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Disciplina: INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS

Professora VALÉRIA SENA

A Contribuição da Psicologia às
Emergências e Desastres –
Intervenções Psicossociais
P R O F E S S O R A VA L E R I A S E N A
Introdução
• Eventos adversos, sobretudo de origem
climática, que levam a situações de
emergências e desastres têm ocorrido
em número e magnitude crescentes,
no planeta Terra e em nosso país.

• O surgimento de mecanismos de
autoproteção social e melhor
aproveitamento dos recursos públicos na
prevenção de desastres.

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Introdução

• No Brasil, o crescimento significativo de sua população e inversão no tipo


de ocupação do território, passando de uma maioria vivendo no meio rural
para uma maioria vivendo no meio urbano.

• A Psicologia brasileira vem buscando espaços para contribuir na política


pública de defesa civil e, ao mesmo tempo, vem construindo referências de
atuação em emergências e desastres calcadas na experiência prática e no
acúmulo teórico sobre o tema.

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• Desastres naturais que
podem ser de ordem natural
ou provocada pelo homem.

• Esses eventos trazem várias


consequências, onde quanto
maior for a proporção de
um desastre maior será o
prejuízo na sociedade.

Introdução
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Introdução

• Esses fenômenos sejam eles


enchentes, tornado, furacão,
terremoto, deslizamento de terra
e outros, geram danos à saúde
mental dos envolvidos, danos
estes provocados pela perda de
familiares, moradia, falta de
recursos financeiro e não
conseguem lidar com a situação.

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Surgimento da Psicologia das Emergências e

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Desastres
• O início dos estudos da Psicologia nas emergências e desastres surgiram
no início do século XX.

• Edward Stierlin evidenciou o atendimento de pessoas que estavam na


explosão de uma mina de carvão em 1906 na França.

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Surgimento da Psicologia das Emergências e

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Desastres
• Os primeiros estudos de que se têm registro em relação a emergências e
desastres estão vinculados às guerras mundiais, sobretudo ao fenômeno
que se deu nessa época, “como o estresse pós-traumático, conhecido
também como fadiga de batalha, neurose de guerra e flashbacks.

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Surgimento da Psicologia das Emergências e

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Desastres
• O início da prática psicológica em situações de desastres e emergências,
tiveram origem nas intervenções realizadas nas guerras, pois
necessitavam reestruturar seus soldados para continuarem seus serviços,
dando início aos estudos das patologias apresentadas nessas situações.

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A Psicologia das Emergências e Desastres no Brasil

• As Universidades do Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia, junto com vários


psicólogos cubanos fizeram atendimento às vítimas do Césio-137, em 1992.

• Grupo de Intervenções Psicológicas em Emergências (IPE) veio com o


propósito de conceder atendimento psicológico para as vítimas de
desastres ou acidentes que geram estresse ou trauma e capacitam os
psicólogos para essa área.

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A Contribuição da Defesa Civil em sua

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Prática
• Os seminários e conferências firmaram o trabalho da defesa civil junto
à psicologia e estabeleceram a forma de atuação do psicólogo em situações
de desastres, alavancando as funções e deveres desses profissionais.

• Os profissionais da Psicologia irão trabalhar na prevenção, capacitando


a comunidade para perceberem os riscos, programas educativos e que
possa minimizar a insegurança da sociedade;

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A Atuação do Psicólogo

• A psicologia se depara com uma gama de possibilidades para atuação,


onde suas intervenções podem ser individuais ou grupais.

• O psicólogo poderá ajudar na administração desses abrigos com a


preservação da família nos abrigos, nos cuidados voltados as gestantes ou
mães com filhos, pessoas com deficiência, idosos etc.

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O psicólogo poderá atuar direta ou indiretamente, direta em relação ao
atendimento com as vítimas, por meio de uma escuta cuidadosa, sendo o
mediador de informações importante para o auxílio das pessoas que necessitam se
instalarem diante de uma catástrofe.

Na atuação indireta, participará na capacitação e no preparo psicológico das


equipes que trabalham diretamente com as respostas às múltiplas situações e
auxiliará os profissionais a reconhecerem suas próprias limitações no atendimento
às vítimas.

A Atuação do Psicólogo
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ATUAÇÃO NO PRÉ-DESASTRE

• No pré-desastre as intervenções são direcionadas a prevenção e a minimização


dos prejuízos futuros. Por meio da “educação preventiva, treinamento realístico
com exercício e prática, e/ou treinamento de como lidar com o estresse.

• As ações neste momento serão de capacitação à prevenção, fazendo com que a


população se sinta e esteja preparada para qualquer evento que necessite de
medidas extremas, sendo o psicólogo um importante facilitador.

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Atuação Durante o Desastre

• Nesta fase as pessoas apresentam inúmeras reações, como medo,


ansiedade, desorientação.

