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ITAJAÍ, 2010
1
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Igor Sérgio Harbs
Gustavo Cardoso de Oliveira
ITAJAÍ, 2010
2
Igor Sérgio Harbs
Gustavo Cardoso de Oliveira
Área de Concentração.............................................................
_______________________________________
Prof. Roberto Barddal
UNIVALI – CTTMar
Orientador
_______________________________________
Prof. Luiz Eduardo Bueno Minioli
UNIVALI – CTTMar
Avaliador
_______________________________________
Prof. Karoline Bastos Mundstock
UNIVALI – CTTMar
Presidente da banca
3
PERMISSÃO PARA PUBLICAÇÃO
Autorizo que este Trabalho de Conclusão de Curso de minha autoria e cujo tema é
O Processo de Construção Naval Strip Planking, seja publicado na página do curso
de Tecnologia em Construção Naval do site da Universidade do Vale do Itajaí
(www.univali.br) e no Blog da Naval (http://navalunivali.wordpress.com/).
4
DECLARAÇÃO DE ISENÇÃO
__________________________________
5
Todo saber e desenvolvimento têm sua real fonte
no conhecimento de Deus. Qualquer que seja o
ramo de investigação a que procedamos com o
sincero propósito de chegar à verdade, somos postos
em contato com a inteligência invisível e poderosa que
opera em tudo e através de tudo. A mente humana é
colocada em comunhão com a mente divina, o finito
com o infinito. O efeito de tal comunhão sobre o corpo,
o espírito e a alma, está além de toda estimativa.
Quanto mais aplicadamente for cultivado o intelecto,
tanto mais eficazmente poderá ele ser empregado.
Talentos usados são talentos que se multiplicam.
Ellen G. White
6
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Aos nossos colegas de classe pelo apoio e compressão, aos quais farão
muita falta.
7
RESUMO
8
LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE TABELAS
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................13
1.2 – Justificativa...............................................................................................15
2. METODOLOGIA ..............................................................................................16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................19
3.2 Compósitos..................................................................................................34
11
3.2.1 – Fibra de vidro............................................................................................35
3.2.1.1 – Tipos de Fibra de vidro.........................................................................35
3.2.2 – Formas Comerciais de Fibra de Vidro ........................................................37
3.2.2.1 – Mantas..................................................................................................37
3.2.2.2 – Tecidos .................................................................................................38
3.2.3 – Resinas ......................................................................................................39
3.2.3.1 – Epoxy ...................................................................................................39
3.2.3.1.1 Propriedades Epoxy ..........................................................................40
ANEXOS ...................................................................................................................65
APÊNDICES .............................................................................................................66
Entrevista 1 – Jorge Nasseh................................................................................66
Entrevista 2 – Lorena Kreuger ............................................................................71
Entrevista 3 – Luiz Gouveia.................................................................................75
Entrevista 4 – Flávio A. Rodrigues .....................................................................80
Entrevista 5 – Marcos Toledo..............................................................................87
Entrevista 6 – Marcos Toledo..............................................................................92
Entrevista 7 – Alexandre Dangas........................................................................96
12
1. INTRODUÇÃO
13
baixos e com boas propriedades mecânicas, produzindo ainda resultados aceitáveis
em termos de tempo de trabalho e qualidade do produto final.
14
1.1 – Objetivos
1.2 – Justificativa
15
2. METODOLOGIA
a) Anisotropia;
b) Umidade;
c) Retração;
d) Inchamento;
e) Densidade, e
f) Defeitos das madeiras.
Propriedades mecânicas:
Com base na revisão bibliográfica, constatou-se que nem todas são apropriadas
para a construção naval. Sendo assim, com base no trabalho de Manieri (1989), que
relacionou duzentas espécies de árvores nativas, foram selecionadas e
apresentadas em uma tabela aquelas cujas madeiras são mais indicadas para tal
finalidade.
Através da Tabela 1 – Madeiras apropriadas para a construção naval foi possível
comparar as seguintes propriedades mecânicas das espécies selecionadas:
17
2.4 – Entrevistas com construtores navais
Para agregar conhecimento a este estudo, foram realizadas entrevistas com sete
construtores navais com larga experiência no emprego da técnica. Para tanto,
construiu-se um questionário composto por 39 perguntas abertas. As perguntas
foram formuladas com base na fundamentação teórica, sendo que o questionário
como um todo, procurou abordar detalhadamente todo o processo do emprego do
Strip Planking como técnica de construção naval.
Os construtores navais, abaixo relacionados, foram entrevistados por telefone ou
através do uso de software que permite comunicação pela Internet através de
conexões de voz sobre IP, entre os dias 04/05/2010 e 17/05/2010. Foram eles:
18
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
a madeira crescida em condições de menor disponibilidade de luz,
calor e água.”
De acordo com Pfeil (2003) e Calil (2003), a secção transversal de um tronco
de árvore revela as seguintes camadas de fora para dentro (ver Figura 1.1).
Segundo Pfeil (2003) e Calil (2003), a casca protege a árvore contra agentes
externos e é dividida em duas partes: a) Camada externa (camada cortical),
composta de células mortas, de espessura variável com a idade e as espécies; e
b) Camadas internas, formadas por tecidos vivos e macios, que conduzem o
alimento preparado nas folhas para as partes em crescimento.
O lenho é a parte resistente do tronco que, de acordo com Pfeil (2003) e Calil
(2003), apresenta as seguintes partes: alburno e cerne. O alburno é formado por
camadas de células vivas que conduzem seiva bruta desde as raízes até as folhas.
Essas camadas têm uma menor resistência à demanda biológica, têm coloração
mais clara, aceitando a aplicações de tratamentos preservativos e sua espessura
varia conforme a espécie, geralmente de 3 a 5 cm. O cerne é uma das partes mais
antigas, que tende a armazenar resinas e outras substâncias de alto peso molecular,
20
tornando-se mais escura, com maior resistência à demanda biológica, passando a
ter apenas a função de sustentar o tronco. (PFEIL, 2003) e (CALIL, 2003).
