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BUARQUE
texto original
SERGIO
BARDOTTI
ilustrações
música
LUIS ENRIQUEZ
BACALOV
© Autêntica Editora. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução.
i n f or m aç õe s pa r a t e x t ua i s
OS SALTIMBANCOS
Este livro é uma peça de teatro inspirada na fábula Os músicos de Bremen, dos Irmãos
Grimm. Conta a história de quatro animais: um burro, um cão, um gato e um galo que,
velhos e inúteis, são maltratados por seus donos. O jumento não aguenta mais carregar
peso sem ter recompensa; o cachorro está muito velho para guardar a casa; a galinha não
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consegue mais botar ovos; e a gata está cansada de servir como companhia de luxo para
a patroa. Os quatro se juntam e partem para a cidade de Bremen em busca do sonho de
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se tornarem artistas. Na verdade, estão deixando para trás a brutalidade e a injustiça que
sofrem por parte de seus “patrões” e indo em busca da liberdade. No meio do caminho,
enfrentam uma aventura perigosa e, juntos, descobrem uma nova forma de viver.
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OS AUTORES | Sérgio Bardotti nasceu na Itália em 1939. Compositor premiado, criou
canções de sucesso da música popular italiana e trilhas sonoras de filmes. Foi parceiro de
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Chico Buarque, Toquinho e Vinicius de Moraes, e é considerado um dos responsáveis
pela divulgação da música brasileira na Itália. Com Luis Bacalov, criou o musical infantil
I musicante, traduzido e adaptado para o Brasil por Chico Buarque como Os saltimbancos.
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questra. Nasceu na Argentina em 1933 e se mudou para a Itália em 1959, onde mora
até hoje.
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um dos nossos maiores artistas. Já ganhou vários prêmios com livros para adultos e para
crianças, como Chapeuzinho Amarelo, em parceria com Ziraldo. Chico mora no Rio de
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© Autêntica Editora. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução.
M OS MÚSICOS DE BRE
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MÚSICA
LUIS ENRIQUEZ BACALOV
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I LU S T R A Ç Õ E S D E
10 a EDIÇÃO ∙ 2 a REIMPRESSÃO
© Autêntica Editora. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução.
Copyright © Francisco Buarque de Holanda, Luis Enriquez Bacalov e herdeira de Sergio Bardotti
Copyright das ilustrações © Ziraldo Alves Pinto
Copyright © 2017 Autêntica Editora
Todos os direitos reservados pela Autêntica Editora. Nenhuma parte desta publicação
poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica,
sem a autorização prévia da Editora.
editora responsável
Maria Amélia Mello
editora assistente
Cecília Martins
assistente editorial
Rafaela Lamas
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capa e ilustrações
Ziraldo
revisão
Maria Theresa Tavares
Carla Neves
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diagramação
Diogo Droschi
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Bardotti, Sergio
Os saltimbancos / Sergio Bardotti ; tradução & adaptação, Chico Buarque ;
música, Luis Enriquez Bacalov ; ilustrações Ziraldo. – 10. ed. – 2. reimp. – Belo
Horizonte : Autêntica Editora, 2018.
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ISBN: 978-85-513-0108-1
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16-07214 CDD-028.5
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encenação começa com a música Bicharia (em off ), cujo texto está
na página 32. O jumento, sozinho no palco, diz:
Jumento – Eu, eu sou um jumento. Não sou bicho de estimação.
Não tenho apelido, não tenho nome, nem estimação. Sou jumento e
pronto. Na minha terra também me chamam de jegue. E me botaram pra trabalhar
na roça a vida inteira. Trabalhar feito jumento. Pra no fim... nada.
Minha pensão, nenhuma cenoura. Acho que é por isso que às vezes me chamam
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de burro. Eu não me incomodo. Mas outro dia, eu estava subindo um morro com
quinhentos quilos de pedra no lombo. Estava ali, subindo, quando um pai d’égua
disse assim: “Mas que mula preguiçosa, sô!”. Fui ver, e a mula
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era eu. Aí eu parei – “Mula? Ah! É demais” – e resolvi dar no
pé. Tomei a estrada que leva à cidade e fui seguindo, naquela
humilhação, naquela escuridão, naquela solidão que nem sei.
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Não sou disso não, mas me deu uma vontade retada
de chorar... e chorar e chorar aos soluços.
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O JUMENTO
Jumento não é,
jumento não é,
o grande malandro da praça.
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Trabalha, trabalha de graça.
Não agrada a ninguém,
nem nome não tem,
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é manso e não faz pirraça.
Mas quando a carcaça ameaça rachar,
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que coices, que coices,
que coices que dá.
O pão, a farinha, o feijão, carne-seca,
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quem é que carrega? Hi-ho.
O pão, a farinha, o feijão, carne-seca,
limão, mexerica, mamão, melancia,
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Jumento não é,
jumento não é,
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Jumento – Pois é, onde que eu estava mesmo? Ah! Estava indo pra cidade.
