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FACULDADE ANHANGUERA.

CURSO SUPERIOR DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

DESABAMENTO DE PRÉDIO OCUPADO IRREGULARMENTE APÓS


EFEITO DE INTEMPÉRIE - Ciclone Bomba –
PTG (Produção Textual em Grupo) IV

Cotia (SP)
2020
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FACULDADE ANHANGUERA.

CURSO SUPERIOR DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

Desabamento de Prédio Ocupado Irregularmente após Efeito de Intempérie


- Ciclone Bomba -Relato dos fatos apurados

Alunos.

Projeto Textual m Grupo (PTG) apresentada ao


Instituto Educacional Anhanguera tem como
requisito obrigatório para os 1.ºs a 4.º semestre; e
que engloba as disciplinas de Negociação e Gestão
de Conflitos de Segurança; Gestão de Risco e
Desastres em Defesa Civil; Consultoria em
Segurança; Direito, proteção e inclusão social; e
Tecnologias Aplicadas ao Sistema de Segurança,
do curso Superior de Tecnologia de Segurança
Pública.
Tutor: Fernando Antônio Campos de Moura

Cotia (SP)
2020
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4

1. NEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS DE SEGURANÇA...............................6

2. GESTÃO DE RISCO E DESASTRES EM DEFESA CIVIL...........................................8

2.1. Atenção Especial da Defesa Civil em Ação e em Prevenção a Desastres


Envolvendo Pessoas vivendo sem acesso a Moradias Dignas............................................9

3. CONSULTORIA EM SEGURANÇA..............................................................................10

4. DIREITO, PROTEÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL..........................................................12

5. TECNOLOGIAS APLICADAS AO SISTEMA DE SEGURANÇA..............................13

CONCLUSÃO.........................................................................................................................14

REFERÊNCIAS......................................................................................................................15
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INTRODUÇÃO

A moradia, o lar, ou uma residência digna – e que garanta as mínimas condições para
se viver com um notado certo nível de bem-estar do (s) morador (es) desta habitação e de seus
membros da família, inclusive – é algo que ainda apresenta déficits no Brasil. Onde a
população brasileira, principalmente a população das faixas econômicas mais pobres, ainda
sofre com a falta de acesso à habitação própria, habitação de qualidade, habitação com
saneamento básico, com infraestrutura adequada e etc.
O Código Civil (BRASIL, 2002) consagra a habitação no conceito relativo a bem de
família voluntário, isto no livro de "Direito de Família", abordando sobre esta matéria nos
artigos 1.711 a 1.722, onde se percebe a habitação como o asilo inviolável da família, ressalva
feita que há certos limites neste asilo inviolável.
Mas é quando não se tem acesso a uma moradia de qualidade, como proceder? E se
falta segurança e saneamento básico nesta habitação, como resolver tais agravantes desta
situação?
Este relatório analisa uma Situação Geradora de Aprendizagem (SGA), que traz a
situação–problema de um “Desabamento de Prédio ocupado irregularmente após efeito de
intempérie – de um Ciclone Bomba”.
O prédio que desabou foi o Edifício Cauã, que se localiza em São Bento. O imóvel
começou a ser construído na década de 80, do século XX, mas problemas de projeto e
problemas financeiros inviabilizaram o edifício Cauã e a partir da década de 90, do século
passado, começaram as ocupações indevidas. O incidente do desabamento ocorreu quando
cerca de 40 famílias ocupavam de forma irregular o imóvel. Porém eles habitam os
apartamentos do prédio sem estes possuírem as mínimas condições de saneamento básico e de
segurança necessárias para uma correta habitação do local.
Além disto, de acordo com relatos apurados preliminarmente, dias antes do
desabamento houve uma intempérie, um ciclone-bomba, e isto pode ter abalado as estruturas
do prédio, que estivera ainda fragilidade pelas ocupações irregulares, que não adequadas,
causavam maiores necessidades de manutenção (no mínimo menos) no imóvel. Sendo que
com a tragédia do desabamento houve a morte de cinco pessoas e ainda outras sete pessoas
ficaram hospitalizadas, sendo que duas vítimas do desabamento se encontram internadas em
estado grave.
Para se apresentar o relato correto, e ainda para trazer as soluções adequadas para
estes problemas, que envolveram este trágico desabamento, então, é necessário se fazer a
análise destes temas de acordo com as seguintes disciplinas (áreas do conhecimento):
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o Negociação e Gestão de Conflitos de Segurança;


o Gestão de Risco e Desastres em Defesa Civil;
o Consultoria em Segurança;
o Direito, proteção e inclusão social; e
o Tecnologias Aplicadas ao Sistema de Segurança.

