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FACULDADE ANHANGUERA.
Cotia (SP)
2020
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FACULDADE ANHANGUERA.
Alunos.
Cotia (SP)
2020
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4
3. CONSULTORIA EM SEGURANÇA..............................................................................10
CONCLUSÃO.........................................................................................................................14
REFERÊNCIAS......................................................................................................................15
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INTRODUÇÃO
A moradia, o lar, ou uma residência digna – e que garanta as mínimas condições para
se viver com um notado certo nível de bem-estar do (s) morador (es) desta habitação e de seus
membros da família, inclusive – é algo que ainda apresenta déficits no Brasil. Onde a
população brasileira, principalmente a população das faixas econômicas mais pobres, ainda
sofre com a falta de acesso à habitação própria, habitação de qualidade, habitação com
saneamento básico, com infraestrutura adequada e etc.
O Código Civil (BRASIL, 2002) consagra a habitação no conceito relativo a bem de
família voluntário, isto no livro de "Direito de Família", abordando sobre esta matéria nos
artigos 1.711 a 1.722, onde se percebe a habitação como o asilo inviolável da família, ressalva
feita que há certos limites neste asilo inviolável.
Mas é quando não se tem acesso a uma moradia de qualidade, como proceder? E se
falta segurança e saneamento básico nesta habitação, como resolver tais agravantes desta
situação?
Este relatório analisa uma Situação Geradora de Aprendizagem (SGA), que traz a
situação–problema de um “Desabamento de Prédio ocupado irregularmente após efeito de
intempérie – de um Ciclone Bomba”.
O prédio que desabou foi o Edifício Cauã, que se localiza em São Bento. O imóvel
começou a ser construído na década de 80, do século XX, mas problemas de projeto e
problemas financeiros inviabilizaram o edifício Cauã e a partir da década de 90, do século
passado, começaram as ocupações indevidas. O incidente do desabamento ocorreu quando
cerca de 40 famílias ocupavam de forma irregular o imóvel. Porém eles habitam os
apartamentos do prédio sem estes possuírem as mínimas condições de saneamento básico e de
segurança necessárias para uma correta habitação do local.
Além disto, de acordo com relatos apurados preliminarmente, dias antes do
desabamento houve uma intempérie, um ciclone-bomba, e isto pode ter abalado as estruturas
do prédio, que estivera ainda fragilidade pelas ocupações irregulares, que não adequadas,
causavam maiores necessidades de manutenção (no mínimo menos) no imóvel. Sendo que
com a tragédia do desabamento houve a morte de cinco pessoas e ainda outras sete pessoas
ficaram hospitalizadas, sendo que duas vítimas do desabamento se encontram internadas em
estado grave.
Para se apresentar o relato correto, e ainda para trazer as soluções adequadas para
estes problemas, que envolveram este trágico desabamento, então, é necessário se fazer a
análise destes temas de acordo com as seguintes disciplinas (áreas do conhecimento):
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Figura 01: O Ciclo Hidrológico. Fonte: E-GEO; INETI (2009). Disponível em <e-geo.ineti.pt/
edições_online/diversos/agua_subterranea/ciclo.html> Acesso em 18 de set. de 2020.
De acordo com Pires (s/d) por meio da ação do Sol há a promoção da evaporação da
água – em formato de gotículas – que se encontra presente na área superficial de lagos, de
rios, mares, plantas e solos e etc., então essas gotículas se dispersam na atmosfera e,
dependendo das condições climáticas, podem formar as chuvas através da condensação do
vapor d’água. A água precipitada pelas chuvas atinge a vegetação, sendo que parte é
absorvida pela mesma e parte atinge os solos, onde uma parcela infiltra (recarga das reservas
subterrâneas de água) “e outra sofre escoamento em direção a menor declividade, atingindo os
corpos d’água superficiais. Os rios fluem para os mares, onde se fecha o ciclo das águas”
(PIRES, S/d, p.10).
Conforme se observa com Pires (S/d) de fato quando há precipitação (chuva) há
sempre a possibilidade de a incidência da água penetrar no solo, na vegetação e assim infiltra-
se até as reservas subterrâneas de água – além da infiltração em outros locais, em prédios,
beiras de rios e etc.; e neste processo, pode ter havido uma contribuição para o desabamento
no prédio, com a infiltração da água, logo dias após o evento do ciclone-bomba. E isto deve
ser levado em consideração nas etapas de negociação, sem dúvida alguma.
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Há tempos a sociedade de São Bento pressionava o poder pública para parar de ser
negligente com a Defesa Civil e valorizar este órgão no município, nota-se que com o
acontecimento trágico envolvendo o prédio Cauã, deve ser então agora a hora em que a
Defesa Civil deve finalmente ganhar sua sede física e ser atuante na cidade.
Para se criar um órgão de Defesa Civil no município de São Bento, deverão ser
seguidas estas etapas, de acordo com a Secretaria Nacional da Defesa Civil (2020):
“1º PASSO: Projeto de lei para criação da COMPDEC após assinado pelo
Prefeito encaminhá-lo para a Câmara dos Vereadores, para fins de avaliação.
