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História
O constitucionalismo, teoria que deu ensejo à elaboração do que é formalmente chamado de
Constituição, surgiu a partir das teorias iluministas e do pensamento que também deu base
à Revolução Francesa de 1789.
Considera-se a Magna Carta o documento que esboçou o que posteriormente seria chamado
de Constituição. Foi assinada pelo Príncipe João Sem-Terra face à pressão dos barões da
Inglaterra medieval, e apesar da notícia histórica de que os únicos que se beneficiaram com
tal direito foram os barões ingleses, o documento não perde a posição de elemento central
na história do constitucionalismo ocidental. A partir da moderna doutrina constitucionalista,
a interpretação dada à Magna Carta sofre um processo de mutação denominado mutação
constitucional, donde novos personagens ocupam as posições ocupadas originalmente pelos
participantes daquele contrato feudal, de maneira que as prerrogativas e direitos que foram
concedidos aos barões passam a ser devidos aos cidadãos, e os deveres e limitações
impostos ao Príncipe João Sem-Terra passam a limitar o poder do Estado.
Com o passar do tempo, em especial com as teorias elaboradas por Hans Kelsen, grande
jurista da Escola Austríaca da primeira metade do Século XX, passou-se a considerar a
Constituição não como apenas uma lei limitadora e organizativa, mas como a própria fonte
de eficácia de todas as leis de um Estado. Tal teoria (chamada de Teoria Pura do Direito, de
Kelsen), apesar de essencial para a formação de um pensamento mais aprofundado acerca
desta norma, não dá todo o alcance possível do poder e função constitucional.
Mais tarde, outros pensadores como Konrad Hesse, Robert Alexy e Ronald Dworkin
contribuíram sobremaneira para definir a real função da Constituição. Esta norma, superior
a todas, não teria apenas a função de garantir a existência e limites do Estado. Ao contrário,
ao invés de apenas ter um caráter negativo em relação ao exercício dos direitos das pessoas,
a Lei Maior deve prever os Direitos Fundamentais inerentes a cada pessoa, e prever modos
de garantir a eficácia dos mesmos, de modo que o Estado não apenas se negue a prejudicar
as pessoas, mas sim cumpra aquela que é sua função precípua: a promoção da dignidade da
pessoa humana.
[editar] Definição
Uma constituição, necessariamente, não se apresenta formalmente escrita. Em países onde
o direito consuetudinário é comum, a constituição não se encontra positivada numa carta.
Ela é fruto de uma construção histórica das práticas e costumes de toda a população. Tal
espécie de Lei Maior não impede a existência de normas escritas de caráter constitucional,
como acontece na Inglaterra, com o Act of Habeas Corpus, e a própria Magna Carta.
Porém, a maioria das constituições existentes segue o padrão formal, de modo que são o
fruto de uma Assembleia de Representantes do Povo (no caso das constituições
democráticas), onde se decide acerca de como será o Governo estatal e quais os direitos a
serem previstos neste documento.
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Há, no entanto, uma controvérsia quanto à Constituição de 1988: para alguns, ela seria
nossa sétima constituição; para outros, seria, na verdade, a oitava. Em 1969, com o
falecimento do presidente Artur da Costa e Silva, assumiu a Presidência uma Junta Militar,
conhecida como Junta Governativa Provisória de 1969. Naquele mesmo ano, a Junta
promulgou uma emenda constitucional — a chamada Emenda Constitucional nº 1 — que
instituía a Lei de Segurança Nacional, restringindo as liberdades civis, e a Lei de Imprensa,
regulamentando a censura oficial. Pelas profundas modificações que trouxe, a Emenda n° 1
é considerada por alguns pesquisadores como sendo um novo texto constitucional. Se
aceitarmos essa interpretação, podemos dizer que a Carta Magna de 1988 é mesmo a oitava
Constituição brasileira — a sétima em pouco mais de um século de República.[1]
Foi a constituição brasileira que mais sofreu emendas: 64 emendas mais 6 emendas de
revisão. Diversos partidos assinaram a Constituição. O Partido dos Trabalhadores
inicialmente não aceitou a Constituição, pois acreditava que ela impedia a reforma agrária e
mantinha a estrutura militar. Apesar das ressalvas, o diretório do partido assinou o texto
constitucional.
