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C u r s o
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d e

NO APH
ABORDAGEM
INICIAL
SAMU 192 DF

2
Créditos ..........................................................................................
Governo do Distrito Federal
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Atenção à Saúde
Diretoria de Atenção às Urgências e Emergências

Gerência de Apoio ao Serviço Móvel de


Urgência - GASMU

F
D
Rodrigo Caselli Belém (Gerente)

2
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Núcleo de Educação em Urgências - NEU

U
M
Núcleo de Educação Permanente - NEP

A
-S
Márcio Martins Melo (coordenador)

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Carolina Cunha de Azevedo

R
R
O
Serviço de Pesquisa em Urgências – SPU Núcleo de Saúde Mental – NUSAM

C
Tiago Silva Vaz Lucciana Gomes
ES
U
IG

Design:
R

Fellipe Martins Silva Vaz


D
O
R

Organização e preparação do conteúdo:


E
U

Tiago Silva Vaz


IQ
R
EN

Autores:
H

Carolina Cunha de Azevedo Cristiano Prado


O

NEU/SAMU 192 DF NEU/SAMU 192 DF


SI
AS

Fabiana C Vasconcelos França Francisco das Chagas Pontes Rodrigues


K

SPU/NEU/SAMU 192 DF NEU/SAMU 192 DF


de

Luci Aparecida Santos de Paula Márcio Martins Melo


o

NEU/SAMU 192 DF NEU/SAMU 192 DF


iv

Tiago Silva Vaz Brenda Karla


us
cl

SPU/NEU/SAMU 192 DF NAPH 07/SAMU 192 DF


ex

Lucciana Gomes
so

NUSAM/ SAMU 192 DF


U

Revisão:
Zelinda Torri Paulo Roberto de Almeida
SPU/NEU/SAMU 192 DF NEP/NEU/SAMU 192 DF

© 2015. Reprodução autorizada desde que citada fonte

3
Apresentação .............................................................................
Prezado Cursista,

O módulo de estudo que você recebeu foi formulado a partir de uma


bibliografia especializada sobre o tema, com o objetivo de orientar suas
pesquisas, análises e reflexões, bem como facilitar a fixação dos conteúdos
propostos. Desse modo, a metodologia empregada priorizou a

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problematização dos temas propostos como forma de aprendizagem, em que

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2
o aluno será conduzido a análise e solução do conteúdo apresentado ao final

19
dos módulos e unidades.

U
AM
-S
Para que o conteúdo seja mais bem assimilado e contribua com o seu

EA
autoestudo, é indicada uma pesquisa em leituras complementares.

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O embasamento teórico é oferecido sob a forma de educação a distância,
C
ES
privilegiando o auto estudo e sendo mediado por material didático e apoio do
U

Núcleo de Educação Permanente, que será complementado com atividades e


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R

dinâmicas práticas e teóricas através de convidados e instrutores do Núcleo


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O

de Educação Permanente do SAMU – DF.


R
E
U
IQ

A finalidade desta obra é tornar o aprendizado sobre as condutas atuais


R

utilizadas no atendimento pré-hospitalar o mais objetivo e prático possível aos


EN

profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgências do


H
O

Distrito Federal, o que concorda com a realidade do cotidiano. Porém, faz-se


SI

necessário enfatizar que apesar da importância de um instrumento que orienta


AS
K

e padroniza as condutas, a avaliação clínica exercida pelo profissional treinado


de

é sempre soberana, pois o ser humano apresenta uma complexidade elevada,


o

devendo ser tratado como um indivíduo e nunca como um portador de


iv
us

órgãos, sinais ou sintomatologias.


cl
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so
U

Diretoria de Atenção as Urgências e Emergências - DIURE


Gerência de Apoio ao Serviço Móvel de Urgência - GASMU
Núcleo de Educação em Urgência – NEU
Núcleo de Educação Permanente – NEP
Serviço de Pesquisa em Urgência – SPU

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Programação
Justificativa e objetivo
Os treinamentos de forma continuada e atualizados pelas novas diretrizes em
emergência e trauma visam a constante capacitação e aprimoramento dos
profissionais, o que refletirá em um atendimento de excelência aos cidadãos
que necessitam do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências do Distrito
Federal.

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D
Objetivo geral

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19
Difundir, padronizar e aperfeiçoar as técnicas e procedimentos adotados pelos

U
servidores do SAMU 192 DF durante os atendimentos das ocorrências vítimas

M
A
em ambiente pré-hospitalar.

-S
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R
O
Período Matéria Duração Horário de Início
C
ES
Recepção:
07h30
U

SGAPS Parque de Apoio/SIA. CT- NEU/SAMU DF


IG

Boas Vindas. 15 min 08h00


R

Manhã
D

Aspectos Éticos e Humanização no APH. 150 min 08h15


O
R

Intervalo. 20 min 10h45


E

Formulários e sistemas do SAMU 192 DF 50 min 11h05


U
IQ
R

Almoço 60 min 12h00


EN
H

Estações Multitemáticas Duração Horário de Início


O
SI

Anamnese e exame físico com enfoque no APH 120 min 13h00


AS

Intervalo. 20 min 15h00


K

Tarde Entrevista e anamnese 40 min 15h20


de

Exame físico – prática clínica 40 min 16h25


o
iv

Exame físico – prática de trauma 40 min 17h10


us

Encerramento 10 min 17h50


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C u r s o d e
ABORDAGEM
INICIAL
NO APH
SAMU 192 DF
5
Organização do Guia de Estudos e Pesquisa
..........................................................................
Apresentação: Mensagem da Coordenação do SAMU DF ao cursista.

Organização do Guia de Estudos e Pesquisa: Apresentação dos objetivos


propostos no guia do módulo apresentado.

F
D
Introdução: Contextualização do conteúdo a ser estudado, apontando

2
19
caminhos para a sua formação.

U
AM
Ícones utilizados no material didático

-S
EA
R
Praticando (exercícios):

R
O
atividades sugeridas no Sugestão de leituras, filmes,

C
decorrer da leitura. ES sites e pesquisas: material de
exame complementar sugerida
U
IG

ao aluno para aprofundar suas


R

Conceito: pensamento conclusões.


D
O

didático de um conhecimento
R

ou prática
E
U

Lembrar/ provocação: inserido


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para despertar a atenção ou


R
EN

Para refletir: questões inseridas reflexão sobre sua prática.


para estimulá-lo a pensar a
H
O

respeito do assunto
SI

Para (não) finalizar


AS

(considerações finais): texto,


K

Sintetizando/ enriquecendo ao final do módulo, com


de

nossas informações: intenção de instigá-lo a


o
iv

aprofundamento das prosseguir com a reflexão.


us

discussões e/ou textos para


cl
ex

leitura complementar.
so
U

Ementa
 Aspectos éticos e Humanização no APH
 Anamnese e exame físico focado no APH

6
Sumário
..........................................................................

C u r s o d e
ABORDAGEM

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INICIAL

19
U
MA
NO APH

-S
EA
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SAMU 192 DF
O
C
ES

08 Unidade I
U
IG
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O
R

Ética e humanização no APH


E

Código de Ética COFEN – pg. 09


U
IQ

Humanização – pg. 14
R
EN

19 Unidade II
H
O
SI
AS

Anamnese e Exame Físico com enfoque no APH


K

Capítulo 1 – Anamnese no APH – pg. 20


de

Capítulo 2 – Exame físico no APH – pg. 23


o
iv

Exame Geral ou Ectoscopia – pg. 24


us
cl

Exame Físico dos Aparelhos – pg. 32


57 Unidade III
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so
U

Referências Bibliográficas

60 Anexos

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Ética e Humanização no APH


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Unidade I – Ética e humanização no APH

danos decorrentes de imperícia,


Código de Ética - RESOLUÇÃO COFEN
negligência ou imprudência.
311/2007
Art. 16 – Garantir a continuidade da

F
D
Art. 7º – Comunicar ao assistência de enfermagem em condições

2
COREN e aos órgãos

19
que ofereçam segurança, mesmo em caso
competentes, fatos que
de suspensão das atividades profissionais

U
infrinjam dispositivos

M
decorrentes de movimentos

A
legais e que possam

-S
prejudicar o exercício reivindicatórios da categoria.

EA
profissional.

R
R
Art. 17 – Prestar adequadas informações à

O
C
Art. 11 – Ter acesso às pessoa, família e coletividade a respeito
ES
informações,
dos direitos, riscos, benefícios e
U

relacionadas à pessoa,
IG

família e coletividade, intercorrências acerca da assistência de


R

necessárias ao exercício enfermagem.


D
O

profissional.
R

Art. 18 – Respeitar, reconhecer e realizar


E

Art. 20 – Colaborar com a


U
IQ

equipe de saúde no ações que garantam o direito da pessoa


R

esclarecimento da pessoa,
ou de seu representante legal, de tomar
EN

família e coletividade a
respeito dos direitos, decisões sobre sua saúde, tratamento,
H

riscos, benefícios e
conforto e bem estar.
O

intercorrências acerca de
SI

seu estado de saúde e


AS

tratamento.
K
de

Art. 25 – Registrar no
o

prontuário do paciente as
iv

informações inerentes e
us

indispensáveis ao processo
cl
ex

de cuidar.
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U

RESPONSABILIDADES E DEVERES
PRINCÍPIO
assegura ao cidadão o atendimento
O TERCEIRO
acolhedor e livre de discriminação,
visando à igualdade de tratamento e a
uma relação mais pessoal e saudável:
Art. 12 – Assegurar à
II. Profissionais que se
pessoa, família e responsabilizem por sua atenção,
coletividade assistência identificados por meio de crachás
visíveis, legíveis ou por outras formas
de enfermagem livre de de identificação de fácil percepção.
Fonte ²

9
• Todos os dados obtidos e orientações
dadas devem ser anotados na ficha de
atendimento.
Art. 19 – Respeitar o pudor,
a privacidade e a intimidade do ser humano,
em todo seu ciclo vital, • Em caso de ausência de acompanhante,
inclusive nas situações de
morte e pós-morte. o médico do hospital de destino deve ser
informado para avaliação da necessidade
de acionamento do serviço social do
hospital para:

F
D
2
• acionamento do Conselho Tutelar para

19
menores de 18 anos; e

U
AM
-S
• localização de familiares no caso de

EA
pacientes sem condições de decidir.

R
R
O
• Ao final do atendimento, atualizar a
C
ES
Regulação Médica sobre o final do
U

atendimento.
IG
R
D
O

A Regulação Médica deverá estar pronta


R

para fornecê-las e os dados deverão ter


E
U

sido passados pela equipe de intervenção.


IQ
R

PE11 - Atendimento a paciente menor de (Fonte ³)


EN

18 anos de idade (desacompanhado)


H
O
SI

• Assim que possível,


AS

comunicar-se com a
K
de

Regulação Médica
o

sobre o atendimento.
iv
us
cl

• Solicitar que vizinhos ou conhecidos


ex

acompanhem o paciente até o hospital,


so

Art 82
U

registrando nome, endereço e telefone.


§ 4º – O segredo profissional referente ao
• Na ausência de acompanhante, informar menor de idade deverá ser mantido,
os vizinhos ou circundantes sobre o mesmo quando a revelação seja solicitada
hospital de destino e solicitar que, se por pais ou responsáveis, desde que o
possível, comuniquem aos familiares do menor tenha capacidade de
paciente. discernimento, exceto nos casos em que
possa acarretar danos ou riscos ao
mesmo.

10
O QUARTO PRINCÍPIO VII. A indicação de segurança da equipe ou para os
um representante legal de sua livre equipamentos;
escolha, a quem confiará a tomada de
decisões para a eventualidade de tornar- • podem-se considerar meios de
se incapaz de exercer sua autonomia. transporte alternativos para o animal,
como no caso da presença de equipes da
PE13 - Atendimento a Polícia, Bombeiros ou outras instituições
pacientes sem que possam transportar o animal até o
condições de decidir e destino do paciente; e

F
D
acompanhado de

2
• documentar na ficha de atendimento

19
animais (cão-guia ou
todos os detalhes envolvendo esse tipo

U
outros)

M
de animal.

A
-S
Conduta

EA
• Informar a Regulação Médica sobre a

R
R
• Seguir as regras gerais da abordagem de presença do animal e os dados de quem

O
C
pacientes com necessidades especiais ficou com o mesmo. Quando suspeitar ou
ES
(Protocolo PE10). critérios de inclusão
U
IG
R

• Atenção para animais agressivos que • Paciente sem condições de decidir é


D
O

possam oferecer risco à equipe. aquele que é encontrado inconsciente,


R

alcoolizado ou intoxicado por drogas,


E
U

• Em acidentes envolvendo animais e seus dentre outras circunstâncias.


IQ
R

donos, o animal não deve ser abandonado.


EN

Nesses casos, solicitar auxílio para que • Acompanhado de animais (cão-guia ou


H

alguém cuide do animal e anotar os dados outros). É comum a busca de informações


O
SI

do responsável (familiares, vizinhos e sobre esses atendimentos. A Regulação


AS

acompanhantes, etc.). Médica deverá estar pronta para fornecê-


K

las e os dados deverão ter sido passados


de

• Em caso de cão-guia acompanhante de


o

pela equipe de intervenção.


iv

pessoas com deficiência visual:


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cl
ex

• deve-se considerar que o cão-guia é um


so

animal altamente treinado e que a equipe


U

deve se esforçar para manter o paciente e


o animal reunidos até a chegada ao
destino;

• o animal deverá acompanhar o paciente


Art. 81 – Abster-se de revelar informações
na ambulância a menos que sua presença
confidenciais de que tenha conhecimento
na ambulância dificulte a execução de
em razão de seu exercício profissional a
procedimentos ou traga riscos para a

11
pessoas ou entidades que não estejam previstos na legislação vigente ou por
obrigadas ao sigilo. ordem judicial.

Art. 85 – Divulgar ou fazer referência a


casos, situações ou fatos de forma que os
envolvidos possam ser identificados.

Art. 107 – Divulgar informação inverídica


sobre assunto de sua área profissional.

F
D
Art. 82 – Manter segredo sobre fato

2
Art. 108 – Inserir imagens ou informações

19
sigiloso de que tenha conhecimento em
que possam identificar pessoas e

U
razão de sua atividade profissional, exceto

M
instituições sem sua prévia autorização.

