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FOLHA DE RESPOSTAS – AI

Cenário Econômico

Nome: Éder Martins da Silva

Análise com base no cenário atual 30/10/2021


Estamos caminhando para um avanço importante ao controle da pandemia, média móvel
de casos de infecção e mortes pela COVID-19 caindo com o avanço da vacinação, sendo
72,42% do total da população brasileira, vacinada com a primeira dose e 53,93% da
população totalmente vacinada. Porém, ainda assim, é preciso ter cautela. Faz-se
necessário manter o uso de mascaras e conter aglomerações, para que continuemos
evoluindo com o controle da pandemia.
A economia deu sinais de crescimento em 2021 quando comparado a 2020, mas esses
sinais ainda não são suficientes para tirar o Brasil do buraco em que estamos. A
perspectiva é de que a SELIC bata a casa de 8,25% ao fim deste ano, juros altos encarecem
o crédito diminuindo assim a procura por financiamentos e empréstimos.
Para a retomada da economia se faz necessário girar a roda nas três frentes produtivas
como indústria, prestação de serviços e comércio, estimulando a população ao consumo.
O governo tem encontrado grandes obstáculos nesse caminho como a alta na inflação
que não é apenas de demanda, mas também de custos por uma questão de conjuntura
internacional impulsionada pela alta nos preços das comodities e desvalorização do real
frente ao dólar. Inflação alta afeta a capacidade produtiva da indústria e corrói o poder de
compra, deixando mais cara a produção, consequentemente, encarecendo mais o produto
final ao consumidor.
A alta do IPCA que chegou a 1,20% no mês de outubro, batendo o acumulado de 10,34%
nos últimos 12 meses, tem impactado significativamente o bolso do consumidor, que tem
enfrentado os altos preços nos supermercados, sem falar no grande aumento no preço dos
combustíveis e energia elétrica. Conforme o último relatório divulgado pelo Banco
Central as expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 encontram-se em torno de
8,3%, 4,1% e 3,25%.
Com a alimentação mais cara o consumidor tende a evitar gastos com supérfluos,
deixando de gastar no comércio, menos vendas no comércio também afeta a indústria que
tende a produzir menos, que tende assim a enxugar custos diminuindo sua folha de
pagamento, que por fim aumenta o número de desempregados, e sem dinheiro, a
população tende a não gastar fazendo a roda girar pra traz, interrompendo assim o
crescimento econômico causando queda no PIB.
O cenário externo ainda está condicionado pela evolução da pandemia e pela capacidade
da oferta se ajustar às mudanças no padrão de consumo, conforme trata o relatório de
inflação divulgado belo BACEM.
As principais economias vêm sofrendo com a interrupção da produção ou distribuição
dos insumos industriais, que acabou impulsionando a inflação de preços na economia
global e também criando uma crise de oferta no mercado. A exemplo, acompanhamos o
caso da produção de chips e semicondutores, que causou problemas à produção de
automóveis e eletrônicos.
A crise global dos chips também afetou a indústria dos smartphones;
“Tom Kang, diretor de pesquisa da Counterpoint Research, afirma que “a escassez de
semicondutores parece ter afetado todas as marcas”, e cita gigantes tecnológicas como
a Samsung, Xiaomi e OPPO. Por outro lado, a Maçã parece ser a menos prejudicada
pela falta de processadores para celulares.”
Fonte: https://www.tudocelular.com/mercado/noticias/n180449/apple-menos-afetada-escassez-chips-rivais-
pesquisa.html

