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Descubra os avancos nessa area Com Wa L XS Exposicao de flores em a Joinville e Americana, >. show de Laelia purpurata, catalogo com 20 espécies, orquidario de Amparo e enderecos Uteis . Y Brasil Revistas Entre em nosso Canal no Telegram. Acesse t.me/BrasilRevistas Tenha acesso as principais revistas do Brasil. Distribulcao gratuita, venda proibida! Direcso Técnica: Wilayr Foch Endefelde Textos: Erico de Freitas Machado, Darly Machado de Gampos, Civerte & Rerbauy, Oto Gulnerme Gootg, Roberts A Kautgaky. Rosey Ribeiro, ‘Sergi inaeta Engler, Waiayt Foch Endotelde Revisto Rosely Ribeiro € Waldyr Fochi Endsfeldz Fotos: [ABRAGC, Adomit Antonio Roldan, Ansalmo M. frends, Catlos Gomes, Erleo de Fra ASS fotogratot ausociados, GGorente Administrative: Jay Regina Dale Lucea Gorante de Pubiided: "Simoneta lio, Executives de Conta ‘ula Candice Agostinna Rescant feaiely Camargo. Programacio Visual ichois® sve Equipe de Diagramagao: ‘lets Scantamburlo Jone Antonia de A. 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Impresso am jancite do 2000, Cattleya intermedia oo Roberto Ciolin} Rodriguesia verusta Temos certeza que a revista O MUNDO DAS ORQUIDEAS tem colaborado para estimular os novos orquids ilos, ja imbuidos da crescente possibilidade de cultivar e estudar as orquideas como elas realmente merecem. Diversos novos laboratdrios estao sendo inaugurados, colo- cando cada vez mais ao alcance dos amantes das orquideas os mais belos exemplares e, ao mesmo tempo, eliminando de vez a necessidade de coletar-se plantas nas matas. A re- sponsabilidade de todos na preservagao dos habitats 6 algo que sentimos estar crescendo, 0 que nos alegra e estimula a colaborar. Vamos dar oportunidade para os orquidéfilos do novo milénio também conhecé-los. Nao podemos deixar de prestar nossa homenagem ao querido Padre Gonzales, cujo trabalho em prol das orquideas, ao longo dos anos, permitiu-nos conhecer mais sobre elas. Ele nos deixa saudades e uma obra que deve ser lida por todas as geragées de orquidofilos. Neste comego de ano, desejamos a nossos leitores e colab- oradores um ano muito feliz e que se motivem cada vez mais a realizar agées voltadas ao cultivo e ao estudo de nossas orquideas. Waldyr Fochi Endsfeldz » 3 eK MASDEVALLIA INFRACTA rund Facer MC Re} eee) secre CATTLEYA = EN ered Pe epee eos Cet Io eee (ojo) \y.Xey Kolm?) = ORQUIDEAS Pee} amie 14 NSU eer Cum eeagc 1: Seen Lod ESPECIES rales mal) PRESERVAGAO. Nee tence ee eect ct) CT eu) Poe 45 EXPosiG6ES eet arena eat 47 GALERIA DOS Bic CLONES.......50 Une TL 5 oe Consultas, oe Cortes ene ue) ele stiTs 56 DCMI loiecy i) reer esac Tere eT co} rte ues} orquidéfilas 66 ‘Masdevallia infracta tipo, cuttivada ‘em Dracena (hospedeiro vivo)" APLANTA Trat@sS@ de Uma pequena orquidga, de forma Vegetal simplesjeide flores muito cu- riosas. Aplanta aparece como uma toliesirinha, com folhas oblongas, pecioloafinado e um quase mintisculo pseudobulbo, que se confunde com o rizoma. Dos brotos - um, dois ou mais -, que aparecem apés 0 devido desenvolvimento, surgem as flores, que nesta espécie se apre- sentam com segmentos florais praticamente fundidos, em forma, mais comumente, de uma meio esfera e trés longas e finas pon- tas, sendo uma superior e duas inferiores - sao as extremidades das sépalas. Pela falta de reserva alimentar em seus pseudobulbos e por todo 0 seu sistema vegetativo, essa planta dé preferéncia a lugares menos luminosos, nao resiste luz direta e nem a altas temper- aturas. E uma orquidea que, nas matas, surge em altitudes de 300 metros para cima, até cerca de mil metros. Gosta muito de ambiente umido e, a qualquer sinal de seca, folhas, que logo caem, enfraque- cendo a planta. Ja foi encontrada Masdevallia infracta em galhos, principal- mente em galhos mais finos de drvores médias, a beira de sombra. A coloragao das plan- tas, neste caso, sempre é de um verde mais carregado ou escuro. Ocorrem também em lo- cais menos timidos, mas sempre em terreno que recebe o sol da manha. As plantas podem surgir isoladas e, mais comumente, em agrupamentos. Quando elas aparecem em lugares mais se- ‘cos Ou mesmo onde o terreno Masdevallia infracta & mais arenoso, apresentando maior facilidade de evaporagao da agua do solo, a coloragao é mais tendente ao verde- amarelado. (OCULTIVO O cultive deve imitar a na- tureza [By inelUsive; pode ser feito emlocais de poulcalumino- sidade Jem pequenos focos de madeira dua de preferéncia rugosa e/60m fegas diatias, ou. em yasos, com. 1/3 de xaxim desfiado e 2/3 de pedrinhas ou outro material de drenagem perfeita. E importante, também, observar a umidade, que deve ser quase constante. MASDEVAULVAY INERAG TA ‘Masdevaliia infracta tipo, cullivada em colts. ers As flgfes surgem sempre ni- cas, engimando uma longa e fina haste. A eploragao das mesmas varia désde 6 braneo até o mar- rom, quase) prete. Considera-se como tig@ (Padrae, pois aparece ‘em maior quantidade) a flor de cor marrom, sendo que esta tonalidade apresenta uma variagao bastante grande, indo do marrom- claro ao escuro, uniforme. Por vezes sur- gem manchas mais escuras, bem diferenciadas, no centro interno da fior, oferecendo contrastes interes- santes e que, as vezes, passam por variedades. Inclusive flores que se apresentam com um colorido avermelhado, fugindo inteiramente ao marrom tipico. Outras surgem como subtipos, na forma, pois abrem-se, saindo da semi-esfera para uma apre- sentagao préxima da plana (6 a flor aberta, conhecida como var- _iedade espiritosantense) e ainda “Pcom as amareladas ou amarelas 6 (var. aurantiaca), ou as roxas de haste curta (var. curtipis), ou quase pretas. Estas, inclusive, com modificagao na forma da flor - mais esguias ou afinadas. Para o colecionador, mais propriamente o que se inter- essa por mini ou microrquidea, a Masdevallia infracta da grande retomno, devido a sua capacidade de coloridos sui generis. O subtipo ou variedade amarelada permite uma gama muito grande, indo do amarelo-ouro (puro) até nuances amarronadas ou avermelhadas - principalmente na parte central interna da flor. J4 0 subtipo ou variedade arroxeada, divide-se em exemplares de haste curta (var. curtipis) e a plantas com haste longa. As quase pretas so muito bonitas e diferentes. E um colorido intermedidrio entre © marrom-escuro e 0 preto-real. Nao se trata de flor préxima ao tipo (marrom). E bem diferente e ndo pode haver confusdo. As albinas séo muito raras. Elas podem aparecer de um branco puro, total, ou brancas, mas com as pontas amarelas ou, ainda, brancas com o centro azul suave (amoeno), ou mesmo com tonalidade mais escura, até tendéncias para 0 arroxeado (amethistina). Todas as flores al- binas referidas so oriundas das plantas tipo, ou seja, das marrons, comuns. Ja foi observado um ‘Masdevalliainfracta var. alba. exemplar albino, nascido entre as amareladas, que era de uma cor creme-esbranquigada, comple- tamente diferente das albinas anteriormente citadas. Com a destruicao das matas - 0 Espirito Santo atualmente tem uma cobertura de matas inferior @ 5% de seu territorio~ a tendencia ede desaparecimento vertiginoso das chamadas microrquideas, pois muitas delas nao apresentam resultados financeiros compensadores para produco em laboratério. Cabe aos orquidofilos cultiva- las e preservé-las da extingSo. Masdevalla) infracta, sub. tipo curtiois. () RICO DE FREITAS, MACHADO ENGENHEIRO AGRONOMO E PROPRIETARIO DA FLORABELA CAIXA POSTAL 01-0841 - CEP 29001-970 ViTORIA-ES. Cattleya intermedia suave "Sérgio Englert Catteya intermedia no habitat TEXTO E FOTOS SERGIO INAGIO ENGLERT (*) principalmente do Rio Grande do Sul e Santa Catarina mas também corre no litoral do Rio de Janeiro e de ‘Sao Paulo. Foi levada pela primeira vez para o Reino Unido, em 1824, para o Jardim Botanico de Glasgow, na Escécia, pelo capitao Graham, do Royal Packet Service, a pedido do sr. Harrison, morador do Rio de Janeiro. Foi registrada com o nome in- termedia pois a sua flor tem um tamanho intermediario entre as Cattleyas Asua variabilidade de colorido e de forma é muito grande, existindo flores totalmente albas até rubras, de cor escura, passando por cores suaves, caeruleas (azul-celeste) @ roxo- violetas. No sul do Rio Grande do Sul esta espécie cresce prin- cipalmente na Corticeira do Banhado (Erithryna crista- galli), em banhados ao longo da Lagoa dos Patos e até a reserva ecolégica do Banhado do Taim, a pouco mais de 100 quilémetros da fronteira com 0 Uruguai. Ocorre também em figueiras, no chao arenoso, a beira da praia das lagoas, em rochas graniticas e em butiazeiros (Butia capitata), As variedades de Cattleya intermedia podem ser clas- sificadas pela forma do colorido. Assim é que temos as orlatas, que apresentam uma orla colorida ao redor do tubo Ee. espécie é nativa dos estados do sul - TTLEYA INTERMEDIA do labelo, ou marginatas, com uma margem colorida mais larga e profunda. Temos as peloriadas ou flameas, em que as pétalas tentam imitar 0 labelo na sua largura e forma, podendo ser coloridas ou nao. Podemos classificar as flores da Cattleya intermedia pelo colorido do labelo e, en- tre estas, as mais comuns sao as cores vinho, roxo-violeta, suave, ametista, e também pela distribuicao homogénea do colorido nas pétalas e sépalas, como concolor, cae- rulea (azulada), lildsina, alba, rubra e sangiiinea. © cultivo da Cattleya inter- media exige bastante umidade do ar, muito sol da manha e boa ventilagao. O substrato que tem dado melhor resultado é a easca de pinus misturada com. musgo ou Saibro de granito &. com casca de pinus finamente moida. Pode ser cultivada ‘com sucesso amarrada a uma Arvore nativa como figueira, corticeira ou ipé. Para estimular a formagao de botdes florais, a