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Aula 6º

Planejamento na EJA

Caros(as) alunos(as), nesta aula estudaremos os problemas e desafios do planejamento do ensino.


sobre a importância do planejamento e como Desse modo, vamos reÁetir e construir juntos um
poderemos administrar e disseminar os conteúdos entendimento sobre esse assunto.
aos alunos de forma criativa e organizada. O Lembre-se de que esta aula foi preparada
planejamento ou o plano de aula é parte integrante do para que você não encontre grandes diÀculdades.
docente e deverá ser embasados nas argumentações Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos
teóricas, períodos da educação que propiciaram estudos! Quando isso acontecer, anote, acesse a
formas diferenciadas nas metodologias de ensino. plataforma e utilize as ferramentas “quadro de
A elaboração do planejamento como um meio avisos” ou “fórum” para interagir com seus colegas
para facilitar e viabilizar a democratização do ensino, de curso ou com seu tutor. Sua participação é muito
e o seu conceito necessita ser revisto, reconsiderado importante e estamos preparados para ensinar e
e redirecionado. As indagações selecionadas e as aprender com seus avanços.
tentativas de respostas pretendem incitar os docentes Ah, é importante ainda que leia e posicione-
a refletirem sobre a problemática da Educação se criticamente em relação aos objetivos de
Escolar Pública como um todo e, em especial, sobre aprendizagem e as Seções de estudo desta aula.
Boa aula!

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148 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos

A decisão política define a finalidade mais


Objetivos de aprendizagem abrangente da ação. Toda e qualquer ação depende
de uma decisão filosófica-política. Essa decisão dá a
direção para onde vai se conduzir a ação.
Ao término desta aula, vocês serão capazes
O planejamento inclui ainda uma decisão
de definir:
científica, pois que necessitamos de conhecimentos
científicos significativos para dar conta do objetivo
‡ A importância do planejamento como método
político que temos.
pedagógico;
Os conhecimentos científicos garantem-nos
‡ As possibilidades e necessidades do
suporte para o encaminhamento de nossa ação
planejamento;
tendo em vista a finalidade que estabelecemos. A
‡ E as especificidades do planejamento na EJA.
ciência desvenda conexões objetivas da realidade e
permite uma ação consistente. Por último, o planejar
inclui uma decisão técnica que se refere à construção
Seções de estudo
dos modos operacionais, que vão mediar à decisão
política e a compreensão científica do processo de
1 – O planejamento como ato político, cientíÀco
nossa ação.
e técnico
Deste modo, o planejamento não é um ato de
2 – O planejamento e sua especiÀcidade na EJA
preencher formulários, como vem ocorrendo na
prática docente, mas sim um ato de decisão. Registrar
essa decisão em um formulário é uma necessidade
1 – O planejamento como ato
de fixação e conservação das decisões. Porém, o
SRO¯WLFRFLHQW¯ȴFRHW«FQLFR
planejamento não é uma atividade que em si redunde
em um preenchimento de formulário.
O registro das decisões poderá ser efetuado
9DPRVSHVTXLVDUQRVGLFLRQ£ULRVRTXH
VLJQLȴFDDSDODYUDplanejamento????
de múltiplos modos (não necessariamente em um
formulário), tais como por uma descrição, numa fita
cassete, num vídeo-tape etc... O que importa não é
Consultando o dicionário foi possível encontrar o modo de registro, mas sim a decisão, pois que esta
os seguintes significados: indica o caminho a seguir.
No planejamento educacional e no planejamento
de ensino, importa que o educador tenha claro
Conceito a necessidade da decisão sobre os três aspectos
3ODQHMDPHQWR  $WR RX HIHLWR GH SODQHMDU 7UDEDOKR GH anteriormente especificados, indo da concepção
SUHSDUD©¥R SDUD TXDOTXHU HPSUHHQGLPHQWR VHJXQGR política às suas mediações científicas e técnicas.
roteiro e métodos determinados. (Dicionário Aurélio) O planejamento do ensino, ou seja, o
planejamento da atividade docente propriamente
dita necessita de ser precedido de um Projeto
Conceito Pedagógico e de um Projeto Curricular Institucional.
3ODQHMDPHQWR  6HUYL©R GH SUHSDUD©¥R GH XP WUDEDOKR De forma crítica, o Projeto Pedagógico define os
de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos objetivos políticos da ação assim como as linhas
FRQYHQLHQWHV SODQLȴFD©¥R 'HWHUPLQD©¥R GH XP FRQMXQWR mestras a serem seguidas; o planejamento curricular
GH SURFHGLPHQWRV GH D©·HV YLVDQGR ¢ UHDOL]D©¥R GH dimensiona os conteúdos socioculturais que serão
determinado projeto. (Dicionário Houaiss) transmitidos e assimilados pelos alunos de tal forma
que possibilitem atingir os objetivos pedagógicos
que se tenha estabelecido. O planejamento curricular
Nessa perspectiva, o ato de planejar é um ato
define os resultados que se espera alcançar em cada
decisório político, científico e teórico.
área de conhecimento.
Político na medida em que se estabelece uma
finalidade a ser intencionalmente construída.

