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1.

Introdução

Desde os tempos mais remotos o Homem sempre se preocupou pela sua subsistência. É com esta senda
que ele desenvolveu ao longo das várias etapas porque passou, por actividades que possam
proporcioná-lo melhores condições de vida.

Nesta luta de procura de condições aceitáveis, não lhe tem sido fácil quando age isoladamente, razão
porque estabeleceu relações de natureza diversa como por exemplo, económicas, socioculturais,
comerciais e laborais.

É no âmbito laboral que o presente estudo vai se debruçar, naturalmente, para melhor compreensão,
faremos uma retrospectiva das Vicissitudes da Greve no Sector Privado, como ela tem evoluído até
chegarmos nas relações Jurídico-laborais, onde nalgumas vezes essas relações não tem sido boas
originando aquilo que vulgarmente é conhecido como “greve”. Porque o mundo laboral está
organizado em três sectores nomeadamente o Público, o Privado e o individual, abordaremos com
certa profundidade a greve no sector privado e as suas vicissitudes.

4
1.1 Conceito de Greve1

Nos conflitos colectivos de trabalho, esgotados que sejam os processos negociais e para- negociais de
harmonização das posições em presença, manifestam-se, tipicamente através do recurso a meios de
luta com finalidade coactiva (quer dizer: comportamentos colectivos destinados a pressionar o
interlocutor no sentido de este ceder).

Estes comportamentos colectivos podem assumir diversas formas. Os que têm maior tradição do lado
dos trabalhadores são:

a) A Greve (huelga, gréve, sciopero, strike, streik), abstenção colectiva de trabalho, resultante de
acordo no seio dum grupo ou categoria de trabalhadores, com o propósito de forçar a aceitação, por
parte do empregador, de um benefício exigido anterior ou simultaneamente;

b) O Boicote (do alemão Boykott), que se traduz na obstrução sistemática e colectiva ao recrutamento
de pessoal para uma empresa (bloqueio de trabalho) ou ao consumo dos seus produtos (bloqueio de
consumo).

O Artigo 195º da Legislação Laboral, traz o termo Noção de greve como a abstenção colectiva e
concertada, em conformidade com a lei, da prestação de trabalho com o objectivo de persuadir o
empregador a satisfazer um interesse comum e legítimo dos trabalhadores envolvidos.2

Do lado dos empregadores, as reacções a movimentos reivindicativos, traduzidos ou não em formas de


luta laboral, podem assumir modalidades muito diversas e por vezes discretas ou não explícitas, de
represália ou de pressão psicológica (jogando, por exemplo, com a hipótese de encerramento ou
deslocação da empresa), a maioria das quais inteiramente fora do alcance da lei.

1.1.1 O Enquadramento jurídico

O Direito Colectivo de Trabalho encontra grande parte da sua razão de ser no tratamento dado a estes
fenómenos conflituais. Em geral, embora com matrizes bastante variadas (segundo os pressupostos
político-económicos do sistema vigente em cada País), esse núcleo do Direito do Trabalho adopta,
perante as lutas laborais, posições destinadas a combater os seus efeitos de desgaste e a integra-los ou
absorve-los na ordem jurídica, com maior ou menos restrição da legitimidade das formas que podem
assumir.
1
FERNANDES, António Monteiro, Direito do Trabalho, p. 277.
2
Cfr. Artigo 195º da Legislação Laboral
5
No que respeita propriamente aos métodos de coação directa, essas posições tendem a combinar duas
linhas de orientação: em primeiro lugar, cura-se de estabelecer processos preventivos, destinado a
funcionar, obrigatória ou facultativamente, no sentido da resolução dum conflito de interesses, depois,
configura-se um dispositivo jurídico enquadrante dos meios de luta, definindo regras para o seu uso,
distinguindo modalidades lícitas e ilícitas e prevendo eventualmente modalidades de intervenção
pública no sentido de salvaguardar necessidades sociais intangíveis. Assim, dispõem-se meios de
prevenção e estabelece-se o direito da guerra para os casos em que aquela falhe.

Este enquadramento jurídico exclui, nomeadamente as violências físicas e os danos patrimoniais ou


mais amplamente, as condutas que configuram, nos termos da lei penal, crimes contra a vida, as
integridades física e a honra das pessoas, contra o património e contra a realização do Estado de
direito. É evidente que a configurabilidade criminal dessas condutas só podem dar-se quando não
devem considerar-se cobertas pelo exercício de direitos, em especial o direito a greve.