A medula é a parte central que resulta do crescimento vertical, onde ocorre
madeira de menor resistência. Os raios medulares ligam as diferentes camadas
entre si e também transportam e armazenam a seiva. (PFEIL, 2003) e (CALIL,
2003).
Entre a casca e o lenho existe uma camada delgada, visível com o auxílio de
lentes, aparentemente fluida, denominada câmbio. Ela é a parte viva da árvore.
Todo o aumento de diâmetro da árvore vem dela, por adição de novas camadas e
não do desenvolvimento das mais antigas. (PFEIL, 2003) e (CALIL, 2003).
As madeiras de construção devem ser tiradas de preferência do cerne, que é
mais durável. A madeira do alburno é mais higroscópica que a do cerne, sendo mais
sensível do que esta última à decomposição por fungos. Entretanto, o alburno aceita
melhor a penetração de agentes protetores, como alcatrão e certos sais minerais,
embora não haja uma relação entre as resistências dessas duas partes do tronco
nas diversas espécies vegetais. (PFEIL, 2003).
21
crescimento, as propriedades variam de acordo com três eixos perpendiculares
entre si: longitudinal, radial e tangencial. (Figura 1.2)
3.1.2.2 – Umidade
A umidade é um parâmetro muito importante, por ter influência direta sobre todas
as outras propriedades da madeira, sejam elas de resistência, de elasticidade e até
mesmo sobre outras propriedades físicas. (PINHEIRO, 2001).
22
A quantidade de água nas madeiras verdes varia com as espécies e com a
estação do ano. A faixa de variação da umidade das madeiras verdes tem como
limites aproximados a 30% para as madeiras mais resistentes e 130% para as
madeiras mais macias. PFEIL (2003) e (GESUALDO, 2003)
Para os autores Calil (2003) e Pfeil (2003), a perda de água na madeira até o
ponto de saturação se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura da
madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é acompanhada pela retração
(redução das dimensões) e aumento da resistência, por isso a secagem deve ser
executada com cuidado para se evitar problemas no uso da madeira. De acordo com
a NBR 7192/1997 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a madeira
deve apresentar 12% de umidade, como valor de referência para a realização de
ensaios e cálculos dos valores de resistência.
Para Calil (2003) e Pinheiro (2001), a massa específica (ρ) é sim uma
grandeza, entre a relação da massa de uma amostra e o seu volume, para um
determinado teor de umidade. A unidade utilizada é g/cm³ ou Kg/m³.
23
Conforme FERRAZ et al (2004), a definição de madeiras leves, médias e
pesadas é feita de acordo com suas massas específicas, variando entre:
3.1.2.5 – Densidade
Conforme Calil (2003) e Pfeil (2003), a densidade aparente pode ser utilizada
para cálculos de algumas estruturas e para classificação de madeiras. A densidade
estuda um corpo como um todo, considerando seu formato, partes ocas e outras
características. É determinada a 12% de umidade como referência padrão.
P = m/V
24
paralelas ao eixo da peça. As fibras reversas diminuem muito a resistência da
madeira. (PFEIL, 2003).
O abaulamento é encurvamento na direção da largura da peça e a
arqueadura é o encurvamento na direção longitudinal da peça. PFEIL (2003).
Verificar figura 1.3
a) Nó.
b) 1-2-3 Rachadura provocada por ressecamento
c) 1- Anel de crescimento 2- Cerne
d) Arqueamento
e) Encurvamento
f) Fissuras de comportamento das fibras
g) Esmoado
h) Escoamento
Para os autores Pfeil (2003) e Calil (2003), as árvores devem ser abatidas ao
atingir a maturidade. Isso significa que o cerne ocupa a maior porcentagem do
tronco, resultando em uma madeira de melhor qualidade. Essa maturidade varia
25
conforme a espécie, podendo chegar aos cem anos. A melhor época do ano para se
fazer um abate é a estação seca, pois tem pouca umidade. O desdobramento das
peças deve ser feito o mais rápido possível a fim de evitar defeitos de secagem da
madeira. (PFEIL, 2003) e (CALIL, 2003).
Para o desdobramento dos troncos são utilizadas serras especiais de fita
contínua, que os dividem em lâminas ou pranchas paralelas na espessura desejada.
O comprimento das toras é limitado por problemas de transporte e manejo, ficando
geralmente na faixa de 4m a 6m. (PFEIL, 2003).
3.1.6.2 –Tração
Para Calil (2003) e Ritter (1990), há duas formas de tração na madeira: tração
paralela e tração normal às fibras. A tração paralela pode ocorrer por um
deslizamento entre as fibras ou por uma ruptura de suas paredes e, nos dois casos,
a madeira apresenta valores baixos de deformação e um grande valor de
resistência. A figura 1.6 ilustra como ocorre a tração paralela às fibras sobre uma
peça de madeira.
27
Figura 1.6 - Tração paralela às fibras
Fonte: RITTER (1990)
3.1.6.3 – Cisalhamento
28
No caso de cisalhamento horizontal, Ritter (1990) afirma que isso ocorre
quando é aplicada uma força no sentido longitudinal às fibras. Nesse caso, há
tendência das células da madeira separarem e escorregarem longitudinalmente.
(CALIL, 2003). Para Pfeil (2003), este é o caso mais crítico de cisalhamento. A figura
1.9 mostra a força de cisalhamento horizontal agindo sobre uma peça de madeira.
De acordo com Calil (2003) e Ritter (1990), o cisalhamento rolling ocorre quando
a força é aplicada perpendicular às linhas dos anéis de crescimento. Este caso, a
tendência das células da madeira é de rolar umas sobre as outras de forma
transversal em relação ao eixo longitudinal. Na figura 1.10 pode-se observar o
cisalhamento Rolling.
3.1.6.4 – Elasticidade
29
3.1.6.5 – Módulo de elasticidade Normal às Fibras
Para Calil (2003) e Pfeil (2003), quando ocorre a flexão simples atuam quatro
tipos de esforços: a) compressão paralela às fibras, b) tração paralela às fibras, c)
cisalhamento horizontal e nas regiões dos apoios e d) compressão normal às fibras.