A
casos previstos em lei, ordem judicial, ou

-S
com o consentimento escrito da pessoa

EA
R
envolvida ou de seu representante legal.
PE20 - Regras gerais para abordagem de

R
O
eventos envolvendo imprensa
C
ES
U

PRESENÇA DA IMPRENSA NA CENA:


IG
R
D
O

Os servidores do SAMU/DF devem


R

sempre recorrer à ASCOM por meio


E
U

do telefone: 3213- 5205 / 5206


IQ
R
EN

• observar as regras gerais de avaliação da


H

segurança da cena;
O
SI
AS

• atuar sempre com discrição e com


K

urbanidade com os colegas;


de
o

• tratar os profissionais da imprensa com


iv

§ 1º – Permanece o dever mesmo quando


us

urbanidade e educação, deixando claro


cl

o fato seja de conhecimento público e em


ex

seu papel; • não se preocupar em impedir


caso de falecimento da pessoa envolvida.
so

a filmagem. Cumprir com seu papel no


U

atendimento ao paciente;
§ 2º – Em atividade multiprofissional, o
fato sigiloso poderá ser revelado quando
• preocupar-se em seguir à risca os
necessário à prestação da assistência.
protocolos;
Art. 84 – Franquear o acesso a
• não expor o paciente, respeitando sua
informações e documentos para pessoas
privacidade:
que não estão diretamente envolvidas na
prestação da assistência, exceto nos casos

12
• não fornecer dados pessoais,
informações sobre o quadro ou sobre o
caso;

• atenção para a retirada de roupas do


paciente; e

• não facilitar a tomada de imagens,


prejudicando o atendimento.

F
D
2
• na presença de policiamento na cena,

19
solicitar o isolamento da área de

U
M
atendimento, caso julgar necessário,

A
-S
diante de cena de risco ou de cena com FONTE: Brasil. Ministério da Saúde. Carta

EA
dificuldades para a realização de dos direitos dos usuários da saúde /

R
R
procedimentos; Ministério da Saúde. – Brasília: Ministério

O
C
da Saúde, 2006. 8 p. (Série E. Legislação de
ES
• terminar os procedimentos dentro da
Saúde)
U

ambulância, com as portas fechadas,


IG
R

sempre que possível; e Fontes:


D
O
R

• recomenda-se que não sejam ¹ Código de Ética - RESOLUÇÃO COFEN


E
U

concedidas entrevistas, exceto em casos 311/2007


IQ
R

previamente acordados.
EN

² Brasil. Ministério da Saúde. Carta dos


H

direitos dos usuários da saúde /


O

Ministério da Saúde. – Brasília: Ministério


SI

da Saúde, 2006. 8 p. (Série E. Legislação de


AS

Saúde)
K
de

³ Protocolos de Intervenção para o SAMU


o
iv

192 - Serviço de Atendimento Móvel de


us

Urgência. Brasília: Ministério da Saúde,


cl
ex

2014.
so
U

Elaborado:
Brenda Karla de Paula – Enfermeira
Email: brenda.karla@hotmail.com

13
Humanizar é garantir à palavra a sua dignidade
ética. Ou seja, para que o sentimento humano,
as percepções de dor ou de prazer sejam
humanizadas, é preciso que as palavras que o
sujeito expressa sejam reconhecidas pelo
HUMANIZAÇÃO outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça
do outros, palavras de seu reconhecimento. É
O preço que pagamos pela suposta
pela linguagem que fazemos as descobertas

F
objetividade da ciência é a eliminação da

D
de meios pessoais de comunicação com o
condição humana da palavra, que não pode

2
outro. Sem isso, nos desumanizamos

19
ser reduzida, no caso da prestação de serviços
reciprocamente. Ou seja, sem comunicação,

U
de saúde, à mera descrição técnica dos

M
não há humanização.

A
sintomas e da evolução de uma doença, por

-S
exemplo. Quando preenchemos uma ficha de

EA
histórico clínico, não estamos escutando a

R
R
palavra do paciente. As informações são HUMANIZAÇÃO DEPENDE DE:

O
C
indispensáveis, sem dúvida. Mas o lado ES
humano ficou excluído. O ato técnico, por
U

definição, elimina
IG
R

a dignidade ética  Adequadas condições de trabalho


D

da palavra, pois
O

 Adequado preparo pessoal no


R

esta é âmbito das relações humanas


E

 Conhecimentos técnicos e teóricos


U

necessariamente
IQ

pessoal, subjetiva
R
EN

e precisa ser
H

reconhecida na Algumas ações devem ser avaliadas para a


O

palavra do outro. Um hospital ou um posto de prática da humanização na saúde; seriam elas:


SI

saúde pode ser excelente do ponto de vista ações de investimento em termos de número
AS
K

tecnológico e, mesmo assim, ser desumano no suficiente de pessoal, salários e condições de


de

atendimento. Isso acontece quando os trabalho adequadas, bem como a realização


o

pacientes são tratados como simples objetos de atividades educativas que permitam o
iv
us

de intervenção técnica e não acolhidos em desenvolvimento das competências para o


cl

suas angústias, temores e expectativas, sequer trabalho. São considerações bem pertinentes,
ex

são informados sobre procedimentos uma vez que para o profissional poder
so

necessários. desenvolver o tão falado atendimento mais


U

humano é importante que ele primeiramente


O QUE É HUMANIZAR? se sinta tratado de tal forma.

Humanizar a assistência à saúde é dar


lugar não só à palavra do usuário como A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO
também à palavra do profissional de saúde, PARA UM RELACIONAMENTO
de forma que tanto um quanto outro possam INTERPESSOAL ADEQUADO
fazer parte de uma rede de diálogo.

14
A dimensão subjetiva subjetivas dos doentes e, consequentemente,
do profissional um atendimento mais integral dessas pessoas,
provoca impacto que se encontram naturalmente mais
sobre forma como se susceptíveis em muitos aspectos.
dá a relação entre
profissionais e O verdadeiro encontro do profissional de
usuários do setor saúde, que inclui a consideração às próprias
saúde. O couraças ou resistências, com o cliente que,
estabelecimento por sua vez, também possui peculiaridades
adequado desta enquanto pessoa e está vivenciando alguma

F
D
relação é, portanto, relevante para a enfermidade, constitui-se num dos elementos

2
centrais do relacionamento terapêutico entre

19
humanização da assistência à saúde.
profissionais e clientes de saúde. Para que

U
M
Conhecer-se a si mesma possibilita à pessoa esta relação ocorra de forma adequada é

A
-S
tomar ciência das próprias limitações, imprescindível que os profissionais estejam

EA
fragilidades e também descobrir e permitir capacitados a identificar e atender às próprias

R
melhor usufruto de suas potencialidades. necessidades, pois este é um requisito básico

R
O
Sobretudo, é de suma importância que o para a percepção e respectivo atendimento

C
profissional de saúde tenha ciência de que as
ES
das demandas por cuidados que emergem dos
U

diferentes características individuais das clientes.


IG

pessoas fazem parte da natureza humana.


R

O autoconhecimento é, portanto,
D
O

Esta consciência faz com que os profissionais fundamental no sentido de que, no processo
R

tenham facilidade para adotar atitudes de de assistência à saúde, a relação terapêutica


E
U

maior tolerância quanto aos próprios limites, assume um papel vital para a prática
IQ
R

à possibilidade de errar, de não conseguir, de assistencial humanizada.


EN

não suportar certas circunstâncias de vida e


H

de trabalho difíceis, e a mesma lógica Para a humanização plena da própria vida há


O

que se redescobrir o verdadeiro eu. Isto


SI

permeará suas ações face às pessoas cuidadas.


demanda abertura para o autoconhecimento
AS

É importante que os profissionais tenham em e o contato com as próprias dores, muitas


K
de

mente estas ideias no decorrer do cuidado delas escondidas em seu íntimo. Esta
o

prestado às pessoas que vivenciam o processo consciência de si contribui para promover


iv
us

saúde-doença. Sobretudo quando cuidam de recursos para remover ou tornar mais suaves
cl

doentes que se encontram em situação as próprias máscaras. É possível eliminar as


ex

fragilizada, dependente e, muitas vezes, em pressões e diminuir as contrações que


so

estado psicológico regredido, é desejável que envolvem o corpo e o psiquismo mas para
U

os profissionais estejam dotados de maior que isso ocorre é essencial que as pessoas
grau de estejam disponíveis para tal. É importante o
sensibilidade. alerta de que muitas necessitam receber ajuda
profissional para a concretização deste
Esta condição processo.
pessoal dos
profissionais O autoconhecimento por parte do
favorece melhor profissional é importante também no
captação das processo de cuidar para que ele não caia na
necessidades armadilha da relação contra-transferencial,

15
entendida como um conjunto de reações COMO BUSCAR O VERDADEIRO ENCONTRO
inconscientes do profissional em relação à DE CUIDADO?
pessoa cuidada.

Um processo de contra-transferência pode  Sair do automático


estar ocorrendo no cotidiano do cuidado sem  Pensar na melhor forma de fazer
que o profissional tenha ciência disso. Por  Demonstrar atitude de proteção
com o paciente.
exemplo, um profissional cuja estrutura
psíquica esteja extremamente rígida pode
“não gostar” de doentes que choram com

F
DURANTE O PROCEDIMENTO, COMO

D
facilidade e ou que manifestam suas emoções

2
de forma espontânea e estar expressando tal PROCEDER?

19
rejeição em suas atitudes, de forma

U
É aconselhável que os profissionais se

M
inconsciente.
abstenham do uso de termos como “não vai

A
-S
doer”, “é rapidinho”, etc. No âmbito da

EA
humanização do cuidado, considera-se

R
R
FATOR PREPONDERANTE PARA A pertinente oferecer orientação prévia relativa

O
C
HUMANIZAÇÃO: O VERDADEIRO à necessidade
ES do procedimento,
ENCONTRO COM O PACIENTE esclarecimento sobre a intensidade da dor ou
U

desconforto, adoção de alguma abordagem


IG

As práticas profissionais adquirem ganhos


R

verbal ou corporal com a intenção de


D

qualitativos quando as ações de cuidado são prepará-lo para o procedimento, objetivando,


O
R

dotadas de intencionalidade. Sobretudo entre outros aspectos, a diminuição de sua


E

quando utilizamos recursos de toque


U

contratura muscular e fragilidade emocional.


IQ

corporal, de suporte físico e emocional que Em seguida, realizar o procedimento,


R

deveriam permear a realização dos


EN

propriamente dito, e finalizar o processo com


procedimentos e as intervenções junto aos
H

alguma forma de harmonização.


pacientes, é essencial que a intenção dirigida
O
SI

a um objetivo claro esteja presente. Do A perspectiva verbal e corporal (ficar ao lado,


AS

contrário, estas práticas tornam-se vazias em dar suporte, uso adequado das mãos nas
K

sentido e perdem a razão de ser do ponto de diversas formas de toque) é importante na


de

vista da subjetividade. humanização do cuidado. Muitas vezes, os


o
iv

pacientes recordam-se de profissionais que


us

Ao realizar um procedimento, se o cuidaram deles de uma forma surpreendente.


cl

profissional estiver preocupado em executá-


ex

lo de forma menos dolorosa, sua mente estará Mais que as ferramentas técnicas, a
so
U

concentrada e imbuída desta intenção. Este competência, a organização e a atenção aos


comando mental fará com que suas mãos se detalhes, os pacientes valorizam a capacidade
tornem mais relaxadas e, desse modo, de cuidar, de atender às reais necessidades
conseguirá concluir o procedimento de forma deles, à capacidade de escutar ou a
mais suave e menos dolorosa para o paciente. disponibilidade de tempo, por exemplo, para
pegar as suas mãos.
A mesma lógica é aplicável a todas as ações
relativas ao cuidado, seja esta da esfera física
ou psíquica.

16
CUIDANDO DO CUIDADOR

É natural que um profissional sinta algum grau  Sintomas Psicológicos:

F
D
de cansaço ao encerrar seu turno de trabalho.
Humor depressivo, irritabilidade, ansiedade,

2
19
No entanto, supõe-se que ele não deva se rigidez, negativismo, ceticismo e desinteresse.

U
sentir completamente esvaído em sua

M
A sintomatologia principal se expressa no

A
condição física e emocional. Se isto ocorrer,

-S
comportamento; fazer atendimento

EA
pode ser indício de que suas atitudes e
demasiadamente rápido, colocar rótulos

R
comportamentos em relação a si mesmo, ao
depreciativos, evitar os pacientes e o contato

R
outro e ao processo de cuidar não estejam

O
visual, são alguns exemplos ilustrativos.

C
adequadas. ES
Um profissional que está “burning-out”, tende
U
IG

a criticar tudo e todos que o cercam, tem


R

pouca energia para as diferentes solicitações


D

SÍNDROME DO ESTRESSE PROFISSIONAL


O

de seu trabalho, desenvolve frieza e


R

A síndrome do “burnout” ou síndrome do indiferença para com as necessidades e o


E
U

estresse profissional tem sido reconhecida sofrimento dos outros, tem sentimentos de
IQ
R

como uma condição experimentada por decepção e frustração e comprometimento


EN

profissionais que desempenham atividades da autoestima.


H

em que está envolvido um alto grau de


O
SI

contato com outras pessoas.


AS

Esta síndrome tem sido definida como uma COMO AVALIAR SE POSSO ESTAR
K

ADOECIDO COM O MEU TRABALHO?


de

resposta ao estresse emocional crônico


o

intermitente. A síndrome do “burnout” em


iv

Os profissionais emocionalmente
us

profissionais da área de saúde é composta por


desajustados revelam adaptações
cl

sintomas somáticos, psicológicos e


ex

claudicantes que se expressam através de


comportamentais
algumas características comportamentais, das
so
U

 Sintomas Somáticos: quais se destacam as seguintes:

exaustão, fadiga, • A construção de uma couraça impermeável


cefaléias, distúrbios às emoções e sentimentos, que se expressa
gastrointestinais, por um embotamento emocional traduzido
insônia e dispnéia. por uma aparente “frieza” no contato com os
pacientes e com as pessoas de um modo
geral. Este embotamento se manifesta
também através de um progressivo
afastamento emocional da vida familiar, que

17
equivale a um verdadeiro divórcio afetivo. O COMO PREVINIR O ADOECIMENTO NOS
convívio familiar é interrompido ou PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
postergado em função dos chamados e da
agenda profissional; plantões frequentes e
visitas hospitalares em finais de semana e 1 – Conscientizar-se sobre os aspectos psicológicos da
feriados afastam o profissional deste profissão
convívio.
2 – Refletir sobre o ser humano que há no profissional de
O isolamento social é outra característica de saúde
uma inadequada de adaptação profissional.

F
3- Busca preventiva de assistência psicológica e

D
psiquiátrica

2
À forte expectativa social de que o

19
profissional de saúde coloque as necessidades Elaborado: Lucciana Gomes Teixeira –
4- Implantar grupos de discussão sobre a tarefa

U
e a vida dos pacientes em primeiro lugar,

M
assistencial

A
acrescenta-se o desejo e a necessidade de

-S
EA
sentir-se necessário e insubstituível.
Psicóloga do Núcleo de Saúde Mental –

R
SAMU/DF

R
A ironia e o humor negro é outra expressão

O
Email: psicologiasamu.df@gmail.com

C
de uma inadequada adaptação aos rigores da ES
profissão. O desenvolvimento crescente de 3213-5209 – NUSAM
U

um humor negro através de uma linguagem


IG
R

irônica, amarga e do uso de um jargão onde


Fontes:
D

predominam rótulos depreciativos revela, em


O
R

realidade, uma incapacidade de lidar com as ¹ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à


E
U

frustrações, tristezas e vicissitudes da tarefa Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional


IQ

profissional. Traduz, basicamente, a ausência de Humanização. Humaniza SUS: documento


R
EN

de um repertório de recursos mais base para gestores e trabalhadores do SUS. 3.