Cattleya intermedia necesita de um periodo frio, de duas a trés semanas, com tempera-tu- ra abaixo de 15 graus centigra- dos a noite. (JSERGIO INACIO ENGLERT ENGENHEIRO AGRONOMO E PROPRIETARIO DA RICSEL ORQUIDEAS & BROMELIAS TEL. (OXX51) 248-5009 WWW.RICSEL.COM.BR Catteya intermedia orlata Gasitene ISIE IIEIN AS Catteya intermedia tipo 10 CATTLEYA INTERMEDIA PRINCIPAL HABITAT DAS CATTLEYAS IN- TERMEDIAS E SEU PROCESSO EVOLUTI- VO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Catteya intermedia em Corticeira do Banhado no habitat POR OTTO G. GEORG FOTOS: ANSELMO M. HOFF m grande parte do territério gaticho sao EE erento as C. intermedia. Porém no municipio de Rio Grande, extremo sul do Estado, no lugar denominado Taim - hoje reserva ecolégica -, existem diversas lagoas nas quais formou-se uma area pantanosa de regular exten- ‘so. A vegetacdo é predominantemente as nossas conhecidas corticeiras, arvores apropriadas para a germinagao da espécie, ja que sua casca é rugosa, facilitando, assim, a proliferacao. Toda essa regiao foi, sem divida, o paraiso das C. intermedia. Infelizmente, hoje todo o sistema ecolégico da regiao encontra-se alterado em fungao do cultivo do arroz, cultura que exige abundancia de gua, modificando, em conseqiiéncia, grande parte do meio ambiente. E interessante frisar que apés 0 Taim, em diregao ao Uruguai, inclusive depois da divisa, existem diversos locais semelhantes (banhados extensos com grande quantidade de corticeiras), sem ne- nhum vestigio de plantas. Nao se sabe qual o fator ecolégico que concorre para que a intermedia nao seja encontrada em outros locais daquele trecho. E sabido que a flor das intermedias tem, em geral, segmentos estreitos, mormente as pétalas. Porém, algumas poucas plantas dao flores de relativa lar- gura. Agrande questao é conhecer o fator biolégico que concorre para que a C. intermedia apresente tantas mutagdes. Sao justamente as plantas que se afastaram do tipo padrdo, degenerando-se ou aperfeigoando-se, que tém sido nosso principal alvo. Para a nossa felicidade, conseguimos juntar aproximadamente 15 plantas que consideramos excepcionais como matrizes. A tipo, denominada como “Figueirinha’, e uma amethistina “Anselmo” - ambaé foram achadas por Anselmo M. Hoff, A partir destes e de outros achados conseguimos o grande melhoramento genético das intermedias. A nosso ver, todas essas variedades caminham para um s6 objetivo: perfeigao. Por tudo isso o desenvolvimento da orquidicultura entre nés vem se fazendo nestes Ultimos anos em um ritmo verdadeiramente impres- sionante, surgindo plantas que jamais imaginavamos atingir. Catteya intermedia flamea Clonacao de orquideas: do laboratorio‘a comercializagao POR PROF. DR. GILBERTO B. KERBAUY (*) esquisas desenvolvidas com orquideas nas diferentes areas do conhecimento cienti- fico tem colaborado. substancialmente‘para o avango da botfnica, nestes tltimos.cem anos. Dentre elas, duas certamente destacam- se pela importancia, ambas relacionadas & area da reprodugao sexuada e assexvada: Sementes de orquideas foram as primeiras a serem ger minadas in vitro, numa. mistura asséptica de sais minerais, saca- rose e na auséncia do fungo simbionte. Lewis Knudson (1921), 0 pes- quisador responsavel pela descoberta deste processo, denominou-o de germinacao assim- bidtica. A despeito da importancia até os dias presentes da germina- 40 assimbiética, foi todavia, a clonagao de uma orquidea que deu inicio, em 1964, a hoje denominada biotec- nologia vegetal. Neste ano, Georges Morel, na Franga, anunciou a possibilidade de clonar- se uma orquidea a partir de um pequeno. fragmento (explante) isolado de broto em crescimento de Cym- bidium. More! observou © aparecimento de mindsculas estruturas verdes e arfédonda- das sobre o expiante, semelhantes aquelas normalmente formadas nos estagios iniciais da germinagao de semen- tes de orquideas, os denominados protocor- mos. Morel cunhou-os por isto de estruturas semelnantes a proto- cormos (“protocorm- like-bodies’, PLBs). Protocorméide seria o termo correspondente em nossa lingua. A partir desta descobe- rta, outros géneros de orquideas passaram também ser clonados por Morel, bem como em outros laborat6rios de pesquisa, princi- palmente nos Estados Unidos. No Brasil, a pri- meira experiéncia bem sucedida de clonagao de orquidea in vitro (em escala comercial) ocor- reu por volta de 1975, como conseqiiéncia de estudos conduzidos no Departamento de Botdnica do Instituto de Biociéncias da Univer- sidade de Sao Paulo - USP, 0 termo clonagem Laelia purpurata camea, Cary Beets eel ‘0u clonacdo, hoje em dia ja incorporado ao cotidiano das pessoas, significa a formacao de individuos genetica- mente idénticos a partir de células ou frag- mentos de uma deter- minada matriz (ger- moplasma). O termo deriva etmologicamente do grego “klén” que quer dizer broto. A técnica da clonagem de plantas in vitro tem sido mais comumente denominada de micro- propagacao, devido ao ‘emprego de porcdes de tecidos (explantes) mui- to pequenos ou mes- mo, em alguns casos, de células individuais, para o estabelecimento deste proceso. Nao existe apenas uma razo para tanto. Pelo contrario, estas so varias e bem justifica- das como se vera a seguir: |-Manutengao de um genoma seleciona- do (uniformidade): este 6, sem divida, o objeti- vo final quando se mul- tiplica assexuadamente qualquer organismo, seja ele vegetal, animal ou microorganismos || Rapidez de propagagao: no caso especifico das ai orquideas, este pard: metro é de fundame importancia. As plant orquiddceas, embora herbaceas, apresentam quase como regra um desenvolvimento relati- vamente lento. A obten- ‘go de uma boa muda por divisdo pode levar, dependendo da espé- cie, de dois a quatro anos. Entretanto, neste mesmo intervalo, por meio da micropropa: 40, podem ser obtidas| milhares de “c6pias”\ a partir de um ihico, broto. lil -Plantas hib- ridas: dada a enorme possibilidade de ‘cruzamentos intere> specificos (ex. Cat- / tleya labiata x C. gut- tata) e intergenéricos (ex. Brassavola x | Sophronitis x Laelia x Cattleya) na familia \ Orquidacea, existe hoje no mercado uma enorme e crescente quantidade de plantas hibridas, envolvendo praticamente todas as espécies taxonomica- mente afins. Embora boa parte destes hibridos sejam ferteis, 0 elevado grau Foto ustrativa da uniformidade ‘genética obida em plantas de eple. Mildred Rivers “Orehidgiade clonadas in vito 12 de heterozigose des- tas.plantas resulta em descendentes muito diferentes entre si (seg- regagao genética), com baixissimo nivel de uniformidade nos seus aspectos morfolégicos (florais e vegetativos) e fisiolégicos (época de floracao, vigor etc). \\V -Plantas estéreis: algumas matrizes podem ser poftadoras de alteragoes gené- ticas pfonunciadas nos seus genomas, tornando-se assim estéreis e incapazes de produzir sementes férteis. Um bom numero de hibridos apresenta esta caracteristica. Cattleya walkeriana ‘Fetice fespécime com baissimo grau! se feridade Um exemplo da flora orquidacea brasileira portadora desta de- ficiéncia 6 a Cattleya walkeriana ‘Feiticeira’, Conforme tem-se veri- ficado, dentre os muitos cruzamentos realizados com esta planta, ape- nas um deles originou sementes férteis, assim mesmo em baixissima freqliéncia. Neste caso, a limitagao reprodutiva parece decorrer de alteragSes no numero cromossémico. \V -Atributos mor- foldgicos e fisiolégi- cos: certos atributos, encontrados em algu- mas plantas, devido a dificuldade de sua, estabilizagdo por inet médio da reprodugao sexuada, S40 manlidos ) praticamente as ex- pensas da reprodug4o vegetativa. Para.eteito de ilustragao pode riam ser mencionad, dentre outros: numert de flores, coloracao, durabilidade, textura, forma, tamanho, com- primento e resistencia da haste floral, tamanho. © vigor da planta, época de floracdo, resistencia a pragas e a doencas, etc. Vi - Eliminagéio de patégenos: algumas matrizes mais valiosas, dada a continua multi- plicagao por divisdo a que so submetidas, acabam sendo infecta- das por virus, bactérias ou fungos, tornando-se irreversivelmente en- fraquecidas e com baixa produggo. Neste caso, a utilizagao de explantes sensivelmente reduzidos (por volta de 0,1 mm de tamanho), pode gerar in vitro plantas livres de patégenos. Todavia, a simples clonago nao € garantia de elimina- cdo de virus ou outros agentes causadores de doenga. E indispensavel a realizagdo de testes rigorosos em laboratorio para verificar a presenca ‘ou auséncia de patége- nos nas plantas obtidas. Dada a necessidade de divis6es celulares no estabelecimento in vitro das culturas de plantas, ¢ diante da impos- sibilidade de indugao de proliferacao celular em células maduras (adultas) de orquideas, a micropropagacao destas plantas s6 é possivél por meio do ‘emprego de tecidos possuidores de cé- lulas em proliferagao mitética, as chamadas células meristematicas, localizadas geralmente nos apices de brotos, raizes e gemas laterais das plantas (tecidos meristematicos). Quando porgdes bastante pequenas destes drgdos sao isolados e inoculados em um meio de cultura ‘Brotd de Cattleya em desen- volvimento utizado no esiabe- / lecimento da meropropagagse (geralmente no estado liquido, ou seja, sem agar), as células meri- stematicas presentes podem alterar suas CLONAGAO DE ORQUIDEAS rotas normais de desen- volvimento, originando apés certo tempo os protocormdides (PLBS).. ‘A indugao destas estruturas representa, via de regra, uma das fases criticas da mi- cropropagagao. A fase subseqiiente, ou seja, a multiplicagao dos PLBs, 6 quase sempre menos limitante ao processo, tendo em vista a rela- tiva facilidade com que {| _ estas estruturas se Tul . tiplicam, originandé no- | vos PLBs. Dependendo da