Para a ruptura de uma dada peça, a flexão simples é aquela que ocorre pela
formação de minúsculas falhas de compressão seguidas pelo desenvolvimento de
enrugamentos de compressão macroscópico. Neste caso, gera-se um aumento da
área comprimida e uma redução da área tracionada, podendo romper por tração.
(CALIL, 2003). A figura 1.11 - Flexão simples, ilustra as forças agindo sobre uma
peça de madeira.
3.1.6.7 – Torção
30
3.1.6.8 – Resistência ao choque
31
Resist. ao Resist. à Mód. de
Massa
Nome Nome cisalhamento tração elasticidade Fendilhamento
específica
Vulgar científico (Fv) normal (Ft90) (Ec0) Kgf/cm²
g/cm³
Kgf/cm² Kgf/cm² Kgf/cm²
Smietenia
macrophylla
Mogno King 0,63 111 61 108.700 7,1
Moquilea
tomentosa
Oiti Benth 0,98 85 75 145.000 6,7
Scleorolobium
Paçuaré sp 0,63 102 52 112.600 8,2
Peltogyne
Pau-Roxo recifensis Ducke 1,13 206 97 200.400 14,1
Caryocar
Piquiá villosum 0,93 132 103 187.700 11,1
Piqui- Caryocar
Vinagreiro barbinerve 0,85 103 52 127.900 7,4
Enterolobium
Tamboril contortisiliquum 0,54 87 60 90.900 6,2
Bagassa
Tatajuba guianensis 0,82 117 46 176.456 8,6
Plathymenia
Vinhático foliolosa 0,5 83 48 88.300 6,2
Fonte: Mainieri (1989)
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Resist.
Resist. ao à Mód. de
Massa
cisalhamento tração elasticidade Fendilhamento
Nome Vulgar Nome científico específica
(Fv) normal (Ec0) Kgf/cm²
g/cm³
Kgf/cm² (Ft90) Kgf/cm²
Kgf/cm²
3.2 Compósitos
34
3.2.1 – Fibra de vidro
A fibra de vidro possui algumas vantagens dentre elas estão: o baixo custo
em relação às outras fibras (carbono R$ 100,0/m², fibras aramidas R$ 100,0/m linear
e fibra de vidro R$ 5,0/m²), alta resistência ao impacto e à corrosão. Pode-se
também destacar que é produto fabricado no Brasil. (HULL, 1995 apud FIORELLI,
2002).
Fibra do Tipo E
Propriedades
B2O3 10.6 - -
De acordo com Agnelli (1978), as fibras de vidro são obtidas a partir de uma
união de filamentos primários, ao que se denomina de fio básico. O fio básico é
enrolado em bobinas e a cura e os tratamentos são realizados em operações de
dobramento e retorcimento. Esta variedade de formas provenientes da fibra de vidro
é característica para cada tipo de processo industrial. (AGNELLI, 1978).
No que se refere ao método de construção naval Strip Planking serão
estudas as mantas e tecidos.
3.2.2.1 – Mantas
37
Figura 1.12 - Manta
Fonte: Nauticurso (2009)
3.2.2.2 – Tecidos
Para Agnelli (1978) e Nasseh (2004), os tecidos são fabricados a partir de fios
que contem dois ou mais filamentos torcidos juntos. Nasseh (p 65 2004), afirma que
“Para laminados de alta performance, isto é, aqueles
projetados para serem leves e fortes, a forma mais
eficiente de reforço são os tecidos, porque permitem
fabricar um laminado com alto teor de fibras e
também muito fino, permitindo dimensionar
exatamente as propriedades de resistência
necessária para aquela estrutura”.
38
3.2.3 – Resinas
A resina tem um papel vital nas embarcações, pois, são elas que protegem as
fibras contra agressões externas, absorção de água, ataque químico, entre outras.
(NASSEH, 2004).
De acordo com Lubin (1982 apud Tonin e Young, 2007), para construção de
embarcações em fibra de vidro as resinas utilizadas são do tipo termofixas. Segundo
Billmeyer (1971 apud Ota, 2004), as resinas termofixas são aquelas que mesmo que
expostas a influências de calor e pressão, sua transformação é irreversível devido à
formação de ligantes covalentes. No caso de termoplástico isso não acontece, pois
eles amolecem e fluem com o calor e pressão, ocasionando mudanças reversíveis.
(BILLMEYER, 1971 apud OTA, 2004).
A escolha da resina vai depender do requerimento estrutural, do custo,
facilidades de manuseio, etc. Existem três tipos básicos de resinas termofixas: a)
poliéster, b) estervinílica e c) epoxy. Essas resinas permitem a fabricação do
composto em fibra de vidro de algumas formas, tais como laminação, centrifugação,
extrusão, vacuum bag, etc. (LUBIN, 1982 apud TONIN e YOUNG, 2007).
As resinas podem aumentar ou diminuir a viscosidade do material, adicionar
cor, aumentar a resistência ao cisalhamento e flexibilidade do material, etc. Apenas
a resina epoxy tem propriedades para adesão à madeira. Já as resinas estervinílicas
e poliéster não possuem adesão suficiente. Com a escolha dessas resinas, o
construtor estará determinando com antecedência o tempo de vida da embarcação.
(NASSEH, 2004).
3.2.3.1 – Epoxy
Segundo Nasseh (2004), a resina epoxy surgiu por volta de 1920, mas só em
1960 seu uso começou a ser utilizado em escala industrial. Para Scott (1996 apud
Tonin e Young, 2007), essa resina é composta por dois átomos de carbono ligados
entre si e um de oxigênio ligado aos dois anteriores. Existe uma infinidade de
composições propiciando uma variedade de propriedades da resina.
A cura dessa resina se dá através da ligação do grupo epoxy com outras
moléculas, gerando uma rede tridimensional e levando a resina líquida a se
39
solidificar. O processo de cura pode ser formado por aminas, anidritos ou ácido
catalítico e o processo necessita ou não de calor para ocorrer. As resinas epoxy são
do tipo bi-componentes, sendo que a relação de resina/endurecedor pode variar
entre 100:12, 100:25, 100:30 e 100:50. (SCOTT, 1996 apud TONIN e YOUNG,
2007).