Os Nºs 1 e 2 do Artigo 87º da Constituição da República prevêem o direito a greve, onde passo a citar:
“Direito à Greve e Proibição de Lock-out”.3

1- Os trabalhadores têm direito a greve, sendo o seu exercício regulado por lei. Ou seja a lei dispõe o
direito a greve, mas em contra-partida existem algumas normas e regras que devem ser cumpridas, sob
pena de infringir a Lei.

2- A lei limita o exercício do direito à greve nos serviços e actividades essenciais, no interesse das
necessidades inadiáveis da sociedade e da segurança nacional. Neste caso, a lei impõe limites em áreas
cujos serviços são de necessidades imperiosas, o exemplo na área de Saúde, Defesa, Energia, Serviços
Funerários, Bombeiros, etc., para não prejudicar os beneficiários ou ainda dependentes dos mesmos
serviços.

1.2 Procedimentos da Greve4

Artigo 207º Pré-aviso:

1- Antes do início da greve, o organismo sindical deve comunicar, por escrito, no prazo mínimo de
cinco dias, e dentro das horas normais de expediente, ao empregador e ao ministério que tutela a área
do trabalho.

3
Cfr. Artigo 87º da Legislação Laboral

4
Cfr. A partir do Artigo 207º até 209º da Legislação Laboral
6
2- Nas empresas ou serviços que se destinem à satisfação de necessidades essenciais da sociedade, o
pré-aviso de greve é de sete dias.

3- O pré-aviso de greve, acompanhado do respectivo caderno reivindicativo, deve mencionar


obrigatoriamente os sectores de actividade por ela abrangidos, o dia e hora do início da paralisação,
bem como a duração prevista.

Artigo 208º Acções conciliatórias

Durante o Pré-aviso de greve, o ministério que tutela a área do trabalho ou órgão de conciliação,
mediação e arbitragem, por sua iniciativa ou o pedido do empregador ou do organismo sindical, pode
desenvolver acções conciliatórias que julgar adequadas.

Artigo 209º Efectivação da greve

1- Decorrido o prazo de pré-aviso e cumpridas as formalidades legais, os trabalhadores podem entrar


em greve, desde que tenham assegurado a prestação dos serviços mínimos, previstos nos artigos 202 e
205 da presente lei.

2- Os órgãos de conciliação e mediação ou os de administração local de trabalho podem promover


acções conciliatórias com vista a assistir as partes a chegar a acordo.

3- A greve deve desenvolver-se com escrita observância das normas legais, sendo proibido o recurso à
violência contra pessoas e bens.

1.2.1. Modalidades da Greve5


As greves atípicas

Há fenómenos correntemente designados como Greves que sem deixarem de funcionar como meios,
colectivamente assumidos de coação directa ou indirecta em conflitos laborais, oferecem dúvidas
quanto ao acerto dessa qualificação.

Ainda existem meios de luta laboral, correntemente designados como greves em que não ocorre
abstenção de trabalho:

a) A Greve de zelo, em que as tarefas ou funções são efectivamente exercidas, embora de modo tão
detalhado e minucioso que acabam por causar a desorganização do processo produtivo;

5
FERNANDES, António Monteiro, Direito do Trabalho, p. 282.
7
b) A Greve de rendimento, caracterizada pela diminuição das cadências de trabalho, pela quebra do
ritmo de produção e pela consequente redução do resultado. Podem por outro lado, aponta-se situações
em que a abstenção é meramente parcial, quer dizer, respeita apenas a certos actos, tarefas ou formas
de conduta de entre os que se contêm nas funções normalmente exercidas. São exemplos desta
modalidade:

 A Greve da mala, nos transportes colectivos, que se manifesta pela abstenção da cobrança de
bilhetes, muito embora os trabalhadores dela encarregados se encontrem presentes e realizem
as restantes tarefas de que estão incumbidos;
 A Greve da amabilidade, em estabelecimentos comerciais, caracterizada pela ausência de
cortesia no contacto com os clientes;

c) A Greve das horas extraordinárias, sem prejuízo da regular prestação de trabalho no horário
normal.