Esse relatório faz uso da metodologia de revisão de literatura, constituído na natureza


qualitativa de produção de literatura acadêmica, de modo que se descreve sobre o
desabamento trágico do Edifício Cauã, o Evento da Intempérie (Ciclone-bomba), a ocupação
irregular, e assuntos diretamente relacionados a esta tragédia
O objetivo do presente estudo é buscar linhas de investigações / linhas de raciocínio
(porém não concluí-las, pois isto cabe a investigação) sobre o evento de intempérie relatado
presentemente. Tem os objetivos secundários de analisar as áreas disciplinares (áreas do
conhecimento) citadas anteriormente. Para isto, foi optada por ser utilizada a estrutura de
capítulos e subcapítulos, que tem o nome de cada área do saber analisada, sob a ótica deste
evento de intempérie relatado.
Por fim, a proposta deste trabalho é de realizar um relato abrangente, com
pouquíssimas informações (porque se está em fase preliminar as investigações) e sem buscar
um nexo causal intricado em relação a todos os pontos que são inteiramente abordados ao se
fazer a análise imparcial e técnica sobre o terrível acontecimento do desabamento do Edifício
Cauã, em que sim, pode-se dizer que há nexo entre o ciclone-bomba e o desabamento, mas
qual a contribuição total deste nexo? E esta pergunta, apenas o desenrolar das investigações,
dos inquéritos, e etc. deverá responder.
Além disto, este pretende relato pretende dar luz as variáveis e aspectos que devem
ser melhores investigadas no decorrer do processo de apuração do que de fato houve no
Edifício Cauã, naquela fatídico dia, em que apenas o desenvolver das investigações (e mesmo
do inquérito) irá atribuir as verdadeiras causas e consequências deste acontecimento relatado,
onde as tentativas de reparação de dano, que foram observados com esta tragédia recatada,
igualmente devem ser traçadas nas investigações, e por fim, sacramentadas por decisão
judicial, com trânsito em julgado.
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1. NEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS DE SEGURANÇA

Quando se diz sobre realizar uma investigação a respeito do desabamento de uma


ocupação predial irregular, ainda mais quando se utiliza um método investigativo de alto
nível, como o é o Processo de Negociação de Harvard (FISHER; URY, 1994 e MORETTI,
2018), está se dizendo sobre manter uma ordem clara de trabalho em cinco etapas principais:
preparação, criação, negociação, fechamento e reconstrução.
A respeito de negociações, elas envolvem, como é sabido, técnicas de comunicações,
controle emocional, interpretação empática e etc. entre outras habilidades. Isto sendo falado
de modo geral. E todas estas técnicas de negociação, de comunicação, de empatia e etc.;
devem funcionar perfeitamente a fim de que o processo de negociação ocorra de modo
satisfatório ou eficiente.
Conforme Moretti (2018) bem enfatiza, a comunicação é o fator chave do sucesso da
negociação, bem como o tempo dedicado a primeira etapa do Processo de Negociação de
Harvard é crucial para o bom êxito de toda a negociação.

Sempre haverá, pelo menos, duas partes envolvidas na negociação. Para


qualquer início do processo de negociação deve ficar claro que, como envolve
pessoas, a comunicação será fundamental. Sem comunicação não há negociação.
A negociação é um processo de comunicação bilateral com o objetivo de se
chegar a uma decisão conjunta, afirmam Roger Fisher e William Ury (1994, p.
1). O Processo de Negociação de Harvard é baseado em cinco fases ou etapas da
negociação, De acordo com Roger Fisher e William Ury (1994) são: 1.
Preparação. 2. Criação. 3. Negociação. 4. Fechamento. 5. Reconstrução. [...] A
preparação, como o nome sugere, refere-se ao estudo do que será negociado.
Quanto mais complexo for o tema, mais tempo será necessário nessa fase. No
caso da segurança empresarial, o assunto pode requerera elaboração de estudos
técnicos, consulta ao setor jurídico ou de especialistas. Quando as negociações
se iniciam, o fator emocional pode dificultar o processo de tomada de decisão,
portanto entender quais são os seus objetivos é fundamental na fase de
preparação. [...]. Do processo de Negociação de Harvard, queremos destacar a
importância da primeira fase, que é a preparação. A essência desta fase para o
sucesso de uma negociação é evitar a decisão precipitada, sem ter se preparado
e, principalmente, sem agir de modo profissional, racionalizando as opções e
condições da negociação (FISHER; URY, 1994 apud MORETTI, 2018, p.64-
65).