Para Scoot (1996 apud Tonin e Young, 2007) e Nasseh (2004), comparada às
resinas termofixas a resina epoxy é a mais eficiente para trabalhar com materiais
compostos em razão da sua boa aderência a substratos e reforços com fibra de
vidro, um bom isolamento elétrico e resistência a agentes químicos e umidade.
Suas propriedades mecânicas também são superiores em comparação a outras
resinas. Entretanto, em relação ao calor, seu desempenho é inferior a resinas
poliéster e estervinílicas. (SCOOT, 1996 apud TONIN e YOUNG, 2007) e (NASSEH,
2004).
Segundo Nasseh (2004), um ponto de extrema importância da resina epoxy é
que suas propriedades mecânicas são formuladas para ter um valor de alongamento
acima de 8%. Quanto mais alto for o alongamento médio, mais alta será sua
resistência a deformações plásticas. A Tabela 6 - Alongamento médio, apresenta
uma comparação entre as resinas termofixas em relação ao alongamento.
Alongamento Médio
Epoxy 8%
Estervinílico 6%
Poliéster 2.5%
40
composto. A Tabela 7 - Módulo de elasticidade mostra detalhadamente seus
respectivos resultados.
Epoxy 450
Estervinílica 300
Poliéster 280
Epoxy 8000
Estervinílica 6200
Poliéster 6200
Epoxy 16.5
Estervinílica 14.5
Poliéster 9
41
3.3 O que é o método Strip Planking?
42
3.3.1 – Vantagens e desvantagens do método
3.3.2.1 – Planos
A construção com Strip Planking, de acordo com Nasseh (2004), foi um dos
primeiros métodos utilizados na construção amadora de barcos à vela e na
construção de modelos que darão origem a moldes. Inicialmente para a construção
de um bom barco deve-se ter em mente todas as etapas do processo, do projeto até
o acabamento final. Tudo começa com a escolha do projeto ou plano de construção.
De acordo com Manning (1964), o projeto consiste em informações pelas
quais as características de uma embarcação vão ser orientadas para sua
construção, e devem conter dados necessários para execução. Segundo Nasseh
43
(2004, 2007), os planos são uma combinação de perfis, arranjos e secções que
detalham o desenvolvimento das linhas do casco, linha do convés, arranjo interno e
arranjo estrutural, além de instalações elétricas, hidráulicas e planas para laminação,
detalhes estruturais e lista de materiais. Nasseh (2004, 2007) afirma que o projeto
deve ser suficientemente detalhado para a perfeita compreensão das formas a
serem desenvolvidas em escala natural, sendo que essas formas poderão
determinar a escolha da técnica da construção a ser empregada. A Figura 1.15 –
Plano de linhas, descreve uma vista frontal, lateral e topo de um arranjo geral da
embarcação.
3.3.2.2 – Carenagem
44
Figura 1.16 - Lofiting
Fonte: Nexus marine (2009)
Para Nasseh (2004, 2006), hoje em dia este procedimento de carenagem está
caindo em desuso em razão do surgimento de programas de computadores que são
capazes de gerar projetos com precisão milimétrica.
3.3.3 – Estruturas
3.3.3.1 – Picadeiro
3.3.3.2 – Cavernas
48
3.3.4.1 – Fabricação das ripas
R2 R1
R1: Côncavo
R2: Convexo
Figura 1.20 - Ângulos
Fonte: Figueiredo (2004)
50
De acordo com Nasseh (2007) a montagem da segunda ripa requer o uso de
adesivo epoxy e, como regra geral, para cada metro de ripa com 20 mm de
espessura serão necessários entre 70 e 80 gramas de adesivo. Para uma
embarcação com 10 metros vão ser necessários aproximadamente entre 700 a 800
gramas para colagem de cada ripa.
O construtor deverá tomar cuidado para não deixar as ripas de madeira
colarem nas cavernas provisórias, para isso é simples e eficaz a utilização de um
plástico em volta da caverna. Depois de instalar de três a quatro ripas, deve-se
remover o adesivo em excesso que por acaso tenha escorrido pela juntas do interior
e exterior das superfícies. (NASSEH, 2004).
O adesivo para a colagem das ripas deve ser feito com uma combinação de
cargas que lhe dê um bom poder de colagem, baixas reatividades e baixo peso. A
melhor combinação é formada por 100 partes em peso de resina, 5 partes de sílica e
20 partes de microsfera de vidro. (Gougeon Brothers, 1986). A Figura 1.23 –
Colando ripas, ilustra uma aplicação do adesivo sobre a ripa de madeira.
De acordo com Nasseh (2004, 2007), com as duas ripas fixadas e coladas a
partir da borda, o construtor pode começar a imprimir mais velocidade na montagem
das ripas. Com três laminadores pode-se fazer qualquer tipo de barco de até 15
metros de comprimento. Nasseh (2007) afirma que o importante é sempre ter um
deles preparando o adesivo de colagem das ripas e limpando as ferramentas, outro
aplicando o adesivo e fixando a ripa e finalmente o terceiro fazendo a limpeza e as
51
costuras com os pregos. A Figura 1.24 – Casco em Strip Planking, apresenta uma
embarcação com etapa da colagem das ripas concluída.
3.3.5 – Laminação
53
Figura 1.25 - Laminação (A)
Fonte: Wooden Boat (2009)
54
Figura 1.27 – Canoa em Strip Planking
Fonte: Wooden boat (2009)
O método de construção naval com Strip Planking vem ganhando, a cada dia,
mais admiradores. Alguns estaleiros e construtores vêm tentando fazer com que
esse processo de construção evolua e uma de suas variações é a utilização de
espuma PVC no lugar das ripas de madeiras.
Conforme Nasseh (2007), esse método foi desenvolvido na Nova Zelândia,
como uma alternativa de construção, e desde então vem ganhando espaço na
indústria naval. O método vem revolucionando o meio náutico, pois produz cascos
sólidos e leves, em que as faces interna e externa são laminadas com compósitos e
suportam os esforços de tração e compressão, logo o seu núcleo suporta cargas de
cisalhamento e compressão.
