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CURSO DE DIREITO
NILÓPOLIS
2021
FELIPE PEREIRA FRANKLIN
NILÓPOLIS
2021
FELIPE PEREIRA FRANKLIN
BANCA EXAMINADORA
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Professor
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Professor
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Professor
DEDICATÓRIA
1. INTRODUÇÃO
Constituição
Leis Ordinárias e
complementares
Decretos
Resoluções
Portarias
2. HIPÓTESES DE INCONSTITUCIONALIDADES
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
pena, fica clara a impossibilidade de que ocorra prisão em segunda instância, já que
não há presunção absoluta da culpabilidade do acusado e, portanto, não há
pressupostos que justifiquem a devida aplicação de pena. É a chamada presunção
de inocência do réu, que vigora no sistema penal acusatório brasileiro, de forma que,
em linhas gerais, o réu é considerado inocente até o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Na mesma linha, aponta o grande constitucionalista brasileiro
José Afonso da Silva (2018, p. 25 – 26), em seu parecer ao STF, quando do
julgamento do HC 152.752 de relatoria do Ministro Edson Fachin:
“O princípio ou garantia da presunção de inocência tem a extensão que lhe
deu o inc. LVII do art. 5º da Constituição Federal, qual seja, até o trânsito
em julgado da sentença condenatória. A execução da pena antes disso
viola gravemente a Constituição num dos elementos fundamentais do
Estado Democrático de Direito, que é um direito individual fundamental.”
Dentre todas as PECs discutidas, uma das que continua sobre intensos
debates no Congresso Nacional é a PEC 199/19. Atualmente, a dita PEC encontra-
se em tramitação na Câmara dos Deputados e esta pronta para Pauta na Comissão
Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 199-
A, de 2019,
Cumpre, portanto, destacar que a discussão central nestas ações, era que o
poder judiciário julgasse que o artigo 283 do Código De Processo Penal Brasileiro
(CPP) é compatível, com o disposto no artigo 5°, LVII da Magna Carta, de forma a
evidenciar, clara e objetivamente, o momento correto para o inicio do cumprimento
de pena. Assim, seria descartado, de vez por todas, as teses do cumprimento
provisório de pena, adotada pela Corte Maior no julgamento do ex-presidente Lula,
já mencionado acima.
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Sobre esta égide, deve-se primeiro atentar para a própria literalidade dos
dispositivos supra. Assim, mencionam-se, os mesmos, abaixo em sua íntegra para
fins de comparação, através do senso jurídico processual constitucional.
Artigo 283 do CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal
transitada em julgado. (Grifou-se).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória; (Grifou-se)
(ADIn 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-
2010, P, DJE de 19-5-2011).
3. A SOLUÇÃO PARLAMENTAR
III – der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído
outro tribunal.
Pelo exposto, resta claro que esta possibilidade seria o mesmo que abolir
parte do direito fundamental ao duplo grau de jurisdição, que é cláusula pétrea, de
forma a denotar a inconstitucionalidade da PEC 199, por força do artigo 60, § 4º da
CRFB/88.
Art 5° (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se assim concluir que a reforma proposta pela PEC 199/19 ataca
diretamente os direitos e garantias individuais presentes no Artigo 5° da Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988, de forma a violar a segurança jurídica
das normas constitucionais que são a base para a organização político-
administrativa de um Estado Democrático de Direito.
Ainda sobre a ótica de relativização, conclui-se que tal medida poderia gerar
intensos problemas de ordem jurídica interna, sobretudo, no que tange a seguridade
jurídica das normas para a sociedade em geral.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADIn 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac.
min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-2011, Plenário da Suprema Corte,
Brasília, DF, 19 de Maio de 2011.