Um dos pontos da preparação da negociação é entender todos os agentes envolvidos


neste processo de negociação, no caso: os proprietários da massa falida (se for o caso) do
imóvel, o pessoal da prefeitura, do poder judiciário e a sociedade, de um lado e do outro lado,
os moradores do imóvel, os ocupantes irregulares do prédio Cauã e seus familiares.
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E além disto, houve a incidência de uma intempérie, um ciclone bomba que


acometeu de súbito a região, causando muitos estragos, detalhando causas e supostamente
também, esta intempérie pode ter contribuído para piorar a situação da [falta de] manutenção
e da [falta de] estrutura [e de saneamento básico e segurança] do prédio, o que pode ter
contribuído para a culminação da tragédia relatada, isto dias após o ciclone bomba.
A intempérie é um fenômeno natural, que pode ser estudada de diversas formas,
optou-se por exibir o ciclo hidrológico e por se fazer considerações sobre ele, nas preparações
sobre o processo de negociação de Harvard. Acompanha-se os detalhes com a Figura 01.

Figura 01: O Ciclo Hidrológico. Fonte: E-GEO; INETI (2009). Disponível em <e-geo.ineti.pt/
edições_online/diversos/agua_subterranea/ciclo.html> Acesso em 18 de set. de 2020.

De acordo com Pires (s/d) por meio da ação do Sol há a promoção da evaporação da
água – em formato de gotículas – que se encontra presente na área superficial de lagos, de
rios, mares, plantas e solos e etc., então essas gotículas se dispersam na atmosfera e,
dependendo das condições climáticas, podem formar as chuvas através da condensação do
vapor d’água. A água precipitada pelas chuvas atinge a vegetação, sendo que parte é
absorvida pela mesma e parte atinge os solos, onde uma parcela infiltra (recarga das reservas
subterrâneas de água) “e outra sofre escoamento em direção a menor declividade, atingindo os
corpos d’água superficiais. Os rios fluem para os mares, onde se fecha o ciclo das águas”
(PIRES, S/d, p.10).
Conforme se observa com Pires (S/d) de fato quando há precipitação (chuva) há
sempre a possibilidade de a incidência da água penetrar no solo, na vegetação e assim infiltra-
se até as reservas subterrâneas de água – além da infiltração em outros locais, em prédios,
beiras de rios e etc.; e neste processo, pode ter havido uma contribuição para o desabamento
no prédio, com a infiltração da água, logo dias após o evento do ciclone-bomba. E isto deve
ser levado em consideração nas etapas de negociação, sem dúvida alguma.
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2. GESTÃO DE RISCO E DESASTRES EM DEFESA CIVIL

Há tempos a sociedade de São Bento pressionava o poder pública para parar de ser
negligente com a Defesa Civil e valorizar este órgão no município, nota-se que com o
acontecimento trágico envolvendo o prédio Cauã, deve ser então agora a hora em que a
Defesa Civil deve finalmente ganhar sua sede física e ser atuante na cidade.
Para se criar um órgão de Defesa Civil no município de São Bento, deverão ser
seguidas estas etapas, de acordo com a Secretaria Nacional da Defesa Civil (2020):

“1º PASSO: Projeto de lei para criação da COMPDEC após assinado pelo
Prefeito encaminhá-lo para a Câmara dos Vereadores, para fins de avaliação.
Após a aprovação a lei entra em vigor, necessitando de sua regulamentação; 2º
PASSO: Confeccionar um Decreto para a regulamentação da Lei. Este
documento não necessita passar pela Câmara, apenas a assinatura do Prefeito; 3º
PASSO: Publicar uma Portaria de nomeação dos membros que vão fazer parte
da Coordenadoria e dos Membros do Conselho Municipal; 4º PASSO: A
COMPDEC estará legalmente criada, devendo o município publicar em Diário
Oficial ou equivalente” (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL;
SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL, 2020, endereço eletrônico)