Após a aprovação a lei entra em vigor, necessitando de sua regulamentação; 2º
PASSO: Confeccionar um Decreto para a regulamentação da Lei. Este
documento não necessita passar pela Câmara, apenas a assinatura do Prefeito; 3º
PASSO: Publicar uma Portaria de nomeação dos membros que vão fazer parte
da Coordenadoria e dos Membros do Conselho Municipal; 4º PASSO: A
COMPDEC estará legalmente criada, devendo o município publicar em Diário
Oficial ou equivalente” (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL;
SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL, 2020, endereço eletrônico)
durante o ano todo neste órgão, e que é o órgão municipal responsável pela proteção e defesa
civil.
Como o Município de São Bento, faz já um tempo, clamava pela criação da Defesa
Civil na cidade, e como existe agora essa problemática das famílias desalojadas, que ficaram
sem ter onde dormir após o desabamento do Prédio Cauã, somando ainda estas famílias a
outras famílias que também não tem acesso a uma moradia digna, entre as outras
problemáticas das quais se destacam as ocupações irregulares, e as demais situações de
vulnerabilidade e hipersensibilidade encontradas em São Bento, então nada melhor do que
criar agora o COMPDEC na cidade e já começar os trabalhos com uma força-tarefa de
amparo aos desalojados do município.
E, como agora deverá estar sendo empreita para encontrar uma residência e realojar
as cerca de 30 a 40 famílias que ficaram sem um local para marar após o desabamento do
Edifício Cauã, em São Bento.
Evidentemente, nesta empreita de dar condições de moradias dignas para as famílias
desalojadas, então, poderá ser contratada uma frente de trabalho temporária, a fim de auxiliar
a Defesa Civil do município a encontrar maneiras de instalar estas famílias com segurança,
dignidade e condições salubres de vida.
Além disto, a Lei de acesso a moradia, por meio do FNHIS, SNHIS –
respectivamente, Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, e o Sistema Nacional de
Habitação de Interesse Social – prevista na Lei n. º 11.124 (BRASIL, 2005) fornece os
mecanismos para a obtenção de uma moradia digna, entre outros recursos legais existentes
que visam a garantir o direito à habitação de qualidade.
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3. CONSULTORIA EM SEGURANÇA
É claro que alguém é responsável por este terrível incidente, mas quem é o
responsável? A massa falida do prédio Cauã? Os invasores que praticaram ocupação irregular
de imóvel? A intempérie, ou seja, a própria natureza? Ou o poder público que fez vistas
grossas?
Evidentemente é o poder público o responsável porque ele não notificou os herdeiros
(ou espólios) do edifício Cauã sobre a falta de manutenção do prédio, não notificou para
cercar e zelar pelo imóvel, e mesmo que tais notificações se não fossem cumpridas, então
simplesmente iria ser somado o valor das multas até chegar a pôr a alienação ou propor algum
acordo envolvendo este imóvel.
Além disto, algumas outras perguntas devem ser respondidas pela Consultoria em
Segurança, a respeito deste trágico episódio (estas perguntas são obrigatórias, e são transcritas
na intriga, com suas devidas respostas fornecidas respectiva e imediatamente abaixo delas):
I – Quais são os Problemas que precisam ser resolvidos?
R – Entre os tantos problemas que precisam ser resolvidos para que não volte a se
repetir incidentes como o que foi observado com o edifício Cauã, cita-se a falta de uma maior
agilidade e controle do poder público em relação a ocupações, e uso irregular de solo e
imóveis e etc.; além disto há a problemática da falta de responsabilização dos proprietários da
massa falida do imóvel e problemática da carência habitacional (de moradias) brasileira;
II – O que preocupa a contratante da consultoria? Que é o próprio poder público. No
caso, a prefeitura.
R – Ser condenada por danos contra a população de São Bento pela
corresponsabilização e punibilidade maior em razão da tragédia do edifício Cauã, uma vez
que pode ser entendido judicialmente que a prefeitura foi negligente, praticou improbidade
administrativa e / ou foi conivente com a ação de apropriação indevida de moradia
inadequada a uso;
III – Porque ela se preocupa?
R – Justamente porque há esta questão irregular, tanto do imóvel abandonado, sem
receber notificações de limpeza e de fazer cerca, tanto quanto a questão das famílias morando
em condições sub-humanas e inseguras e etc. E claro a questão da inércia do poder público
em relação a esta problemática toda, onde é um problema de décadas em que não foi feito
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Como pode ser notado, toda esta situação trágica poderia ter sido evitada se o poder
público fosse mais atuante, e claro também, se houvesse maior seriedade no grupo
empresarial que empreendeu o Edifício Cauã, se não houvesse havido o problema de
solvência e liquidez dos negócios imobiliários do grupo, se os moradores tivessem recebidos
os seus apartamentos como contratados, isto não teria acontecido. E claro, se a justiça e
mesmo o MP tivessem se manifestado oportunamente sobre a situação irregular do Edifício
Cauã, também provavelmente não haveria de ter sido observada esta terrível tragédia no
prédio referido.