espécieedaad- | equacdo das condiges de cultura, 6 possivel obter-se milhares de PLBs em apenas um ano, a partiride urn, nico explante. Cada PLB origina uma ou até. varias plantinhas. Experimentos con- duzidos em nosso laboratério nestes evento no reino vegetal, ‘© mesmo vem sendo estudado em nosso lab- oratério sob 0 enfoque anatémico, fisiolégico, bioquimico e, mais recentemente também, com as ferramentas de biologia molecular. Uma vez alcangada a quantidade desejada de plantulas, estas so transferidas para meios, de cultura indutores dav formagdo de raizes, nos quais as plantas) ] completa o desen- | volvimento. Obtidoo | | tamanho desejado, as plantinhas sdo retiradas dos frascos, lavadas com agua corrente, plantadas em vasos co- Pietivos 6 mantidas sob condigdes favoraveis de luminosidade, tempera- tura e umidade relativa do ar. Todo 0 processo, Ultimos quase 20 anos, mostraram de forma pioneira que também Ralzes de Calasetum sp fzadas na meropropagagao ttrnta dias apse 9 ncaa. 3;mostrando a presence So" spend cada” fexplante radar. Panta Se Catasatum pleatum so- feoonada para a resistencia 30 oe conada e partir do Spice radu. tal capacidade, embora com elevado grau de recalcitrancia. Todavia, foi no grupo Catasetine- ae (sem excegao) que a conversao direta in vitro de um dpice radicular em PLB, mostrou 0 potencial maximo de regeneracao. Dada a extrema raridade deste Protocommsides (PLB) de Oneidum vaneosum “Balin® proierandsemmeta de cura Feuido: A presenga do gemas pode ser doservada. 08 apices radiculares de algumas orquideas podem originar PLBs. Raizes de Oncidium e Cattleya apresentaram Plantae micsopropagadas de Cattleya eldorado com boa massa de folas e ralzes, prontas para o plantio em Naso ealetvo, } desde a explantagao do pice meristematico até © plantio em casa de vegetacao, leva cerca de dois anos. | *Meios de Cultura Os meios de cul- tura designados para clonagao de qualquer ‘Vegetal sao constitui- dos, basicamente, por uma mistura de sais minerais (macro e micro nutrientes), uma fonte de energia e esqueletos carbénicos (agicares) € Por dois horménios veg- etais pertencentes a0 grupo das citocininas e auxinas. Ea proporcdo relativa entre fitorménios que determina aum $6, tempo a manutengao. das divisées celulares € as mudangas na rota de desenvolvimento das células meristematicas, induzindo-as a uma reprogramagao génico- bioquimico-fisiologica que levara a formagao de PLBs. Trata-se de um processo extrema- mente complexo e ainda Pouco'conhecido da ciéncia. O,balango entre ambos fitorménios varia conforme a espécie vegetal, afase de micro- propagagdo, o tempo de Cultivo in vitro etc Além isto, de forma ainda bastante empirica, é co- mum a pratica da adigao ao meio de cultura de outras substancias to diversas como vitami- nas, aminoacidos, uréia, mioinositol, peptona etc. O “mistério” dos meios para orquideas outras plantas reflete. to somente 0 pro- fundo desconhecimento (ainda) do homem sobre eventos basicos controladores do de- senvolvimento vegetal. Tal limitagao, quando considerada juntamente com as peculiaridades de cada espécie, hibrido ‘ou mesmo uma planta de orquidea em particu) lar, explicaria, ane J parcialmente, a fantasti ca quantidade demeios de cultura, descritos na literatura. Algumas dificuldades tm sido encontradas na clonagao in vitro de orquideas e de outras plantas. Destacaremos apenas duas delas. Algumas espécies tem apresentado, de forma rotineira, uma certa recalcitrancia ao esta- belecimento da cultura in vitro, podendo-se destacar dentre estas, a titulo de exemplo, {és plantas brasileiras: ‘Sophronitis coccinea CCatteya velutina; espécie brasieia sefptesstente ao estabelecimento ca ‘Gonagaoin vito. 14 (tipo), Laelia jongheana e Cattleya velltina Uma outra limitagao que ver preocupando técnicos de labo- ratério e o mercado de orquideas ja ha bas- tante tempo, tem sido a ocorréncia de alter- ages genéticas duran- te 0 proceso de micro- propagacao, levando formagao de individuos com caractefisticas florais e/ou vegetativas diferentes daquela da planta matriz clonada, ‘0s chamados soma- clones. Na maioria das vezes, essas alterades genéticas resultam do uso incorreto de pro- cedimentos basicos de micropropagacao por parte do laboratério. ‘Outro fator além deste est ligado as proprias caracteristicas da planta clonada. Plantas cofio. Phalaenopsis e Dendrobium (grupo nobile), témapresenta- do uma certa tendéncia a variago clonal in vi- tro. O desenvolvimento nesses tiltimos anos de procedimentos adequa- dos para a clonacao dessas plantas tem permitido, felizmente, a obtengao de produtos clonados com elevado grau de fidelidade genética. E interessante destacar, todavia, que algumas alteragbes genéticas relaciona- das a duplicagao do niimero cromossémico. basico da planta tem levado, nao raramente, & formacdo de plantas polipldides in vitro (3n, 4n), na maioria das vez- es com caracteristicas florais superiores as.da planta matriz utilizada. Cattloya actandize; planta polipidide onginada durante o rogesso de micropropagacao) No Brasil, a em- presa Floralia - RJ foi a responsdvel pela i troducdo das primeiras orquideas clonadas em laboratorio, produzidas por “Vacherot &Lecou- fle’, na Franga. Durante dez longos anos esta ‘empresa francesa manteve 0 monopélio. mundial deste conheci mento tecnolégico. Vari- os hibridos e espécies brasileiras de orquideas foram enviadas pela “Floralia” para o servico de clonagao, na Franga. Aprimeira em- presa nacional a obter ‘sucesso na clonacao de orquideas in vitro foi a Equilab, de Campinas - SP.Ademar Manarini, seu proprietario e orquidsfilo, sempre em busca de desafios, conseguiu, em fins de 1979, transformar seu sonho em realidade. Sem se dar conta, Manarini, por meio da micropropagagao de orquideas, introduziu no Brasil e na América do Sul, 0 primeiro labo- ratério de biotecnologia ) de plantas. Dava-se ini- cio, em nosso pais, ao processo de “democra- tizagdo" das orquideas raras e dispendiosas. Na area de flores cor- tadas e de plantas de orquideas em vasos, iniciou-se a necesséria melhoria da quali- dade e uniformidade, parametros esses de valor inestimayel nesse mercado altamente competitivo em termos nacionais e globais, aliados, concomitante- mente, a redugao de custos e pregos. CCtivo de Phalaenopsis clone rontos para com- ferciaizagae () PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE BOTANICA DO INSTITUTO DE BIOCIENCIAS DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO - USP. Estufa de sua casa em Vinhedo - colegao com mais de mil exemplares AM POR ROSELY RIBEIRO NESTA EDIGAO TRAZEMOS UMA ENTREVISTA ESPECIAL. 0 MUNDO DAS ORQUIDEAS CONVERSOU COM WALDYR FOCHI ENDSFELDZ NA SUA CASA EM VINHEDO, ONDE MORA HA DOIS ANOS E MEIO. O SR. WALDYR FALA UM POUCO DE SUA VIDA E DE SUAS VIAGENS POR MAIS DE 300 MIL KM PELO BRASIL, EM BUSCA DE HABITATS DE ORQUIDEAS, SEMPRE COM O INTUITO DE CONHECE-LAS MELHOR E PRESERVA-LAS. NAO PODERIAMOS DEIXAR DE DESTACAR A SUA DEDICAGAO E OS MAIS DE 50 ANOS DE TRABALHO EM PROL DAS ORQUIDEAS. © MUNDO DAS ORQUIDEAS + Como as orquideas entraram na sua vida? Waldyr Fochi Endsfeldz - Perdi minha mae quando tinha quatro anos de idade e fui criado por uma tia, em Sao Paulo. Meu pai foi morar com minha avé, em Petrépolis. A casa dela tinha 5 mil metros de terreno de mata virgem, um casarao de 28 comodos dentro de um bosque. Era um paraiso de orquideas. E aconteceu da minha avé criar um rapaz que coletava plantas nas matas e vendia na estacdo de Petrépolis. Eu tive pequeno contato com ele, mas comecei a me interessar pelas orquideas. OMUNDO DAS ORQUIDEAS - Eo senhor ia muito aPetrépolis? WFE - Meu pai prometeu que toda vez que eu passasse de ano na escola em Sao Paulo, ele me levaria para passar trés meses de férias na casa de minha avé, em Petrépolis. A partir dos sete anos de idade, por doze anos seguidos, eu passei todas as férias Ia. © MUNDO DAS ORQUIDEAS - O seu pai também gostava de orquideas? WFE - Apesar de nao conhecer nada sobre orquideas, ele gostava de flores. Ele trabalhava no al- moxarifado do Hotel Quitandinha, em Petropolis. Num determinado ano, quando eu tinha uns 15 anos de idade, houve uma grande ex- Posigao la e meu pai comprouuma Miltonia regnelli e me deu de pre- sente -e eu tenho a planta até hoje! Isso foi um incentivo que tive para me interessar pelas orquideas. Nessa época eu também nao sabia nada. Nem replantar, nem nome nenhum de planta. © MUNDO DAS ORQUIDEAS -E quando 0 senhor comegou a estudar as plantas? WFE - Em 1942, quando eu completei 17 anos, comecei a procurar saber o nome das plan- tas, comecei a querer saber como @ que se plantava direito. E meet 15 Entrevista Sr. Waldyr @ sua esposa, dona Maria Ignez: um dos homenageados na festa de ‘comemoragao dos 25 anos da AOSP interessei ainda mais pelo estudo das orquideas depois que iniciei uma colegao de selos. O tema era orquideas. As colegdes modernas, cada uma tem um tema. Entao fiz a minha colegdo de selos de orquideas e cheguei a ter todos 0s emitidos no mundo: Quer dizer, a minha era a melhor colecao do Brasil, sem duvida. Eu tenho quatro medalhas interna-cionais, inclusive medalha de ouro. Deps vendi porque, como sai em média 340 délares por més de novidades ‘em selos, eu nao tinha condigso, ‘como aposentado, de acompanhar. E sea ccolecdo nao fosse completa, ndo teria valor. A minha colegao foi vendida por um amigo meu, na Franga. Eu vendi bem, até. Com ela eu acabei a minha casa aqui ‘em Vinhedo. Eu curti essa colegao de selos por mais de 40 anos. Os selos me despertaram o interesse em conhecer melhor as orquideas e desde entdo me dedico a estudé-las. Meus estudos so baseados principalmente em livros estrangeiros. Eu conseguia um grande numero de artigos