E uma sugestão de um organograma básico (com suas funções) do COMPDEC para


o município de São Bento seria:
1. Coordenador do COMPDEC: O Coordenador dever ser um funcionário da
Prefeitura e trabalhar apenas com as atividades de proteção e defesa civil, que
ainda se divide em A) gestão do risco de desastres e B) gestão dos desastres;
2. Assessor da Defesa Civil / COMPDEC: pode ser funcionário da prefeitura, de
carreira (concurso público) ou comissionado, e trabalha como o coordenador
mas pode ser dedicado a uma área específica, como gestão do risco de
desastres, combate ao fogo, e etc.
3. Auxiliar (es) da Defesa Civil / COMPDEC: temporariamente, na realização
de determinadas tarefas ou levantamentos, ou ainda em épocas de alta
demanda de trabalho, pode ser que sejam necessários ajudantes para se fazer
a correta realização dos trabalhos do COMPODEC / Defesa Civil.
4. Trabalhos de voluntários da Defesa Civil, de integrantes da Brigada de
Combate contra Incêndios, e etc.

Lembrando que o COMPDEC, oportunamente, deve possui servidores remunerados,


devendo assim ser compostos por funcionários da administração da prefeitura, que atuam
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durante o ano todo neste órgão, e que é o órgão municipal responsável pela proteção e defesa
civil.

2.1. Atenção Especial da Defesa Civil em Ação e em Prevenção a Desastres Envolvendo


Pessoas vivendo sem acesso a Moradias Dignas

Como o Município de São Bento, faz já um tempo, clamava pela criação da Defesa
Civil na cidade, e como existe agora essa problemática das famílias desalojadas, que ficaram
sem ter onde dormir após o desabamento do Prédio Cauã, somando ainda estas famílias a
outras famílias que também não tem acesso a uma moradia digna, entre as outras
problemáticas das quais se destacam as ocupações irregulares, e as demais situações de
vulnerabilidade e hipersensibilidade encontradas em São Bento, então nada melhor do que
criar agora o COMPDEC na cidade e já começar os trabalhos com uma força-tarefa de
amparo aos desalojados do município.
E, como agora deverá estar sendo empreita para encontrar uma residência e realojar
as cerca de 30 a 40 famílias que ficaram sem um local para marar após o desabamento do
Edifício Cauã, em São Bento.
Evidentemente, nesta empreita de dar condições de moradias dignas para as famílias
desalojadas, então, poderá ser contratada uma frente de trabalho temporária, a fim de auxiliar
a Defesa Civil do município a encontrar maneiras de instalar estas famílias com segurança,
dignidade e condições salubres de vida.
Além disto, a Lei de acesso a moradia, por meio do FNHIS, SNHIS –
respectivamente, Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, e o Sistema Nacional de
Habitação de Interesse Social – prevista na Lei n. º 11.124 (BRASIL, 2005) fornece os
mecanismos para a obtenção de uma moradia digna, entre outros recursos legais existentes
que visam a garantir o direito à habitação de qualidade.
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3. CONSULTORIA EM SEGURANÇA

