ambiente e nível intelectual da família – o desempenho é indicativo de uma boa compreensão da informação verbal. O desempenho no nível médio ligeiramente superior regista-se nos seguintes: Aritmética: sensível à influência da escolaridade, encontrando-se relacionado com a avaliação da memória imediata, capacidade de concentração, de atenção, de raciocínio e de cálculo numérico – neste subteste teve um bom desempenho no que respeita ao cálculo e raciocínio numérico; Código: evoca a capacidade de concentração, atenção, eficiência e velocidade de execução - o resultado do D. assinala uma boa eficiência a nível destas áreas. Num nível médio encontram-se os resultados dos seguintes: Informação: apela para conhecimentos de caráter geral, tendo subjacente aquisições sociais, culturais e escolares – indica a detenção de conhecimentos gerais, compreensão verbal, assimilação de experiências e memória a longo termo; Completamento de Gravuras: apela à perceção fina, atenção aos pormenores e inclusivamente à perceção da realidade envolvente – os resultados indicam uma atividade que se enquadra num desempenho normativo a nível destas competências. Compreensão: o desempenho neste subteste revela um comprometimento a nível da integração, compreensão e adaptação a normas sociais e da capacidade de organização dos conhecimentos práticos; Disposição de Gravuras: os resultados indicam algumas dificuldades ao nível da capacidade de perceção e compreensão de situações visuais, da capacidade de ordenar lógica e temporalmente uma situação concreta, bem como da adaptação prática e social. Composição de Objetos: uma menor eficiência nas áreas que remetem para a memória de formas, lateralização e motricidade fina; Cubos: obteve um resultado que sugere uma menor eficiência ao nível das capacidades conceptuais de análise e de síntese, de representação mental e da coordenação visual-motora.