O processo de construção é muito parecido, sendo que o uso da espuma PVC
torna o trabalho mais leve e fácil de ser executado. Com essa variação da técnica já
foram construídos barcos entre 30 a 180 pés, o que mostra que o método é seguro e
confiável. (NASSEH, 2007)
Segundo Nasseh (2007) o método de construção naval com Strip Planking com
espuma PVC traz algumas vantagens de construção:
55
b) Maior precisão no acabamento da superfície da espuma pela facilidade de
lixamento com tacos longos, o que permite uma carenagem perfeita de toda a
superfície.
c) Maior rigidez da estrutura do casco.
d) Possibilidade de incorporar reforços internos ao longo da construção.
e) Menor peso da estrutura devido à menor densidade da espuma (60kgm3) em
comparação com a madeira (750 kg/m3)
A Figura 1.28 - Ripas em PVC, ilustra uma embarcação sendo construída com
espuma PVC.
56
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
58
que as mesmas podem ser fixadas com tacos e pregos, pinadeira, parafusos ou até
com grampos, conforme o que se lê na teoria.
A colagem dos encaixes indicada na fundamentação teórica é um consenso entre
os construtores, que indicam o epoxi como o único adesivo que possui propriedades
para união das ripas de madeira. No caso da utilização de espuma de PVC, a
colagem, de acordo com Nasseh e Dangas, pode ser realizada com resinas dos
tipos epóxi, estervinilica e poliéster. Entretanto, observa-se que em se tratando de
laminação de tecidos e mantas, não há um padrão a ser adotado por haver
variações de projeto para projeto.
Como passo inicial para a preparação da superfície a ser laminada, a teoria, bem
como a maioria dos entrevistados, afirmam que se deve retirar o adesivo excedente
utilizando-se máquinas elétricas e lixas manuais. Nasseh e Kreuger recomendam a
aplicação de uma camada fina de resina para melhor visualização das imperfeições
do casco. Segundo estes, uma vez detectadas estas imperfeições, o construtor deve
ter discernimento sobre onde será necessário aplicar uma camada fina de massa,
como forma de corrigir possíveis ondulações. Em seguida, de maneira geral, os
entrevistados recomendam que se deva lixar novamente o casco, deixando massa
apenas nos locais necessários. Rodrigues ainda ressalta que todo uso de massa é
condenável, visto que este material não tem nenhuma função estrutural.
Desta forma, conclui-se que a laminação é uma espécie de atestado de qualidade
de todas as etapas anteriores. Ou seja: um casco com um bom acabamento vai
depender da qualidade da mão de obra no que se refere à precisão no alinhamento
do picadeiro, balizas e colocação das ripas. Com curvas suaves e uma carenagem
perfeita do casco, o construtor conseguirá reduzir a quantidade de massa e
aumentar a qualidade final da embarcação. Para o acabamento final, em geral, os
entrevistados indicaram o mesmo procedimento: uma demão de primer, seguidos de
pintura e polimento. Quanto ao método de laminação utilizado, tanto os construtores
como a revisão bibliográfica apontam para o sistema convencional.
Como resultado obtido por meio das entrevistas realizadas, deve-se registrar
as considerações dadas pelo engenheiro naval Jorge Nasseh, que afirma que a
utilização da madeira no método Strip Planking, já não é a opção mais indicada.
Nasseh assegura que a espuma de PVC apresenta qualidades mecânicas similares
as da madeira, porém sua densidade é muito menor, o que resulta em cascos mais
59
leves. Afirma que a espuma de PVC é um material homogêneo, diferentemente da
madeira na qual se verificam imperfeições naturais que acabam por dificultar o
emparelhamento da superfície do casco e por condenar uma parte do material
adquirido.
Além disso, Nasseh garante que o tempo de fabricação das ripas em PVC é
muito reduzido, não havendo a necessidade de se utilizar máquinas pesadas,
bastando para isso, apenas um estilete ou uma serra circular. Aponta ainda, outros
pontos a favor da utilização da espuma de PVC que são a facilidade de lixar este
material e de não haver a necessidade de se fazer encaixes macho/fêmea nos
strips. Entretanto, sabe-se que o custo de aquisição da espuma de PVC ainda é
elevado e que este material não é facilmente encontrado no mercado.
Ainda assim, no que se refere à utilização da madeira como matéria-prima
para o método Strip Planking, deve-se considerar o relato do também engenheiro
naval, Luiz Gouveia, que afirma que este método de construção é bastante simples
e possibilita um melhor aproveitamento da madeira, o que vem a ser uma alternativa
bastante interessante para minimizar o impacto sobre as reservas naturais deste
recurso.
No caso específico do litoral catarinense, conhecido nacionalmente por sua
tradição na construção de embarcações de madeira, acredita-se que dificilmente
este material cairá em desuso. Isto vai de encontro com o depoimento dado por
Gouveia, ao salientar a simplicidade do Strip Planking como método de construção
naval, o que na opinião dos autores do presente estudo, poderia ser facilmente
assimilado, tanto entre os construtores navais amadores quanto entre os
construtores navais profissionais.
60
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CERVO, Amado Luiz. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books,
1996.
61
FERRAZ, Isolde Dorothea; et. al. Características básicas para um agrupamento
ecológico preliminar de espécies madeireiras da floresta de terra firme da
Amazônia Central. Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2004
62
NASSEH, Jorge. Manual de Construção de Barcos. 3. ed. Rio de Janeiro:
Booklook, 2004.
RITTER, M. A.. Timber Bridges. Madison: Forest Products - Forest Service, 1990.
YACHTING, The Museum Of. The Museum of Yachting at Fort Adams State Park.