“E fazer o que na cidade?” – eu pensava. Quando alguém não sabe fazer
mais nada, nada mesmo, pode ser artista. Hoje todo mundo canta, como
dizem aqueles que não sabem cantar. Então eu estava ali andando,
quando, de repente, quem é que eu vejo escondido no barranco da
estrada? Um pobre cachorro. Estava mesmo a perigo, todo roto, todo
esfarrapado, parecia que tinha chegado da guerra. Estava dormindo e
tinha sonhos terríveis, pesadelos de cão.
Jumento – Ei, cachorro, ei, cachorro, acorda. Um, dois, três.
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Cachorro – Sim, senhor, é pra já.
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UM DIA OD
DE CÃO Apanhar a bola-la,
estender a pata-ta,
Sim, senhor.
Cão policial,
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sempre em equilíbrio-brio, sempre estou
sempre em exercício-cio. às ordens, sim, senhor.
Corre, cão de raça,
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Bobby, Lulu,
corre, cão de caça, Lulu, Bobby,
corre, cão chacal. Snoopy, Rocky,
Sim, senhor.
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Rex, Rintintin.
Cão policial,
Bobby, Lulu,
sempre estou
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Lulu, Bobby,
às ordens, sim, senhor.
Snoopy, Rocky,
Bobby, Lulu,
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Aparece a galinha.
Galinha – Có, có, có, có, có, có. Três animais cantando juntos, acho que vai ser
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mais fantástico. Vocês me levam também?
Jumento – O quê? Uma galinha?
Cachorro – Bom-dia, Vossa Galinência.
Galinha – Có, có, como vão, companheiros? OD
Jumento – Já vi tudo, você também fugiu, né?
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Galinha – E como não?
Jumento – Por quê?
Galinha – Não consigo mais botar ovos.
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A GALINHA
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na crista
é a clara jamais tiram férias.
da onda.
do vovô. “Estás velha, te perdoo, Pois um bico a mais
Mas fiquei tu ficas na granja só faz mais feliz
bloqueada em forma de canja.” a grande gaiola
e agora, Ah!!! do meu país.
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Galinha – Obrigada, vamos lá então.
Jumento – Sabe o que eu digo a vocês? Começo a me sentir
melhor, agora que somos três.
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Aparece a gata.
Gata OD
– Qua-qua-quatro. Somos quatro.
Cachorro – Epa, quem falou? Quem está aí?
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Gata – Estou aqui na árvore. Sou uma gatinha.
Cachorro – Au, au, au.
Jumento – Calma, cachorro, espere aí e não faça
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HISTÓRIA
DE
UMA
GATA
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Me alimentaram, Senhor, senhora, senhorio,
me acariciaram, felino, não reconhecerás.
me aliciaram, De manhã eu voltei pra casa,
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me acostumaram. fui barrada na portaria,
O meu mundo era o apartamento. sem filé e sem almofada,
Detefon, almofada e trato, por causa da cantoria.
todo dia filé-mignon
ou mesmo um bom filé... de gato.
OD Mas agora o meu dia a dia
é no meio da gataria
Me diziam, todo momento: pela rua virando lata.
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Fique em casa, não tome vento. Eu sou mais eu, mais gata,
Mas é duro ficar na sua numa louca serenata,
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CIDADE
IDEAL
Cachorro – A cidade ideal dum cachorro Tem sardinha num bonde de lata,
tem um poste por metro quadrado. tem alcatra no final da linha.
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Não tem carro, não corro, não morro,
e também nunca fico apertado. Jumento – Jumento é velho,
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Galinha – A cidade ideal da galinha velho e sabido,
tem as ruas cheias de minhocas. e por isso já está prevenido.
A cidade é uma estranha senhora
A barriga fica tão quentinha
que transforma o milho em pipoca. OD que hoje sorri e amanhã te devora.
Crianças – Atenção que o
Crianças – Atenção porque nesta cidade
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jumento é sabido,
corre-se a toda velocidade
é melhor ficar bem prevenido,
e atenção que o negócio está preto,
e olha, gata, que a tua pelica
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Jumento – Eh! Ainda bem que o burro aqui sou eu. Vamos ao trabalho,
eu toco a escala e vocês cantam as notas, tá?
Galinha – Dó, tem dó, quem viveu junto, não pode nunca viver só.
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Cachorro – Ré, reza uma prece, ave-maria...
Galinha – Mi, milho verde, milho verde...
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Gata – Fá, faró, faró, faró, faró, fá, fá, fá.
Cachorro – Sol, ó sol, tu que és o rei dos astros.
Galinha – Lá, lava roupa todo dia, que agonia.
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Gata – Si, siiiiiiiiiiiii...
Jumento – Tá certo, já entendi, vamos desistir.
Gata – Ah! Não, a gente ‘tava só brincando!
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CANÇÃO misterioso,
faz uma ilusão,
larga o meu peito,
solta-se no espaço,
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A POUSADA
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BOM
– Vamos tratar uma hospedagem pra
Todos
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quem sabe não tem ninguém dentro dela,
e se for assim, vocês podem entrar,
fazer uma boca e depois se arrancar.
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e uma das quatro é o meu patrão.