japoneses e em inglés, e pedia para amigos traduzirem para eu poder estudar. A literatura no Brasil, sobre orquideas, 6 muito pobre. Prati-camente nés tivemos *trés botdnicos que eu considero 16 essenciais - Barbosa Rodrigues; F. C. Hoehne, que fez a ICONOGRA- FIA, @ Guido Pabst, nos ultimos anos, com quem tive um contato bastante intenso. Eu ia a casa dele e ficdvamos até de madrugada conversando sobre plantas. ‘0 MUNDO DAS ORQUIDEAS Oinicio dos seus estudos coin: cide com o inicio de sua colecao de orquideas? WFE - Sim. Nessa época ¢ que eu julgo 0 inicio de minha colegao. Havia um pedicuro que vendia plantas em flor vindas do norte, na Rua Sao Bento, no centro da cidade de Sao Paulo. Era curioso que ele colocava as plantas de cabega para baixo, pendu-radas em uma porta. Eu ia la e conheci orquidéfilos, até hoje meus ami- gos. Um deles 6 0 Virgilio Peres, que acabou me levando para a Sociedade Bandeirante de Orquideas - SBO. Eu fiquei 40 anos na Sociedade - de 1957 a 1997. Durante muitos anos fui secretario. Nessa época © Virgilio era o presidente. Fui dois anos presidente da SBO. Depois fiquei como di- retor- tecnico, porque os dois diretores- técnicos faleceram e eu os substitu, Falavam Sophronitis coccinea var. borboleta: variedade molho porque agora 6 a tua vez!" (isos). Alids, foram trés diretores que faleceram: Rodolfo Richter, pesquisador da Amazonia, o dr. Souza Grota, que era médico, ¢ depois o Franklin Dias Vieira. Eu substitul os trés. © MUNDO DAS ORQUIDEAS -Falando em Sociedades Orqui- défilas, na sua opiniao, qual 0 Papel delas para a orquidofilia? WFE - Eu acho que é funda- mental a existéncia de sociedades. Eu sempre procurei colaborar para incrementar a criagéo de socie- dades orquidofilas. Praticamente a primeira cidade que eu quis criar uma sociedade foi na minha terra, Piragununga. Fiz forga, comecei a fazer reunides para apresentacao de plantas, para a turma se inter- essar e acabaram fundando uma soviedade; que existe até-hoje Depois outra no Vale do Paraiba, a Sovap, que é muito conhecida. Fui eu também que incrementei. Fui umas cinco ou seis vezes, levando plantas. Depois, no litoral norte, em Caraguatatuba, também fiz forga para fundar uma sociedade. E, por tiltimo uma sociedade aqui em Vinhedo - a CAO-ViVa Clube dos Amigos da Org} (Vinhedo e Valinhos). Ela comegou com uns cursos mas a turma ficou tao entusiasmada que acabou virando uma sociedade. io para mim: “Pée a barba de redescoberta, em 1971 Entrevista © MUNDO DAS ORQUIDEAS - Além do seu trabalho para a orquidofilia, 0 senhor também trabalhava em empresas. Como © senhor conciliava as duas coisas? WFE - Trabalhei 45 anos, sendo 30 em uma firma e 15 em outra. Sé parei porque a empresa - 0 Comind fechou. Sendo teria continuado mais um pouco. E olha que eu trabalhava mesmo. Em época de safra a gente chegava a trabalhar 16 horas por dia. Eu trabalhava nos armazéns gerais, De uma em- presa fui gerente (Bandeirantes) e do Comind fui diretor. Na primeira firma em que comecei a trabalhar, a minha fungao era servir café nas mesas dos funciondrios. Dois anos depois - eu estava estudando contabilidade na Alvares Pen- teado - fechei 0 balango da firma. Viajava.aos sébados, domingos ¢ feriados. A gente chegava a viajar trés vezes por més para Minas. Tinha uma turma que era fanditica mesmo - eu ligava para trés ami- gos orquidéfilos que moravam em Vitoria, no Espirito Santo, para combinar uma excursao, ¢ nés nos encontrava-mos direto em Minas Gerais. E na época era bem mais dificil. Eu gastei trés Variants nisso. Aprimeira Variant eu andei 245 mil quilémetros. Nao é brincadeira, no. © MUNDO DAS ORQUIDEAS - E como eram essas viagens? WFE - Eu calculo que as minhas excursdes foram mais nas décadas de 1970 e 80. Justamente porque eu era bem mais mogo. Eu tinha 40 anos. Eu sé no conhego o Nor- deste eo Amazonas. No Nordeste eu ful até o Morro do Chapéu, em Pernambuco. Nesse tempo todo eu estudei muito as orquideas, viajei mais de 300 mil quild-metros pelo Brasil. Conhego mais de cem habi- tats de orquideas. Nesses habitats estu- dei profundamente as plantas, porque eu media a altitude, a direcéo do ventos, a tempe-ratura ambien- te e todo 0 ecossiste- ma onde vivia aquela planta. Em algumas plantas fazia-mos a fecundagao manual para formar capsulas para aumentar o numero de plantas no habitat. OMUNDO DAS ORQUIDEAS - Durante essas viagens, quantas espécies de orquideas o senhor descobriu? WFE - Sou descobridor de trés espécies e redescobridor de uma, A Sophronitis. coccinea var. borboleta foi descoberta em 1909 em Piedade, mas depois a planta morreu e a variedade foi perdida. Em 1974, em uma excurséio que fiz & Serra de Caraguatatuba, me deparei com uma planta com trés flores. Sé que era uma variedade. ‘Aminha nao 6 vermelha escarlate como era a primeira. E meio cor de péssego com faixas bem ama- relas, flameadas de amarelo, bem distinta. A primeira descoberta foi na Serra de Lenheiros, em Minas Gerais, foi a Laelia endsfeldzii, em 1971. Na mesma época, em uma excursao com o sr. Ernesto Angerer e sua esposa, sra. Regina, a0 Morro do Caraga - MG, encontrei uma orquidea que era diferente (L. re- ginae). Levamos, entao, ao Pabst. Foi ele que sugeriu 0 nome da sra. Regina, ja que eu eo Er- nesto ja tinhamos plan- tas com nossos nomes ‘Alguns exemplares de sua colegao, na sua antiga casa. F ph 80, 108 COS de Sao Paulo ( prof. Waldyr em reunido da CAO-Viva ea sra. Regina estava presente quando a planta foi descoberta. ‘A Sophronitis cernua mineira var. endsfeldzii, eu encontrei em Ex- trema - MG, proximo a divisa com S80 Paulo. © MUNDO DAS ORQUIDEAS + © senhor sempre teve uma vida/muita ativa, participando de eventos, escrevendo e en- sinando. Conte-nos um pouco sobre essas experiéncias. WFE - Eu sou co-autor de quatro livros editados no Japao. O primeiro foi quando a AOSP completou 10 anos, ela fez um livro sobre orquideas no Japao. O livro tem umas 500 fotografias e 300 e poucas sdo minhas. Eu cooperei bastante. Escrevi no jor- nal Folha da Tarde, de Sao Paulo, durante seis anos, em uma coluna semanal. Nessa coluna eu fiz mais 17 Entrevista de 300 artigos sobre orquideas. Fiz um video com 0 CPT, que é uma entidade da Escola Superior Agri- cola de Vigosa - MG. Eles quiseram fazer um video sobre orquideas @ eu os ajudei. Fiz primeiro um manual para que eles pudessem ter mais informagdes, para depois elaborar 0 video. Ja participei também de palestras por todo o Brasil, principalmente em socie- dades orquidéfilas. Participei do famoso 3°. Congresso Ecolégico do Embu, em 1953, quando dei a idéia - copiando outros paises do Brasil no permitir mais a exportago de plantas tiradas do mato, mas s6 as que fossem feitas em laboratério, e mais tarde se tornou lei. Depois de todos esses anos eu acho que tenho um pouquinho de cabedal para ensinar aos outros. Fui 0 pio- neiro em dar aulas de orquideas em SP, no Orquidario Morumby. Eu gue invente! dar aulas)e até hoje eles continuam. As primeiras turmas foram ha 20 anos, com apresentagao das plantas e cultivo Eu sempre gostei de transmitir tudo que eu sei para os outros, acho fun- damental transmitir conheoimentos e experiéncias. © MUNDO DAS ORQUIDEAS = © que de mais importante a corquidofilia Ihe proporcionou? WFE - O mais importante que a orquidofiia propiciou para mim foi © circulo de amizades. Uma coisa que eu sempre usei em minha vida é nao fazer politica. Nao fazendo politica, eu tenho livre acesso a ‘qualquer lugar e com bastante en- tusiasmo, até. Outra coisa que eu acho é que a orquidofilia me propi- ciou foi ser fotdgrafo, ser alpinista - na Bahia, na Serra do Sincora, 1nés levamos aqueles cravos e, com martelo, pregavamos, para amarrar as cordas e subir no morro. 18 © MUNDO DAS ORQUIDEAS - Essas amizades que o senhor mencionou ajudam também ha troca de informacées sobre orquideas, uma forma de atual- izago? WFE - Eu acredito que em orquidofilia vocé nao pode ficar parado. Justamente esses conta- tos que eu tenho, esses amigos, as visitas a exposigoes, me per- mitem me atualizar. Falo também com os grandes conhecedores de orquideas e que sabem das novi- dades. Também tenho acompanha- do.as mudancas de nomenciatura. Agente tem que estar atualizado. © MUNDO DAS ORQUIDEAS - E sobre preservagao, qual é 0 posicionamento do senhor? WFE - Eu sou contra a coleta de orquideas no mato. Precisamos contribuir para a preservagao das ‘especies. Eu agora estou justa- mente com um contato bom com algumas pessoas para ajudar no que for possivel, no repovoamento de habitats que foram liquidados. Isso eu pretendo fazer. Eu preten- deria ainda encontrar uma planta que esté extinta, mas talvez pode ser ainda encontrada nas matas da Cia Melhoramentos, em Franco da Rocha (SP). Mas eu jd nao tenho mais condigées fisicas para fazer excursdes de uma semana no mato Sr. Waldyr na Serra do Fa: mais de 300 mil quildmetros percor- Fidos pelo Brasil a fim de procurar a planta. Depois eu vou orientar 0 pessoal da ViVa para ver se fazem a excursdo. Ai poderemos continuar a fazer re- descobertas de plantas que foram extintas. A Laelia tenebrosa é outra que nao existe mais na natureza. A bidloga Sandra Takebayashi esté reproduzindo, em laboratério, uma grande quantidade desta para mim, porque eu vou mandar para os habitats, 4 no Espirito Santo. Meus amigos de lé vao colocé-las nos habitats. E valido. O MUNDO DAS ORQUIDEAS - 0 que o senhor diria para quem esta comecando a culti- var orquideas? WFE - O principiante deve procurar um curso ou frequen- tar uma sociedade, justamente para ele aprender certas coisas, certas diferengas de cultura de uma planta para outra para que ele cultive bem e ai ele vai poder cultivar sem problema. Aconselho © principiante a comegar direito, no comprar