• O psicólogo trabalhará com intervenções emergenciais, onde o indivíduo


necessita de ações breves e direcionadas ao problema presente, para que
da sua maneira possa encarar o acontecido e possibilitando a sua
resiliência.

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Atuação Durante o Desastre

• Identificação dos psicólogos como rede de apoio à população para que


se sintam assistidas e seguras;

• Informações e instruções claras e precisa, mostrando confiança,


atenção, instruindo sobre os procedimentos que estão ou serão tomados;

• Incentivar o cuidado consigo mesmo e com o outro, a assistência entre


as comunidade

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Atuação Durante o Desastre

• Seis intervenções:

• 1) Contato: realizar um envolvimento de forma não abrupta com os


indivíduos relacionados ao evento emergencial.

• 2) Segurança: assegurar a redução de riscos e possíveis ameaças que o


indivíduo possa estar vivenciando naquele momento.

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Atuação Durante o Desastre

• Seis intervenções:

• 3) Estabilidade: proporcionar fornecimento e clarificação de informações


relacionadas ao desastre.

• 4) Coleta de informações: avaliar com sobreviventes e envolvidos as suas


reais necessidades e preocupações, para que se possa verificar se a
assistência está sendo eficaz

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Atuação Durante o Desastre

• Seis intervenções:

• 5) Conexão do indivíduo com a rede social: aproximar o indivíduo do seu


suporte primário, identificando familiares e amigos;

• 6) Informar: oferecer informações verbais ou escritas, tais como


habilidades de enfrentamento e resiliência.

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Atuação Durante o Desastre

• A triagem nesta fase possibilita um maior conhecimento das vítimas e seu


sofrimento, onde existe uma análise das respostas emitidas pelo sujeito
que permitirá o encaminhamento para os locais e tratamentos adequados,
avaliando os aspectos clínicos e principalmente os aspectos psicológicos.

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ATUAÇÃO PÓS-DESASTRE

• As intervenções realizadas no pós-desastre têm por propósito analisar o


sofrimento psíquico e auxiliar as vítimas, minimizando os impactos
provocados pelo desastre, bem como a contribuir para atuações mais
eficientes;

• O psicólogo utilizará vários métodos e técnicas para ajudar a população


em situação de crise, como entrevista, questionários, inventários e outros.

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O impacto na saúde mental dos afetados após o
rompimento da barragem da Vale

• Particularmente nesse evento analisado, um dos agravantes à saúde mental dos


afetados deve-se ao fato de que a maior parte das vítimas fatais trabalhava na
mineradora onde a barragem rompeu, confrontando aqueles que sobreviveram com a
perda de uma ampla gama de amigos, colegas de trabalho e a fonte de emprego e renda.
Tais características são significativas por alterarem as relações socioafetivas da
comunidade, ofertando um grande potencial de desenvolver transtornos psicopatológicos
a médio e longo prazos.

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O impacto na saúde mental dos afetados após o rompimento
da barragem da Vale

• Ressalta-se que o impacto


gerado em um evento dessa
natureza está diretamente
relacionado a fatores como
resiliência e características
socioculturais de
enfrentamento do sofrimento,
ferramentas psíquicas, rede
socioafetiva, bem como às
estratégias e políticas de
cuidado em atenção
psicossocial e saúde mental a
serem desenvolvidas a curto,
0 4 / 0 2médio
/2024 e longo prazos. 22
O impacto na saúde mental dos afetados após o
rompimento da barragem da Vale

• Como público alvo dessa estratégia, considerou-se as equipes de saúde do SUS, para
que as mesmas fossem sensibilizadas sobre como elaborar estratégias psicossociais e
de saúde mental para atender à população de Brumadinho, bem como para que os
profissionais identificassem sofrimento psíquico na população diretamente atendida, além
de suas próprias equipes. Foram capacitados ainda socorristas, voluntários e
trabalhadores que estiveram em contato direto com a lama.

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O impacto na saúde mental dos afetados após o
rompimento da barragem da Vale

• Considerou-se ainda que mesmo nos casos em que as redes socioafetivas permaneceram
intactas, a comunidade poderia se beneficiar de um suporte de atenção primária e saúde
mental para acessar ferramentas e dispositivos de apoios comunitários, familiares e de
saúde pública. No que concerne ao cuidado da população, as equipes foram estimuladas a
auxiliar no processo de luto e ritos de passagem como reconhecimento de corpos,
funerais e enterros, informes coletivos sobre as reações psíquicas mais frequentes,
informes sobre locais e horários de atendimento, identificação de possíveis
ferramentas socioculturais de enfrentamento ao evento, bem como a cuidar com base
nas redes socioafetivas tradicionais de solidariedade.

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