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escolar, é traduzir em prática cotidiana os princípios
Para reȵetir filosóficos e políticos estabelecidos, através de
O planejamento de ensino é o planejamento da ação imediata
transmissão e assimilação ativa dos conteúdos
do educador em cada aula ou em cada atividade docente.
escolares, chegando aos resultados esperados.
A execução do planejamento não é mecânica.
O planejamento escolar – nos três níveis: Ela é dinâmica e pode sofrer alterações e adaptações
pedagógico, curricular e do ensino – deveria ser uma na medida em que os dados da própria execução
ação coletiva da escola como um todo e dos grupos venham a exigir. Por exemplo, se um conjunto de
de professores, organizados no geral e pelas suas alunos não possui os mecanismos de assimilação de
áreas específicas de trabalho. Uma instituição escolar um conteúdo novo, há que se tomar a decisão de
terá que organizar-se como um corpo coerente de criar essas condições, se efetivamente se quer que
conduta para que os educandos possam ter um os educandos aprendam, pois sem os pré-requisitos
caminho relativamente claro e coerente para guiar-se eles não terão como aprender. Vale lembrar aqui
nos seus processos de aprendizagem e educação. que criar pré-requisitos não significa retomar todo o
Do projeto pedagógico da instituição escolar conteúdo anteriormente estudado, mas sim tomar as
dependerá a perspectiva do currículo da escola e de parcelas de conteúdos e habilidades necessárias para a
ambos dependerá o planejamento de ensino de grupo assimilação do conteúdo novo que se está propondo.
de professores reunidos por áreas ou disciplinas. Os Evidentemente que existem habilidades
três níveis mencionados de planejamento dependem complexas que merecerão um trabalho conjunto de
das perspectivas políticas, científicas e técnicas que todos os professores desses alunos. Por exemplo,
se assuma ao proceder à educação e o ensino. a capacidade de ler e entender, de analisar, de
sintetizar. Caso exista essa carência, não há
porque todos os professores, coletivamente, não
O ato de planejar é um ato decisório da maior importância trabalharem para superar essa defasagem através das
e efetivado dentro de um projeto coletivo institucional. diversas disciplinas de uma turma escolar. “É melhor
2 SODQHMDPHQWR LVRODGR H GLYHUVLȴFDGR GH FDGD SURIHVVRU acender um fósforo do que lamentar a escuridão”,
impossibilita a formação de um corpo, senão único, ao diz o ditado popular. Reclamar da não existência dos
menos semelhante de atuação dentro da mesma escola. pré-requisitos nos educandos não faz com que eles
apareçam. É preciso construi-los.
A execução deve ser uma forma de construção
Uma ação isolada possibilita que cada professor dos resultados esperados, não só através da
aja de uma maneira e o educando fique à mercê da realização do processo planejado, mas também
variabilidade das perspectivas de cada professor, e a através do reprocessamento das atividades a partir
aprendizagem torna-se esfacelada. de decisões tomadas em decorrência de avaliações. A
Com isso não se está propondo a padronização avaliação propicia acompanhamento e reorientação
da conduta dos professores, mas se está solicitando do processo de construção dos resultados esperados.
que, dentro de uma mesma instituição, trabalhem Assim sendo, a execução de um planejamento não
dentro de um mesmo projeto, buscando um mesmo é linear, mas sim atravessada por processos de
fim e uma maneira assemelhada e coerente de avaliação, tomadas de decisão, reorientações, etc... A
ação. Uma escola, para funcionar coerentemente, execução do planejamento deve ser uma forma de
necessita do planejamento e da ação coletiva do construção dos resultados esperados e, para tanto,
corpo docente, juntamente com as outras instâncias devem ser utilizados todos os meios disponíveis.
pedagógicas e administrativas. No caso do ensino e aprendizagem, a execução
do planejamento do ensino deveria ser a forma de
1.1([HFX©¥R construir os resultados como desenvolvimento
Planejado um determinado ensino, do qual se dos educandos. Caso na avaliação se verifique a
deseja obter os resultados esperados, nada mais defasagem dos resultados em relação ao esperado,
há do que executá-lo. E executar o planejamento é se se quer construir o resultado planificado, há que
pôr em andamento as decisões de forma coerente se investir na obtenção desse resultado final, há que
e consistente. Executar, no caso da prática docente se construí-lo.