Os executivos da Apple anunciaram que a produção do iPhone 13, pode ser afetada por
causa da escassez de chips de informática, e isso deve desacelerar o crescimento da receita
do quarto trimestre.
Como esse problema de fornecimento dos chips afetaram as vendas da Aplle, a empresa
sofreu uma queda em suas ações perdendo o posto de empresa mais valiosa do mundo,
no dia 29/10 após queda nas ações, a empresa caiu seu valor de mercado para US$ 2,43
trilhões. O presidente-executivo Tim Cook, disse que o impacto será ainda pior no
trimestre atual.
Segundo o FMI, o grupo de economias avançadas deve recuperar o patamar pré-pandemia
em 2022 e excedê-lo em 0,9% em 2024. Mas mercados emergentes e em desenvolvimento
(excluindo a China) deverão permanecer 5,5% abaixo da produção pré-pandemia daqui a
2 anos.
Conforme divulgada a preocupação do FMI em seu relatório: “uma especial preocupação
com o que se chama de “quebra das cadeias globais”. Trata-se de uma interrupção de
produção ou distribuição de insumos industriais, criando uma crise de oferta no mercado
e, consequentemente, mais impulso à inflação.”
A interrupção de produção e distribuição de insumos industriais, também é uma das
preocupações dos CFO’s das grandes corporações atuantes na economia brasileira,
conforme apurado pelo índice iCFO, divulgado no terceiro trimestre 2021 pela Saint Paul
Escola de Negócios em parceria com o IBEF-SP, o custo dos insumos, que reflete a
aceleração inflacionária recente, além da escassez dos mesmos em alguns ramos de
atividade, figura em primeiro lugar na preocupação das principais lideranças dessas
empresas. Em segundo lugar, os executivos tem se preocupado com a demanda do
mercado interno. Dentre as perspectivas de investimentos apuradas no índice, para os
próximos 12 meses, figuraram em primeiro e segundo lugar a ampliação da capacidade
instalada das empresas e Investimentos em TI.

No cenário brasileiro, o setor da construção civil também sofreu com os altos preços dos
insumos para a construção, e com a falta destes, executivos informaram que pode levar
até 4 meses para chegar na obra uma compra de materiais.
Os itens que mais subiram de preço no período foram tubos e conexões de ferro e aço
(alta de 91,66% em 12 meses até junho de 2021); vergalhões e arames de aço ao carbono
(78,35%); condutores elétricos (76,19%); tubos e conexões de PVC (64,91%); eletroduto
de PVC (52,06%); esquadrias de alumínio (35,21%); tijolo/telha cerâmica (33,82%);
compensados (30,47%); cimento portland comum (27,62%) e produtos de fibrocimento
(26,96%).
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2021/07/22/custo-de-materiais-tem-alta-recorde-
afetando-reformas-e-construtoras.htm

O setor da construção civil está caminhando por uma via de mão dupla, mesmo com todo
imbróglio causado pela pandemia o setor vem aquecido, conseguindo aumentar suas
vendas, realizar lançamentos de novos produtos e controlar seus estoques. Ainda sobre a
inflação nos insumos da construção, conforme aponta o Índice Nacional de Custo da
Construção–M (INCC-M), registrou alta de 0,80% em outubro de 2021, percentual
superior ao 0,56% do mês de setembro. Com isso, o acumulado do indicador nos últimos
12 meses está em 15,35%. A alta da taxa de setembro para outubro se deu principalmente
pela inflação de preços dos materiais e equipamentos que acumula 30,24% de alta nos
últimos 12 meses.
Conforme divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC: “De
acordo com os dados do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º
trimestre de 2021, apresentado na manhã desta segunda-feira (26/7), o setor da construção
começou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano. Com os desafios decorrentes da pandemia
e a continuidades dos aumentos nos custos dos materiais, esse número foi reduzido para 2,5%
em março. “Agora, apesar da capacidade de produção limitada, principalmente em função do
desabastecimento e do aumento do preço do aço, a expectativa da CBIC para o PIB do setor
voltou a subir para 4%, o que seria seu maior crescimento desde 2013”, informa o estudo.”

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2021/07/4939805-construcao-civil-refaz-estimativas-
e-volta-a-prever-crescimento-de-4--em-2021.html

Na última apresentação, do desempenho econômico da indústria da construção para o 3º


trimestre de 202,1 realizada pela CBIC, no dia 25/10/2021, a expectativa de crescimento
para o setor no ano de 2021 teve um aumento de 1.0 ponto percentual ante o último
número divulgado, ficando assim então uma expectativa de crescimento em 5% para o
ano.
Diante desse cenário, o desafio dos executivos é controlar o repasse dos custos, para que
esse aumento não chegue de forma significativa no bolso do consumidor lá na ponta,
garantindo também, a lucratividade e eficiência construtiva da empresa, para que as
vendas continuem aumentando e o setor se mantenha em crescimento.

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