refugos nem comprar colegées antigas muitas vezes contaminadas por doengas. Nao é esse 0 caminho. Precisa lembrar que uma planta ruim de forma, d& 0 mesmo trabalho que uma planta excepcional. Por que nao cultivar as excepcionais ou as que estdo em extingso? Habitat da C. elongata Bifrenaria atropurpurea ee eo Re Re ee eee te eee mms ec) Crete Tole mesure iinte Meerut C me Ce Re ek Reo Om ed Cee UC Rens OR let Re Esko Ui ease Ce Rees tee Ren eee een Pe ue Ree Rd Be ee Ree cee CR See eS eee eee Ce nc Toe Benen ree co Peete MUR ee occ nC Ete TCE Beer] (ex. Stenocoryne racemosa) een aaa ko Lena) Ree ee da Serra do Mar. Planta com et ene e enrugados, com 4 centimetros de altura e uma sé folha, no Peco ee ete Ce UH OM US ECE Ulesc een com superficie vincada e aspera. Re eee ene ee Cee Men tcu terol eT eae eee CEC lun te eeRCie See SCE e rey PL oR OL Rua Reel Cee unr tnesurry Rue ce) Tes Bulbophyllum ypanemense ee RTC RS CCR oS altas montanhas das serras do Brasil Central, See ee Rn Ce ee ue eos Rizoma redondo, no qual, a cada 5 a 10 centi- metros, nasce um pseudobulbo facetado e piloso, [> RO erent mere ony rr CONC RR eee Rec ree Ce ECR ems altura, portando de quinze a trinta flores. Flor de Dee ee ene CSc Pee ee eam eee MC eee ECS me Rear tiem CORI Ee _=Espécies= Bulbophyllum rupicolum eI ee tec en ees eet et eet eee eee eee ey Oe RO Ree Rena cen comprimento, coriéceas ¢ lineares. Hastes florais Poe ue Reena eRe mento, portando até 20 flores, que se apresentam Cree et Me Eek Rl Des oe ee oe PO oe tC cee NICE! fer Te eee eee ea Me i a centimetros de altura, agregados e fusiformes. Folhas levemente See ee eee eR een eR Pet Ree See Ree ee florais arqueados, com trés a seis flores. Flor de 8 centimetros de dia- eee eee ee ee ge econ Reuse Dee Cee Mee COR ec eer gt add eta ee forte meer) eer eae iscetcnt sectt ae Oe eee ten eek CMe a eeece Cesc meme scat emt icy De ee ee Oe oe Deas ee eae te ed Te cre eMC eC ccd ee Ree ae ee a sépalas verdes, densamente pintalgadas de purpura. Labelo camnoso, de cor verde, com bordas purpuras. elise Aue R Lee rs) Cyrtopodium andersonii Cee ee eee CRS vegeta em quase todo o Brasil, em Perea ue ee Roy ete eae Cem ce Oe a metros de altura, fusiformes, com PU eum CCU) ee ct eee es oan Re ee Re Ee eee) ee meee tee a Dl reKe ee Lote t od eg Leo) Pe Ramee Rested eee Oe eee amarelo-esverdeadas. Labelo mais amarelo. Floresce na primavera. ee ns OYa\ol So Cyrtopodium eugen: aero eRe Ie ea ee dobulbos de até eu eee Le aes Se Ree meen Cone) Oem eee eR Caco Rot EMO ee oe ue eet ed de comprimento, de cor verde-acinzentado. Perde See ee cate een CTR ee CRU Rese fale oe Meroe Rel Ms el omen itd Se Cec ec Deemer cog nee ie Mg ene} | ra) Cyrtopodium gigas eC ee RCC Re err CM-L ook Meo] Cold See ee Coe Ce Rn! Pe Re eee ee a cet oar) ee ae cee eee See EO ee OEE Ce cn ected STURM CeCe Rca Sea ee até 1 metro de altura, com até 120 flores. Flor de SEE Cue cee eco PEO Ce CnC Ce a Cree RR aes eo cue Pe ele Lelie TS ee rR AO a pseudobulbos ovdides, de 5 centimetros de altura, portando folhas lineares e estreitas, Cede eee Ue ase Re Cer mee ue ER centimetros de altura, sustentando de oito a Cera eng a Te set ee Deer et een cena cs Pete Om mee eee Tee Re eco ee Mem UCR MUR central, densamente colorido de purpura neue ae eee eset eae! ee =a] oY=\ol (a Pa e Eee) eee eC ae Nu Cees) een ee Reuters bos periformes e oblongos, com 5 centimet- Peter nek toe oases Cece ome eRe al ed Cee ue Rm cect Hastes florais finas, de 70 centimetros de altura, com quinze a vinte flores. Flor de 5 centimetros de diametro, com pétalas e RES eae Cea ee Frc LAU ie ol elle oe sel eee Cee ee Lene acc) Sera! ee =a] oY=\ol (a Laelia esalqueana eee a ee Mu RRC Re Pe sec ee eR nN Ce et eee ee Ce ec Deer eugene Mone mee as Tee Ree ee Pes ee mee nee nun St Re eo ae Re Cu Pee ee cece Tees Maxillaria picta Espécie que vegeta em quase todo o Brasil, principalmente nas serras litoraneas, sobre arvores, detritos vegetais ou barrancos de terra. Pseu- Ce eS eee eg eet eee Ce eee tando duas folhas liguladas e obtusas, de 25 centimetros de comprimento. eee oc ee ee ue eee eee ect set er Come ehs kee bcc) Mater Rec iueeek ek ction Ce eee ee eRe eee een seu lado exterior (pintas mais agrupadas do que de outras espécies do Ferner em ed curto, ligulado, de cor branca, com base interior purpura-escuro. Floresce Pere eee _=Espécies= Maxillaria ubatubana Pree eee eC CCC eae) Cee ee a Rea a ee end eee ECR eee he oa ence eae Pe eee Rn nC Cee ott keen Rg een te Ce tee eee eee ee eee sed Cu ed Ce ce ee an lado interior. Labelo curto, de cor branca, lébulo central meio voltado eee Miltonia kayasimae Espécie epifita da Serra do Mar paulista, ee tea eee ee eRe nee ee Rolie d ere CU CORO nS St Se tet ne Be Clete st eas ree erry Fee ee eee metros de comprimento. Inflorescéncias de 30 centimetros de altura, um pouco ramificadas e com até quinze flores. Flor PERK ue eck eee meena ca eee eee ee eae eee a eee Pee ae Reset cee ken Seon ed eae eee mc ete Ee ee Re eens SDC eeR Ae oa Bee = OYa\o aso Coy eae Me ge) STL) Cee aR eS Ce i ee eee emai mC Rest eC ees od eee mot eee eee eRe De kee ee UM Red See eu aun eet Reet ea Inflorescéncias de 50 centimetros de comprimento, flexiveis € Ce een ee eer Cee aT at ae Pen ete une Bee ee ec aoa da mesma cor. As pétalas so grandes, do tamanho do labelo, dando a impressao de ter trés labelos. Floresce na primavera. Cola med elu Seer eT Ceci RRC Runes eee ere Me eet te Cee eee Mn Tei Cees eee eRe ae De ERK Cee meee Deere ce ta eee Cee een ee Le Ue Cena eu Coram) Peat aN ete ce cee Pees tsuneo te aeome tee ess eeeee ice Bee = OYa\o aso Oncidium warmingii eet ee ee eect Econ PTO B SL Ee e-em Pate) metros. Planta de crescimento rebelde, com caule-rizoma free Ra eC eRe eke ae ed um pseudobulbo e raizes. Pseudobulbo fusiforme, alonga- Cee en eee eee ee een portando duas folhas finas e lanceoladas, de 15 centimet- ros de comprimento, de cor verde-claro. Inflorescéncias de Fe CMe ee ear eek ent eee er Gee oe eee eee CR tee cet Mee nner Com Rede Ma ce nn cel Ur eee ae ee og Rees ee ee Onc ee ee eo eek Pe MgO eee ene ee CP Mace eee ere en OAM ete Coe Rue flores. Flor de 0,5 centimetro de diémetro, com pétalas Ce eae oe Reed DO eee _ _==Espécies= Re (Ter Be 1d eee ee Cee Raed Re eae cee ee ace ec CO eee ats OM Rei reed altura, tendo uma sé folha. Folha de 12 centimetros Cee Ret ce Tue CRC no Reta eeeeee COE et ost eee Uc Seen este oe eee centimetro de diametro, com segmentos compridos, eee ue ene ee OT Ce Ce ee em Ca TRE ee uo og fie Sieg Sea er TS a Sern Dee cu CMe ssc 39 Por Roberto A. Kautsky HISTORIA DA CATTLEYA SCHILLERIANA DE TRES LABELOS “MEMORIA ROBERTO KAUTSKY” m uma certa época recebi E um lote de schillerianas vindo das proximidades da cidade de Domingos Martins, no Espirito Santo. As plantas foram instaladas em dracenas. Ha mais de duas décadas floriu aC. schilleriana de trés labelos. Trata-se de um caso de mutagao gsnetica\com caracteres ja fixa- dos. Em 28 de abril de 1969, enviei uma foto colorida dela ao dr. Fritz Dungs, que desejava conhecé-la. Posteriormente, por tratar-se de uma preciosidade, resolvi trans- plantar a dracena com ela e as demais orquideas nela existentes, para mais perto de casa, a fim de observé-la melhor. Ali ela floriu varias vezes. Notei depois que a transfer- éncia nao Ihe fez bem, ainda que nao tenha descoberto o motivo, pois as outras que ficaram, con- tinuam vicejando no mesmo local, até hoje. Em 1971, tive a honra de rece- ber a visita do dr. Gustav Schoser, diretor do Palmengarten, de O sr. Bomba mostrou-se interessado, disse Frankfurt, e do sr. Gerhard Bomba, jardineiro que iria pensar no caso e que, posteriormente, de uma cervejaria na Alemanha, que tiveram la da Alemanha, voltaria ao assunto. E 0 a oportunidade de vé-la. tempo foi-se passando. UM CAUSO Receoso de que o pior poderia acontecer planta, numa de minhas viagens ao Rio de Ja- neiro, pedi ao dr. Fritz Dungs que mostrasse a foto dela ao sr. Rolf Altenburg, da Floralia, e perguntasse se ele ndo desejaria meristema- la. Porém, fiz duas exigéncias: que recebesse ‘o nome de *Meméria Roberto Kautsky" (meu pai, a quem devo o gosto pelas orquideas) e que nos fossem enviados, posteriormente, alguns seedlings dela. Porém, na ocasiao, chegou ao nosso con- hecimento que o sr. Altenburg havia acabado de adquirir uma warner tipo, por 1 milhao de cruzeiros, daquela época O dr. Dungs sugeriu, entdo, que nao de- veriamos cedé-la de graga e sim, cobrar 0 equivalente a mil marcos. Outra, por tratar-se de uma orquidea muito importante, e a unica no mundo e, a fim de recuperar em parte o Capital qué eu vinha gastando com 0 trabalho de pesquisas. Todavia, o sr. Altenburg ndo se decidiu. Enquanto isso, notei que a planta estava definhando. Com medo de perder essa pre- ciosidade, mandei-a, por intermédio do dr. Dungs (quando foi a Alemanha, em principios de 1970, levar o material para imprimir 0 livro “Orchidaceae Brasilienses") ao Palmengarten de Frankfurt, com 0 intuito de salvé-la, e nas seguintes condigSes: que fosse meristemada; que recebesse o nome de meu pai e que o pagamento ficasse para ser combinado poste- riormente. Em junho de 1972, o st. Gerhard Bomba escreveu-me, mandando-me fotos dela, la na ‘Alemanha, envasada em isopor picado (em vez de xaxim, 0 que nao funcionou), onde chegou a brotar e a lancar raizes novas. Mas depois comegou a apodrecer de tras para a frente, naturalmente, pelo excesso de hor- ménio, fertiizantes e falta de luminosidade (ol), pois na Alemanha ocorrem cerca de seis meses de inverno. Respondi-Ihe, em setembro do mesmo ano, dizendo que fizesse tudo para salvé-la que nao se preocupasse com o paga- mento. Eles também, com medo de perdé- la, enviaram-na para 0 orquidério