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150 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos

1.223ODQHMDPHQWRQD(VFRODH Mas pra que serve registrar????


na Sala de Aula
2 5HJLVWUR « D PHPµULD GR TXH R JUXSR RX R SUµSULR
professor pensou ao planejar. O registro permite avaliar se o
Lembrete: subseções 1.2 e 1.3 da aula seis foram
SUHYLVWRIRLUHDOL]DGRHTXDLVDOWHUD©·HVV¥RQHFHVV£ULDV(P
elaboradas, tendo como base, o seguinte material:
outras palavras, o registro subsidia o replanejamento.
BRITO, Ângela Maria de. O Planejamento: uma contribuição de
HVWXGRSDUDRV(GXFDGRUHVTXHDLQGDVRQKDPFRPXPDHVFROD
melhor e para todos. Campo Grande: ELEN, 2.000. Mimeo. 1.3 3RQWXDQGR $OJXPDV (WDSDV
GR3URMHWRGH$©¥R'RFHQWH
(DVGHPDLVUHIHU¬QFLDVHVW¥RQRȴQDOGHVWDDXODVeriȴquem! 1.3.1 Análise da Realidade – levantamento
de indicadores pessoais e escolares em relação
aos alunos, tendo como parâmetro as avaliações
Planejar é prever e organizar ações tendo como realizadas pela escola, instituições e outros sistemas
referência as metas e objetivos da escola em que de avaliação. Este tipo de levantamento constitui-
atuamos, o aluno real com que trabalhamos, suas se numa pesquisa, não nos moldes sofisticados que
necessidades e expectativas, o contexto geral do só os especialistas em estatística podem fazer, mas,
mundo em que vivemos. trata-se de uma pesquisa realística, usando dessa
forma todos os dados que se tem às mãos e o mais
próximo de nós. Sendo uma pesquisa, seu resultado
3ODQHMDPHQWRHSURMHWRGHHVFRODV¥RSRLVLQVHSDU£YHLV2 pressupõe maior credibilidade junto à comunidade
planejamento na escola não é rotina burocrática. escolar e entre os próprios docentes. Além de uma
necessidade prévia do Projeto de Ação Docente, este
tipo de pesquisa requer que seus dados sejam sempre
Pode e deve ser um instrumento vivo, que
renovados, pois significa um exercício salutar para os
permite aos educadores organizar e concretizar
professores, em particular para a maioria que, como
ideias, sonhos e ações de seu trabalho, fazendo a
regra, não reelaborou seus conhecimentos e, como
ponte entre as metas e prioridade da escola e sua
consequência, só consegue reproduzi-los.
operacionalização no cotidiano da Sala de Aula.
Para que o planejamento seja um instrumento efetivo
1.3.2 – Definição dos Objetivos – refletir
de trabalho aos educadores, ao elaborá-lo, precisam:
e analisar os objetivos da educação nacional,
‡ ter clareza do ponto de partida, de onde
acrescentando outros que atendam a realidade de
querem chegar e do trabalho a ser feito para atingir
sala de aula e da escola, tendo presente sua função
as grandes metas da escola;
e seu compromisso social. É também assumir o
‡ conhecer a situação concreta da realidade
compromisso cada vez maior, exigido na teoria e
escolar? (quem são os alunos, sua comunidade, com
na prática, com o intuito de se construir um projeto
quais recursos internos e externos se pode contar);
essencialmente voltado para o direito do aluno. Isso
‡ priorizar certas necessidades e problemas
implica reconhecer que a teoria e a prática, bem como
como situações desafiadoras, lembrando que,
a didática, devem partir do aluno e para ele voltar.
quando se priorizar um aspecto, outros serão menos
Desta forma, tanto o sistema educacional, como os
trabalhados, ou mesmo deixados de lado por um
professores, existem em função do direito do aluno
determinado tempo;
aprender bem. Não de forma meramente estatística,
‡ definir os conteúdos de ensino de forma
como se fosse um objeto de aprendizagem, mas
coerente com o processo de aprendizagem dos alunos;
como alguém capaz de reconstruir o conhecimento
‡ decidir e preparar as ações que serão executadas,
buscando a competência em termos emancipatórios
com acompanhamento e avaliação constante, para
e, como consequência, intervir na realidade social
que seja otimizado o aproveitamento do tempo dos
com qualidade formal e também política.
alunos na escola.
1.3.3 – Escolha dos Procedimentos – Os
procedimentos devem estar em consonância com os