Cachorro – Poxa, poxa, vejam vocês:
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é o meu patrão já co’os outros três.
Gata – Que grilo, que grilo, não é uma boa,
aquela coroa é a minha patroa.
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Galinha – Cacilda, cacilda, coisa de maluco,
é o meu patrão que tá co’o trabuco.
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Crianças – Caramba, caramba, como é que é,
eu acho que é hora de dar no pé.
Pra quem não quiser entrar de gaiato,
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– É já,
Gata é já, vamos sentar a pua,
botar os safados no meio da rua.
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– Quatro juntos, braços dados,
Todos
damos o fora nesses safados,
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braços dados, juntos quatro,
chutar os safados pra fora do teatro,
dados juntos, quatro braços,
e esses safados já ‘tão no bagaço.
Quatro braços, dados juntos,
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e esses safados vão virar presunto.
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– Mas
Gata eles fugiram.
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Cachorro – É mesmo.
Todos – Vitória! Vitória! Vitória?
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Jumento – Segunda lição do dia: “Um bicho só é só um bicho”.
Agora todos juntos...
Todos – Somos fortes.
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JUNTOS Uma gata, o que é que tem?
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– As unhas.
E a galinha, o que é que tem?
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– O bico.
Dito assim, parece até ridículo
um bichinho se assanhar.
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Não é grande coisa realmente
pr’um bichinho se assanhar.
E o cachorro, o que é que é?
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– Leal.
E a galinha, o que é que é?
– Teimosa.
Não parece mesmo grande coisa, OD
vamos ver no que é que dá.
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Esperteza, paciência,
lealdade, teimosia,
e mais dia, menos dia,
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Gata – Por quê? Eles vão voltar?
Jumento – Última lição do dia:
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“OS HOMENS VOLTAM SEMPRE”.
Lembrem-se disso, é preciso estar
sempre de olhos abertos.
Cachorro – Então a gente vai se defender. OD
Jumento – Como?
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Galinha – Olha, eles estão aí, chegando.
Jumento – Venham cá, cada um no seu esconderijo.
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ESCONDE-ESCONDE
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Crianças –
Esconde-esconde,
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cabra-cega,
tá aqui? Ou lá?
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Esconde-esconde,
cabra-cega.
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Tá esquentando,
tá esquentando,
tá esfriando,
cadê? Cadê?
Esconde-esconde,
bicho-papão!
Vai dar uma confusão.
Cachorro – Vem chegando, meu barão,
‘tou atrás do teu portão.
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Vais tomar uma lição,
se te aproximares,
vais pensar
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que tem um diabo te mordendo os calcanhares.
Crianças – Tá escondido no curral,
não vai ser muito legal,
quem é? Quem é?
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Tá aqui? Ou lá?
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Jumento – Venha, venha, meu rival,
‘tou escondido no curral,
não vou ser muito legal.
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vai pensar
que tem um dragão dando bicada na tua cuca.
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TODOS JUNTOS
Personagens cantam novamente a música da página 26.
Jumento – E assim, caro amigo, vamos ficando por aqui. Não é preciso ir à cidade,
se aqui na nossa casa estamos tão bem. Além do mais, a gente não é muito
exigente. O que é que a gente faz? A gente trabalha. Você, cachorro,
o que é que faz?
Cachorro – Eu? Faço sentinela.
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Jumento – E você, galinha?
Galinha – Eu? Arrumo a casa, faço uma comidinha...
Jumento – E eu? Eu pra variar trabalho feito um jumento, certo, há muito o que
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fazer. Preciso trabalhar pra valer. Quanto à gata... bem, a gata,
pra falar a verdade...
Gata – Miau, sou meio preguiçosa...
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Jumento – Mas mantém a gente alegre, de noite ela se espicha na almofada e canta
um bocado de coisa bonita pra valer. Ela sim; virou realmente uma su...
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uma... su, como é mesmo?
Gata – Uma superstar!
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BICHARIA
Au, au, au. Hi-ho, hi-ho.
Miau, miau, miau. Cocorocó.
O animal é tão bacana,
mas também não é nenhum banana.
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Au, au, au. Hi-ho, hi-ho.
Miau, miau, miau. Cocorocó.
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Quando a porca torce o rabo,
pode ser o diabo.
E ora vejam só.
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Au, au, au. Cocorocó.
Era uma vez (e é ainda),
certo país (e é ainda),
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onde os animais eram tratados
como bestas (são ainda, são ainda).
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corre e volta (só corria, só voltava).
Mas chega um dia (chega um dia)
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que o bicho chia (bicho chia).
Bota pra quebrar e eu quero ver
quem paga o pato,
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pois vai ser um saco de gatos.
Au, au, au. Hi-ho, hi-ho.
Miau, miau, miau. Cocorocó.
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O animal é tão bacana,
mas também não é nenhum banana.
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FIM
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o Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano: em 1992, com Estorvo,
em 2004, com Budapeste, e em 2010, com Leite derramado.
Mora no Rio de Janeiro, sua cidade natal, e continua se dedicando
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à música e à literatura.
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ISBN 978-85-513-0108-1
9 788551 301081