Vacherot&Lecoufle, em Paris, que era 0 “papa” da meristemagem no mundo. O orquidario Vacherot escreveu ao Palmengarten dizendo que, em face das precarias condigées em que a planta ld chegou, nao foi possivel salvé-la Portanto, fizemos o possivel para evitar 0 seu desaparecimento. A nés, agora, s6 resta como recordagdo a foto dela, que os drs. Dungs e Pabst publicaram na revista “Die Orchidee” (pg. 233, dezembro de 1973) 0 artigo que.escreyeram a respeito dela, cujo teor é o seguinte: "Estes acha- dos so to raros que podemos dizer com toda calma, uma vez num século. Porém © que adianta o descobrimento ou achado se nao existir um espirito interessado e atencioso para reconhecer a verdadeira importéncia’. Depois saiu publicada a pagina 197 do livro “Orchidaceae Brasilienses”, editado na Alemanha, no ano de 1975. Posteriormente, saiu publicada no livro “Native Orchids of Brasil", editado no Japao, no ano de 1977, s6 que com o nome C. schofieldiana labeloide, em face de uma informagao dada erroneamente ao co-orga- nizador do livro. Finalmente, ela foi publicada também a pagina 124 da revista “Orchid Digest", nos Estados Unidos, em 1989. Com as publicagdes acima, ela ficou conhecida como a unica no mundo todo, e etemizada. ee 24 amigo Ae ae PASTOR ALENAO a [ie eatoaet demais! Pte Sir Bote ta Conheea as caracte das principals Com Bichos em Casa - Pastor Alemao e Gatos, vocé fica por dentro de todas as caracteristicas do seu animal CSc OC Ce mais facil cuidar do FTV od Colne Padre José Gonzales Raposo e a natureza POR ROSELY RIBEIRO Padre José Gonzales Raposo, destacado orquidéfilo e orquidélogo, faleceu aos 94 anos, em Batatais, Estado de Sao Paulo, no dia 11 de novembro de 1999. Foi sepultado em Rio Claro - SP, onde passou a maior parte de sua vida missionéria. Nascido em Cafizo, provincia de Zamora, na Espanha, em 19 de marco de 1905, o Pe. Gonzales tinha: 68. anos de ordenagao sacerdolal-e 76 anos de profissdo religiosa. Entrou para o seminario da Congregagio dos Claretianos, em Segovia, em 1918, aos 13 anos de idade. Chegou ao Brasil em outubro de 1931, notabi- lizando-se como professor da Sagrada Escritura - tendo publicado diversas obras -, além do ensino das linguas latina e grega. Durante muitos anos exerceu a tarefa de formador, sobretudo a de Mes- tre de Novigos. Autodidata, Pe. Gonzales destacou-se no estudo das orquideas e tornou-se um renomado especialista no assunto, ganhando notoriedade internacional. Publicou trés livros (veja quadro) e muitos artigos em revistas especializadas. Recebeu muitos prémios condecoragées de associagoes de orquidéfilos. Ele dizia que “evangelizava através das flores’. ‘Sempre sorridente, acolhia a todos com uma pa- lavra amiga e encorajadora e, na vida comunitaria, sempre se destacou pela delicadeza no trato, pelo respeito ao outro, pelo espirito fraterno e acolhedor, sendo um exemplo de vida espiritual perfeita. ‘Além das obras escritas, 0 Padre deixou se- guidores que puderam aprender consigo o amor e a ciéncia das orquideas, tendo dado uma colabo- ragao inestimavel aos homens e 4 natureza. Um exemplo de amor aos homens A Obra de Padre Gonzales 0 Pe. Gonzales teve uma série de obras reli- giosas publicadas. Mas também foi autor de trés importantes livros sobre orquideas. As suas obras unem a erudicao do especialista a sensibilidade @ ao amor pela natureza, tornando-se acessiveis tanto para especialistas quanto ao publico em geral. ‘Sua primeira obra ja apresentava a preocupagao em levar informagao ao maior numero possivel de orquidsfilos. A segunda, publicada em 1993, visava aesclarecer a nomenciatura das orquideas. O lan- gamento mais recente, de 1999, ¢ um dicionario etimoldgico a servico dos orquidéfilos. Nele, o Pe. Gonzales explica a etimologia, orienta a pronuincia e aponta a grafia correta de cada nome cientifico. Seu conhecimento e seu talento com as linguas grega e latina puderam ser Uteis a seus alunos mas foram fundamentais no estudo e na compreensao das orquideas pelos orquidéfilos brasileiros, com {rs trabalhos de real valor. 43 Padre José Gonzales Raposo A Etimologia a Servigo dos Orquid6filos Vol. | - Sao Paulo, Ed, Ave Maria, 168 paginas Questdes Praticas de Nomenclatura de Orquideas S80 Paulo, Ed. Ave Maria, 1993, 79 paginas Dicionario Etimolégico das Orquideas do Brasil - a etimologia a servico dos orquidéfilos - 1998 So Paulo, Ed, Ave Maria, 1999, 256 paginas Informagées: Editora Ave Maria Rua Martim Francisco, 414 0126-000 - Sao Paulo - SP Tel. (Oxxt1) 826-6111 44 Preservacgao EQUIPE TRABALHA NA RECUPERACGAO DE 15 MIL ORQUIDEAS EM AMPARO Orquidério “Dr. Paulino Recch", de Amparo, parte integrante do Parque Ecolégico de Amparo, foi inaugurado em 1974, apds a ‘aquisigao pela prefeitura de cerca de 15 mil vasos de orquideas da colegao do médico e pesquisa- dor falecido, Paulino Recch. As plantas do orquidério acabaram por ser atacadas por pragas e doengas, deixando a colegao em uma situagao critica. Uma equipe, formada por membros da Associacao Brasilei- ra de Orquidélogos - ABO, junta- mente com a coordenadora do Parque, Adriana Poltronieri, os funcionarios do Orquidario e a Engenheira Agronoma Patricia feito Carlos Piffer durante aula de polinizago manual POR ROSELY RIBEIRO ESFORGO DE RECUPERACAO MOSTRA COMO E IMPORTANTE A PRESERVACAO DE ORQUIDEAS NAO SO EM HABITATS Cintra Camargo, vem desenvol- vendo um profundo trabalho de recuperagao das plantas doentes. ‘ABO comegou a realizar reunides mensais no Orquidario a partir de outubro de 1997, quando comegou a recuperacao das orquideas que apresenta- vam aspecto fito-sanitario ruim, Além do trabalho desenvolvido regular-mente, a equipe pretende fortalecer essa atividade por meio da visita de especialistas vindos ‘de Sao Paulo, além de desenvol- ver a recuperacdo das plantas baseada em rigorosas andlises de laboratério, As andlises so feitas a partir de amostras envia- das para os laboratérios, ja que aintengdo nao é simplesmente a utilizagdo de defensivos de forma massifi-cada, mas 0 ataque as doengas de forma direta. Uma técnica utilizada, além do envio das plantas atingidas, é a coleta de amostras de insetos, os quais também sao analisados. A intengao do trabalho vai ai Mando de Canoes além da recuperagao da colegio. O objetivo - de longo prazo - ¢ multiplicar e plantar um grande numero de orquideas nativas - polinizadas e floridas - em érvores do Parque Ecoldgico e das pracas da cidade. Para alavancar esse propésito, a equipe responsdvel pelo trab- alho realizou, ha seis meses, uma reuniio em praca publica, com a presenga do prefeito de Amparo, Carlos Piffer. Na ocasiao foram. ensinadas técnicas de poliniza- a0 manual de orquideas, que posteriormente foram replantadas em arvores. Desde entao 0 gov- erno municipal aderiu mais efeti- vamente ao projeto, apoiando-o e objetivando transfor-mar Amparo na ‘cidade das orquideas". O Parque Ecolégico, com 26 mil metros quadrados, tem um conjunto de atividades liga- das & preservagao, & educagao ambien-tal e a reciclagem, além de contar com um observatério astroné-mico. A equipe deseja Equipe da ABO no orquidario de Amparo 45 ainda utilizar kits de reprodugao doados pela ABO para formar laboratérios caseiros de micro- EXPOSIGAO HOMENAGEIA O MEDICO E ORQUIDOFILO QUE DEU ORIGEM AO ORQUIDARIO RIO DE AMPARO 46 propagagdo, com o propésito de dar atendi-mento a criangas de muitos colégios que freqiientam o Parque e que podem se encantar com a forga das orquideas, que mesmo doentes, continuam a florir. De acordo com Darly Machado de Campos, presidente da ABO, “Amparo tem potencial para a formagdo de um centro de divul- gacao de cultura de orquideas. Para isso, tem-se trabalhado na infra-estrutura de modo que se crie uma escola de cultura de orquideas”. Além disso, a ABO esta formando um banco de ger- moplasma de orquideas nativas no préprio Parque. “A intengdo € criar um laboratério de fitopa- tologia de orquideas ¢ também classificar todas as plantas do Orquidario’, declara o sr. Darly. ‘Comunidade participa na preservagso ide orquideas: médico Paulino Mozer Recch, nascido em Amparo, em 1886, foi homenageado com a | Exposi¢o “Dr. Paulino Mozer Recch’, real- izada no Parque Ecolégico Mu- nicipal de Amparo, no tiltimo més de novembro. Paulino Recch, falecido em 1970, teve em sua vida uma série de atividades além do exercicio da medicina. Em 1918 foi pioneiro no plan- tio de eucaliptos no Brasil, junto com 0 botanico Navarro de An- drade. Dedicou-se também ao estudo de borboletas, besouros € outros insetos. Em 1927, deu inicio a pesquisa sobre o plantio de uvas e, dois anos depois, comegou a.desenvolver a Arte Recth (Uso de cores dé cipd para decoracao artesanal de va- ‘0s, méveis e outros utensilios). Foi a partir de 1912 que Pau- lino Rech, junto com sua irma Rosa, comegou sua colecao de orquideas. No ano seguinte a colego ja contava com varieda- des em hibridagao, representan- do um significativo aumento no numero de suas plantas. Neste mesmo ano Recch in- stalou sua primeira estu-fa e deu inicio a contatos por cor- respondéncia com orquidéfilos da Inglaterra - em especial com o cientista Frederico C, Hoehne, espe-cialista em botanica e ‘orquidofilia e autor de diversas obras no género. Foi Paulino Recch o primeiro brasileiro a multiplicar orquideas por semen- tes, além de criar nume-rosos hibridos. Sua colegao era de tao grande quantidade, qualidade e variedade, que gerava a curiosi- dade de muitos orquidéfilos. Um exemplo disso foi uma ex- cursao realizada por membros da Sociedade Bandeirante de Orquideas - SBO, em 1949, para conhecer seu orquidério, dirigido nessa época pelo proprio Recch € por sua irma, Dona Amalia. De acordo com um dos visi- tantes, 0 prof. Jodo S. Decker, sécio-honorario da SBO, “os