Assinalem-se enfim, as paralisações que, embora resultantes de concertação em grupos determinados,


não abrangem simultaneamente todos os trabalhadores envolvidos. Constituem modalidades dessa
espécie, geralmente apontadas pela doutrina:

 A Greve rotativa ou articulada, em que ocorre a paragem sucessiva ou alternada em sectores do


processo produtivo ou de grupos profissionais nele envolvidos, aos abrigos de uma concertação que
a todos abrange de modo a inviabilizar a laboração, mantendo-se sempre a aparência da
disponibilidade de uma parte importante dos trabalhadores.
 A Greve trombose, caracterizada pela paralisação de apenas uma parte de trabalhadores
empenhados no litígio, os quais ocupam um sector vital ou estratégico do processo produtivo, pelo
que a Empresa deixa de poder funcionar, embora subsista na aparência, a disponibilidade de todo o
restante pessoal.

1.3 Greve no Sector Privado Versus Greve no Sector Público6

É cada vez mais urgente e necessário o investimento dos sindicatos e associações representativas de
servidores privados em assessorias jurídicas comprometidas e capacitadas para fazerem frente às novas
demandas do sindicalismo moderno, especialmente o direito de greve.

As notícias mais rotineiras são as greves do Sector público. Você já reparou que raramente as greves
no Sector público dão certo ou demoram para dar certo?
6
disponível em: www.infoescola.com<sociologia<greve, acesso em 02/05/2016.
8
Você já contou quantas vezes ouve falar de greve de professores de escolas públicas todos os anos,
independente de que partido está no governo? Mas você ouve falar com muito menos frequência de
greves no Sector privado. Não importa se é no Sector público ou privado: se a greve é considerada
legal desde que sejam obedecidas a regras que a Lei exige, os trabalhadores públicos e privados podem
sofrer perdas financeiras, como o desconto de salário e multas. Se as consequências contra os
trabalhadores é a mesma, então, por que temos mais greve no Sector público?

O X da questão não está nas perdas sofridas pelos grevistas, mas em quem se beneficia de seu trabalho.
No Sector privado, quem se beneficia do trabalho do grevista é também quem pode decidir sobre as
reivindicações do grevista: o dono da empresa. Se o trabalhador de uma montadora deixa de trabalhar,
a montadora produz menos carros, vende menos e gera menos lucro. No fim das contas, o dono sabe o
quanto está perder e sabe se vale a pena ser intransigente ou se deve sentar para negociar. Em outras
palavras, as forças de mercado ajudam na tomada de decisão.

Mas no Sector público, quem se beneficia do trabalho do grevista (o estudante, o destinatário da carta,
a família do morto etc.) não tem nenhum poder de decisão sobre suas reivindicações. No máximo, eles
podem escrever ou telefonar para quem tem esse poder: o ministro, o secretário, o presidente da
empresa pública etc. Quem tem o poder de decisão tem muito menos a perder do que um dono de
empresa na iniciativa privada.

Ou seja, greve é, sobretudo, um instrumento de pressão dos colaboradores sobre os empregadores,


sejam as empresas ou o Estado, para que suas reivindicações sejam atendidas. Greve é uma paralisação
de actividades de determinada área, feita em comum acordo, geralmente sob orientação de sindicatos
que são os responsáveis por lutar pela garantia dos direitos da dita categoria.

Originalmente, quando acontecia uma greve ela chagava ao fim quando uma das partes vencia, em
geral vencia o mais forte. Significa dizer que as greves não eram consideradas um direito dos grevistas
e portanto, não eram regulamentadas por lei. Com o tempo, porém, reivindicar melhores salários,
melhores condições de trabalhos etc., passou a ser um direito dos cidadãos que podiam ser exigidos
através das paralisações de actividades, isto é, das greves.

Parece algo óbvio, mas a maior parte das pessoas fica surpresa ao descobrir que, embora até uma
criança entenda que esses dois modelos económicos são evidentemente diferentes, as nossas leis tratam
os dois casos como se fossem idênticos. Fora algumas poucas restrições – principalmente a proibição
de militares de fazerem greve e a obrigatoriedade da manutenção de alguns serviços públicos

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essenciais – a greve é tratada pelas leis essencialmente da mesma forma tanto no Sector público quanto
no privado.

Essa falta de distinção gera problemas nas duas pontas: do trabalhador e do beneficiário. Enquanto o
trabalhador da iniciativa privada pode usar a pressão onde dói mais no empresário – o bolso – o da
iniciativa pública tem de se valer de pressão do público e da mídia para fazer-se ouvir. Ou seja, o
poder de pressão do trabalhador da iniciativa pública é económico, enquanto o do servidor público é
político. E pressões políticas são muito mais difusas e difíceis de serem direccionadas do que as
económicas porque suas consequências são menos tangíveis e menos quantificáveis.