H

amadurecido para lidar com os sentimentos ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006a.
O

de vulnerabilidade e impotência diante da


SI

vida. ² Hoga, L.A.K. A dimensão subjetiva do


AS

profissional na humanização da assistência à


K

saúde: uma reflexão. In: Revista Escola


de

Enfermagem USP. 2004; 38(1): 13-20. 2003


o
iv
us

³ Nogueira-Martins, L.A. Saúde Mental dos


cl
ex

Profissionais de Saúde. In: Revista Brasileira de


so

Medicina do Trabalho, Belo Horizonte. 2003


U

18
U
so
ex
cl
us
iv
o
de
K
AS
SI
O
H
EN
R
IQ

com enfoque no APH


U
E
R
O
D

Anamnese e Exame Físico


R
IG
U
ES
C
O
R
R
EA
-S
AM
U
19
2
D
F

19
Unidade II – Anamnese e Exame Físico com enfoque no
Atendimento Pré-Hospitalar (APH)

H
á muito tempo, estudiosos realização de um exame clínico qualificado e
desenvolveram técnicas com o direcionado.
objetivo de auxílio nos diagnósticos
de patologias. Essas técnicas Devido ao grande uso da
baseavam-se no conhecimento da anatomia, telemedicina/telessaúde aplicado no Serviço

F
de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU

D
fisiologia e fisiopatologia, que hoje, são

2
192, técnicos em enfermagem e enfermeiros,

19
conhecidas como anamnese e exame físico. O
objetivo que queremos alcançar aqui é a têm sido os "olhos" do Médico Regulador, e

U
M
orientação de como devemos proceder dessa forma é necessário que o profissional

A
esteja apto a realizar com segurança as

-S
diante do enfermo, utilizando de forma

EA
prática e concisa tais ferramentas, isto é, a técnicas de avaliação.

R
R
O
C
ES
Capítulo 1 - Anamnese no Atendimento Pré-Hospitalar
U
IG
R

Conceito
D
O
R

A anamnese é uma coleta de dados realizada por meio de um questionário


E

pré-estabelecido, devendo ser respondido pelo próprio enfermo e/ou


U
IQ

acompanhante. Na falta de uma acompanhante ou até mesmo a não


R
EN

possibilidade da colaboração do enfermo, o questionário se torna subjetivo.


H
O

No atendimento pré-hospitalar, o 1. Identificação do paciente.


SI
AS

questionário a ser respondido deve ser


2. Queixa atual/principal.
K

sucinto e prático. Sugerimos aqui 02 (dois)


de

elementos básicos:
o
iv
us

1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
cl
ex

 Nome e sobrenome
Nome
so

 Justificativa: a identificação do próprio nome do paciente deve ser a mais completa.


U

 Data de nascimento
 Justificativa: Utilizado como dado estatístico de importância epidemiológica que tem sua relação
Idade com a incidência (casos novos) ou prevalência de doenças na população. Ex.: Acidente Vascular
Encefálico (AVE) acometem pessoas com idade mais avançada.
 Masculino ou Feminino
 Justificativa: Também utilizado como um dado estatístico e de auxilio no diagnóstico de
Gênero determinadas patologias. Ex.: Hiperplasia de próstata. Patologia exclusiva do sexo masculino.

20
2. QUEIXA ATUAL/PRINCIPAL/AGRAVO
É a principal queixa que levou o paciente a procurar o serviço de emergência.
Quando o profissional fizer o questionamento, deve-se estar atento à resposta exclusiva sobre a pergunta.
 Adequar a linguagem e repetir as expressões utilizadas pelo paciente;
 Promover um ambiente de acolhimento e humanização, mesmo em situações de extrema urgência;
 Direcionar as respostas do paciente, fazendo as perguntas certas.
 Evitar "voltas" na hora de indagar o paciente, bem como auxiliar para que o mesmo não aconteça com as
respostas dadas por ele, ou seja, o atendimento de emergência deve ser ágil e eficiente.

F
D
INDAGAR sempre, durante a caracterização da queixa:

2
19
 A localização corporal, quando determinada, auxilia no exame físico e até no

U
diagnóstico, pois geralmente está relacionada a estruturas que encontram-se

M
na região incômoda, em sua adjacência ou reflexa.

A
Consegue localizar?

-S
 Existem algumas formas de sentir a dor que diferem da localização mais

EA
comum, é o caso da dor típica irradiada no infarto agudo do miocárdio (IAM),

R
a cólica renal e a colecistite (vesícula inflamada).

R
O
C
 É importante conhecer quando iniciou-se, pois isso ajuda no raciocínio
ES
Início, duração e clínico:
U
IG

características da queixa?  Início do sintoma (época, modo, causa desencadeante);


R

 Duração e características da queixa;


D
O
R

 O(s) sintoma(s) reduz(em) ou acaba(m) quando se faz algo?


E
U

Alguns pacientes e até mesmo profissionais, fazem confusão em


IQ

determinadas situações.
Há fatores desencadeantes,
R
EN

de melhora ou piora? Exemplo: Mudar de posição quando sente dor no peito.


H

Muitos acreditam que dor no peito está sempre relacionada ao IAM, mas,
O

muitas vezes, pode estar relacionada a problemas plurais ou


SI

osteomusculares.
AS
K
de
o

Elementos complementares a serem colhidos: 1. História da doença atual


iv
us

(HDA)/História da Patologia Pregressa


cl

(HPP)
ex
so

2. Interrogatório sintomatológico
U

3. Medicações/substâncias em uso,
líquidos e alimentos ingeridos.

21
1. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA)
 Pacientes com distúrbios já instalados e conhecidos previamente, podem desenvolver determinados sintomas e
ou patologias secundárias.
 Determine o sintoma-guia.

2. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO
 Constitui um complemento da história da doença atual. Em determinados atendimentos, permite levantar

F
possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na

D
HDA. Sugere-se levantar os sintomas gerais e sinais relacionados ao exame físico, lembrando que este é realizado

2
19
no sentido céfalo-caudal (cabeça aos pés) e por sistemas.

U
AM
3. MEDICAÇÕES/SUBSTÂNCIAS EM USO, LÍQUIDOS E ALIMENTOS INGERIDOS

-S
EA
 O conhecimento das medicações utilizadas rotineiramente, podem também auxiliar no raciocínio clínico.

R
 O abuso de drogas lícitas e ilícitas é causa de muitas das ocorrências dos atendimentos de urgência e emergência,

R
O
por isso o emergencista deve estar capacitado para reconhecer uma intoxicação e suas repercussões clínicas.

C
Alimentos e líquidos ingeridos: Se possível, independente do atendimento clínico e/ou trauma, esse

ES
questionamento deve ser realizado, pois tendo esse dado em mãos, poderemos direcionar a uma melhor
U
IG

conduta.
R
D
O
R
E
U
IQ

Lembrar/ provocação
R
EN
H
O

Regra Mnemônica S.A.M.P.L.E.


SI
AS
K

 Componentes da história dirigida, na avaliação secundária do paciente.


de

S
o

Sinais e sintomas
iv
us

A Alergias (medicamentos, alimentos, látex)


cl
ex

M Medicações que fez uso, última dose e horário de rotina


so
U

P Patologias (comorbidades, cirurgias e imunizações)

L Líquidos ingeridos e última refeição

E Eventos que levaram à doença ou lesão atual e perigos no local.

TABELA 1 – Regras mnemônicas SAMPLE. SAMU 192 DF

22
ATENÇÃO!!!

Se o paciente for vítima de trauma, a Cinemática do Trauma deve ser avaliada. Dessa forma, teremos
uma suspeita de quais órgãos e/ou estruturas foram atingidas.

Regra Mnemônica M.I.S.T.

F
D
 Na avaliação secundária no trauma, seguimos a regra M.I.S.T.

2
19
M Mecanismo do Trauma (cinemática)

U
M
I Injúria (lesões: fraturas, luxações ou entorses) e localização.

A
-S
S

EA
Sinais e sintomas (hematomas, dor, crepitações, edemas)

R
T

R
Tratamento (imobilizações, contenções de hemorragias, torniquete, dentre outros).

O
C
ES
TABELA 2 – Regra mnemônica M.I.S.T. SAMU 192 DF
U
IG
R
D
O
R
E

Capítulo 2 – Exame Físico no Atendimento Pré-Hospitalar


U
IQ
R
EN

Conceito
H
O

O exame físico também é referenciado como semiotécnica, que consiste na


SI

técnica semiológica baseada na inspeção, palpação, percussão e ausculta,


AS
K

com o objetivo de detectar sinais normais e anormais nos diversos sistemas


de

do corpo humano.
o
iv
us
cl
ex

O exame físico pode ser subdividido em: 1. Exame físico geral ou Ectoscopia
so
U

2. Exame físico dos aparelhos.

23
Para refletir

“Don’t touch the patient - state first what you


see; cultivate your powers of observation.”
Sir William Osler 1849-191
“Não toque o paciente – primeiro observe seu estado; cultive o seu
poder de observação”.

1. Exame Físico Geral ou Ectoscopia

F
D
2
19
Conceito

U
A M
A Ectoscopia ou Exame Físico Geral consiste na observação de múltiplos aspectos.

-S
EA
Sugere-se a avaliação de alguns parâmetros. São eles:

R
R
O
a) Estado geral

C
ES
b) Nível de consciência
U
IG

c) Fala e linguagem
R
D

d) Estado de hidratação e nutrição


O
R

e) Sinais vitais
E
U

f) Outros dados
IQ
R
EN

EXAME FÍSICO GERAL OU ECTOSCOPIA


H
O

É a impressão que se tem do doente, descrita da seguinte forma:


SI
AS

a) Estado Geral  Bom Estado Geral (BEG)


K

 Regular Estado Geral (REG)


de

 Péssimo Estado Geral (PEG)


o
iv

Os extremos de variação são:


us

b) Nível de
cl

consciência  Estado de Vigília;


ex

 Estado de Coma.
so

 Distúrbios de fluência da fala (taquilalia e gagueira);


U

 Disfonia;
c) Fala e  Dislalia;
linguagem  Disartria;

Estado de hidratação, caracterizar como:


d) Estado de  Hidratado, hiperidratado, desidratado.
hidratação e
nutrição Estado de nutrição, caracterizar como:
 Pacientes desnutridos, subnutridos e obesidade.

24
Realizar a inspeção em mucosas e pele, observando sudorese e salivação.

Aferir os dados vitais:


 Temperatura
e) Sinais Vitais  Pulso
 Frequência cardíaca
 Frequência respiratória
 Medidas antropométricas
 Pele, anexos e linfonodos
f) Outros dados  Fáscies
 Atitudes na mudança de decúbito (exemplos: ortopnéia, atitude genupeitoral,

F
D
atitude de cócoras, dentre outros achados).

2
19
TABELA 3 – Exame Físico Geral ou Ectoscopia. SAMU 192 DF

U
A M
Avaliação Neurológica no APH

-S
EA
O objetivo da avaliação neurológica Essa avaliação deverá ser integrada durante

R
R
caracteriza-se em: todo o exame físico, pois o simples ato de

O
C
conversar com o paciente durante a
 Estabelecer o exame neurológico
ES
entrevista de enfermagem pode revelar
U
inicial na admissão do paciente. aspectos importantes a serem investigados,
IG

 Identificar disfunções presentes no permitindo detectar precocemente


R
D

sistema nervoso, alterações no sistema nervoso e direcionar a


O
R

realização de avaliações complementares.


 Determinar os efeitos dessas
E
U

disfunções na vida diária do mesmo,


IQ

A frequência e o alcance da avaliação


R

 Detectar risco de morte. neurológica dependerão da estabilidade do


EN

paciente e da condição subjacente.


H
O
SI
AS

Consciência e orientação
K
de

 Avaliar o nível de consciência do  Utilizar métodos padronizados como


o

paciente por meio de suas respostas. Escala de Coma de Glasgow (quadro


iv
us

4).
cl
ex
so
U

Lembrar/provocação

Há vários termos para descrever alterações no nível de consciência, porém


por serem subjetivos na sua definição e interpretação, não devem ser
utilizados devido à ambiguidade e confusão que geram durante a avaliação
do nível de consciência.

25
Escala de Coma de Glasgow (ECGl)

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


Variáveis Escore

Espontânea 4
Abertura
à voz 3
Ocular
À dor 2
(AO)
Nenhuma 1

F
Orientada 5

D
Melhor
Confusa 4

2
Resposta

19
Palavras inapropriadas 3
Verbal

U
Palavras incompreensíveis 2

M
(MRV)
Nenhuma 1

A
-S
Obedece a comandos 6

EA
Melhor Localiza dor 5

R
R
Resposta Movimento de retirada 4

O
C
Motora Flexão anormal ES 3
(MRM) Extensão anormal 2
U

Nenhuma 1
IG
R

TABELA 4 – Escala de Coma de Glasgow (ECGl). SAMU 192 DF


D
O
R

Interpretação da Escala de Coma de Glasgow


E
U

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


IQ
R

Pontuação Interpretação
EN
H

3 Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)


O

4 Coma profundo
SI
AS

7 Coma intermediário
K

11 Coma superficial
de

15 Normalidade
o

TABELA 5 – Interpretação da Escala de Coma de Glasgow (ECGl)


iv
us
cl
ex

Classificação do Trauma cranioencefálico (ATLS, 2005)


so
U

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


Pontuação Interpretação no TCE
3-8 Grave (necessita de intubação imediata)
9-12 Moderado
13-15 Leve
TABELA 6 – Interpretação da Escala de Coma de Glasgow (ECGl), segundo ATLS, 2005.

26
Inicie a avaliação com a medida da resposta Se o paciente não reagir a comandos ou
do paciente a estímulos verbais, tato leve ou toque, aplicar estímulo de dor. Comprimir
de dor, ou se não ocorrer qualquer resposta moderadamente a base das unhas nos dedos
aos estímulos. das mãos ou pés e observar sua reação.
Verificar respostas motoras bilateralmente
Primeiro, pedir que o paciente diga seu nome, descartando monoplegia (paralisia de uma
se não responder de forma apropriada, avaliar única área) e hemiplegia (paralisia de um lado
sua orientação quanto ao tempo, lugar e do corpo).
pessoas.
A resposta do paciente ao estímulo da dor
Ao reagir verbalmente, avaliar a qualidade das

F
deve ser descrita:

D
respostas, por exemplo, palavras distorcidas

2
19
indicam dificuldade com os nervos motores,  Localização - se afasta da dor e

U
respostas vagas indicam dificuldade de consegue o ponto de origem desta;

M
processamento e da organização do  Retraimento - se movimenta de leve,

A
-S
pensamento. mas não tentar afastar o estímulo, ou

EA
 Sem reação - não reage à aplicação

R
R
do estímulo da dor (geralmente em

O
paciente em coma profundo).
C
ES
U
IG
R
D
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv

FIGURA 1 – Escala de Coma de Glasgow


us

Fonte: Google imagens. 2015


cl
ex

Pupilas
so
U

O diâmetro pupilar é mantido pelo Sistema Durante a anotação da avaliação pupilar,


Nervoso Autônomo (SNA), tendo o Sistema devem ser observados e comparados quanto
Nervoso Simpático (SNS) a função de à igualdade:
dilatação – midríase; e o Sistema Nervoso
Parassimpático (SNP) a função constrictora –  O diâmetro (isocóricas ou
miose (FIGURA 3). anisocóricas);

O diâmetro da pupila varia de 1 a 9 mm, sendo  A forma (circular, ovalada, estrelada);


considerada uma variação normal de 2 a 6  A reatividade à luz (fotorreação).
mm.