64
ANEXOS
Tabela 10 - Módulo de Elasticidade
Nº Perguntas Jorge Nasseh Lorena Kreuger Luis Golvea Flavio A. Rodrigues Marcos Toledo Lorenzo de Souza Alexandre Dangas Nº
Escrito de projetos, Roberto Barros Yacht
1 Nome do Estaleiro/Empresa Barracuda advance composites Kalmar FLAB Estrutural Estaleiro me Holos Brasil Construção Amadora 1
Desing
2 Função? Engenheiro Chefe Dona do Estaleiro Socio Diretor Socio Socio Administrador Piloto de Helicóptero 2
3 Tempo de experiencia na area? 31 anos 2 anos 17 anos 7 anos 24 anos 14 nnos 2 anos 3
Quais as vantagens de utilizar o método Construção do tipo one off é muito Para cascos redondos, facilidade de Barato e rápido de se obter um casco Facilidade de gerar formas não
4 É indicado para construção one off Cascos leves, facilidade de construção Construção one off 4
em Strip Planking? recomendado. conformação redondo planificáveis
Quais as desvantagens de utilizar o método Tempo de construção maior do que Em relação a um casco em espuma
5 Tempo de Fabricação das ripas. Tempo de construção mais longo Não existe caso projeto seja especifico Maior consumo HH Confesso que não sei pois fiz apenas uma 5
em Strip Planking? construção seriada somente o peso final
Em que cascos é recomendavél a Em qualquer tipo de casco, até mesmo Quando há necessidade de formas não
6 Construções one off Cascos redondos Cascos redondos Qualquer casco redondo No meu caso por ser construção amadora 6
utilização desde método? prancha de surf planificáveis
Meu primeiro barco foi construido em 1979,
Quais foram os principais projetos embarcações K8 L35 R24 e canoa Linha samoa linha cabo horn pantanal 25 Catamarans de 46 pes monocascos de 40
7 e desde então participei de mais de 10 mil Samoa 28 e 34 Veleiro E mi e Treinó para expedição polar Esse é o primeiro 7
desenvolvidos em Strip Planking? canadense explore 39 e 33 pés loster de 35 pés
barcos construidos em varios metodos.
A construção com Strip Planking necessita
8 Necessita Sim Sim Sim Sim Sim Sim 8
de projeto especifico?
Quais as madeiras que o estaleiro costuma Recomendo PVC Divinycell, mais se for Só trabalhamos com PVC, divinycell e
9 Cedro, Loro vermelho Freijo, cedro, kiri Freijo Cedro e freijo No meu caso foi feito em divinycell 9
utilizar para construção em Strip Planking? construido em madeira freijo e cedro corecell
Como é feito o trabalho de lofting ou Arquivos em Cad, esse trabalho tende a CNC ou plotamos em papel e transferimos
10 CNC CNC Nossos projetos vem em tamanho natural 10
carenagem? decair para compesados ou MDF
Um picadeiro de ser forte o suficiente para
De forma que possa receber todas O mais largo e baixo possivel para facilitar Em um piso regular, cuidando do
11 Como é feita a motagem do picadeiro? suporta o peso da embarcação e rigido Processo manual dependo do construtor Grande retangulo de madeira Armação de madeira para apoiar as balizas 11
anteparas o trabalho nivelamento e fixo no chão
para não permitir empenos e torções.
Quais os materiais mais utilizados para Madeira e cantoneiras de ferro para fixar as
12 Aço, Madeira, Aluminio, Concreto Base de concreto e estrutura de madeira Madeira, metal Metalica pela facilidade de fixação Aço e madeira Aço ou madeira 12
construção do picadeiro? balizas
Como é feito o nivelamento dessas
13 Indico mira laser Mangueira de água e prumo Mangueira com água ou laser Nivel a laser Nivel de bolha, magueira de água e laser Nivel de bolha, linhas e magueira com água Mangueira com água 13
estruturas?
Cavernas permanentes são construidas
Serradas ou laminadas conforme Permanentes de laminas de madeira e
14 Como são construídas as cavernas? É pratico a utilização de cortes em CNC com laminas 3 a 4 mm e as balizas com Normalmente de compensado CNC 14
determinado em projeto provisorias comprensado
compensados.
Como é realizado o espaçamento das
15 Especifico no projeto Definido em projeto Depende do projeto Determinado em projeto Normalmente entre 500 mm Na fase de projeto Descrito em projeto 15
cavernas?
Linha esticada longitudinalmente no Colocado um linha de centro no sentido
Como é realizado o alinhamento das Posicionado linha de centro do picadeiro Marcamos o vau superior e no pé da
16 Mangueira de nivel, mira laser e linha É utilizado prumo e magueira de nivel picadeiro e com reguas presas nas Linhas ou laser longitudinal no picadeiro para fazer o 16
cavernas em relação a linha de centro? junto com a linha de centro das balizas caverna na posição da linha de centro
cavernas na linha de centro alinhamento das balizas
Quais são as ferramentas e máquinas Serra circular, tupia, galopa, plaina, entre
17 Tupia, plaina, serra circular, tupia Tupia, serra circula plaina entre outras Serra, plainas, tupia Serra circular, desengrosso e tupia Espuma com estilete ou serra circular Serra circular ou estilete 17
necessarias para fabricação das ripas? outras
Como são definidas as dimensões dos Não existe regra básica, vai depender do Projeto pronto, mais se não haver leve em
18 Definido em projeto Depende do tamanho do barco Definas em projeto Depende da curvatura do casco Definida em projeto 18
Strips? tamanho da embarcação consideração tamanho/deslocamento
De acordo com a curvatura do casco,
Como são determinados os raios dos De acordo com espessura da ripa e
19 Varia de projeto para projeto Definido em projeto Varia muito quanto mais curvo, mais profundo será o Fazemos faceada No divinycell não se faz encaixes 19
encaixes macho/femea dos strips? curvatura do casco
encaixe
Como é realizado o processo de fixação
20 Tacos e pregos Utilizamos taco com pregos Pregos galvanizados, sargentos, parafusos Parafusos de latão e pinos de madeira Normalmente parafusos Prego sem cabeça ou cola Pregos e tacos com 40 x 40mm 20
dos strips nas anteparas ou cavernas?
A fixação com pregos, pinos parafusos é
21 Não é aconselhável Não há necessidade Não há necessidade Apenas os não ferrosos, pinos de madeira Não Nunca em nenhums dos casos 21
permanente?