E enquanto o beneficiário do trabalho na iniciativa privada pode tomar decisões que lhe afectam
directamente, o da iniciativa pública não tem esse poder, e por isso sofre as consequências sem ter
causado os males.

1.4 Causas da greve

Segundo Dilts e Deitsh7, as greves podem ser originadas por causas as mais variadas, dentre as quais:

 A efectiva impossibilidade dos negociadores chegarem a um acordo em relação a algumas


cláusulas em negociação;
 A incapacidade dos representantes dos trabalhadores de convencer só associados do seu
sindicato e aceitarem as condições pactuadas para fins de ratificação do acordo, onde os
representantes dos sindicatos têm, geralmente plenos poderes para negociar.
 Falhas estratégicas, tácticas ou de relacionamento humano, que fazem perder as oportunidades
para concessões, compromissos e afinal para o acordo.

Algumas greves, observam os referidos juristas, são deliberadamente provocadas, por uma ou ambas
as partes em conflito e podem servir aos propósitos mais variados, tais como:

a) O sindicato dos colaboradores vê a greve como um investimento a longo prazo. Embora não sirva a
nenhum propósito aparente nas negociações em curso, a greve pode ser provocada com o intuito único
de valorizar a sua credibilidade, como ameaça da paralisação do trabalho em negociações futuras;

b) O sindicato utiliza a greve como um instrumento para sufocar o divisionismo político dentro da
própria organização, pois a identificação de uma ameaça externa contribui geralmente para aumentar a
coesão interna do órgão de classe;

7
David A, Dilts e Clarence R. Deitsch, “Labour Relations”, N.Y., 1983, pags 150/151 disponível em:
www.direitodegreve.com, acesso em 05/05/2016.
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c) A greve proporciona uma válvula de escape para o descontentamento, a frustração e as emoções da
categoria e como tal, pode representar um passo necessário para a eventual ratificação do acordo
desejado;

d) Por sua vez, a empresa pode ver a greve como um método eficaz para reduzir o excesso de estoque
armazenado, como consequência da paralisação da produção.

1.5. As vicissitudes da Greve no Sector Privado

Como vimos, ainda quando manifestação do direito natural de defesa do colaborador, a greve só deve
ser deflagrada quando falham todas tentativas de uma solução conciliatória. A eclosão precipitada e
multíplice de movimentos grevistas. Os custos e riscos que a greve acarreta para as partes envolvidas
no próprio conflito, sem falar nos danos, às vezes insuportáveis, sofridos pela colectividade são
elevados.

Portanto as Vicissitudes da Greve para o Sindicato estão distribuídas:

 Perda ou suspensão dos salários, para os colaboradores. Esgotamento dos recursos financeiros
do Sindicato, com o custeio da alimentação e de outras despesas essenciais dos colaboradores
em greve;
 Perda de segurança para o órgão sindical, pois a greve pode (se não for bem sucedida ou
prolongar-se demasiadamente) acarretar a perda de associados, comprometer o “Status”do
sindicato ou de seus dirigentes com agente de negociação. Se há facilidade de emprego na
região, por exemplo, muito associados podem achar outros empregos durante a greve e não
retornar ao emprego anterior, deixando de participar e contribuir para seu sindicato, o que
geralmente fazem a contragosto. Facções rivais dentro do sindicato, podem explorar os
inconvenientes, insucessos ou prejuízos da greve para a categoria, como a suspensão ou mesmo
perda de salários e conquistar o apoio dos associados para derrubar a directoria;
 Perda da boa-vontade dos empresários, conduzindo a antagonismos que talvez não
desapareçam após o término da greve. Os colaboradores podem se tornar mais inflexíveis após
a greve tomar medidas retaliatórias, como despedida de líderes de movimento, supressão ou
não concessão de benesses ou de vantagens paralelas. A deterioração do relacionamento com a
empresa pode acarretar desvantagens para ambas partes, podem depender da continuidade da
confiança recíproca e a perda desta, sem dúvida compromete tais entendimentos;

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 Perda da confiança pública, pois uma greve pode dar a impressão de que o sindicato está
agindo irresponsavelmente e ignorando o interesse da colectividade, que é de que não haja
interrupção no fornecimento de mercadorias e serviços.