27
Para uma avaliação da medida das pupilas
com mais exatidão, usar uma tabela que
mostra tamanhos pupilares variados de 1 a 9
mm (FIGURA 2).

F
D
2
19
U
M
FIGURA 2 – Tamanhos pupilares.
Fonte: Google imagens. 2015

A
-S
EA
R
R
As pupilas com o mesmo diâmetro são que aproximadamente 17% da população

O
C
denominadas isocóricas e, quando uma pupila pode apresentar esta variação de 1 a 2 mm,
ES
é maior que a outra, são consideradas sem que isto esteja relacionado com alguma
U

anisocóricas (Figura 3). lesão neurológica.


IG
R
D

Quando anisocóricas, sempre anotar a pupila


O
R

maior em relação a maior (E>D). Lembrando


E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex
so
U

FIGURA 3 – Observação das pupilas. 1) Normais (isocóricas); 2) Dilatadas (midriaticas);


3) Contraídas (mióticas); 4) Assimétricas (anisocóricas).
Fonte: Google imagens. 2015

28
A fotorreação é observada com auxilio da luz procedimento sobre o outro olho após 20
de uma lanterna. Fecha-se o olho, aguardam- segundos.
se alguns segundos e levanta-se rapidamente
a pálpebra dirigindo o foco da luz Em geral, a pupila se contrai imediatamente. A
diretamente sobre a pupila. Repete-se o reatividade das pupilas à luz deve ser avaliada
considerando positiva (+) ou negativa (-).

F
D
2
19
U
A M
FIGURA 4 – Comportamento das pupilas de reação à luz.

-S
Fonte: Google Images. 2015

EA
R
R
O
C
ES
Função Motora
U
IG

Algumas posturas podem indicar lesões descerebração em resposta a estímulos


R
D

cerebrais, tais como decorticação e nocivos.


O
R
E
U
IQ
R
EN

DECORTICAÇÃO
H
O

 Na postura de decorticação, o paciente apresenta os braços abduzidos e flexionados, com os punhos e dedos
SI

flexionados sobre o peito. As pernas podem estar bem estendidas e em rotação interna, com flexão plantar dos
AS

pés, tal postura pode indicar lesão do hemisfério cerebral ou do diencéfalo.


K
de
o
iv

Em flexão
us
cl

Flexão plantar Rotação interna


ex
so
U

Em flexão Em abdução
TABELA 7 – Postura de decorticação. SAMU 192 DF

29
DESCEREBRAÇÃO
 Na postura de descerebração, os braços do paciente são abduzidos e estendidos, com os punhos em pronação e
os dedos flexionados, uma perna ou ambas as pernas podem ficar estendidas com flexão plantar dos pés. Tal
postura pode indicar lesão de tronco cerebral superior.

F
D
2
19
U
A M
Em extensão Em adução

-S
Flexão plantar Em flexão Em pronação

EA
TABELA 8 – Postura de descerebração. SAMU 192 DF

R
R
O
C
ES
U

Lembrar/provocação
IG
R
D

ESTRELA DA VIDA
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex
so
U

A Estrela da Vida é uma estrela azul de seis extremidades contornada a branco, na qual figura no
centro o Bordão de Esculápio. A estrela foi originalmente concebida e gerida por uma agência
governamental Americana subordinada ao Departamento dos Transportes dos Estados Unidos da
América.
Tradicionalmente, nos Estados Unidos, era usada como selo de autenticação ou certificação para ambulâncias,
paramédicos e outros serviços de emergência médica. Internacionalmente, representa precisamente unidades e pessoal de
emergência médica. Uma estrela semelhante, mas laranja, é usada por equipes de busca e salvamento, e ainda outra versão
é usada por equipes de assistência médica em áreas selvagens.
TABELA 9 – Estrela da Vida. SAMU 192 DF

30
Escala Pré-hospitalar para AVC de Cincinnati

Um exame neurológico importante para Com o nome devido à localidade


diagnóstico precoce de AVC (Acidente onde foi desenvolvida, a Escala Pré-hospitalar
Vascular Cerebral) no APH é a escala de para AVC de Cincinnati utiliza a avaliação de 3
Cincinnati. O AVC e o choque isquêmico achados físicos em menos de um minuto:
podem ser identificados corretamente em 3
 Queda facial
entre 4 pessoas que usam esta escala.
 Debilidade dos braços
Profissionais de emergência conseguem  Fala anormal

F
avaliar o paciente, com essa escala, em menos

D
Paciente com aparecimento súbito de 1 destes
de 1 minuto, devendo estabelecer o horário e

2
3 achados tem 72% de probabilidade de um

19
o início exatos dos sinais e sintomas de um
AVC isquêmico, se os 3 achados estiverem

U
AVC.

M
presentes a probabilidade é maior que 85%.

A
-S
EA
Lembrar/ provocação

R
R
O
C
ES
U
IG

ESCALA PRÉ-HOSPITALAR PARA AVC DE CINCINNATI


R
D
O

Regra mnemônica S.A.M.U.


R
E

S A M U
U
IQ
R
EN

Sorria Abrace Música (fala) Urgente


H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex

Peça-lhe que dê um Peça-lhe que levante os Peça-lhe para repetir uma Na ocorrência de um ou
so

sorriso de orelha a orelha. dois braços juntos, frase à sua escolha. mais sinais, informe a
U

Notará a diferença de que colocando as mãos na Notará que vai arrastar as Regulação do SAMU e
um lado do rosto sorri e o mesma altura. Verá a palavras, ou é incapaz de inicie um rápido
outro lado não. diferença em suportar o falar. transporte.
peso de uma mão.

TABELA 10 – Regra mnemônica S.A.M.U. para reconhecimento de uma suspeita de AVC.

31
2. Exame Físico dos Aparelhos

2.1 Exame do Aparelho Respiratório

2.1.1 Anatomia e Fisiologia básica

O Aparelho respiratório é composto pelas vocais, Traquéia, Pulmões, Bronquíolos,


principais estruturas anatômicas: Fossas Brônquios, Álveolos e Diafragma.
nasais, Faringe, Laringe, Epiglote, cordas

F
D
2
19
U
AM
-S
EA
R
R
O
C
ES
U
IG
R
D
O
R

FIGURA 5 – Anatomia do Sistema Respiratório. SAMU 192 DF. 2015


E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us

Fonte: Google Images


cl
ex
so
U

O sistema respiratório tem como principal A avaliação realizada pela enfermagem


função a promoção das trocas gasosas, é contribui significativamente para o
responsável pela extração de oxigênio do tratamento de pacientes com problemas
ambiente e pelo transporte deste para os respiratórios, mediante a obtenção da
pulmões, além da troca por dióxido de anamnese e exame físico do tórax.
carbono nos alvéolos e da devolução do
dióxido de carbono para o ambiente.

32
A coleta de dados da anamnese deve identificar a queixa principal durante o
anteceder o exame físico, pois ajuda a processo de entrevista.

2.1.2 Anamnese do Aparelho Respiratório

A anamnese contém informações subjetivas, A história respiratória deve ser detalhada e


enquanto o exame físico é a informação fornecer pistas valiosas quanto aos sintomas
objetiva sobre o estado de saúde de um do paciente e ao grau de disfunção
indivíduo. respiratória.

F
D
Para a anamnese respiratória o entrevistador As queixas respiratórias mais comuns são:

2
19
deve concentrar-se nas manifestações clínicas Dispnéia, tosse, expectoração, hemoptise, dor

U
da queixa e na história patológica pregressa, torácica e rouquidão.

M
as perguntas devem ser formuladas usando-se

A
-S
frases curtas, simples e de fácil compreensão.

EA
R
R
O
C
Queixas respiratórias mais relatadas
ES
U

 Dificuldade respiratória é um sintoma subjetivo e reflete a avaliação do paciente


IG

sobre seu grau de trabalho respiratório relacionado a uma tarefa e/ou


R

Dispnéia determinado esforço. O sinal objetivo da dispnéia é a utilização da musculatura


D
O

acessória, retração das fossas supraesternal e supraclavicular e batimentos das


R

asas do nariz.
E
U
IQ

 A tosse é uma resposta reflexa a estímulos irritantes na laringe, traquéia ou


R

brônquios, que podem ser decorrentes de agentes externos ou internos. É


EN

Tosse e expectoração importante saber a quanto tempo a tosse iniciou-se, sua freqüência, se tem
H

relação com a época do ano ou período do dia, se é seca ou produtiva. Quanto à


expectoração, deve se investigar a característica, odor e quantidade do escarro.
O
SI
AS

 Corresponde à expectoração de sangue pela boca. Deve-se tentar identificar sua


K

origem, se ocorreu como resultado de tosse forçada, a freqüência e a


de

Hemoptise quantidade da expectoração. O sangue proveniente dos pulmões, em geral, é


vermelho vivo, com algumas porções espumosas. Contudo, se estiver no pulmão
o
iv

por tempo prolongado, pode se tornar vermelho-escuro ou acastanhado.


us
cl

 Pode estar associada a problemas pulmonares ou cardíacos. Em geral, a dor de


ex

origem pulmonar manifesta-se por queimação constante e persistente


Dor torácica
so

(retroesternal), ou de forma aguda, com uma pontada que se acentua com o


U

movimento e a inspiração profunda (dor pleurítica).

 Em geral é resultante de alterações da laringe e das cordas vocais. Podem ser


Rouquidão
provenientes, também, de tumor pulmonar ou de aneurisma da aorta.
TABELA 11 – Queixas respiratórias mais relatadas. SAMU 192 DF. 2015
Fonte: Google Images.

33
2.1.3 Exame Físico do Aparelho Respiratório

As técnicas de inspeção, palpação, percussão No APH, o examinador deve utilizar


e ausculta são empregadas para realizar o principalmente as técnicas de inspeção e
exame físico do tórax. ausculta. As demais deverão ser utilizadas
conforme a necessidade para direcionamento
das condutas clínicas.

F
D
2
19
U
A M
-S
EA
R
R
O
C
ES
U
IG
R
D
O
R
E

FIGURA 6 – Anatomia do tórax. SAMU 192 DF. 2015


U
IQ
R
EN

INSPEÇÃO: Durante a inspeção o examinador Atentar aos sinais mais comuns, como:
H

deve observar a pele, presença de circulação cianose, leito ungueal (baqueteamento


O
SI

colateral, abaulamentos, retrações e a digital), forma do tórax, variações da idade,


AS

dinâmica respiratória. sexo e biótipo.


K
de
o
iv
us

TIPOS DE TÓRAX
cl
ex
so

 Tórax chato
U

 Tonel
 Funil
 Peito de pombo
 Sino
 Cifoescoliose torácica

TABELA 12 – Tipos de tórax. SAMU 192 DF. 2015


Figura: Google Images.

34
Quanto à dinâmica respiratória o examinador profunda, respiração abdominal, emprego
deve inspecionar: da musculatura acessória, retrações,
simetria.
 A movimentação da caixa torácica
durante a respiração, quanto a sua  A frequência respiratória (12 a 22
amplitude ou profundidade de expansão, incursões por minuto).
observando-se a respiração superficial ou

O ritmo respiratório refere-se à sequência, a um período de tempo. As alterações nesse


forma e a amplitude das incursões evento levam a ritmos respiratórios anormais.

F
respiratórias que devem ser observadas por

D
2
19
U
Ritmos Respiratórios Anormais

A M
 Respiração rápida e superficial, presente nos casos de doenças

-S
Taquipnéia pulmonares restritivas, dor torácica, distúrbios do diafragma, alcalose

EA
metabólica e quadros de febre.

R
R
O
 Respiração lenta e superficial, presente nos casos de depressão

C
Bradipnéia ES
respiratória, intoxição exógena, dentre outros agravos críticos.
U
IG

Apnéia  Ausência de movimento respiratório


R
D
O

 Respiração profunda, sua freqüência pode ser rápida, normal ou lenta.


R

Caracteriza-se por inspirações rápidas e amplas, intercaladas por


E

Respiração de Kussmaul curto períodos de apnéia e expirações profundas e ruidosas. Está


U
IQ

associada a acidose metabólica, cetoacidose diabética e insuficiência


R

renal com uremia.


EN
H

 Chamada de dispnéia periódica corresponde a períodos de respiração


O

lenta e superficial que gradualmente vai se tornando rápida e


SI

Respiração de Cheyne-Stokes profunda, alternando períodos de apnéia. Pode ocorrer em recém-


AS

nascidos, cujo centro respiratório encontra-se imaturo, TCE,


K

Acidentes vasculares cerebrais, intoxicação por barbitúricos.


de
o

TABELA 13 – Ritmos Respiratórios Anormais. SAMU 192 DF. 2015


iv
us
cl
ex

PALPAÇÃO: A técnica da palpação é ouvir os ruídos torácicos com o diafragma do


so

empregada para avaliar a traquéia, parede estetoscópio durante todo o ciclo


U

torácica, expansibilidade e frêmito. respiratório (inspiração e expiração).

No APH, o examinador deve-se atentar O examinador deverá ser capaz de avaliar três
principalmente a expansibilidade para avaliar elementos: características dos ruídos
a simetria da caixa torácica, pois qualquer respiratórios, presença de ruídos adventícios
assimetria pode ser indicativa de um processo e característica da voz falada e sussurrada. Os
patológico na região. achados devem ser descritos quanto ao tipo
de ruído e a localização.
AUSCULTA: A ausculta respiratória é o exame
mais importante para avaliar o fluxo aéreo Ruídos adventícios: São sons anormais que se
pela árvore traqueobrônquica. Consiste em superpõem aos sons respiratórios normais.

35
São denominados como crepitantes, roncos e a intensidade, a duração e a localização.
sibilos. Quando auscultados, deve-se observar

Ausculta respiratória: Ruídos Adventícios


 São audíveis quando ocorre abertura súbita das pequenas vias aéreas
contendo pequena quantidade de líquido.
Crepitações
 O som de uma crepitação pode ser reproduzido esfregando-se uma
mecha de cabelo entre os dedos, próximo ao ouvido.

 Ocorrem em consequência da passagem do ar por estreitos canais

F
D
repletos de líquidos/secreções.