É claro que alguém é responsável por este terrível incidente, mas quem é o
responsável? A massa falida do prédio Cauã? Os invasores que praticaram ocupação irregular
de imóvel? A intempérie, ou seja, a própria natureza? Ou o poder público que fez vistas
grossas?
Evidentemente é o poder público o responsável porque ele não notificou os herdeiros
(ou espólios) do edifício Cauã sobre a falta de manutenção do prédio, não notificou para
cercar e zelar pelo imóvel, e mesmo que tais notificações se não fossem cumpridas, então
simplesmente iria ser somado o valor das multas até chegar a pôr a alienação ou propor algum
acordo envolvendo este imóvel.
Além disto, algumas outras perguntas devem ser respondidas pela Consultoria em
Segurança, a respeito deste trágico episódio (estas perguntas são obrigatórias, e são transcritas
na intriga, com suas devidas respostas fornecidas respectiva e imediatamente abaixo delas):
I – Quais são os Problemas que precisam ser resolvidos?
R – Entre os tantos problemas que precisam ser resolvidos para que não volte a se
repetir incidentes como o que foi observado com o edifício Cauã, cita-se a falta de uma maior
agilidade e controle do poder público em relação a ocupações, e uso irregular de solo e
imóveis e etc.; além disto há a problemática da falta de responsabilização dos proprietários da
massa falida do imóvel e problemática da carência habitacional (de moradias) brasileira;
II – O que preocupa a contratante da consultoria? Que é o próprio poder público. No
caso, a prefeitura.
R – Ser condenada por danos contra a população de São Bento pela
corresponsabilização e punibilidade maior em razão da tragédia do edifício Cauã, uma vez
que pode ser entendido judicialmente que a prefeitura foi negligente, praticou improbidade
administrativa e / ou foi conivente com a ação de apropriação indevida de moradia
inadequada a uso;
III – Porque ela se preocupa?
R – Justamente porque há esta questão irregular, tanto do imóvel abandonado, sem
receber notificações de limpeza e de fazer cerca, tanto quanto a questão das famílias morando
em condições sub-humanas e inseguras e etc. E claro a questão da inércia do poder público
em relação a esta problemática toda, onde é um problema de décadas em que não foi feito
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praticamente nada, exceto a conivência e a permissibilidade do poder público em permitir que


essa se situação se agravasse ano a ano;
IV – Quais seriam as principais soluções para estes problemas?
R – sobre a agilização do poder público, isto se resolve com concursos públicos
eficientes, com liberdade para servidor de carreira trabalhar (e reconhecimento para o trabalho
bem feito pelos servidores), com a contratação de cargos de comissão (comissionados) de
qualificação técnico-profissional e não cargos político apenas, e etc.; sobre a questão de
responsabilização da massa falida do edifício Cauã, diz-se que o poder judiciário por algum
motivo não aplicou os rigores da lei e não fez cumprir direito do consumir, direito societário e
direito ao patrimônio, e suas responsabilizações; e sobre a carência de moradias do Brasil, isto
é um problema municipal, estadual e federal, sendo que os três entes federativos tem
responsabilizações a respeito do direito a uma moradia digna, seja isto om problemas
habitacionais, acesso ao emprego e renda, com programas alternativos de dignidade humana e
etc.
V – Por quem este projeto precisa ser executado?
R – a princípio, para fazer o trabalho diretamente com os desalojados, ficou a cargo
da defesa civil atuar; mas em um segundo momento cabe a atuação de todos: polícia,
promotoria, justiça, poder público, prefeitura, de modo a trabalhar em conjuntos, firmar T.A.C
(Termo de Ajustamento de Condutas), entre outras ação para achar soluções ou ao menos
mitigar o problema da moradias, e outros problemas relacionados, como a ocupação irregular
de imóvel, a fim de que situações trágicas como as que foram observadas com a queda do
edifício Cauã não sejam observadas mais.
Além disto, deve ser enfatizada as diversas outras problemáticas que vinham sendo
observadas constantemente no edifício Cauã, como por exemplo, o caso do Sr. João.
Sendo que o sr. º João é um aposentado que, após a tragédia com o Edifício Cauã,
descobriu-se que o neto dele (cerca de 20 anos de idade) apropriava-se de seu cartão de
pagamento de benefício de INSS e que o neto sacava e gastava parte do dinheiro da
aposentadoria do avô com o uso de substâncias entorpecentes, drogas pesadas, etc., além da
parte (da denúncia sobre a) da suspeita de maus tratos sofrido pelo avô, praticado por seu
neto.
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4. DIREITO, PROTEÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL

A respeito da área do saber que abrange o Direito, a Proteção e a Inclusão Social,