visitantes esperavam muito; mas © que viam, era muito, muito mais. Milhares e milhares de orquideas ocupa-vam as me- sas abaixo de vastos ripados; milhares de outras achavam-se suspensas em ganchos...e to- das eram sadias e vicosas. Nao se viam plantas adoentadas ou em mau estado cultural; todas. apresentavam o caracteristico crescimento ereto, peculiar as orquideas das estufas europé- ias ou america-nas" (Revista Brasileira de Orquideas - Ano 1- No. 6 - maio-julho de 1949). Aeexposigao foi apoiada pela Prefeitura de Amparo, Fundo Social de Solidariedade e Casa de Cultura, além de outros colaboradores e contou com fotografias, artefatos feitos com Arte Recch, objetos de uso do médico e reprodugao de reporta- gens sobre a vida e obra do orquidéfilo. Cerca de 300 pessoas visi- taram 0 local e, de acordo com a coordenadora da exposiga0, Patricia Cintra Camargo, “é muito importante verificar que algumas pessoas, que nem mesmo conheciam a obra do Dr. Paulino, puderam aprender muito sobre a historia da propria cidade”. Exposicao de Americana reline expositores de 38 cidades POR ROSELY RIBEIRO FOTOS: WALDYR F. ENDSFELDZ 29A. EDICAO DA EXPOSICAO DO CIRCULO AMERICANENSE E VISITADA POR 50 MIL PESSOAS Circulo Americanense de Orquidéfilos promoveu no ultimo més de outubro a 29°. edigdo da “Exposigao Naci nal de Orquideas de Americana’. Foram trés dias de exposigao e 0 evento pode ser considerado um sucesso. Calcula-se que cerca de 50 mil pessoas apreciaram as belas plantas expostas, ‘A exemplo de muitas outras entidades orquiddfilas, 0 Cir- culo realiza suas exposiges em shopping centers. Esta ocorreu no Tivoli Shopping. A opgao por este tipo de local vem se tornando uma tendéncia, ja que os shop- ping oferecem atributos como diver-sidade de publico, estacio- namento facil, seguranga, grande circulagao de pessoas e também um grande numero de jovens que 0 freqiientam, possibilitando despertar o interesse desse pi- Exposicoes — blico para a orquidofilia. Partici- param da exposigao 38 cidades de varios estados do pais, como ‘So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goids, entre outros. ‘Além de admirar as 1.800 orquideas expostas, 0 publico pode também comprar plantas € acess6rios necessarios para 0 cultivo, na area de vendas, que contava com as principais em- presas de comércio de orquideas do pais. Exposigao de Americana - ‘SP: cerca de 1.800 plantas By expostas Com 29 anos de ex- isténcia, 0 Circulo Amer- icanense de Or-quidé- filos conta atual-mente com 58 asso-ciados. O presidente e fundador da sociedade, sr. Luiz Nadir Juliato, acaba de ser reeleito para mais um biénio ~ 2000/2001. As principais metas da nova gestao sao a construgao de uma sede social e a divulgacao da orquidofilia junto as escolas. No ano de 1999 a sociedade parlicipou de 32 exposicdes em todo o pais. Para tanto e para realizar a exposigao da cidade, 0 Circulo recebe 0 apoio do Orquidério Quinta do Lago, de Petrépolis - RJ Plantas premiadas durante a exposies0 Juizes do Circulo Americanense e da CAOB pre- miaram as melhores plantas nas categorias: 1. Melhor Planta Exética - Arpophyllum giganteum 2. Melhor Espécie Estrangeira -C. mossiae semi-alba 3. Melhor Hibrido - Ble, Malworth 4, Melhor Microrquidea - Octomeria sp 5. Melhor Espécie Botdnica - Oncidium esphacelatum 6. Melhor Espécie Nacional - C. violacea Exposicoes 48 Joinville reine t beleza em sua 6 das Flores POR ROSELY RIBEIRO EXPOSIGAO DA DESTAQUE AS ORQUIDEAS E CONTA COM VARIOS EVENTOS PARALELOS s imigrantes europeus que fundaram Joinville, em margo de 1851, trouxeram jna bagagem muitas tradig6es, entre elas o amor pelas flores. O solo e 0 clima propicios da regiao fizeram com que cada morador cultivasse seu jardim, ‘com muitas flores, numa pratica que se mantém até hoje As orquideas sempre tiveram um lugar especial nesses jardins e, em 1936, um grupo de orquidé- filos decidiu expor suas orquideas para os amigos. Foi entao criada a Exposigo de Flores e Artes - EFA, que promoveu a 1*. Festa das Flores. Mais tarde denomi- nada Agremiago Joinvi-lense de ‘Amadores de Orquideas - AJAO, aentidade continuou realizando a festa, com 0 apoio da Prefeitura de Joinville. Em todos esses anos a festa foi interrompida apenas nos anos de 1941 e 1942, em conseqiiéncia da 2*. Guerra Mundial. O sucesso transformou-a em uma das mais importantes festas do calendario ._turistico do sul do pais. Festa das Flores: importante evento do calendério turistico do sul do Brasil Realizada no ultimo més de novembro, nos pavilhdes da Ex- poville, a "Festa das Flores” com- pletou a 61°. edieao) Um inienso Jardim, com miltiplas espécies de flores e plantas ornamentais, formou o ambiente para ressal- tar as mais belas orquideas. O Jardim segue a rigor um projeto paisagistico. Para esta edicao, o tema foi “Joinville, @ Purpurata do século XX" - em homenagem a Laelia purpurata, flor simbolo de Santa Catarina, encontrada com freqiiéncia nas matas proximas ao litoral. O projeto permitiu aos visitantes uma viagem no tempo, mostrando a festa em duas faces: a do passa- do, resgatando a historia da cidade e doevento, ¢a do presente, tendo como objetivo principal a preserva- do do meio ambiente para uma melhor qualidade de vida ‘Além da exposi¢ao, a Festa reuniu uma série de eventos para- lelos, como Exposigaio de Selos e Moedas Antigas, Concurso Bon- ecas Vivas, Exposi¢ao de Fotogra- fias sobre 0 tema flores, Espago Cultural, Programa para Criangas e Idosos, Feira Prolar, Mercado de Flores, entre outros, Quem n&o péde iraté a Expo ville, também teve a oportunidade de participar da Festa, gragas mostra didatca e & exposicao de orquideas itinerante. A*Festa das Flores vai as Fabricas” foi acom- panhada por uma banda tipica e pela Rainha da Festa, propor- cionando aos operarios alegres momentos de descontragao. Da mesma forma foi a “Festa das Flores vai ao Shopping’, com a participagao das Bonecas Vivas. Em sua 61°. edigao, a Festa das Flores reuniu um piiblico de mais de 100 mil pessoas, que puderam contemplar a beleza das flores de Joinville € perpetuar a tradigao da “Cidade das Flores" . A realizagao da Festa é uma parceria entre a Companhia de Promogao Turistica de Joinville - Promotur, Prefeitura Municipal e Agremiagao Joinvilense de Amadores de Orquideas - AJAO, além da ativa participagao da co- munidade, _ Exposigoes Show de Laelia purpurata em S40 Paulo POR ROSELY RIBEIRO FOTOS: JOSE ROBERTO HEISE Sociedade Bandeiran- A te de Orquideas-SBO, uma das mais tra- icionais entidades orquidéfilas do pais, promoveu na noite do dia 07 de dezembro tiltimo, um verdadeiro show para os ol- hos. Dezenasdemaravilhosas TEs purpuraia Laelias purpuratas puderam ——_flamea"Do Lazaro” ser apreciadas pelo publico no Alexandre Schimpf - “To. Show de Laelia purpurata’. _grande campea Aproveitando a época de flora- . Gao dessa belissimaespécie,a Clube Austriaco & $BO, hd 7 anos, decidiu fazer Pagar uma taxa de um evento especial destacando) 915 \reals, queda di+ as diversas varie-dades de ello ao jantar ¢ as purpurata. bebidas. Associados e convidados | Fundada em participam da festa levando 1946, a SBO conta suas plantas para serom ex- hoje com 180 a850- 1 aot purpurata venosa postas e julgadas por juizes da Clados que se reU- séraio Gutfreund SBO edeoutras Associagdes, "em todas as ter- os quais escolhem a melhor @S-feiras no saléo planta da exposigao e pre- 4a Igreja Anglicana, miam tam-bém as melhores NO bairro de Santo dentro de cada variedade. Ama-ro. Na segunda Nesta edigao da exposicao terga-feira do més foram inscritas 89 plantas. ha uma reuniao es- Nao se trata de uma ex- Pecial, com jantar e posig&o tradicional. O evento é _Palestras dos dire- um verdadeiro encontro de con. tores-técnicos. A in- frateizacao dos amantes das _Slituig&o @ presidida orquideas. Além da exposicao atualmente pelo sr. ha também um jantar e um Antonio Jayme R. oy purpurata tipo estrela mercedes ester n° 1 animado sorteio de plantas e Machado. Jorge lwashita brindes. Cerca de cem pessoas Todo més de parliciparam do evento, queéo Margo a entidade edigdo deste evento ja estd Unico nesses moldes realizado Promove também o “Show marcada - 11 de margo, um no Brasil. de Cattleya labiata’, que ¢ 0 sébado -, mantendo-se aidé- Para participar basta com- _simbolo da Sociedade. Para ia de confraternizacao, com a pa-recer no dia do evento ao 0 €N0 2000 a data para a 6° realizagao de um almogo. mene Ere ir ee CMe te(ox BY 0 role de destaque, que de er citado pees pede eee) ieee orto Alegre Ceasar C. intermedia var. oes eee 52 Conerekeecs Linhares" Fem emery ines oer eng Poe Ca orc) AV” ieee) aTeiecenieny Consultas Gostaria de parabenizé-lo pelo excelente trabalho editorial que é O MUNDO DAS ORQUIDEAS. As fo- tos sdo de primeirissima qualidade e {do esclarecedoras que ja consegui identificar muitas de minhas plantas. Gostaria de saber 0 que fazer com as lesmas no quintal de minha casa = no muito grande e tem um periodo de meio dia de sol. Elas atacam minhas plantas. Algumas maiores atravessam uma area ripada onde estéo pendurados alguns Dendro- biuns @ as menores circulam pelos muros, paredes e janelas. Tenho re- ceio que transmitam alguma doenga a minha familia. Augusto Rogério Pasqueto ‘S40 Bernardo do Campo - SP ‘Apareceu ha pouco tempo um excelente lesmicida importado, com © qual obtive muito bom resultado. Coloqueomesmo, queé granulado, ‘emum tipo de saleiro, com bastante furos e espalhe pequena quanti- dade por toda a area atacada pelas lesmas. Cuidado com o produto. E t6xico mas muito bom. Podera ser adquirido com o senhor Wu Ke Chia (Adubos Welli - Sd Paulo - SP), cujo enderego consta na secao de Comerciantes e Vendedores de Orquideas no Brasil, desta Revista tee E com grande prazer que Ihes envio