2
Roncos

19
 Quando há produção excessiva de muco, como na pneumonia e na

U
bronquite, as doenças estão frequentemente associadas a roncos.

A M
-S
 São ruídos musicais ou sussurrantes, decorrentes da passagem do ar por

EA
vias aéreas estreitadas.

R
 São auscultados tanto na inspiração quanto na expiração e quando

R
Sibilos

O
intensos, podem ser audíveis sem estetoscópio.

C
ES
 Os sibilos são associados à asma e a broncoconstrição, mas corpos
U

estranhos também podem gerar estreitamento de vias aéreas.


IG
R

TABELA 14 – Ausculta respiratória: Ruídos adventícios. SAMU 192 DF. 2015


D
O
R
E

2.2 Exame do Aparelho Cardiovascular


U
IQ
R

2.2.1 Anatomia e Fisiologia básica


EN
H
O
SI
AS

O Aparelho Cardiovascular é um sistema a) Oxigênio;


K

fechado, composto pelo coração e por uma b) Substâncias nutritivas;


de

rede de tubos denominada artérias, arteríolas, c) Hormônios;


o

capilares, vênulas e veias. d) Transportar produtos finais do


iv
us

metabolismo, como CO2 e uréia até


Principais funções:
cl

os órgãos responsáveis por sua


ex

eliminação;
so

 Fornecer aos tecidos:


e) Termorregulação do organismo
U

Movimentos cardíacos

Para o coração realizar sua função de das suas cavidades, que se chamam sístole e
bombeamento de sangue, efetua movimentos diástole.
de contração e relaxamento da musculatura

36
Movimentos Cardíacos
 É o período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue
Sístole proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta.

 É o período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de


Diástole contração dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos
átrios, para os ventrículos.

TABELA 15 – Movimentos Cardíacos. SAMU 192 DF. 2015

F
D
2
19
U
A M
-S
EA
R
R
O
C
ES
U
IG
R
D
O
R

FIGURA 7 – Anatomia cardiovascular e esquema da circulação sanguínea. SAMU 192 DF. 2015
Imagens: Google Images
E
U
IQ
R

Esquema da circulação sanguínea pelos capilares dos diversos sistemas ou


EN

aparelhos do corpo.
H

A circulação sanguínea do homem é


O
SI

didaticamente dividida em duas, que se


AS

correlacionam num esquema de distribuição


K

do sangue e nutrientes aos tecidos do corpo, Mecanismo de circulação sanguínea


de

a saber:
o

O sangue arterial (rico em O2) deixa o


iv
us

 Circulação pulmonar = pequena ventrículo esquerdo através da artéria aorta


cl

circulação. (circulação sistêmica).


ex

 Circulação sistêmica = grande


so

As artérias tornam-se gradualmente mais finas


U

circulação.
(arteríolas), até que o sangue circule através
Percurso da circulação pulmonar: de delgados capilares. Os capilares são vasos
de calibre diminuto, como fios de cabelo,
Coração (ventrículo direito) – pulmões – onde as hemácias podem entrar em íntimo-
coração (átrio esquerdo). contato com as células do organismo
Percurso da circulação sistêmica: (ocorrendo o metabolismo celular: troca de
nutrientes e O2 por produtos de degradação
Coração (ventrículo esquerdo) – tecidos do e CO2).
corpo – coração (átrio direito), passando

37
sangue (rico em CO2) passa dos capilares para (ocorrendo a hematose: troca de CO2 por
pequenas veias (vênulas) que se unem e O2). Retorna então pela veia pulmonar
tornam-se maiores, à medida que se desembocando no átrio esquerdo, que por
aproximam do coração. sua vez é impulsionado para o ventrículo
esquerdo (iniciando a circulação sistêmica),
Elas levam o sangue através da veia cava completando o circuito.
(inferior e superior) para o átrio direito,
impulsionando-o para o ventrículo direito, O sistema é completamente fechado, com
que o bombeia através da artéria pulmonar dois conjuntos de capilares conectando
para os pulmões (circulação pulmonar), onde arteríolas e vênulas nos pulmões e nos

F
volta a passar através de um sistema capilar tecidos do restante do organismo.

D
2
19
U
2.2.2 Anamnese do Aparelho Cardiovascular

AM
-S
Os sinais e sintomas das doenças Dentre as queixas mais comuns, a investigação

EA
cardiovasculares podem se originar no da dor é de fundamental importância,

R
R
próprio coração ou em outros órgãos que devendo-se caracterizar: o tipo, a localização,

O
C
sofram repercussão do mau funcionamento a intensidade, a irradiação, a duração, os
ES
desse órgão. fatores relacionados ao desencadeamento ou
U

à piora e à melhora, além da associação com


IG

A avaliação do sistema cardiovascular deve náuseas, vômitos, sudorese, palpitação,


R
D

ser realizada a partir de dados obtidos através tontura, pré-síncope ou síncope.


O

da anamnese do paciente, do exame físico e


R
E

de outros recursos diagnósticos. É necessário Além de suas queixas, é necessário atentar


U
IQ

obter informações precisas sobre um dos sobre tratamentos anteriores e antecedentes


R

sintomas relatados pelo paciente no familiares e pessoais.


EN

momento da anamnese.
H
O
SI
AS

Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas.


K
de
o

Exame do aparelho cardiovascular – ausculta cardíaca.


iv
us

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=L3wiWZl_gnk
cl
ex
so
U

38
Manifestações clínicas comumente associadas às disfunções cardiovasculares
 A dor torácica pode estar relacionada a diversas anormalidades do corpo. Quando
estiver associada à origem cardiológica, deve-se questionar:
 Sua Localização
 Irradiação
 Caracterização
Dor torácica  Horário de início
 Duração
 Frequência
 Fatores de melhora e piora

F
D
 Sinais ou sintomas acompanhantes

2
19
 Sensação subjetiva de falta de “ar”. Na linguagem dos pacientes a dispnéia recebe a

U
designação de "cansaço", "canseira", "falta de ar", "fôlego curto", "fadiga" ou

M
"respiração difícil".

A
-S
 Uma dispnéia súbita pode estar relacionada a:

EA
a) Embolia
b) Pneumotórax

R
R
c) Edema Pulmonar Agudo

O
d) Obstrução de Vias Aéreas

C
A dispnéia de instalação lenta, normalmente indica:

ES
a) Insuficiência Cardíaca Congestiva
U
IG

Dispnéia b) Obesidade
c) Gravidez
R
D

d) Derrame Pleural
O
R

EM DETERMINADAS CONDIÇÕES, O DOENTE DISPNÊICO PODE ASSUMIR ATITUDES


E

ESPECIAIS: No [derrame pericárdico] volumoso o paciente prefere permanecer sentado,


U
IQ

abraça um travesseiro (sinal do travesseiro) ou inclina-se para frente com as pernas


R

entrecruzadas (posição de prece maometana), provocando deslocamento para diante do


EN

líquido intrapericárdico, para obter alívio dos fenômenos compressivos. Outras vezes
H

observam-se crianças portadoras de cardiopatia congênita cianótica, com hipovolemia


pulmonar, adotando a posição de cócoras que, indiretamente, favorece a pequena
O
SI

circulação.
AS
K

 Sintoma inespecífico – sensação desconfortável do batimento cardíaco forte e


de

rápido. Investigar:
a) Sensação de aceleração/diminuição da frequência
o
iv

b) Início/ Término
Palpitações
us

c) Duração
cl

d) Ritmo
ex

e) Fatores desencadeantes, fatores acompanhantes, o que melhora ou piora


so

(estímulo emocional, posição e uso de drogas ou estimulantes)


U

 Caracterizado como o acúmulo de líquido nas áreas pendentes do organismo (pés e


pernas; sacro nos pacientes acamados).

Edema  O Edema depressível (depressão em uma área de pressão) é avaliado pressionando-se


firmemente durante 5 segundos com o polegar no dorso de cada pé, maléolo medial
e sobre as canelas. É graduado em uma escala desde leve (1+= 0 a 2 mm) a muito
acentuado (4+= 8mm).
TABELA 16 – Manifestações clínicas associadas às disfunções cardiovasculares. SAMU 192 DF. 2015
Imagens: Google Images

39
Manifestações clínicas comumente associadas às disfunções cardiovasculares ...continuação
 Síncope ou desmaio é a perda súbita e transitória da consciência e da postura devido
à isquemia cerebral transitória.
 Recuperação: 0 a 10s, com rápida confusão ao despertar.
Síncope  A síncope de origem cardíaca, geralmente de é de início abrupto, não tem relação
com movimentos convulsivos ou postura e provavelmente se relaciona a arritmias
cardíacas.

 Fraqueza muscular devido ao comprometimento da circulação sistêmica por baixo


Cansaço
débito cardíaco.

F
D
 Sinal ou sintoma marcado pela coloração azul‐roxeada da pele, leitos ungueais ou

2
19
mucosas. Ocorre devido ao aumento da hemoglobina não oxidada ou de pigmentos
Cianose
hemoglobínicos anormais. O examinador deve saber diferenciar Cianose Central de

U
M
Cianose Periférica.

A
-S
 Expectoração sanguinolenta por meio da tosse, proveniente de hemorragia na árvore

EA
respiratória. Fatores associados:

R
a) Rupturas de vasos endobrônquicos

R
O
Hemoptise b) Necrose e hemorragia intra‐alveolar

C
c) lceração da mucosa brônquica e lesão caseosa
ES
d) Ruptura de aneurisma aórtico
U

e) Dose excessiva de anticoagulantes


IG
R

TABELA 17 – Manifestações clínicas associadas às disfunções cardiovasculares. SAMU 192 DF. 2015
D

Imagens: Google Images


O
R
E

2.2.3 Exame Físico do Aparelho Cardiovascular


U
IQ

Um exame físico é realizado para confirmar Devido à especificidade do atendimento, o


R
EN

alguns dados obtidos na história de saúde. O emergencista deve direcionar o exame físico
H

exame físico detalhado da função para confirmar as suspeitas levantadas na


O

cardiovascular abrange uma complexidade anamnese, não se esquecendo de que um


SI
AS

diretamente ligada aos sinais e sintomas do exame fidedigno depende da habilidade e


K

paciente e história patológica, o que demanda proficiência do examinador para uma boa
de

tempo do examinador. acurácia.


o
iv
us
cl

Função Cardiovascular versus Indicadores de anormalidade


ex

a) Pressão de pulso reduzida


so

Eficiência do coração como bomba b) Dilatação Cardíaca


U

c) Batimentos cardíacos anormais

a) Grau de distensão da veia jugular (por exemplo, congestão pulmonar)


Pressões e volumes de enchimento b) Edema periférico
c) Alterações posturais na Pressão Arterial (PA)

a) Cognição
b) Frequência Cardíaca
Débito Cardíaco c) Pressão de Pulso
d) Cor e textura da pele
e) Débito urinário

a) Volumes de enchimento aumentados e frequência cardíaca elevada são respostas de


Mecanismos Compensatórios compensação que ajudam a manter o débito cardíaco.

TABELA 18 – Função cardiovascular versus indicadores de anormalidade. SAMU 192 DF. 2015

40
INSPEÇÃO: Na inspeção da pele, os achados uma contusão ou indicar problema
mais comuns associados à doença de coagulação.
cardiovascular são os seguintes:
Na inspeção e palpação do coração, o Ictus
 Palidez – melhor observada ao redor cordis (se visível) deve ser descrito quanto à
das unhas, lábios e mucosa oral. localização, bem como a pulsação de
 Cianose periférica – associada a carótidas.
vasoconstrição devido a ambiente
PALPAÇÃO: a palpação dos pulsos arteriais e
frio, ansiedade ou nos estados

F
jugulares fornecem dados de extrema

D
patológicos como a Insuficiência
relevância na avaliação de emergência. Uma

2
Cardíaca (IC).

19
pressão de pulso diminuída (diferença entre
 Cianose Central – denota distúrbios

U
as pressões sistólica e diastólica, isto é,

M
cardíacos graves (edema pulmonar e
aferidas pela Pressão Arterial) sinaliza um

A
cardiopatia congênita).

-S
estado de choque ou uma insuficiência

EA
 Turgor cutâneo – é reduzido na
cardíaca, por exemplo.

R
desidratação e com o

R
O
envelhecimento. Pulso: é o reflexo do batimento cardíaco

C
 Temperatura e umidade – sob
ES
palpável nos locais onde as artérias calibrosas
U

estresse, a pele torna-se fria e úmida. estão posicionadas próximas da pele e sobre
IG

No choque cardiogênico, a pele um plano duro.


R
D

torna-se fria e pegajosa. Durante um


O

IAM a sudorese é comum. Os pulsos mais palpáveis são:


R
E

 Coloração e cicatrizes – geralmente


U

1. Pulso carotídeo;
IQ

os hematomas e feridas estão


2. Pulso radial;
R

associados a ocorrências traumáticas.


EN

3. Pulso femoral;
A equimose pode ser decorrente de
H

4. Pulso dorsal do pé ou tibial posterior.


O
SI
AS

Pulsos Arteriais
K

 Normal (adultos): 50 a 100 bpm


de

 Recém-nascido: 120 a 160 bpm


o

Frequência de pulso  Lactente: 90 a 140 bpm


iv

Frequência cardíaca
us

 Pré-escolar: 80 a 110 bpm


cl

 Escolar: 75 a 100 bpm


ex

 Adolescente: 60 a 90 bpm
so

 Classificar em: regular ou irregular


U

Ritmo do pulso  Se o ritmo do pulso é irregular, a frequência cardíaca deve ser contada
através da ausculta do pulso apical durante 1 minuto inteiro, enquanto se
palpa simultaneamente o pulso radial.
 Determinar a qualidade, ou amplitude, do pulso que pode ser descrita
como ausente, diminuída, normal ou rebote.
 Uma escala pode ser utilizada para quantificar a força:
Qualidade do pulso e a) Pulso não palpável ou ausente;
configuração
b) Pulso fraco ou filiforme;
c) Pulso cheio;
d) Pulso forte.

TABELA 19 – Pulsos Arteriais. SAMU 192 DF. 2015

41
Pressão Arterial (PA): é a pressão exercida de 120/80 mm Hg. Um aumento na PA acima
sobre as paredes das artérias durante a sístole da faixa normal superior é chamado de
e diástole ventriculares. Ela é afetada por hipertensão, enquanto que uma diminuição
fatores como o debito cardíaco, distensão das abaixo da faixa normal inferior é chamada de
artérias e volume, velocidade e viscosidade hipotensão.
do sangue.
A técnica de aferição da PA demanda de
Valores normais do adulto variam de 100/60 ambas as habilidades de palpação (pulsos
a 135/85 mm Hg. A PA normal média citada é radial e braquial) como de ausculta.

F
D
2
Classificação Ambulatorial da Pressão Arterial em Adultos

19
U
Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica

M
(mmHg) (mmHg)

A
-S
Ótima < 120 <85

EA
R
Normal < 130 < 85

R
O
Limítrofe 130- 139 85- 89

C
ES
Hipertensão estágio 1 140- 159 90- 99
U
IG

Hipertensão estágio 2 160- 179 100- 109


R
D

Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110


O
R

Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90


E
U

Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser
IQ

utilizada para classificação da pressão arterial.