Compativel com a resina a ser utilizada na
22 Que tipo de adesivo deve ser utilizado? Epoxi, mais se for PVC pode ser poliéster Epoxi Epoxi Somente epoxi Absolutamente epoxi Utilizei estervinilica 22
laminação
Qual é a quantidade ideal de adesivo por Depende da forma de fixação e tipo de
23 Não há regra 300 a 350 gramas O suficiente para preencher a superficie Dificil determinar Não lembro 23
metro linear? material
Qual é a quantidade entre adesivo e Varia 5 pra 1, 3 pra 1, 1 pra 1 depende da
24 5 pra 1 Depende do fabricante Cada fabricante tem uma medida Dependo do fabricante Recomendado pelo fabricante 1% 24
endurecedor? marca
Como é feita a união dos strips? Sempre Corte diagonal de 8 pra 1 em relação a
25 Sim, utilizamos a formula de 8 pra 1 Sempre Sim, sempre Sim Com chanfros em forma de cunha Sempre 25
no sentido do comprimento? espessura da ripa
26 Deve haver escorrimento do adesivo? Sim Sim Sim Sim Sim De preferencia não Não escorre 26
É necessario limpar o escorrimento do Sim, reduz o tempo gasto lixando depois de
27 Sim Sim sempre Sim Sim Melhor impar do que lixar É limpo o excesso, mais ele não escorre 27
adesivo? seco
Todo uso de massa é condenado, pois não
Depois de completamente fechado, é Primeiro deve-se lixar para retirada de
28 Sim Sim tem nenhuma função estrutural, portanto Se haver imperfeições sim Sempre é necessario Sim 28
necessario emassar o casco? grandes imperfeições
deve-se evitar o uso de massa.
Antes de aplicar a massa no casco, há Lixa para limpeza da cola e acabamento
29 Sim Sim Sim sempre Sim, para se retirar a cola curada Sim, para garantir a adesão da massa Sim 29
necessidade de lixa-lo? final
Que ferramentas são utilizadas para lixar o
30 Maquinas e lixas manuais Treme-treme, peks, orbital e tacos com lixa Lixadeiras circular orbital cinta Tacos de madeiras de tamanhos diversos Lixadeiras de cinta e disco tacos de 1 m Tacos grande de lixa 30
casco?
Lixamos o casco, passamos uma camada
Como é realizada a preparação do casco Lixado, emassado para retirado de Lixar e é bom impregna-lo e então começar
31 Lixado, mão de resina, lixado, laminação fina de resina, lixamos, emassamos e Deve ficar limpo e sem ondulações Lixando e limpando os strips Primeiro lixar e nivelar com massa 31
para laminação? imperfeições a laminação
depois começa a laminação
Que espessura de laminação externa o Varia de acordo com cada tamanha de
32 1mm Depende do projeto Determinado em projeto Normalmente 3 a 5 mm Definido em projeto 2 mm 32
casco deve apresentar? embarcação
Qual a gramatura dos tecidos/mantas por
33 Varia de cada projeto Biaxial 180, 200 depende do projeto 400 g/m² Determinado em projeto Unidirecionais 360 a 400g Varia manta 225 e biaxial 800 33
m²?
34 Qual o método de laminação utilizado? Convencional Convencional Convencional Convencional e sempre no sentido cruzado Convencional Convencional Convencional 34
Qual tipo de tecido/manta é utilizado para
35 Biaxial ou triaxial Biaxial Biaxial Determinado em projeto Unidirecional Há varias possibilidades Biaxial e mantas 35
laminação externa?
Que tipo de resina deve ser utilizada para
36 Epoxi Epoxi Epoxi Resina epoxi Absolutamente epoxi Epoxi, poliéster, estervinilica Estervinilica 36
laminação?
Qual é o processo de impermeabilização
37 Camada de resina epoxi Com resina epoxi Passado resina epoxi Resina epoxi Resina epoxi A parte interna também deve ser laminada Laminação 37
da face interna do casco?
Existem massas prontas ou entao a massa
Primer , corrigimos as imperfeições e
38 Como é realizado o acabamento final? Pintura e polimento Primer, lixa, pintura, polimento Verniz ou tinta com 20% de aerosil 80% microesfera e Massa, lixa, primer e pintura Massa para nivelar e primer antes da tinta 38
pintamos
resina epoxi
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APÊNDICES
2. Nome do entrevistado?
R: Jorge Nasseh
3. Função?
R: Engenheiro Chefe
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18. Quais são as ferramentas e máquinas necessárias para fabricação das ripas?
R: Tupia, plaina, serra circular, fresas e galopa.
21. Como é realizado o processo de fixação dos strips nas anteparas ou cavernas?
R: Deve ser presa na caverna com tacos e pregos.
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Entrevista 2 – Lorena Kreuger
1. Nome do estaleiro?
R: Kalmar.
2. Nome do entrevistado?
R: Lorena Kreuger.
3. Função?
R: Dona do estaleiro
10. Quais madeiras o estaleiro costuma utilizar para construção em strip plank?
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R: Cedro, loro vermelho e tem o mogno que é uma das melhores mais por
questões ambientais não trabalhamos mais com esse tipo de madeira.
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20. Como são determinados os raios dos encaixes macho/fêmea (côncavos
convexo) dos Strips?
R: Projeto.
21. Como é realizado o processo de fixação dos strips nas anteparas ou cavernas?
R: Utilizamos taco com pregos.
1. Nome do estaleiro/Empresa?
R: Roberto Barros Yatch Desing.
2. Nome do entrevistado?
R: Luis Gouveia.
3. Função?
R: Sócio do Roberto Barros.
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10. Quais madeiras o estaleiro costuma utilizar para construção em strip planking?
R: Recomenda-se madeiras leves e que não sejam resinosas; cedro, freijó,
mogno (proibido) e kiri. Com o kiri é necessário laminação interna do casco.
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20. Como são determinados os raios dos encaixes macho/fêmea (côncavos
convexo) dos Strips?