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objetivos. Desta forma, ao escolhê-los para viabilizar
o que foi projetado, o professor deverá orientar-se
pelo aluno, pois este é a finalidade do seu fazer. Esta
atitude o levará a preferir a didática do aprender a
aprender. Se a didática ficar só na transmissão de
conhecimento ela se tornará imbecilizante, porque
privará o aluno de ser um agente de inovação e de
reconstrução do conhecimento. Por isso é necessário
ao professor ter projeto próprio, para que seu Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/eja/?comments=yes.

exemplo sirva para que seus alunos o tenham como


um cidadão competente que inova nas situações
de aprendizagem sempre que for necessário, e não Como desenvolver um plano de aula de acordo com a
como alguém que seja mero reprodutor do que está HVSHFLȴFLGDGH GD (GXFD©¥R GH -RYHQV H $GXOWRV Ȃ (-$
posto hoje como conhecimento educativo. FRQVLGHUDQGR TXH V¥R SHVVRDV MRYHQV H DGXOWDV FRP
Neste sentido, o que determina a grande H[SHUL¬QFLDV GH YLGDV RX VHMD TXH Q¥R V¥R PDLV FULDQ©DV
virada a caminho da educação emancipatória é o e precisam ser vistas e respeitadas mediante seu próprio
professor, cuja qualidade reconstrutiva marca de FRQWH[WRVRFLDOHFXOWXUDOHPTXHYLYHP"
forma inabalável a condição construtiva dos alunos.
Somente professores capazes de proposta própria,
Nesse aspecto, vamos refletir sobre a importância
e pesquisadores no sentido real da palavra, estão
e a necessidade do planejamento na ação educativa
aptos a assumir a tarefa. O Projeto de Ação Docente
realizada de forma contextualizada com a realidade
coloca a desafio: é mister construir, não copiar.
do educando, bem como, seus apontamentos e
Essas etapas podem sobrepor-se e devem ser
questões que levam a uma atuação docente planejada
acompanhadas e avaliadas constantemente. Dessa
de acordo com a modalidade de ensino em questão.
forma, a avaliação, que tradicionalmente tem sido
usada apenas para constatar situações dos insucessos,
deve assumir a característica de recurso pedagógico, &RPUHJLVWURVHPFDGHUQRVȴFKDVRXTXDOTXHURXWUDIROKD
impulsionante das ações pedagógicas para corrigir GHSDSHOERDSDUWHGRVSURIHVVRUHVSODQHMDRTXHSUHWHQGH
e aperfeiçoar o Projeto de Ação Docente, que desenvolver na sala de aula. Mesmo assim, há professores
tem como ponto de partida e de chegada a real TXHGL]HPTXHRSODQHMDPHQWR«GLVSHQV£YHO
aprendizagem dos alunos. 0XLWDV GHODV DȴUPDP TXH Q¥R VHQWHP FRPR QHFHVV£ULR
Enfim, sendo todo Projeto um movimento ID]HURSODQHMDPHQWRSRUHVFULWRXPDYH]TXHM£WHPWXGR
entre o pensar e o repensar, o fazer e o refazer pronto na cabeça.
ações, deverá propiciar ao educador a oportunidade
de definir políticas, organizar ações, de forma a Você concorda com esta aȴrmação? Por quê? Como você
otimizar a concretização de seus objetivos. Em suma, e seus colegas planejam o trabalho de sala de aula?
definir princípios filosóficos e teóricos que venham
3DUDRXWURVSURIHVVRUHVRSODQHMDPHQWR«RFXPSULPHQWR
contribuir de forma decisiva na sua competência
GHXPDH[LJ¬QFLDDSHQDVEXURFU£WLFD
humana, profissional e política.
3URYDYHOPHQWHXPSODQHMDPHQWRIHLWRFRPHVVHHVS¯ULWRQ¥R
WHPIXQ©¥RQRGLDDGLDSRUTXHQ¥RFRUUHVSRQGHDQHQKXPD
2 – O planejamento e sua QHFHVVLGDGHDSRQWDGDSHODDYDOLD©¥RGDUHDOLGDGHQDTXDOR
trabalho acontecerá.
HVSHFLȴFLGDGHQD(-$
ΖQIHOL]PHQWHH[LVWHPSURIHVVRUHVTXHWUDEDOKDPQDEDVHGR
LPSURYLVRȊ1DKRUDHXGHFLGRRTXHYRXID]HUFRPRVDOXQRVȋ
Outros transformam o livro didático em plano de trabalho.
(VWDVH©¥RIRLH[WUD¯GDGRVHJXLQWHPDWHULDO 'L]HP Ȋ‹ PDLV SU£WLFR Q¥R WHQKR WHPSR SDUD ȴFDU
criando novidades”.
BRASIL, MEC. Trabalhando com a Educação de Jovens e $LQGDRXWURVUHSHWHPWRGRVRVDQRVRPHVPRSODQRȊ$ȴQDO
Adultos – EJA. Avaliação e Planejamento. Brasília: MEC; SDUDTXHPXGDUȋ"
SECAD, 2006. p. 30-36. 3DUDR D SURIHVVRU D FRPSURPHWLGR D FRPVHXWUDEDOKRR
planejamento faz parte do processo de tomada de decisão

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152 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos

sobre a sua forma de agir, no dia a dia da sua prática ‡ possíveis de serem avaliados - os objetivos
SHGDJµJLFD1HOHHVW¥RHQYROYLGDVD©·HVHVLWXD©·HVTXHVH devem deixar evidentes os conteúdos que serão
dão de forma continuada entre professor(a) e alunos(as) e desenvolvidos, para que permitam conhecer o
DOXQRV DV HQWUHVL 0(&6(&$'S avanço dos alunos no domínio deles.