este presente relato aborda suscintamente quatro perguntas-chaves sobre esta área de estudo,
de modo que as perguntas e respostas são estas a seguir (tais perguntas são imperiosas, e
optou-se por fazer a transcrição delas na intriga, devidas as suas relevâncias, com suas
devidas respostas fornecidas respectiva e imediatamente abaixo delas):
I - Como o Estatuto do Idoso trata os maus tratos contra pessoas idosas?
R - No Estatuto do Idoso, regulamentado por meio da Lei 10.741/2003, tem-se a
previsão de crime para a conduta que pode vir a colocar em risco a vida ou a saúde do idoso,
sendo isto por meio de condições degradantes ou mesmo por privação de alimentos ou
cuidados indispensáveis a sua subsistência. De modo que a pena prevista para este tipo de
crime é de 2 meses a 1 ano de detenção, e multa; ou seja, a pena de detenção pode ser
revertida em medida socioeducativa ou pena alternativa, mas ainda assim cabe a aplicação de
multa.
II - A quem incumbe a obrigação de proteger os direitos e interesses das pessoas
idosas?
R – No mesmo Estatuto do Idoso citado, em seu Art. 230. Tem-se a previsão de que
a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, de modo a
assegurar-lhes a participação delas na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida. (BRASIL, 2003, LEI Nº 10.741).
III - O que o Poder Público pode fazer para resguardar a integridade física e psíquica
do Sr. João?
R – Há diversas atuações: de intervenções, a internações, medidas protetivas e etc.
“Ainda segundo o artigo 57, o profissional da área de saúde pode ser penalizado por não
denunciar situação de violência identificada: para a falta de comunicação de crime, há a pena
de multa que varia de R$ 500,00 a R$ 3.000,00, podendo ser dobrada se existir reincidência”
(SIQUEIRA, 2004 apud SANCHES; LEBRÃO; DUARTE, 2008, p. 94).
IV - Qual o papel do Ministério Público na proteção dos direitos e interesses dos
idosos?
R – O MP – Ministério Público – pode formular denúncia, apresentar queixa-crime,
propor inquéritos, e realizações ações que visem a garantir a dignidade da pessoa idosa.
Assim, afirma-se que na dúvida sempre deve ser considerado o disposto na Constituição
Federal (Brasil, 1988) principalmente no que não está sendo cumprindo, naquilo que se trata
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em relação as integridades físicas e psicológicas das pessoas, especialmente da pessoa de mais


idade, que tem ainda o respaldo do Estatuto do Idoso.

5. TECNOLOGIAS APLICADAS AO SISTEMA DE SEGURANÇA.

Como pode ser notado, toda esta situação trágica poderia ter sido evitada se o poder
público fosse mais atuante, e claro também, se houvesse maior seriedade no grupo
empresarial que empreendeu o Edifício Cauã, se não houvesse havido o problema de
solvência e liquidez dos negócios imobiliários do grupo, se os moradores tivessem recebidos
os seus apartamentos como contratados, isto não teria acontecido. E claro, se a justiça e
mesmo o MP tivessem se manifestado oportunamente sobre a situação irregular do Edifício
Cauã, também provavelmente não haveria de ter sido observada esta terrível tragédia no
prédio referido.
No mais, oportunamente este relato pretende responder a respeito das tecnologias de
monitoramento urbano, no sentido de que: quais tecnologias de segurança poderiam ter
contribuído para a fiscalização e segurança das instalações que desabaram? Descrevendo, no
mínimo, dois exemplos de tecnologias que poderiam ser aplicadas para a prevenção,
fiscalização e/ou perícia, justificando assim tal reposta.
Na parte da prefeitura, duas tecnologias de fiscalização e segurança de edificações
poderiam ter sido usadas para prevenir o trágico incidente.

 Imagens áreas: isto pode ser feito por DRONE, por satélites, enfim, por
avião, helicópteros e etc. que fazem registros fotográficos das construções /
imóveis da cidade. E esta técnica consiste em verificar as mutações nas
construções da cidade e assim calcular área de tributação de IPTU, verificar
estágio de obras, fases final de construção, entre outros; e de outro lado, tal
técnica também pode ser usada para facilitar uma ação mais rápida da
prefeitura na ofensiva contra as ocupações irregulares;
 Sistema de notificações / fiscalização eletrônico (ou digital) : esta técnica
permite que as notificações, as intimações, os autos de infrações, os autos de
apreensões e etc. fiquem salvos, ou registrados em sistema único de
fiscalização da prefeitura e assim todo fiscal vai ter acesso, por meio
computacional ou em smartphones, ao histórico de infrações e notificações
que um determinado contribuinte, ou um imóvel tenham sofrido na
municipalidade. Isto agiliza sanções e penalizações por descumprimentos de
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intimações, e pode ainda facilitar desocupações, execução fiscal de


contribuintes, via judicial, que tenham débitos com a prefeitura e etc.

