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Hoje, eu vou te mostrar que a forma como você estuda Antibióticos está ultrapassada.

A gente insiste em continuar seguindo o mesmo padrão que aprendemos na faculdade.

Eu tenho certeza que você já percebeu que essa forma não nos ajuda na prática.

E é por isso que você está aqui hoje.

E deixa eu te contar um segredo:

"Você já está à frente de muita gente"

Ninguém presta atenção nisso, ninguém ensina isso…

Logo, quem consegue perceber isso e muda a sua forma de estudar Antibióticos, colhe os
resultados.

E quais são esses resultados:


- lembrar com mais facilidade o que estudou;
- se sente mais seguro na prática com esses medicamentos;
- e desenvolve um raciocínio clínico aguçado;

Eu vou te conduzir durante esses dias do Grupo dos Costumeiros para o Grupo dos
Resumeiros.

Um farmacêutico costumeiro:

- não defende seu ponto de vista;


- estuda, estuda mas não sabem responder o que questionam;
- inseguro na prática;
- raciocínio clínico? nunca teve e acha que não é capaz de ter
Os costumeiros continuam acreditando que estudar da forma tradicional é a melhor forma.

Eu também achava. Eu também era costumeira.

Só que eu tinha uma diferença:

"EU NÃO QUERIA SER MAIS ASSIM"


"EU NÃO ACHAVA VANTAGEM SER ASSIM"

Eu olhava pro lado via alguns (poucos) farmacêuticos fodas e pensava: “vei eu quero ser é
assim.”

Eu queria ser Resumeira!!!

Quem são os resumeiros?

● Inovam na forma de estudar


● Tem facilidade de lembrar do que estudam;
● Se sentem mais seguros na prática;
● Tem o raciocínio clínico aguçado;

Esses são os resumeiros.


E o que divide os costumeiros dos resumeiros?

O método. Apenas isso.

Hoje eu sou resumeira mas até chegar aqui teve um longo caminho.
O PLANO ACC

O que leva alguém a ter um raciocínio aguçado e a lembrar rápido sobre algum
conteúdo?

Na época eu não sabia, mas hoje eu sei.

A minha resposta é o que eu chamo de “PLANO ACC”:

O alicerce gera segurança, o contexto facilita as decisões e a clínica te aproxima da


prática.

A união deles é que dão a alguém a capacidade de se sentir mais seguro nas decisões na
prática clínica com antibióticos.

O curso de Antibióticos Simplificados foi estruturado seguindo esse método e mais de


300 alunos já puderam experimentar e validar na sua própria prática.

Acho que a maior prova que o método funciona é só você olhar pra mim: "eu fui de uma
profissional insegura quando envolvia antibióticos a alguém que dá aula sobre o
assunto hoje."

Eu não fiz milagre, não fiz macumba, a única coisa que eu fiz foi seguir o método.
Esse é o método que vou ensinar para vocês hoje e nas próximas aulas.

Hoje a gente vai falar sobre a construção do alicerce que é dos três é o mais
indispensável se você quer construir um raciocínio clínico aguçado.

Vamos começar a entender sobre as bactérias.


DIFERENÇAS ENTRE GRAM-POSITIVAS e
GRAM NEGATIVAS

Por que iniciar por esse tema? ahhh, isso é tão simples que nem precisa falar!

Será mesmo?

Apesar deste ser um tema amplamente discutido, ainda tem pessoas que têm dificuldade
de entender as diferenças e principalmente as implicações clínicas disso.

Porque não é só saber que uma se colore de vermelho e a outra de violeta.

A grande jogada é:

- Por que uma se colore de uma cor e a outra de outra?


- Quais as implicações clínicas de uma ser positiva e outra negativa?
- Quais são as bactérias que pertencem a cada tipo?

Prontos para começar?

1. Porque uma se colore de violeta e a outra de vermelho?

Lá atrás um cara chamado Joaquim Gram descobriu que algumas bactérias se coloriam
pela coloração GRAM e outras não.

De maneira simples (porque se for simples eu não consigo aprender) as bactérias positivas
se colorem com o GRAM (Violeta-de-metila) e as negativas não. Simples né?
O que elas têm em comum? A membrana citoplasmática, que é a membrana interna.

O peptidoglicano tem afinidade pelo corante cristal violeta (o corante base da técnica
de GRAM).

Então na matemática básica, quem tem mais peptidoglicano se colore mais. Quem tem
menos se colore menos.

Outra diferença importante é que a gram-negativa ainda tem mais uma membrana externa o
que dificulta ainda mais a penetração do cristal violeta.

O que aprendemos até aqui?

1- A bactérias positivas se colorem com o GRAM e as negativas não.

2 - As bactérias gram-negativas tem uma estrutura mais robusta (camada celular externa) e
apenas uma fina camada de peptidoglicano, enquanto a gram positiva uma estrutura mais
frágil, apesar de ter uma camada espessa de peptidoglicano.

O corante penetra mais facilmente na Gram Positiva, atingindo o peptidoglicano que tem
afinidade pelo corante violeta-de-metila. Logo, as positivas se colorem e as negativas não.
2. Quais as implicações clínicas disso?

1- A primeira grande implicação da técnica de Gram é que ela ajuda a determinar mais
facilmente qual é o tipo de bactéria que precisa ser tratada antes mesmo da cultura.

Algumas culturas demoram muito para entregar resultado e em algumas infecções cada
minuto conta.

Mas só saber se é positiva ou negativa ajuda tanto assim?