R
EN

TABELA 20 – Classificação da Pressão Arterial em Adultos. SAMU 192 DF. 2015


Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2006
H
O
SI
AS
K

Urgências e Emergências Hipertensivas


de
o

Emergências Hipertensivas: Situações que devido a inexistência de lesão


iv

de órgãos-alvo, requerem a redução da


us

Situações que devido a lesão de órgãos-alvo,


cl

pressão arterial dentro de algumas horas.


requerem a redução imediata (dentro de 1 ou
ex

2 horas) da pressão arterial. Crise Hipertensiva:


so
U

Urgências Hipertensivas: Elevação rápida e sintomática da PA


geralmente com PAD > 120 mmHg.
PAS > 180 e/ou PAD > 110
.

42
Protocolo de Atendimento a Crise Hipertensiva

Elevação rápida e sintomática da PA geralmente com PAD > 120 mmHg


PAS > 180 e/ou PAD > 110

Emergências Urgências

F
D
2
19
U
Suporte Avançado (SAV) Suporte Básico (SBV)

M
- Objetivo: ↓PA ~25% em 1h - Objetivo: ↓PA em até 24h

A
-S
- Terapêutica IV imediata - Tratar no pré-hospitalar, se:

EA
R
- PAD ~↓100 mmHg em 2-6h Transporte longo e piora clínica

R
O
C
ES
TABELA 21 – Protocolo de Atendimento a Crise Hipertensiva. SAMU 192 DF. 2015
U
IG

AUSCULTA: O examinar com habilidade e intensidade das bulhas cardíacas; presença ou


R
D

experiência realiza a ausculta cardíaca nos ausência de sopros.


O
R

quatro focos anatômicos para identificar sons


Quando a ausculta cardíaca é normal, relata-
E

anormais emitidos pelas válvulas cardíacas e


U

se:
IQ

descreve:
R

Bulhas Cardíacas normofonéticas (BNF);


EN

RITMICIDADE (ritmo regular, ritmo de galope,


H

ritmo irregular). Ritmo Cardíaco Regular em 2 tempos


O
SI

FREQUÊNCIA CARDÍACA – auscultar por um (RCR em 2T).


AS

minuto, preferencialmente no foco mitral;


K
de
o

Lembrar/ provocação
iv
us
cl

Critérios de Instabilidade Hemodinâmica


ex

Mnemônico dos 5 D’s


so
U

D ISPNÉIA (aguda)

D OR TORÁCICA (isquêmica)

D ESMAIO (síncope)

D IMINUIÇÃO DA PA (sistólica < 90mmHg )

D IMINUIÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

TABELA 22 – Critérios de Instabilidade Hemodinâmica. SAMU 192 DF. 2015


Fonte: Advanced Cardiac Lif Support (ACLS) - AHA. 2010

43
2.3 Exame Físico do Abdome

2.3.1 Anatomia e Fisiologia básica

A cavidade abdominal contém vários dos Para cumprir essa função básica, este aparelho
órgãos vitais do corpo. O peritônio, uma está estruturalmente adaptado para ingerir,
membrana serosa, reveste a cavidade e forma mastigar e movimentar o bolo alimentar ao
uma capa protetora para muitas estruturas longo do tubo digestivo, secretar as enzimas
abdominais. Dobras duplas de peritônio em digestivas e as substâncias que determinam as

F
torno do estômago constituem os omentos alterações químicas nos alimentos que

D
maior e menor. compõem o bolo alimentar, absorver e

2
19
transportar a água, os eletrólitos, as
O mesentério, uma dobra em formato de

U
substâncias ou os produtos resultantes da

M
leque do peritônio, cobre a maior parte do

A
digestão, além de eliminar os resíduos ou as

-S
intestino delgado e o ancora à parede substâncias não aproveitadas pelo organismo.

EA
abdominal posterior.

R
Todas essas funções são mediadas por

R
O
A função do aparelho digestório é fornecer regulação nervosa e hormonal.

C
um suprimento contínuo de água, nutrientes e ES
eletrólitos ao organismo.
U
IG
R
D
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex
so
U

FIGURA 8 – Anatomia do Abdomen. SAMU 192 DF. 2015


Fonte: Google Images

44
2.3.1 Anamnese do Abdome
A instalação de um processo patológico em sorrindo. Quando você toca eles podem se
qualquer segmento desse aparelho pode gerar encolher, mas o rosto despreocupado
alterações na sua estrutura e/ou função e, em persiste. (Este sinal é útil em outras áreas do
consequência, determinar problemas corpo, bem como no abdome.)
relacionados à ingestão, digestão e absorção
Os pacientes com uma causa orgânica para
de água, nutrientes e eletrólitos, ou ainda, à
dor abdominal estão geralmente sem fome.
eliminação das substâncias não aproveitadas.
Uma resposta negativa à pergunta “Você quer

F
D
Esses problemas manifestam-se por sinais e comer alguma coisa?” é provável,

2
sintomas característicos e podem ser particularmente na apendicite ou na infecção

19
detectados por meio da anamnese e do intra-abdominal.

U
M
exame físico, complementados pela avaliação
Peça ao paciente para apontar com um dedo

A
laboratorial e exames especializados.

-S
a localização da dor. Se ele não for

EA
direcionado para o umbigo e sim

R
R
imediatamente para um ponto fixo, há uma
Considerações relevantes/ pistas na

O
C
maior probabilidade de ter importância física
avaliação da Dor Abdominal ES
significativa. Quanto mais longe do umbigo a
U

As regras a seguir são importantes dor estiver, maior a probabilidade e ela ter
IG

instrumentos na avaliação da dor abdominal. uma origem orgânica (regra de Apley). Se o


R
D

dedo apontar para o umbigo e o paciente


O

Os pacientes podem dar um aviso “não me


R

toque” – ou seja, não tocar uma área parecer de resto bem para você, inclua causas
E

psicogênicas na lista dos diagnósticos


U

particular; todavia, estes pacientes podem


IQ

não apresentar dor realmente se seu rosto diferenciais.


R
EN

parece relaxado e despreocupado, até


H
O
SI
AS
K
de

Lembrar/ provocação
o
iv
us

Qualidade e Início da Dor abdominal


cl
ex

Característica Situação Relacionada Possível


so

Queimação Úlcera péptica.


U

Câimbra Cólica biliar, gastroenterite.


Cólica Apendicite com fezes impactadas; calculo rena.
Dolorimento Irritação do apêndice.
Em facada Pancreatite.
Rasgante, cortante Dissecação da aorta.
Início gradual Infecção.
Início súbito Úlcera duodenal, pancreatite aguda, obstrução, perfuração.

TABELA 23 – Qualidade e Início da Dor. SAMU 192 DF. 2015

45
Situações Comuns Causadoras de Dor Abdominal Aguda

Os pacientes com dor abdominal inespecífica com doença orgânica usualmente mantêm
tendem a manter seus olhos fechados durante seus olhos abertos.
a palpação abdominal, enquanto os pacientes

SITUAÇÃO CARACTERÍSTICAS POSSÍVEIS ACHADOS ASSOCIADOS


USUAIS DA DOR

F
D
2
Apendicite Inicialmente periumbilical ou Defesa, dor à palpação; sinais do iliopsoas e do

19
epigástrica; em cólica; mais tarde se obturador +, hiperestesia na pele do QID; anorexia,

U
localiza no QID, freqüentemente no náusea ou vômito depois do início da dor; febre de

M
ponto de McBurney. baixo grau; Sinais de Aaron, Rovsing, Markle e

A
McBurney.

-S
EA
Peritonite Início súbito ou gradual; dor Respiração superficial; sinais de Blumberg, Makle e

R
R
generalizada ou localizada, surda ou Ballance +, ruídos hidroaéreos reduzidos ou

O
severa e defesa; dor na inspiração ausentes, náusea e vômito; sinais do obturador e do

C
profunda iliopsoas+
ES
U

Colecistite Dor severa, contínua, no QSD ou Dor à palpação e rigidez no QSD, sinal de Murphy +,
IG

epigástrica; pode ser referida na área vesícula biliar palpável, anorexia, vômito, febre,
R
D

subescapular direita. possível icterícia.


O
R

Pancreatite Dor dramática, súbita, excruciante no Dor à palpação epigástrica, vômito, febre, choque;
E
U

QSE, epigástrica ou umbilical; pode estar sinal de Crey Turner+; sinal de Cullen +; ambos os
IQ

presente em um ou ambos os flancos; sinais ocorrem de dois a três dias depois do início.
R

pode ser referida no ombro esquerdo.


EN
H

Úlcera gástrica Abrupta no QSD; pode ser referida nos Ar livre abdominal e distensão com ressonância
O

ou duodenal ombros. aumentada sobre o fígado; sensibilidade no


SI

perfurada epigástrio ou no QSD; parede abdominal rígida,


AS

descompressão dolorosa.
K
de

Cálculos renais Intensa: flanco, estendendo-se à virilha e Febre, hematúria; sinal de Kehr+
o

aos genitais; pode ser episódica.


iv
us

TABELA 24 – Situações Comuns Causadoras de Dor Abdominal Aguda. SAMU 192 DF. 2015
cl
ex
so
U

46
2.3.2 Exame Físico do Abdome

O abdome é a região do tronco As manobras ou técnicas utilizadas no exame


compreendida entre o diafragma, o músculo físico são realizadas por meio da parede
que o separa do tórax, e a pelve. Por anterior do abdome. Daí a necessidade de se
definição, a cavidade abdominal está estabelecerem bem os seus limites. Desse
separada da cavidade torácica por intermédio modo, a parede anterior do abdome é
do diafragma, na porção superior, mas está delimitada, na parte superior, pelo processo
em continuidade com a cavidade pélvica, na xifóide do esterno e pelas 7 e 10 costelas.
porção inferior, no plano superior de abertura
da pelve. Na parte inferior, a delimitação é dada pela

F
crista ilíaca, espinha ilíaca Antero-superior,

D
2
Dada sua estrutura, essa cavidade estende-se ligamento inguinal e púbis.

19
para debaixo do gradeado costal até, mais ou

U
Para a realização do exame físico é necessário

M
menos, o 5º espaço intercostal, quando a
dividir topograficamente o abdome, não só

A
pessoa está em posição deitada. Dessa forma,

-S
para facilitar a descrição, mas também para

EA
grande parte do fígado e do estômago, assim
localizar os órgãos e os pontos de referência

R
como do baço normal, ficam protegidos nessa

R
relativos à dor ou à presença de massas. Para

O
localização. Por essa razão, a manobra de

C
palpação do fígado é combinada com a tanto, são utilizados dois métodos: a divisão
ES
inspiração profunda. em quatro quadrantes e a divisão em nove
U

regiões.
IG
R
D
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex
so
U

DIVISÃO EM 04 QUADRANTES DIVISÃO EM 09 QUADRANTES


FIGURA 9 – Divisão abdominal em quadrantes. SAMU 192 DF. 2015
Fonte: Google Images

47
TIPOS DE ABDOME
GLOBOSO AVENTAL PLANO ESCAVADO DISTENDIDO GRAVÍDICO

F
D
2
19
TABELA 25 – Tipos de Abdome. SAMU 192 DF. 2015
Fonte: Google Images

U
AM
-S
Para um exame sistematizado do abdome pele e à ocorrência de movimentos visíveis na

EA
utilizam-se as técnicas instrumentais, parede.

R
obedecendo à sequência: inspeção, ausculta,

R
O
percussão e palpação. Quanto ao contorno, o abdome (tabela 25)

C
pode apresentar-se plano (em pessoas com
ES
Dessa forma, evita-se a obtenção de bom tônus muscular e peso regular),
U
IG

informações equivocadas como, por exemplo, arredondado (em pessoas com musculatura
R

sons intestinais alterados por uma palpação flácida ou excesso de gordura), protuberante
D
O

ou percussão anterior, ou ainda, dificuldades (em casos de obesidade, gestação, ascite ou


R

em completar o exame devido ao distensão abdominal), escavado (em


E
U

desconforto ou aumento da dor produzido no indivíduos magros) ou ainda, em forma de


IQ
R

paciente. avental (encontrado em indivíduos


EN

portadores de obesidade severa, em que o


H

Lembrar/provocação abdome cai como se fosse um avental).


O
SI

Antes de tocar o abdome, recomenda-se


A pele da parede abdominal deve ser
AS

solicitar ao paciente que aponte qualquer


K

ponto ou área dolorosa ou sensível, o qual observada quanto à integridade e à presença


de

deverá ser examinado por último. de cicatrizes, as quais devem ser descritas em
o

relação à localização e a características, assim


iv
us

como outras marcas anormais como manchas,


Durante todo o exame, devem-se
cl

trajetos venosos dilatados e estrias. As estrias


ex

acompanhar as reações do paciente


podem ocorrer devido à gestação, ao ganho
so

manifestadas por sinais faciais de dor ou de


de peso excessivo ou à ascite.
U

desconforto, assim como manter


mentalmente a topografia dos quatro Os movimentos na parede abdominal, devido
quadrantes ou das nove regiões, tentando ao peristaltismo, às vezes, são observados em
associar os achados aos possíveis órgãos em pessoas muito magras. Entretanto, quando
cada quadrante ou região. aparecem ondas peristálticas com maior
freqüência e intensidade, podem indicar
Inspeção: a inspeção do abdome inclui a
obstrução intestinal, e precisam ser
observação de sua superfície quanto à forma
comunicadas rapidamente. As pulsações da
e ao contorno, à simetria, a características da
aorta também ser visíveis em pessoas magras,
na região epigástrica, sendo consideradas

48
normais. Porém, pulsações mais intensas Quando presentes, os RHA devem ser
podem ocorrer devido à hipertensão arterial descritos quanto à frequência e intensidade.
ou ao aneurisma da aorta, requerendo Os sons tipo gargarejo ou borbulhar são
comunicação imediata. característicos, em uma fase de digestão em
que se encontra o paciente. A intensidade é
Ausculta: a avaliação dos ruídos intestinais, descrita, em geral, em termos de ruídos
que ocorrem em consequência dos
hipoativos ou hiperativos.
movimentos peristálticos e do deslocamento
de ar e líquidos ao longo dos intestinos (daí a RHA hipoativos ocorrem em:
denominação de ruídos hidroaéreos – RHA),
 Distúrbios eletrolíticos
constitui a principal finalidade da ausculta

F
 Pós-operatório de cirurgias

D
abdominal.

2
abdominal no íleo paralítico

19
 Peritonite

U
M
 Isquemia do cólon

A
-S
 Obstrução intestinal avançada,

EA
podendo tornar-se inaudíveis.