O que ensinar?
O que ensinar
COMO PLANEJAR??
3DUDSODQHMDUR D SURIHVVRU D SUHFLVDUHVSRQGHUDDOJXPDV é a pergunta
perguntas, como: que nos leva aos
Para que ensinar?3HUJXQWDTXHOHYDDRVREMHWLYRV conteúdos, isto é,
O que ensinar? 3HUJXQWD TXH ID] SHQVDU QD VHOH©¥R GRV ao conhecimento
conteúdos; a ser desenvolvido. Fonte: <http://liberlivroeditora.blogspot.
com.br/2011_12_04_archive.html>.
Como ensinar?3HUJXQWDTXHID]HVFROKHUTXDLVP«WRGRV Abrange tanto os
e técnicas usar. conhecimentos que a humanidade acumulou durante
sua história - informações, dados, fatos, princípios e
conceitos - quanto atitudes e comportamentos.
Para que ensinar?
Esta pergunta nos leva a considerar onde esperamos Na hora de escolher os conteúdos, alguns
chegar com o nosso trabalho educativo. Isto significa critérios devem ser levados em conta. Apontando
dizer quais os resultados que buscamos atingir. alguns deles, podemos dizer que os conteúdos devem:
Mas, só temos condições de estabelecer esses ‡ ter validade - devem ser os mais importantes e
objetivos depois de analisar o grupo de alunos, com significativos para a realidade e a época em que se vive;
as suas características, seus limites, suas histórias de ‡ ter significado - devem estar relacionados com
vida e suas facilidades. os alunos, suas histórias de vida, suas experiências
Sem estas considerações corremos o risco de e motivações;
tornar o nosso planejamento um instrumento sem ‡ possibilitar a reflexão - devem levar o aluno
função, inútil por não corresponder às verdadeiras a associar, comparar, compreender, selecionar,
necessidades dos envolvidos. organizar, criticar e avaliar os próprios conteúdos;
Esse processo de definição dos objetivos se ‡ ser flexível - devem estar sujeitos a modificações,
torna muito mais eficiente quando envolve os adaptações, renovações e enriquecimentos;
alunos. Afinal, esse processo é tão importante para ‡ ter utilidade - deverão considerar as exigências
o(a) professor(a) quanto para eles. e as características do contexto socioeconômico e
cultural dos alunos;
Alguns cuidados são importantes na definição ‡ ser viável - os conteúdos deverão ser possíveis
dos objetivos que buscamos com o nosso trabalho. de aprendizagem dentro das limitações de tempo e
dos recursos que temos.
É preciso que os objetivos escolhidos sejam: A razão de ser desses critérios é apontar para
‡ claros, objetivos - para que não deixem dúvidas. aspectos que facilitam o trabalho pedagógico. Mas,
Os objetivos devem ser expressos de tal forma não podemos esquecer que os conteúdos mais
que tenham o mesmo significado, tanto para o(a) válidos são sempre aqueles que melhor levam os
professor(a) quanto para o aluno. Para isso devem alunos a responder as suas necessidades, fazendo-os
estar numa linguagem simples e de fácil compreensão; aprender o que é mais útil para a vida deles.
‡ viáveis - ou de possível realização. A escolha Na educação de jovens e adultos, os conteúdos
dos objetivos deve levar em conta as condições reais devem permitir aos alunos o exercício pleno da
do grupo e da escola, respeitando sua capacidade, cidadania, o saber indispensável às suas ações que
interesse e motivações; vão desde desempenhar uma profissão até participar
‡ apresentados na sua totalidade - os objetivos de sua comunidade.
devem ser apontados como uma ação que envolve
atividades a serem realizadas ou comportamentos a A organização dos conteúdos
serem demonstrados; Precisamos lembrar que planejar não é apenas
relacionar atividades a serem desenvolvidas.
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É um processo de:
‡ conhecer a realidade sobre a qual se vai Retomando a aula
trabalhar;
‡ propor ações para influir nela e;
‡ desenvolver as ações propostas avaliando &KHJDPRV DVVLP DR ȴQDO GD VH[WD DXOD
sempre seus resultados para a continuidade do (VSHUDVHTXHDJRUDWHQKDȴFDGRPDLVFODURR
mesmo processo: avaliação, planejamento, execução HQWHQGLPHQWRGHYRF¬VVREUHDFRQFHLWXD©¥R
e avaliação, e assim por diante. GR WHUPR GLG£WLFD R FRQWH[WR KLVWµULFR H
precursores. Vamos, então, recordar:
Na EJA,
tendo em
vista a grande 1 – O planejamento como ato político,
diversidade científico e técnico
dos alunos, é Nessa seção foi possível argumentar sobre
praticamente o conceito da palavra planejar, sua significação
impossível existir ao campo educacional de ensino, relacionado a
Fonte: http://julydiem.blogspot.com.br/.
um livro didático sua execução, como recurso didático pedagógico
que dê conta das variações de idades, experiências, necessário para a atuação docente no âmbito
interesses e conhecimentos presentes numa mesma do profissional em sala de aula, bem como, suas
sala de aula. pontuações quanto a algumas etapas importantes
Isso deve levar o(a) professor(a) a considerar e necessárias na construção do projeto – como
o livro didático como um entre outros possíveis sendo o próprio planejamento dessa ação docente,
materiais a serviço do ensino e da produção de considerando a análise da realidade, definição de seus
novos conhecimentos pelos alunos. objetivos e a escolha dos procedimentos, ou seja, da
Pensando assim, o planejamento que o(a) metodologia adequada na aplicação do respectivo
professor(a) faz envolve aspectos que são nossos planejamento.
velhos conhecidos:
‡ o conhecimento dos alunos - o que eles já 2 – O planejamento e sua especificidade
sabem, suas experiências de vida, suas expectativas, na EJA
motivações etc.; Enquanto que na seção dois, argumentamos
‡ a concepção que orienta o nosso projeto de sobre o planejamento relacionado à Educação
educação - que tipo de pessoa queremos formar; de Jovens e Adultos – EJA e sua especificidade,
‡ a realização de atividades de aprendizagem que considerando ser uma modalidade de ensino
respondem ao nosso projeto - a coerência entre o diferenciada devido às características próprias dos
que fazemos e o projeto educativo fundamental; educandos que estão em sala de aula.
‡ a avaliação - que deve ser permanente, de todas Assim, na Educação de jovens e Adultos, é
as atividades desenvolvidas. importante levar em conta que os alunos não têm
tempo a perder. Esse dado da realidade exige uma
Num sentido amplo, planejamento é um seleção muito criteriosa para privilegiar o que de
processo que visa dar respostas a um problema, fato é importante aprender e como desenvolver uma
estabelecendo fins e meios que apontem para metodologia de ensino nas aulas, capazes de motivar
sua resolução, de modo a atingir objetivos antes os mesmos a aprenderem cada dia mais, em que
previstos, pensando e prevendo necessariamente o educador e educando desenvolvam uma socialização,
futuro, mas considerando as condições do presente, uma vez que, o educador possui o conhecimento
as experiências do passado e os diferentes aspectos científico / linguístico a ser compartilhado com
da realidade. Desta forma, planejar e avaliar andam o educando, e este então, possui experiência /
de mãos dadas. conhecimento de vida que na maioria das vezes é
compartilhado com o educador. E nessa disposição
para aprender e ensinar juntos encontra-se o
planejamento como um auxiliar para que os alunos
consigam aprender e ser mais.