Índice
[esconder]
• 1 História
• 2 Estrutura
• 3 Título I — Princípios Fundamentais
• 4 Título II — Direitos e Garantias Fundamentais
• 5 Título III — Organização do Estado
• 6 Título IV — Organização dos Poderes
• 7 Título V — Defesa do Estado e das Instituições
• 8 Título VI — Tributação e Orçamento
• 9 Título VII — Ordem Econômica e Financeira
• 10 Título VIII — Ordem Social
• 11 Título IX — Disposições Gerais
• 12 Características
• 13 Pontos em Destaque
o 13.1 Emendas Constitucionais
o 13.2 Remédios Constitucionais
o 13.3 Política Urbana e Transferências de Recursos
• 14 Bastidores
o 14.1 Os comentários de Saulo Ramos sobre a eleição do Relator Geral da
Assembléia Constituinte, Deputado Bernardo Cabral
• 15 Notas
• 16 Ver também
• 17 Ligações externas
[editar] História
Sessão parlamentar que estabeleceu a Constituição de 1988.
Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e desde 1967 (particularmente
subjugado às alterações decorrentes dos Atos Institucionais) sob uma Constituição imposta
pelo governo.
[editar] Estrutura
A Constituição de 1988 está dividida em dez títulos (o Preâmbulo não é título). As
temáticas de cada título são:
a) individuais;
b) coletivos;
c) sociais;
d) de nacionalidade;
e) políticos.
Os artigos 136 a 144 tratam do Estado de Defesa, Estado de Sítio, das Forças Armadas e da
Segurança Pública.
Os artigos 170 a 192 regulam a atividade econômica e financeira, bem como as normas de
política urbana, agrícola, fundiária e reforma agrária, versando ainda sobre o sistema
financeiro nacional.
Os artigos 193 a 232 tratam de temas caros para o bom convívio e desenvolvimento social
do cidadão, a saber: Seguridade Social; Educação, Cultura e Desporto; Ciência e
Tecnologia; Comunicação Social; Meio Ambiente; Família (incluindo nesta acepção
crianças, adolescentes e idosos); e populações indígenas.
Os artigos que vão do 234 (o artigo 233 foi revogado) ao 250. São disposições esparsas
versando sobre temáticas variadas e que não foram inseridas em outros títulos em geral por
tratarem de assuntos muito específicos.
[editar] Características
• Formal — possui dispositivos que não são normas essencialmente constitucionais.
• Escrita — apresenta-se em um documento sistematizado.
• Promulgada — elaborada por um poder constituído democraticamente.
• Rígida — não é facilmente alterada. Exige um processo legislativo mais elaborado,
consensual e solene para a elaboração de emendas constitucionais do que o processo
comum exigido para todas as demais espécies normativas legais.
• Analítica — descreve em pormenores todas as normas estatais e direitos e garantias
por ela estabelecidas.
• Dogmática — constituída por uma assembléia nacional constituinte.
Os direitos fundamentais, previstos nos incisos do art. 5º, também não comportam Emendas
que lhes diminuam o conteúdo ou âmbito de aplicação.
A emenda constitucional de revisão, conforme o art 3º da ADCT (Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias), além de possuir implicitamente as mesmas limitações
materiais e circunstanciais, e os mesmos sujeitos legitimados que o procedimento comum
de emenda constitucional, também possuía limitação temporal - apenas uma revisão
constitucional foi prevista, 5 anos após a promulgação, sendo realizada em 1993. No
entanto, ao contrário das emendas comuns, ela tinha um procedimento de deliberação
parlamentar mais simples para reformar o texto constitucional pela maioria absoluta dos
parlamentares, em sessão unicameral e promulgação dada pela Mesa do Congresso
Nacional.
Entre outros elementos inovadores, esta Constituição destaca-se das demais na medida em
que pela primeira vez estabelece um capítulo sobre política urbana, expresso nos artigos
182 e 183. Até então, nenhuma outra Constituição definia o município como ente
federativo: a partir desta, o município passava efetivamente a constituir uma das esferas de
poder e a ela era dada uma autonomia e atribuições inéditas até então.
Assim, a Carta de 88 promoveu desequilíbrios graves no campo fiscal, que têm repercutido
nos recursos para programas sociais ao induzir a União a buscar receitas não partilháveis
com os Estados e Municípios, contribuindo para o agravamento da ineficiência e da
iniqüilidade do sistema tributário e do predomínio de impostos indiretos e contribuições.
Conseqüentemente houve uma crescente carga sobre tributos tais como o imposto sobre
operações financeiras (IOF), contribuição de fim social (FINSOCIAL), contribuição social
sobre o lucro líquido (CSLL), entre outros.
[editar] Bastidores
[editar] Os comentários de Saulo Ramos sobre a eleição do Relator Geral da
Assembléia Constituinte, Deputado Bernardo Cabral
Segundo conta o jurista Saulo Ramos, que à época era Consultor Geral da República, em
seu livro "Código da Vida", o Relator Geral do texto foi eleito graças à sua intervenção,
fato do qual se arrependeria amargamente.
segundo o texto, Luiz Carlos Prestes era promovido a Marechal, em reconhecimento a seus
feitos pela política brasileira, embora a patente de Marechal não existisse no exército
brasileiro.