R
R
O
C
ES RHA hiperativos refletem:
 Hipermotilidade (em gargarejos
U
IG

ou tinidos)
R
D

 Acompanham quadros de diarreia,


O

Fig. 10 - Ausculta abdominal


R

Fonte: google images uso de laxantes ou na fase inicial


E
U

da obstrução intestinal.
IQ

Como citado anteriormente, devido à TABELA 26 – Ruídos Hidroaéreos (RHA). SAMU 192 DF. 2015
R

sensibilidade do abdome ao toque, uma Fonte: Google Images


EN

palpação antes da ausculta pode modificar os


H

sons peristálticos, razão pela qual a ausculta


O
SI

deve preceder a percussão e a palpação.


AS
K

Utilizando um estetoscópio com o diafragma


de

previamente aquecido, deve-se iniciar a


o

ausculta abdominal pelo quadrante inferior


iv
us

direito, aplicando leve pressão e


cl

identificando a presença e a qualidade dos


ex

ruídos intestinais. Podem ser necessários até 5


so

minutos de ausculta contínua antes que se


U

possa determinar a ausência de ruídos


hidroaéreos. Quando for difícil auscultá-los,
Fig. 11 - Percussão abdominal
deve-se prosseguir sistematicamente, Fonte: google images

repetindo a ausculta por 2 a 5 minutos em


cada um dos demais quadrantes abdominais Percussão: a percussão direta ou indireta do
em busca da atividade peristáltica. abdome auxilia na determinação do tamanho
e da localização de vísceras sólidas e na

49
avaliação da presença e distribuição de gases, A palpação profunda é usada para delimitar
líquidos e massas. mais precisamente os órgãos abdominais e
detectar massas menos evidentes.

São considerados normais os achados de um


abdome liso, não tenso e indolor, de
consistência macia e sem órgãos aumentados
ou massas.

À medida que a palpação é realizada com


Fig 12 - Palpação abdominal cuidado e devagar, as expressões do paciente

F
Fonte: google images
são observadas em busca de manifestações de

D
2
desconforto ou dor.

19
Palpação: A palpação superficial é iniciada

U
mantendo-se os dedos de uma das mãos MANOBRAS ESPECIAIS

M
estendidos, fechados entre si, e com a palma

A
-S
da mão e o antebraço em plano horizontal; Na avaliação da dor abdominal, sugestiva de

EA
pressiona-se de forma delicada a superfície irritação peritoneal, a pesquisa do sinal de

R
descompressão brusca dolorosa é de grande

R
abdominal, aproximadamente 1 cm, com

O
valor. Se, durante a palpação superficial e

C
movimentos suaves, evitando-se golpes ES
súbitos. profunda, for detectada alguma área de
U

sensibilidade dolorosa, o teste deve ser feito.


IG

Quando percebida a resistência muscular, é Assim, evitando as áreas mais dolorosas,


R
D

necessário distinguir entre resistência aplica-se com os dedos uma compressão


O

voluntária, chamada de defesa, e a contratura


R

lenta e profunda no abdome para, então,


E

muscular involuntária, característica da subitamente suspender a mão soltando a


U
IQ

resposta inflamatória do peritônio. Para isso, parede abdominal.


R

algumas técnicas de relaxamento devem ser


EN

tentadas, incluindo o aquecimento das mãos, Observando as reações do paciente, pede-se,


H

além de realizar a palpação durante as também, que compare a intensidade de dor


O
SI

expirações do paciente, respirando com a sentida durante a compressão com aquela


AS

boca aberta, quando os músculos abdominais sentida na descompressão.


K

devem-se tornar relaxados.


de

A descompressão brusca pode ser


o

acompanhada de dor intensa e aguda, descrita


iv
us

como lancinante ou em facada, sendo devida


cl

ao rebote das estruturas internas contra o


ex

peritônio inflamado, causado por apendicite


so

aguda, colecistite aguda, pancreatite,


U

diverticulite ou lesão peritoneal.

A seguir, apresentamos algumas manobras de


grande valia para identificar suspeitas de
Fig 13 - Palpação profunda
Fonte: google images
doenças no exame do abdome.

50
Manobras Especiais para avaliação do Abdome
 Descompressão brusca dolorosa no ponto de McBurney (ponto médio entre a cicatriz
Sinal de McBurney umbilical e crista ilíaca direita)
 Indicativo de apendicite aguda.

 É identificado pela palpação profunda e contínua do quadrante inferior esquerdo que


Sinal de Rovsing produz dor intensa no quadrante inferior direito, mais especificamente, na fossa ilíaca
direita, sinal esse também sugestivo de apendicite aguda.

F
 Deve ser pesquisado quando a dor ou a sensibilidade no quadrante superior sugerirem

D
colecistite. Ao comprimir o ponto crítico, solicita-se ao paciente que inspire

2
19
Sinal de Murphy profundamente. A resposta de dor intensa no ponto pressionado e a interrupção
súbita da inspiração caracterizam o sinal de Murphy.

U
Indicativo de colecistite aguda.

M

A
-S
 É encontrado quando a percussão da linha axilar média sobre a área hepática produz

EA
Sinal de Jobert sons timpânicos ao invés de maciços, indicando ar livre na cavidade abdominal por

R
perfuração de víscera oca.

R
O
C
 É encontrado quando, ao se fazer a percussão, o paciente refere dor à descompressão
ES
brusca do abdome, esta referência aponta para acometimento do peritônio pariental.
Sinal de Blumberg
U

Quando no ponto de McBurney.


IG

 É um sinal característico da apendicite.


R
D
O

 O paciente refere dor à punho-percussão das regiões lombares.


R

Sinal de Giordano
E

 Aponta para acometimento renal, como uma pielonefrite.


U
IQ
R

 Manchas equimóticas ao redor da cicatriz umbilical


EN

Sinal de Cullen
 Indicativo de pancreatite hemorrágica
H
O

 Manchas equimóticas em flancos


SI

Sinal Grey-Tuner
AS

 Indicativo de pancreatite hemorrágica


K

TABELA 27 – Manobras Especiais para avaliação do abdome. SAMU 192 DF. 2015
de

Imagens: Google Images


o
iv
us

Sinal de Giordano
cl
ex
so
U

Ponto de McBurney

FIGURA 14 – Localização das manobras abdominais. SAMU 192 DF. 2015


Imagens: Google Images

51
2.4 Avaliação do Aparelho Locomotor

2.4.1 Anatomia e Fisiologia básica


O aparelho locomotor agrega um conjunto de que constituem a estrutura de sustentação do
sistemas: esquelético, muscular, vascular corpo.
sanguíneo e nervoso.
O sistema muscular é formado por tecidos
O sistema esquelético é formado por ossos especializados responsáveis pela contração e
ou tecido ósseo, possui uma forma rígida de relaxamento denominados de músculos, que

F
tecido conjuntivo, que forma a maior parte asseguram a dinâmica e a estática do corpo

D
do esqueleto. Um adulto possui mais de 200 humano, além de tornarem possível o

2
19
ossos em sua composição. São esses ossos movimento e manter as peças ósseas unidas.

U
A M
-S
EA
R
R
O
C
ES
U
IG
R
D
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K
de
o
iv
us
cl
ex
so
U

.
FIGURA 15 – Principais estruturas do Aparelho Locomotor. SAMU 192 DF. 2015
Imagens: Google Images

52
2.4.2 Anamnese do Aparelho Locomotor
O objetivo da anamnese do aparelho que levou à falha da principal linha de
locomotor na emergência é identificar os defesa do corpo contra as defesas
processos patológicos ou causas externas externas, que podem se evidenciar por
que afetem o funcionamento do sistema meio de lesões e ou distúrbios que se
musculoesquelético, qual seja investigar o originem do sistema nervoso.

F
Avaliação das lesões

D
2
19
O trauma ao sistema musculoesquelético trauma repetitivo. Geralmente a avaliação

U
resulta em uma variedade de lesões aos neurovascular (tabela 28) é realizada para

M
músculos, ossos e estruturas de suporte a detecção de dano nervoso ou

A
-S
articular. A lesão pode ser resultante de insuficiência circulatória.

EA
um incidente agudo ou uso excessivo e

R
R
.

O
C
ES
U

Lembrar/ provocação
IG
R
D
O

Avaliação Neurovascular
R
E

A avaliação da circulação e da sensibilidade é importante quando uma extremidade é lesada. Siga os


U
IQ

seguintes passos para a realização neurovascular distal à lesão.


R

Avaliação Achados Inesperados


EN
H

Cor Palidez ou cianose


O

Temperatura Fria ou gelada


SI
AS

Tempo de enchimento capilar Superior a 2-4 segundos (considerar idosos)


K

Edema Edema significativo


de

Dor Presença de dor moderada a grave


o
iv
us

Sensação Dormência, formigamento, sensação de picadas ou agulhadas


cl

Movimento Diminuição ou ausência de movimentos


ex
so

Considere todos os achados simultaneamente para completar a avaliação neurovascular. A presença da


U

maioria ou de todos esses achados inesperados indica uma circulação significativamente insuficiente e a
pressão u lesão do nervo precisa de uma intervenção de emergência.
TABELA 28 – Avaliação Neurovascular. SAMU 192 DF. 2015

53
Avaliação de extremidades.
Mnemônico PPSM
P ULSO (qualidade)

P PERFUSÃO (menor que 2 segundos)

S ENSIBILIDADE (dorso da mão/pé)

M OTRICIDADE (avaliar na ausência de dor)

TABELA 29 – Avaliação de extremidades. SAMU 192 DF. 2015

F
D
2
19
Lesões Desportivas

U
 Um músculo pode se distender após um estiramento excessivo ou contração forçada

M
A
além de sua capacidade funcional.

-S
EA
 A contratura muscular geralmente esta associada a aquecimento inadequado para
Contratura muscular exercícios físicos, fadiga ou lesão previa. A gravidade varia desde uma leve ruptura

R
R
intrafibrinosa ate uma ruptura total de um musculo.

O
C
 Os sinais incluem fraqueza muscular temporária, espasmo, dor e contusão.
ES
U

 A distensão ou ruptura de um ligamento de suporte articular após um movimento


IG

forçado além de sua amplitude normal pode causar uma entorse.


R
D

Entorse  As entorses graves podem resultar na ruptura total dos ligamentos e instabilidade
O

articular permanente quando não tratadas.


R
E

 Os sinais incluem dor, edema acentuado, hemorragia e perda de função.


U
IQ
R

 A luxação é uma separação completa do contato entre dois ossos de uma articulação.
EN

Luxação  Os sinais incluem deformidade e incapacidade de utilização normal da extremidade


H

ou da articulação.
O
SI

 A fratura é uma quebra parcial ou total da continuidade de um osso secundário a um


AS

trauma (direto, indireto, torção ou esmagamento). Contrações e espasmos levam ao


K

Fratura encurtamento dos tecidos ao redor do osso, causando deformidade.


de

 Outros sinais incluem edema, dor, perda da função, alterações na cor e parestesia.
o
iv
us

TABELA 30 – Lesões Desportivas. SAMU 192 DF. 2015


cl
ex
so
U

2.4.3 Exame Físico do Aparelho Locomotor

O exame físico do sistema O exame físico locomotor se divide em


musculoesquelético emprega as técnicas estático e dinâmico. Sendo no primeiro a
de: palpação óssea, grau de mobilidade, inspeção, no segundo a palpação e os
inspeção, palpação dos tecidos moles por movimentos. (VIANA; PETENUSSO - 2012)
segmentos, exame de força motora e O exame do sistema músculo esquelético
sensibilidade neurológica. deve ser feito sempre comparando os
lados bilateralmente.

54
O exame físico do aparelho locomotor se lados bilateralmente, observando as suas
divide em: características e seguindo o sentido
céfalo-podálico.
1. Estático, prevalece a inspeção.
2. Dinâmico, prevalece a palpação e INSPEÇÃO: fornece informações sobre
os movimentos. locomoção, capacidade do autocuidado,
desconfortos, presença de movimentos
Ainda que a sequência lógica e útil do
involuntários, simetria dos membros,
exame ortopédico seja descrita, o
coluna e pélvis.
examinador pode e deve voltar a repetir

F
D
essas etapas, a fim de obter o maior PALPAÇÃO: realizar a palpação dos

2
tecidos moles por segmentos, grau de

19
número de informações. O profissional
deve realizar o exame de forma mobilidade e exame de força motora e

U
M
sistemática. sensibilidade (neurológico).

A
-S
EA
O exame do sistema músculo esquelético

R
deve ser feito sempre comparando os

R
O
C
ES
Investigação do Aparelho Locomotor
U
IG

Postura adequada  Sustentação e marcha


R
D

 Aumento do volume do órgão ou parte do corpo


O

Intumescências
R

 Abaulamentos e Edemas
E
U

Função do membro
IQ

 Simetria e ritmo dos movimentos


R
EN

 Úlceras de decúbito
H

 Queimaduras e bolhas
Lesões
O
SI

 Cicatrizes
AS

 Hematomas
K

Coloração da pele
de

 Manchas, equimoses, cianose e palidez


o

Deformidades de MMII
iv

 Valgo e varo
us

Deformidade da coluna cervical


cl

 Cifose, lorde e escoliose.


ex

 Oscilações rítmicas, tremores e mioclonias, contrações


so

Movimentos involuntários
espontâneas e fasciculação.
U

 Inflamação ou trauma
Massa muscular  Atrofia, hipertrofia e hipotrofia muscular
 Encurtamento e retração muscular

Força muscular  Avaliar preensão e resistência nos movimentos de flexão e


extensão

Grau de mobilidade  A movimentação deve ter leveza, naturalidade e bilateralidade.


TABELA 31 – Investigação do aparelho locomotor. SAMU 192 DF. 2015

55
Para (não) finalizar (considerações finais)

“[...] A dinâmica de funcionamento de um serviço de emergência aliada à gravidade da


clientela que ali aporta e à constante imprevisibilidade dos acontecimentos fazem com que
o ambiente seja permeado de instabilidades. Nesse universo, atenuar o sofrimento da vítima
e humanizar o atendimento são fundamentos para uma atuação de enfermagem de
qualidade, na busca do equilíbrio entre a técnica, a ética e o aspecto subjetivo, almejando “o
repensar das práticas de cuidar, numa visão humanística e existencial do ser cuidado [...]”.

F
D
2
“[...] Para tal, a utilização de uma metodologia de assistência pode subsidiar a priorização das

19
necessidades da família e do paciente e, nessa perspectiva, a relação entre a teoria do

U
alcance de metas proposta por Imogene King e a humanização no atendimento ao

M
politraumatizado, referente ao aspecto pessoal, pode ser feita com base nos conceitos

A
-S
descritos no Sistema Pessoal [...]”.

EA
R
“[...] a implementação nos setores de emergência dos conceitos explorados nesse trabalho ao

R
afirmar que os enfermeiros, após procederem ao exame preliminar da vítima, devem fazer a

O
C
avaliação dos sentimentos do paciente com respeito aos conceitos do Sistema Pessoal de
ES
King.
U
IG

“[...] os distúrbios nas percepções do self e do corpo ocorrem frequentemente nos pacientes
R

com trauma, que apresentam ferimentos significativos e são importantes na definição dos
D
O

cuidados necessários [...]”