R: Não tem formula, normalmente o raio vai ser a espessura da ripa, caso a
ripa tenha 20mm de espessura o raio vai ter 20mm.
21. Como é realizado o processo de fixação dos strips nas anteparas ou cavernas?
R: Colado em epóxi, indico se for utilizar pregos que sejam de material
resistente a corrosão. Há também pregos de cobre, inox, e mesmo de
plástico. Há também construtores que utilizam parafusos, cavilhas e
sargentos.
77
29. Depois de completamente fechado, é necessário emassar o casco?
R: Sim, mas somente após a laminação. Eu indico a seguinte seqüência:
Lixar as maiores imperfeições, laminação com fibra de vidro, novamente lixar,
passar massa, lixar, quantas vezes forem necessárias até estar pronto para
pintura. Quanto a massa, as camadas não podem ser muito grossas, pois não
agrega nenhuma propriedade ao casco. Deve se aplicar massa no casco
todo, lixar deixando somente nos locais realmente necessários.
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37. Que tipo de resina deve ser utilizada para laminação?
R: EPÓXI!
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Entrevista 4 – Flávio A. Rodrigues
1. Nome do estaleiro?
R: FLAB – CONSTRUÇÃO ARTESANAL DE EMBARACÇÕES
2. Nome do entrevistado?
R: Flávio Antonio Rodrigues
3. Função?
R: Diretor
10. Quais as madeiras o estaleiro costuma utilizar para construção em strip plank?
R: Freijó
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11. Como é feito o trabalho de lofting ou carenagem?
R:
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16. Como é realizado o espaçamento das cavernas?
R: Obedecendo-se o que determina no projeto de engenharia , as anteparas
são fixadas no picadeiro com as medidas dos espaçamentos previamente
colocadas nele. Observe na foto que existem vários pontos de fixação ao
longo do picadeiro.
82
18. Quais são as ferramentas e máquinas necessárias para fabricação das ripas?
R: Serra de bancada para desmembramento dos pranchados, plaina de mesa
para alinhamento e esquadrejamento, desengrosso para o ajuste final das
medidas e tupia de bancada para a confecção do côncavo e convexo.
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“enchimento”, então, o correto é usar o necessário para umedecer as faces
que serão coladas e não “encher” espaços vazios com a cola.
84
30. Antes de aplicar a massa no casco, há necessidade de lixá-lo?
R:O primeiro passo para se obter um casco liso e perfeito é a correta
afagagem das cavernas e anteparas. Se este serviço for feito com muito
cuidado e esmero, a correção após a fixação dos strips será praticamente
desnecessária. Deve ser usado lixa para a limpeza da cola e acabamento
final.
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36. Qual tipo de tecido/manta é utilizado para laminação externa?
R: Deve-se obedecer ao que determina cada projeto específico.
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Entrevista 5 – Marcos Toledo
1. Nome do estaleiro?
R: Estrutural Estaleiro me
2. Nome do entrevistado?
R: Marcos de Lamare Toledo
3. Função?
R: Dono/sócio com meu irmão Marcio
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9. A construção com Strip Planking necessita de projeto especifico?
R: Sim, se o casco não foi projetado para construção em madeira epoxy.
10. Quais as madeiras o estaleiro costuma utilizar para construção em strip plank?
R: Normalmente o cedro e o freijó por seu baixo peso e não serem madeiras
resinosas, este é um perigo a ser observado, pois a resina impede uma boa
colagem.
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17. Como é realizado o alinhamento das cavernas em relação a linha de centro?
R: Pode ser da maneira tradicional com uma linha esticada longitudinalmente
no picadeiro e as cavernas com uma régua presa na vertical ao longo de sua
linha de centro, esta régua também serve para se nivelar a caverna
transversalmente no sentido boreste/bombordo.
18. Quais são as ferramentas e máquinas necessárias para fabricação das ripas?
R: Basicamente serra circular , desengrosso e uma tupia de mesa.
21. Como é realizado o processo de fixação dos strips nas anteparas ou cavernas?
R: Normalmente por meio de parafusos, pois o uso de pregos expulsa o
adesivo cola à cada martelada .
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25. Qual é a proporção entre adesivo e endurecedor?
R: A resina epoxy não permite variação nesta proporção, ela é sempre fixada
pelo fabricante.
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Entrevista 6 – Marcos Toledo
1. Nome do estaleiro?
R: Holos Brasil Serviço naval Ltda
2. Nome do entrevistado?
R: Lorenzo Cardoso de Souza
3. Função?
R: Sócio Administrador
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R: Não utilizamos madeira. Utilizamos espumas de PVC, por exemplo,
Divinycell e Corecell.
18. Quais são as ferramentas e máquinas necessárias para fabricação das ripas?
R: No caso da espuma, pode ser estilete ou serra circular. Se madeira, cerra
circular.
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19. Como são definidas as dimensões dos Strips (Largura e Espessura)?
R: A espessura depende do espaçamento das balizas e a largura, da
concavidade da forma. Se for uma curvatura suave, a largura pode ser maior.
21. Como é realizado o processo de fixação dos Strips nas anteparas ou cavernas?
R: Prego sem cabeça ou cola.
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Entrevista 7 – Alexandre Dangas
1. Nome do estaleiro/Empresa?
R: Construção Amadora
2. Nome do entrevistado?
R: Alexandre Monteiro Dangas
3. Função?
R: Piloto de Helicóptero
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11. Como é feito o trabalho de lofting ou carenagem?
R: Não sei o que significa, me explique o que é que te respondo.
18. Quais são as ferramentas e máquinas necessárias para fabricação das ripas?
R: Um a serra circular, mas podendo ser substituído por uma régua de
alumínio e um estilete.
21. Como é realizado o processo de fixação dos Strips nas anteparas ou cavernas?
R: Utilizei pregos e uns quadradinhos feitos de compensado de 4mm de
espessura e 40mmX40mm de largura/comprimento.
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29. Depois de completamente fechado, é necessário emassar o casco?
R:Sim, mas depois de fibrado.
30. Antes de aplicar a massa no casco, há necessidade de lixá-lo?
R:Sim.