CONCLUSÃO

O que mais é enfatizado neste presente relato sobre a infame tragédia com o edifício
Cauã – que suprimiu as moradias, por si só insalubres e indignas, de cerca de 40 famílias, que
ocupavam irregularmente o prédio referido e de lá faziam seu lar – é sobre a falta de
dignidade que famílias carentes demonstravam ter no imóvel, mas que aquela “moradia” era
tudo o que tinham.
A dignidade humana é um direito constitucional, e ela inclui, trabalho, moradia,
saúde, lazer, educação e etc., porém, as quarenta famílias que foram forçadas a abandonar
suas moradas, irregulares, mas que servia de abrigos a elas, sem falar das demais pessoas que
perderam suas vidas com este nefasto acontecimento, sem dúvida, acabaram por perder um
pouco da dignidade que ainda tinham. Esta ressalva é importante, é atesta algo fundamental.
Por isto a Defesa Civil, a Assistência Social e o departamento de Habitação da
Prefeitura devem agir em conjunto, com agilidade, para que estas famílias possam ser
realojadas e possam tornar a ir buscando, enquanto indivíduos ou família, a sua dignidade
perdida.
Além disto, este fatídico e triste ocorrido em São Bento, serviu para acelerar a
formação da Defesa Civil no município; e também para já propor uma força tarefa grandiosa,
com a missão de fazer o realojamento destas famílias que sofrerem com o desabamento do
prédio, isto logo de largada nas atividades do COMPDEC.
Por sua vez, o ocorrido demonstrou que os sistemas da fiscalização precisam ser
atualizados (urgentemente) e estar interligados; isto para que os mapas e as plantas (vistas
superioras) das ruas e quarteirões da cidade sejam preciso e condizente com a atual planta
verídica da cidade (e os dados cadastrais em sistema). Assim será possível maior controle
fiscalizatório.
Além disto, deve-se ter um maior controle com as notificações, autos de infrações e
demais documentos fiscalizatórios, sendo esta uma excelente maneira de organizar os serviços
públicos. Onde por meio de histórico no cadastro de imóveis ou de contribuintes, pode-se a
diretoria da prefeitura de São Bento, óbvio, optar por proceder em situações incomuns, como
esta ocupação que havia no Edifício Cauã e que exigia uma ação exemplar do poder público,
ação esta que não se observou antes da tragédia aqui relatada.
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Além disto, O MP pode propor T.A.C. e ainda tomar ações concretas contra casos
diversos, como o do aposentado que via sua aposentadoria ser usurpada por seu neto, que a
usava para fins escusos.
Por fim, espera-se que a prefeitura de São Bento aprenda com o exemplo provindo
deste trágico acontecimento, que possa servir para que a prefeitura possa vir a atualizar seus
sistemas gerenciais e de trabalhos, urgentemente, e dar mais agilidade ao setor público.
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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL; SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA


CIVIL. Criação do Compdec. IN Site de Defesa Civil / MG. De 03 mar. 2020, Gabinete
Militar do Governador. Endereço eletrônico em <www.defesacivil.mg.gov.br/
index.php/defesacivil/defesa-civil-municipal-comdec> acesso em 19 de set. de 2-020.

MORETTI, Cláudio dos Santos. Negociação e gestão de conflitos de segurança. Editora e


Distribuidora Educacional S.A.: Londrina / PR, 2018. Versão online. Disponível em < https://
docplayer.com.br/158752545-Negociacao-e-gestao-de-conflitos-de-seguranca.html> acesso
em 16 de set. de 2020.

PIRES, Antônio Jorge Ferreira Pires. Monitoramento e Controle da Poluição Ambiental.


Antônio Jorge Ferreira Pires. Santos / SP: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES.
(Material didático. Curso de Gestão ambiental). Versão online. Disponível em
<www.unimes.br> mediante log-in.

SANCHES, Ana Paula R. Amadio; LEBRÃO, Maria Lúcia; DUARTE, Yeda Aparecida de
Oliveira. Violência contra idosos: uma questão nova? Rev. Saúde soc. , São Paulo , v.17, n. 3,
p. 90-100, Sept. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000300010&lng=en&nrm=iso>. access on 27 Sept.
2020.
https://doi.org/10.1590/S0104-12902008000300010
.

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