R
E

[grifo nosso] Trechos extraídos de artigo:


U
IQ

Enfermagem em emergência: humanização no atendimento inicial ao politraumatizado à luz da teoria


de Imogene King. Cogitare Enferm 2009 Abr/Jun; 14(2): 384-7.
R
EN

_____________________________________________________________________
H
O

“Estamos vivendo uma crise generalizada, onde o descuido, o descaso e o abandono são seus
SI

sintomas mais dolorosos. Vemos hoje o descuido com as crianças do planeta, com os
AS

marginalizados, flagelados pela fome crônica e pela atribulação de “mil doenças”, que já
K

haviam sido erradicadas que, em decorrência do grande aumento populacional global,


de

voltam com toda a sua força. As pessoas atualmente estão muito sozinhas, egoístas,
medrosas e o que é pior, enterrando seus sonhos.”
o
iv
us

Leonardo Boff. Filósofo, teólogo e escritor.


cl
ex
so
U

A partir dos trechos acima, reflita sobre a questão abaixo:

1. A atuação da equipe de enfermagem é uma prática social; é a prática do cuidado. Um paciente


com necessidades especiais, um politraumatizado, um alcoolista ou simplesmente um morador
de rua, o APH não “escolhe” o público. De que forma você, como um profissional do SAMU,
poderia melhorar seu atendimento de maneira a torná-lo o mais proativo, principalmente do
ponto de vista ético e humanístico? Portanto, como se deve perceber sua atuação no âmbito
pré-hospitalar?

56
U
so
ex
cl
us
iv
o
de
K
AS
SI
O
H
EN
R
IQ
U
E
R
O
D

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ex
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o
de
K
AS
SI
O
H
EN
R
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C
O
ANEXOS

R
R
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-S
AM
U
19
2
D
F

59
CHECK LIST - ANAMNESE E EXAME FÍSICO

Itens Habilidades Execução Realizado


ECTOSCOPIA SIM NÃO
1 Aborda o paciente Descreve o Uso de EPI e a avaliação da cena
Observa o comportamento do paciente (Clínico/Trauma) e/ou
2 Observa e prevê
Avalia a cinemática (Trauma)
3 Realiza a correta Identificação do paciente Nome completo, Idade e Sexo.
Frequência Respiratória
Frequência Cardíaca
Pressão Arterial
4 Coleta os dados vitais
Temperatura
Oximetria de pulso

F
D
Glicemia capilar, se indicado

2
QUEIXA PRINCIPAL

19
Descreva:
Descreve o local, início, duração e

U
intensidade da queixa, posição ou

M
5
manobras que trazem conforto, alimentos,

A
-S
líquidos e ou substâncias que ingeriu.

EA
Comorbidades Descreva:
6

R
(História Patológica Pregressa)

R
Descreva:

O
7 Medicamentos em uso

C
SISTEMA NERVOSO
ES SIM NÃO
Nível de consciência (acordado/lúcido, torporoso ou em coma)
U

Nível de orientação (no espaço e no tempo)


IG

Ansioso/agitado/choroso/letárgico
R
D

8 Avalia padrão de normalidade Marcha/deambulação/acamado


O

Fala e padrões de anormalidade


R

Escala de Coma de Glasgow (ECG)


E

Pupilas (diâmetro, simetria e reatividade á luz)


U
IQ

APARELHO RESPIRATÓRIO SIM NÃO


R

Padrão ventilatório (regular/irregular)


EN

Avalia padrão de normalidade Tosse/rouquidão/dispneia/expetoração


Simetria torácica
H

9 Técnicas: Inspeção, Palpação e Ausculta (se Frequência Respiratória


O
SI

habilitado) Presença ou não de ruídos pulmonares


Oximetria periférica
AS

Considerar administração de Oxigênio, sob regulação médica


K

APARELHO CARDIOVASCULAR SIM NÃO


de

Presença de hemorragia, de natureza traumática ou não


Avalia padrão de normalidade
o

Normocardia/Taquicardia/Bradicardia
iv

10 Avaliar pulsos periféricos/centrais, observando:


us

Técnicas: Inspeção, Palpação e Ausculta (se


Ritmo, Intensidade, Frequência e Simetria
cl

habilitado)
Tempo de enchimento capilar
ex

ABDOME SIM NÃO


so

Tipo de abdome (distendido/globoso/tábua/escavado/gravídico)


U

Observar vascularização/lesões/ferimentos
Avalia padrão de normalidade Ausculta (Ruídos Hidroaéreos – presente/ausente)
(Ruídos Hidroaéreos - hiperativo/hipoativo/normoativo)
11
Técnicas: Inspeção, Ausculta (se Palpação dos quadrantes da parede abdominal
habilitado), Palpação e Percussão. Manobras especiais (Murphy, Mcburney, Blumberg, Giordano)
Queixas mais comuns: Pirose, Disfagia, Dispepsia, Hematemese,
Melena, Constipação e Epigastralgia
EXTREMIDADES SIM NÃO
Presença de Lesões/fraturas/ferimentos
Avalia padrão de normalidade
Motricidade do membro
12
Coloração
Técnicas: Inspeção e Palpação
Edema (+/++/+++/++++)
Elaboração: SPU/SAMU 192 DF.

60
CHECK LIST - TRAUMA

AVALIAÇÃO DA CENA
Item de Verificação SIM NÃO
Utilizar proteção pessoal (EPI’s)
Avaliar e assegurar a cena da emergência
Recursos adicionais (CEB, outras equipes, PC, PM...)

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Item de Verificação SIM NÃO

F
Verificar o estado de consciência (AVDI e consentimento do atendimento)

D
2
19
A - Abrir as vias aéreas sem comprometer a região cervical
Mensurar e aplicar corretamente o colar cervical

U
M
B - Avaliar a respiração (Qualidade da respiração - VOS)

A
C - Avaliar a circulação (presença de pulso radial e perfusão)

-S
EA
Pesquisar e controlar hemorragias graves

R
D - Verificar Pupilas (Déficit Neurológico)

R
Identificar a necessidade de transporte imediato (CPE)

O
C
ES
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
U

Item de Verificação SIM NÃO


IG

Entrevistar o paciente (nome, idade, queixa principal)


R
D

Expor o membro da queixa


O
R

Inspecionar e apalpar o membro da queixa


E

Identificar a suspeita de fraturas


U
IQ

Escolher adequadamente os materiais de imobilização


R

Realizar corretamente a imobilização provisória


EN
H

AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA


O

Item de Verificação SIM NÃO


SI

Inspecionar e palpar a cabeça (testa, crânio e orelhas)


AS

Inspecionar a face (olhos, nariz, boca e mandíbula)


K
de

Inspecionar e palpar os ombros e o tórax


o

Inspecionar e palpar os 4 quadrantes abdominais


iv

Inspecionar e palpar a região pélvica e genital


us
cl

Avaliar e palpar MMII (PPSM)


ex

Avaliar e palpar MMSS(PPSM)


so

Realizar adequadamente o rolamento (observação/palpação)


U

Empranchamento (cinto aranha e elevação da prancha)

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Item de Verificação SIM NÃO
Identificar e prevenir o estado de choque hipovolêmico
Prestar suporte emocional durante o’ atendimento
Recolher todo material utilizado e pertences da vítima
Indicar que está pronto para transportar o paciente
Elaboração: NEP/SAMU 192 DF.

61
EPI’s:
1-Máscara,
2-Óculos,
3-Luva,
4-Manga Macacão,
5-Capacete,
6-Joelheira...

AVDI:
A - Alerta

F
V - Verbal (Resposta Verbal)

D
2
D - Dor (Responde a Estímulo Doloroso)

19
I - Inconsciente

U
A M
Colar cervical: Mensurar, Inspecionar, Palpar, Verificar possível hematoma retroauricular, desvio de traquéia,

-S
turgência de jugular, fratura de mandíbula...

EA
R
R
O
Classificação CPE:

C
ES
Crítico: Paciente inconsciente, com choque descompensado e/ou dificuldade respiratória severa, lesão grave
de cabeça ou tórax.
U
IG

Potencialmente instável: Paciente vítima de mecanismo agressor importante, em choque compensado,


R

portador de lesão isolada importante ou lesão de extremidade com prejuízo circulatório ou neurológico.
D
O
R

Estável: Paciente portador de lesões menores, sem problemas respiratórios e com sinais vitais normais.
E

C= 5 minutos na cena
U
IQ

P/E= 10 a 12 minutos na cena


R
EN
H

PPSM :
O

P-Pulso,
SI

P-Perfusão,
AS

S-Sensibilidade,
K

M-Motricidade (Lembrar que, no caso de fratura não fazer Motricidade).


de

AMPLA:
o
iv

A – Alergias: Principalmente a Medicamentos,


us

M – Medicações: Drogas de uso regular,


cl

P – Passado médico e antecedente cirúrgico prévio,


ex

L – Líquido e alimentos: Muitos pacientes traumatizados necessitarão de cirurgia, e alimentação recente pode
so

aumentar o risco de vômito e aspiração durante a indução da anestesia.


U

A – Ambiente: Eventos que levaram ao trauma.

62
CHECK LIST – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
(AHA – 2010)
AVALIAÇÃO DA CENA
Utilizar proteção pessoal (EPI’s)
Avaliar e assegurar a cena da emergência
Recursos adicionais
AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
Verificar o estado de consciência, posicioná-lo corretamente, avaliar rapidamente o padrão respiratório (Gasping ?)
Solicitar apoio (Central).
Liderança no atendimento
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA:
C

F
Avaliar a circulação (presença de pulso carotídeo)

D
Avaliação da situação da PCR (Presenciada X Não Presenciada)

2
Posicionamento do socorrista (postura e posicionamento da compressão)

19
Efetividade/profundidade das compressões (mínimo de 5 cm de profundidade)

U
Freqüência/ritmo da compressão (mínimo de 100 compressões por minuto)

M
Minimizar interrupções desnecessárias das massagens

A
Troca dos socorristas para a compressão

-S
Instalar o Auto-pulse o mais precocemente possível

EA
A

R
Abrir as vias aéreas (elevação do mento), inspeção da cavidade oral

R
B

O
C
Realizar 2 ventilações com duração de 1’’ cada a cada 30 compressões
ES
D
U

Instalação do DEA ou Desfibrilador (Pás)


IG

Indicação do quantitativo do choque


R
D

Segurança da equipe na administração do choque


O

Compressão das pás em caso do desfibrilador manual


R

Início imediato das compressões após o choque


E

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
U

A
IQ

Garantir via aérea definitiva


R

TOT no máximo 2 tentativas com intervalo máximo de 15’’


EN

Máscara laríngea ou Combitub (verificar a técnica)


H

B
O

Verificação da posição do TOT


SI

Fixação do TOT
AS

Observação do padrão respiratório


K

Suporte ventilatório ( 1 ventilação a cada 5’’/6’’) sem sincronismo com a compressão


de

C
o

Acesso venoso e monitorização


iv

FV/TV uso intercalado de vasopressor e antiarrítmico com intervalo de 3 A 5’ (dose adrenalina 1 mg, amiodarona 300 mg dose de ataque e
us

posterior 150 mg).


cl

AESP/Assistolia Adrenalina com intervalo de 3 a 5’ (dose adrenalina 1 mg).


ex

D
so

Diagnóstico diferencial ( 5H e 5T)


U

CUIDADOS PÓS REANIMAÇÃO


Observar presença de cabeça de pressão, (Pulso Radial)
Prova de volume (criteriosa, 250 a 500 ml, com acompanhamento da ausculta pulmonar), caso ausência de pulso radial
Iniciar drogas vasoativas: noradrenalina (1amp/100ml SF 0,9% 10ml/h - 1µg/kg/min ), adrenalina (4amp/100ml SF0,9% 10ml/h -
1µg/kg/min), dopamina (5amp/200ml SF0,9% em 10ml/h - 5µg/kg/min), dobutamina (1 amp/250 ml SF 0,9% - dose max 30µg/kg/min).
No caso da dobutamina verificar a presença de choque hipovolênico (não usar se houver choque).
Iniciar antiarrítimico de manutenção (1mg/kg/min - 6h iniciais/ 0,5 ml/kg/min - 18 h restantes) (usar SG 5%)
Evitar hipertermia
Evitar hipoglicemia.
CUIDADOS ADICIONAIS
Prestar suporte emocional durante o atendimento
Recolher todo material utilizado e pertences da vítima
Indicar que está pronto para transportar o paciente
Cuidados durante o transporte

63
Recomendações
Componente Adultos Crianças Bebês

Não responsivo (para todas as idades)

Reconhecimento
Sem respiração ou com respiração
Sem respiração ou apenas com gasping
anormal (isto é, apenas com gasping)
Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais de saúde)

F
Sequência da RCP C-A-B

D
Frequência de compressão No mínimo, 100/min

2
19
No mínimo ¹⁄³ do diâmetro AP No mínimo ¹⁄³ do diâmetro AP
Profundidade da compressão No mínimo, 2 polegadas (5 cm)

U
Cerca de 2 polegadas (5 cm) Cerca de 1½ polegada (4 cm)

M
Permitir retorno total entre as compressões

A
Retorno da parede torácica
Profissionais de saúde, alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos

-S
EA
Minimizar interrupções nas compressões torácicas
Interrupções nas compressões
Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos

R
R
Inclinação da cabeça-elevação do queixo (profissionais de saúde que suspeitarem de trauma: anteriorização da

O
Vias aéreas
mandíbula)

C
ES 30:2
Relação compressão-ventilação (até a 30:2 Um socorrista
U
IG

colocação da via aérea avançada) 1 ou 2 socorristas 15:2


R

2 socorristas profissionais de saúde


D

Ventilações: quando socorrista não


O
R

treinado ou treinado e não Apenas compressões


E

proficiente
U

1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min)


IQ

Ventilações com via aérea avançada Assíncronas com compressões torácicas


R
EN

(profissionais de saúde) Cerca de 1 segundo por ventilação


Elevação visível do tórax
H

Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas compressões torácicas antes
O

Desfibrilação
SI

e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque.
AS

Abreviações: DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP, anteroposterior; RCP, ressuscitação cardiopulmonar; PS, profissional da
K

saúde.
de

*Excluindo-se recém-nascidos, cuja etiologia da PCR é, quase sempre, asfíxica.


o

Fonte: AHA – Guideline CPR ECC 2010


iv
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cl
ex
so
U

64
F
D
2
19
U
M
A
-S
EA
R
R
O
C
ES
U
IG
R
D
O
R
E
U
IQ
R
EN
H
O
SI
AS
K

C u r s o d e
de
o

ABORDAGEM
iv
us
cl
ex

INICIAL
so
U

NO APH
SAMU 192 DF

CENTRO DE TREINAMENTO DO NEU/SAMU 192 DF


SGAPS Parque de Apoio da SESDF/SIA Lote “G”
(61) 3234-7889/ 3213-5241

65

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