Para os Empregadores as Vicissitudes da Greve estão assim distribuídas:

 Perda a curto prazo de lucros operacionais e a longo prazo, de posições no mercado;


 Possíveis danos à empresa ou seus equipamentos (máquinas, veículos, instalações, etc.), por
negligência ou dolo dos colaboradores em greve;
 Perda de ‘Status” empresarial, perante os empresários de alto nível ou perante accionistas. Se a
greve se revela desnecessária ou se o insucesso das negociações aparece como consequência de
inabilidade, os administradores das empresas responsáveis pela negociação podem sofrer uma
perda de prestígio e terem sua carreira prejudicada;
 Perda do bom entendimento com os colaboradores. Tanto as relações entre Sindicato e
empresa, como aqueles entre esta e os seus colaboradores, podem ser afectadas
prejudicialmente, daí resultando a queda da moral do pessoal, a baixa produtividade, a
resistência a mudanças propostas pela empresa, etc.
 Finalmente, perda também da boa imagem perante a colectividade, pois a greve pode ter efeitos
adversos à empresa nas atitudes dos consumidores, dos compradores, das entidades
governamentais, do poder legislativo, do poder judiciário trabalhista.

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2. Conclusão

O termo greve têm um significado comum entendido em termos objectivos, só é Greve o que está
consolidado como tal no sentir e na prática social, isto é um abandono do trabalho colectivo no
desenvolvimento e na finalidade. Ou seja se o abandono for de carácter individual, não pode ser
considerado com greve.

O que se pode perceber é que, como qualquer outro direito, o direito à greve traz em contrapartida
alguns deveres como o de manter os serviços essências à comunidade e o de não abusar do direito sob
pena de sofrer punições legais. Cada um que esteja envolvido deve estar ciente das condições, do que é
seu direito mas também do que é seu dever enquanto grevista.

A experiência da greve, com o tempo deixou de ser uma acção específica dos trabalhadores, bem como
ligada a actividade remunerada. Por isso é que se pode ouvir falar, por exemplo, em greve de fome.
Alguém que resolve fazer greve de fome está, sem dúvida, reivindicando algo que lhe traz
insatisfações.

De modo geral, hoje, a greve é um direito assegurado por lei para os diversos sectores da sociedade
(saúde, educação, transporte, prestadores de serviços, etc.), de paralisar suas actividades enquanto
fazem acordos com os empregadores, sobre suas condições de trabalho. Obviamente, apesar de se ter a
mesma lei para todos os sectores, as condições de negociação não são as mesmas visto que as
necessidades são diferentes. A pressão que uma greve exerce sobre os empregadores acontecerá de
forma diversa para os diferentes sectores. Daí porque algumas categorias têm suas reivindicações
atendidas mais facilmente que outras.

Ou seja, o atendimento das reivindicações levará em conta os transtornos que a paralisação trouxer à
sociedade.

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3. Referências Bibliográficas

FERNANDES, António Monteiro; Direito do Trabalho; 13ª Edição; Edições Almedina, SA; Março,
2008

LEITÃO, Luís Manuel Teles de Meneses, Direito do Trabalho 2ª Edição, Almedina.

WATY, Mónica Filipe Nhane, Direito do Trabalho, W&W – Editora, Limitada, 2008, Maputo –
Moçambique.

VEIGA, António Jorge de Motta, Lições de Direito do Trabalho, 6ª Edição (revista e actualizada),
Lisboa, 1995.

SERRA, Carlos, Colectânea de Legislação sobre a Terra, 4ª Edição, 2012, Maputo.

Maputo, Legislação Laboral, Legislação Laboral da República de Moçambique, 7ª Colecção


Legislação, Editora Plural Editores, Maputo, 2011.

http://lbassessoriajuridica.com.br/artigos/greve-setor-privado-publico

Http://direito.folha.uol.com.br/blog/por-que-greves-no-setor-privado-so-menos-frequentes-e-mais-
curtas

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Índice
1. Introdução.....................................................................................................................................4
1.1 Conceito de Greve...........................................................................................................................5
1.1.1 O Enquadramento jurídico..............................................................................................................5
1.2 Procedimentos da Greve.................................................................................................................6
1.2.1. Modalidades da Greve.....................................................................................................................7
1.3 Greve no Sector Privado Versus Greve no Sector Público..............................................................8
1.4 Causas da greve.............................................................................................................................10
1.5. As vicissitudes da Greve no Sector Privado.................................................................................11
2. Conclusão.......................................................................................................................................13
3. Referêcias Bibliográficas...............................................................................................................14

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