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No Brasil, os principais crimes cometidos pela Internet são os contra a honra (injúria, calúnia e
difamação), a exibição de imagens de conteúdo sexual envolvendo crianças e adolescentes e a
divulgação de textos e imagens de conteúdo racista e preconceituoso, além de fraudes envolvendo
cartões de crédito.
A falta de leis atualizadas dificulta o trabalho da polícia. Um dos maiores problemas, segundo o
delegado João Renato Weselowski, da Delegacia de Meios Eletrônicos de São Paulo, é a
necessidade de autorização judicial para identificar o IP (uma espécie de endereço do computador)
de um suspeito.
Outro empecilho, explica Weselowski, é o caráter internacional dos crimes cometidos pela Internet.
“Muitas vezes, um site de conteúdo racista ou pornográfico hospedado num servidor brasileiro foi
feito por uma pessoa na Europa, e vice-versa”.
Em caso de crime, a pessoa pode fazer queixa em qualquer delegacia. Cópias de e-mails e print-
screens (imagens que reproduzem o que está na tela do computador) servem para fazer o B.O..
Posteriormente, munidos de uma ordem judicial, os investigadores têm acesso ao conteúdo dos
sites ou e-mails suspeitos.
É bom lembrar que, em caso de ofensas ou calúnias enviadas por e-mail, não existe crime se
somente a pessoa alvo das difamações recebeu a mensagem. “Só há infração se outras pessoas
souberem”, explica Weselowski. Já e-mails enviados a terceiros ou sites com conteúdo ofensivo
configuram crime.
De acordo com a legislação atual, os servidores não podem ser responsabilizados criminalmente
pelo conteúdo dos sites que hospedam. “Hoje, só pode acontecer algo na área cível. Mas acredito
que isso deverá mudar em breve”, afirma o delegado.
Cartões de crédito
Outro crime comum na Internet é a fraude envolvendo cartões de crédito. Quando uma pessoa
compra algo usando o cartão, seu nome e número ficam armazenados na empresa que efetuou a
venda. Se alguém conseguir invadir o sistema desta empresa, poderá ter acesso aos dados.
O perigo existe mesmo nos chamados sites seguros. No momento da compra, realmente não há
perigo de alguém descobrir o número do cartão do consumidor. Mas, se o sistema em que os
dados ficam armazenados for vulnerável, um hacker pode acessá-los.