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154 Abordagem Didática em Educação de Jovens e Adultos

&DVRYRF¬WHQKDȴFDGRFRPG¼YLGDV As atividades referentes a esta aula


sobre a Aula 6, mande perguntas estão disponibilizadas na ferramenta
para o e-mail: <elizabete.velter@ “Sala Virtual – Atividades”. Após
unigran.br> ou acesse as ferramentas responder, envie por meio do
ȊIµUXPȋȊTXDGURGHDYLVRVȋHRXȊFKDWȋ 3RUWIµOLRȂIHUUDPHQWDGRDPELHQWH
e interaja com seus colegas de curso de aprendizagem UNIGRAN Virtual.
e com seu tutor.
$ȴQDOYRF¬«RSHUVRQDJHPSULQFLSDO
GHVXDDSUHQGL]DJHP

Vale a pena

Vale a pena ler

ARROYO, Miguel. A educação de jovens e adultos


em tempos de exclusão. Alfabetização e Cidadania, abril
de 2001, n° 11, p.9 a 20.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores
e a constituição da educação de jovens e adultos como campo
pedagógico. Educação e Sociedade. Campinas, dez.
1999, vol.20, no.68, p.184-201. Disponível em:
<http://www.scielo.br/>. Acessado em 7/2/2012.

Vale a pena acessar

‡ 5HYLVWD GH (GXFDomR GH -RYHQV H $GXOWRV –


REVEJA. Disponível em: http://www.reveja.com.
br/. Acesso em 15 de abr. de 2012.
‡&HQWURGH5HIHUrQFLDHP(GXFDomRGH-RYHQVH$GXOWRV
– CEREJA. Disponível em: http://www.cereja.org.
br/site/home.asp. Acesso em 15 de abr. de 2012.

Vale a pena assistir

‡´2QRPHGDURVDµ
‡´1HQKXPDPHQRVµ

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