Sim!
Identificação rápida de bactérias Gram-positivas com base na morfologia e testes
bioquímicos preliminares podem ajudar a direcionar a terapia.

É claro que SEMPRE, o achado de gram-positivos devem ser interpretados dentro do


contexto clínico.

Por exemplo:

Detecção de Bacilos Gram-positivos de infecções de feridas necrotizantes sugerem


infecção por Clostridium

Enquanto o achado de bacilos Gram-positivos no Líquido Cefalorraquidiano aumenta a


preocupação com Listeria

Já um achado de estreptococos em uma cultura respiratória


sugere S. pneumoniae.

Entende? Então muitas vezes esses testes iniciais ajudam muito na hora de definir o
tratamento empírico mais assertivo.

Segunda pergunta:

Qual é a implicância clínica disso?

2- Uma característica importante a ser analisada é o grau de virulência e patogenicidade.

Isso está intimamente ligado às diferenças estruturais dos dois tipos de bactérias.
A camada mais externa das gram negativas é formada por uma endotoxina, o
Lipopolissacarídeo (LPS), que lhes confere a propriedade de patogenicidade.
O que ele faz? Basicamente ele é responsável por amplificar a resposta inflamatória na
infecção.

Ele ativa o sistema complemento que envolve a formação de cininas. Além disso, ativa
plaquetas, basófilos, mastócitos, células endoteliais. Induz macrófagos a secretar outras
proteínas.

Já as Gram Positivas produzem exotoxinas (que se ligam de forma covalente ao


peptidoglicano) que tem como característica principal a aderência.

Elas também têm a capacidade de gerar uma resposta inflamatória só que em menor grau
quando comparadas as negativas.

Então as principais implicâncias clínicas são:

- ajuda na hora de decidir o tratamento empírico


- e entender a patogenicidade de cada bactéria

3. Quais bactérias pertencem a cada grupo?

Chegamos na parte que é preciso mais atenção porque aqui não é só entender.

Vamos precisar de mais concentração para conseguir fixar os nomes das bactérias que
pertencem a cada grupo.

Como falei antes de saber a que grupo pertence cada bactéria é importante na hora de
definir o tratamento para ela.

Também vai ser importante quando estivermos estudando o espectro de cada antibiótico.

Tenho certeza que você já ouviu falar “as cefalosporinas de primeira geração tem atividade
contra gram positivas, enquanto as de terceira geração tem atividade contra gram
negativas”.

Então para você não ficar perdido quando escutar isso vamos tentar chegar em uma forma
fácil de aprender isso.
Gram-Positivas:

Gram-Negativas:
Para gravar: Se você olhar bem, perceba que as bactérias Gram-Positivas terminam com
"o" ou com "u”. Enquanto as Gram-Negativas terminam com "a” com algumas exceções.

Dessas bactérias quais são bacilos e quais são cocos?

Para isso a gente precisa entender um pouco sobre classificação das bactérias.

4. Como as bactérias estão classificadas?

Quais são as principais bactérias de importância Clínica como que elas estão
classificadas?

É super importante a gente entender qual a diferença entre Gram positivas e gram-
negativas como já vimos, mas aqui a gente vai um pouquinho além.

Antes só quero te lembrar que todas as bactérias podem ser classificadas como uma de
três formas básicas:

Esferas (cocos), bastonetes (bacilos) e espirais ou hélices (espiroquetas).


As bactérias Gram-positivas podem ser cocos ou bacilos.

No próximo quadro vamos explorar os cocos e bacilos gram positivos e negativos que são
de maior importância clínica.
4.1 Cocos gram-positivos:
São responsáveis por quase todas as infecções de pele e partes moles da comunidade, o
agente principal na maioria dos casos é o estafilococos aureus.

E também infecções das vias aéreas, tanto infecções das vias aéreas superiores
(estreptococos pyogenes), como das vias aéreas inferiores (infecções pneumocócicas).

4.2 Bacilos gram-positivos


Temos a listeria, que causa listeriose. mas não é tão comum
E temos o gênero clostridium que são bactérias que residem comumente no intestino de
adultos e recém-nascidos saudáveis.

Os clostrídios habitam também em animais, no solo e na vegetação em decomposição.


Essas bactérias não requerem oxigênio para viver. Ou seja, são anaeróbios.

Na maioria dos casos causam infecções abdominais, intestinais etc.…


Sempre que a gente fala de anaeróbios, eles estão presentes na cavidade abdominal,
intestino, onde a produção de oxigênio é escassa.

4.3 Cocos gram-negativos


Os de maior importância são Neisserias que causam infecções ginecológicas,
principalmente...como a gonorreia.
Mas também podem causar infecções meningocócicas pela bactéria Neisseria meningitidis.

4.4 Bacilos gram-negativos

Dentre as bactérias gram negativas, essas são as de maior importância clínica.

Podem causar muitas infecções sérias, como pneumonia, peritonite (inflamação da


membrana que reveste a cavidade abdominal), infecções do aparelho urinário, infecções da
corrente sanguínea, infecções em feridas ou campos cirúrgicos e meningite.

Eu acabei de te passar esse conteúdo e agora você tem duas opções:

1) Fingir que não ouviu nada do que eu te apresentei aqui, continuar estudando
Antibióticos sem se preocupar em construir a sua base

2) Dar uma chance a si mesmo e não esperar para aplicar o que foi ensinado hoje

Além disso, se comprometa em não perder a próxima aula

Até a próxima missão.

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