No mais, oportunamente este relato pretende responder a respeito das tecnologias de
monitoramento urbano, no sentido de que: quais tecnologias de segurança poderiam ter
contribuído para a fiscalização e segurança das instalações que desabaram? Descrevendo, no
mínimo, dois exemplos de tecnologias que poderiam ser aplicadas para a prevenção,
fiscalização e/ou perícia, justificando assim tal reposta.
Na parte da prefeitura, duas tecnologias de fiscalização e segurança de edificações
poderiam ter sido usadas para prevenir o trágico incidente.
Imagens áreas: isto pode ser feito por DRONE, por satélites, enfim, por
avião, helicópteros e etc. que fazem registros fotográficos das construções /
imóveis da cidade. E esta técnica consiste em verificar as mutações nas
construções da cidade e assim calcular área de tributação de IPTU, verificar
estágio de obras, fases final de construção, entre outros; e de outro lado, tal
técnica também pode ser usada para facilitar uma ação mais rápida da
prefeitura na ofensiva contra as ocupações irregulares;
Sistema de notificações / fiscalização eletrônico (ou digital) : esta técnica
permite que as notificações, as intimações, os autos de infrações, os autos de
apreensões e etc. fiquem salvos, ou registrados em sistema único de
fiscalização da prefeitura e assim todo fiscal vai ter acesso, por meio
computacional ou em smartphones, ao histórico de infrações e notificações
que um determinado contribuinte, ou um imóvel tenham sofrido na
municipalidade. Isto agiliza sanções e penalizações por descumprimentos de
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CONCLUSÃO
O que mais é enfatizado neste presente relato sobre a infame tragédia com o edifício
Cauã – que suprimiu as moradias, por si só insalubres e indignas, de cerca de 40 famílias, que
ocupavam irregularmente o prédio referido e de lá faziam seu lar – é sobre a falta de
dignidade que famílias carentes demonstravam ter no imóvel, mas que aquela “moradia” era
tudo o que tinham.
A dignidade humana é um direito constitucional, e ela inclui, trabalho, moradia,
saúde, lazer, educação e etc., porém, as quarenta famílias que foram forçadas a abandonar
suas moradas, irregulares, mas que servia de abrigos a elas, sem falar das demais pessoas que
perderam suas vidas com este nefasto acontecimento, sem dúvida, acabaram por perder um
pouco da dignidade que ainda tinham. Esta ressalva é importante, é atesta algo fundamental.
Por isto a Defesa Civil, a Assistência Social e o departamento de Habitação da
Prefeitura devem agir em conjunto, com agilidade, para que estas famílias possam ser
realojadas e possam tornar a ir buscando, enquanto indivíduos ou família, a sua dignidade
perdida.
Além disto, este fatídico e triste ocorrido em São Bento, serviu para acelerar a
formação da Defesa Civil no município; e também para já propor uma força tarefa grandiosa,
com a missão de fazer o realojamento destas famílias que sofrerem com o desabamento do
prédio, isto logo de largada nas atividades do COMPDEC.
Por sua vez, o ocorrido demonstrou que os sistemas da fiscalização precisam ser
atualizados (urgentemente) e estar interligados; isto para que os mapas e as plantas (vistas
superioras) das ruas e quarteirões da cidade sejam preciso e condizente com a atual planta
verídica da cidade (e os dados cadastrais em sistema). Assim será possível maior controle
fiscalizatório.
Além disto, deve-se ter um maior controle com as notificações, autos de infrações e
demais documentos fiscalizatórios, sendo esta uma excelente maneira de organizar os serviços
públicos. Onde por meio de histórico no cadastro de imóveis ou de contribuintes, pode-se a
diretoria da prefeitura de São Bento, óbvio, optar por proceder em situações incomuns, como
esta ocupação que havia no Edifício Cauã e que exigia uma ação exemplar do poder público,
ação esta que não se observou antes da tragédia aqui relatada.
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Além disto, O MP pode propor T.A.C. e ainda tomar ações concretas contra casos
diversos, como o do aposentado que via sua aposentadoria ser usurpada por seu neto, que a
usava para fins escusos.
Por fim, espera-se que a prefeitura de São Bento aprenda com o exemplo provindo
deste trágico acontecimento, que possa servir para que a prefeitura possa vir a atualizar seus
sistemas gerenciais e de trabalhos, urgentemente, e dar mais agilidade ao setor público.
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REFERÊNCIAS
SANCHES, Ana Paula R. Amadio; LEBRÃO, Maria Lúcia; DUARTE, Yeda Aparecida de
Oliveira. Violência contra idosos: uma questão nova? Rev. Saúde soc. , São Paulo , v.17, n. 3,
p. 90-100, Sept. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000300010&lng=en&nrm=iso>. access on 27 Sept.
2020.
https://doi.org/10.1590/S0104-12902008000300010
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