esta carta. Sou estudante de Agronomia na Universidade Es- tadual de Santa Cruz, tenho minhas plantas ha cinco anos e as minhas Cattleya intermedia, forbesii, tigrina Laelia purpurata apresentam uma irregularidade na época da floracao: 0s botdes, ainda quando pequenos, ja comecam a abrir-se, inclusive, muitas vezes, até dentro da espata ‘Aflor fica pequena, pois nao chega a crescer e muitas se apresentam sem labelo ou sem uma sépala. Wcostaria de saber o porqué desta 54 anomalia. Em breve the enviarei fotos de habitats de minha regio para publicacao na revista. Jackson Ferreira Souza Canavieiras - BA © que esta acontecendo com suas plantas é resultante da pouca umidade e excesso de calor no local onde elas estéo. Procure ventilar bemas plantas e manter o ambiente mais Umido. As plantas, quando vo florit, devem ter menos luminosi- dade e bastante umidade para que seus botées crescam normalmente. Procure ter plantas da sua regiao para ter sucesso na cultura. Plantas com falta de labelo ou peas florais muitas vezes tém defeitos genéticos (verifique se acontece na mesma planta - se positivo, descarte-a). ‘Aguardo suas fotografias. oe ‘Admiro os artigos da revista e venho expor o seguinte: tenho dificuldades em classificar uma Miltonia ou um Oncidium, como também uma Vanda, Costumo olhar as flores em revistas e até examino as plantas e flores com uma lupa. E mesmo assim é dificil. Cultivo-as ha doze anos. Sugiro que pub- liquem uma descrigao simples para neéfitos, apontando as diferengas basicas entre elas ou caracteristicas peculiares de cada uma. Cultivo minhas plantas em Sao Borja, clima muito quente. Nesta primavera abriu pela primeira vez uma Kattleya Wer- rier identiicada por meio da revista e consulta a um colecionador. Foi uma luta para encontrar o lugar ideal para ela, mas finalmente floriu, ‘Sao os seus artigos e as revistas a minha biblia na qual me guio para bem cultivé-las. Eunice Andrade Guimaraes Séo Borja - RS Agradego os elogios a revista, Quanto a sua dificuldade em clas- sificar as plantas meu conselho que néo tente classificé-las, ainda mais plantas de géneros com muita afinidade. Com 57 anos de orquido- fia eu consigo classificar um bom numero delas , mas muitas de nos- sas espécies nao consigo classificar. As plantas s4o classificadas pelas partes anatémicas da flor e muitas vezes somente por diferenga no numero de polinea ou na verificagao das diferencas entre curvatura de coluna ou diferengas nos Iébulos dos labelos isso é possivel. Portan- to, por meio de fotografias torna-se praticamiente impossivel classificar com exatidao uma planta. Uma dica importante: cuidado sempre com a nomenclatura das plantas, 0s nomes sao dificeis, mas nao impossiveis de serem escritos ¢ memorizados. Sete © que me levou a escrever foi a preocupagao de onde plantar as minhas orquideas. Cultivo-as hé seis anos e sempre as plantei em vasos de barro, mas comecei a planté-fas em vasos de xaxim como experiéncia. Percebi que muitas Caltleyas e Laclias melhoraram e desenvolveram-se muito melhor. Na cidade onde moro, Linhares - ES, cidade litoranea, ao nivel do mar, a evaporagao é muito alta, com muita perda de agua. Gostaria de saber sua opinido a respeito da questo. Sou estudante de Agronomia do Centro Agrope-cuario da Univer- sidade Federal do Espirito Santo. Johnnes Neitzel Lemke Alegre - ES ‘Acho ideal o cultivo em vasos de barro pela facilidade na época da troca dos substratos. Tenho certeza que inutilizaré a maior parte das ralzes quando do replante de uma planta. No mais, acho muito bom Consultas também 0 cultivo no vaso de xaxim. Vocé 6 quem deve escolher. +e Venho por meio desta pedir al- gumas informagSes a respeito das orquideas, pois estou iniciando o seu cultivo. Favor res-ponder as seguintes perguntas: 1. Onde se encontra a capsula de sementes? 2. Onde o fungo micorriza est localizado? 3. Como poderei fazer mudas para outros vasos? 4. O que devo usar no vaso: terra ou xaxim? 5. Como conseguir uma cépsula e fazer semeadura? 6. As orquideas gostam de Agua s6 de 15 em 15 dias? 7. Qual o livro ou revista que possa dar informag6es detalhadas? 8. O'st. vende esses livros ou, revistas? Quanto custam? Gostaria de ter estas respostas para que possa entrar no mundo das orquideas. Waldyr Rodrigues Santos - SP Vamos as suas respostas, muito ‘embora muitas delas ja foram dadas em nossas edigées anteriores: 1. Depois de fecundada, o ovario da flor comega a intumescer-se @ a formar uma capsula. Ela esta localizada no pedunculo, na parte traseira da flor. 2. Nanatureza o micorizza esta nos troncos das arvores, no material decomposto ou ainda nas raizes da planta que hospeda a cépsula de ‘sementes. 3. Por divisdo de plantas cada trés ou quatro pseudobulbos, cortando o rizoma e fazendo 0 transplante da muda. 4. Para plantas epifitas, sempre xaxim, nunca terra. 5. Aprenda a bem cultivar as plantas para depois tentar semed- las, Semeadura é muito dificil e demora anos para se ver resultado. 6. O ideal nas regas é molhar intensamente a planta e deixar se- car o substrato para depois regar novamente. 7. Eu recomendo a nossa revista. ‘Adquira os niimeros atrasados. 8. Nao vendo livros nem revis- tas. Se tiver interesse em adquirir os nimeros atrasados entre em contato direto com a Editora (vide pagina 63). — Gostaria de parabenizé-lo pelo magnifico trabalho que vem reali- zando com a magnifica revista na qual podemos encontrar preciosas informagoes praticas sobre o cul- tivo de orquideas. Recentemente adquiri uma planta de um viveirista da minha cidade, que disse ser uma espécie conhecida como “José Ribeiro da Ilha”. E uma planta com pseudobulbos de 6 centimetros de altura, com estrias bem marcadas e raizes finas. Folhas largas, lanceo- ladas, finas e de cor verde-claro, com nervuras salientes. Nao con- hego as flores pois ainda néo flor. viveirista disse aparecerem ca- chos com flores marrons. Gostaria de saber que planta é esta. Edson R. G. Leite ‘Araraquara - SP Agradego os elogios a nossa revista, Nao conhego nenhuma planta espécie ou hibrido com esse nome. Impossivel, assim por sua descrigao, saber que planta 6, pois ndo se sabe nem o nome do género. +e \Venho por meio desta solicitar quais as caracteristicas da Cattle- ya walkeriana var. alba “Perfect Charm’, pois estou com muito receio de comprar gato por lebre Henrique T. de Oliveira apetininga - SP Tem toda razio de duvidar dessa planta. Na minha opiniao, ela é um hibrido talvez de uma C. dolosa x C walkeriana. Como deve saber, a C dolosa 6 um hibrido primério entre aC. walkeriana e a C. loddigesi Repare nessa planta que ela nao tem nenhuma caracteristica de C. walkeriana, com pseudobulbos curtos @ atarracados, mas porte mais alto e mais esguio, parecendo mesmo ter descendéncia da C. loddigesii. ee INTERCAMBIO DE PLANTAS Duas leitoras mineiras desejam trocar divis6es de plantas e as- Suntos ligados 8 -ecologia. Seus enderegos: Maria das Gragas Gomes Quinto Praga Antonio Augusto Pessoa, 29 - CEP 35,953-000 - Conceigao de Piracicaba - MG Sander Martins Pessoa Praga Antonio Augusto Pessoa, 13 - CEP 35.953-000 - Conceigao de Piracicaba - MG ——___ eee ron Ua mae ens Devido ao enorme volume de correspondéncias recebi- das, pedimos aos nossos leito- res um pouco de paciéncia no aguardo das respostas. Todas serdo respondidas. As consultas deverao ser enderecadas para: Waldyr Fochi Endsfeldz R. Ricardo Junco, 447 Jardim Panorama 1280-000 - Vinhedo - SP Tel.: (OXX19) 876-6815, a partir de 26/03/2000: (OXx19) 3876-6815 Consuttas Gostaria de sugerir paraa revista uma Seco de Trocas como existe ade Consultas. Lendo as consultas da edigdo n. 7, gostaria de obter 0 enderego do sr. Ivo Dziedicz - Rio Branco - AC, pois pretendo visitar essa cidade e seria uma forma de conhecer um novo orquidéfilo. Hicham El Awar Av. Paulista, 2006 Correspond Carta recebida do Nicleo de Orquidéfilos de Guaxupé - MG Gostariamos de agradecer pela excelente reportagem, publicada na revista no. 7, sobre a nossa 47a. Exposigao de Orquideas, ocorrida em julho de 1999. A reportagem; ‘emtom descontraido e com étimas fotos das orquideas premiadas, teve muito boa repercussdo em nossa cidade, onde todos ficaram encan-tados por nossa festa ter sido citada em uma revista tao con- ceituada e de grande circulagao e aceitacao como é O MUNDO DAS: ORQUIDEAS. ‘Sdo pessoas como vocé e sua equipe que levam téo a sério a orquidofilia brasileira, que fazem com que nés, pretensos orquidé- filos, nao desanimemos da nossa jorada e continuemos a luta de divulgagdo destas maravilho- sas “meninas” que so nossas orquideas, Nés do Nucleo de Orqui-defilos de Guaxupé, agrade-cemos 0 carinho especial e esperamos poder contar com a sua colabo- fagao e, sobretudo, com sua in- 60. andar sala 608 - CEP 0130-200 ‘S40 Paulo - SP prezado leitor poder veri- ficar que a partir desta edigao ja estamos publicando enderecos de orquidéfilos que desejam fazer intercdmbio de plantas ou informagées. Estamos enviando estimavel amizade. ‘Ao ensejo, apresentamos nossa cordiais saudacées. Carmélia de Mello Chueiri Presidente do Nuicleo —+-o- Carta recebida do Orquidario Rioclarense - Rio Claro - SP Substancia e Textura “Jé faz alguns anos que nos deparamos com a mesma con- fusdo: ‘Vooé jé viu a textura que tem essa flor?’ diz 0 colecionador, tocando a flor com os dedos para realgar a ‘grossura’ das flores. E realmente uma grande confusio, mas vamos acabar com isso agora mesmo. Textura - é 0 brilho que a flor emana, o cintilar das cores que analisamos e nao encontramos quando a flor é armada e/ou pren- sada. A texlura some ou é amas- sada quando a flor é ‘maquiada’ para as exposigdes. E 0 juiz, que ndo presta atengdo a textura, é um mau juiz. Substancia - esta sim é a © seu enderego completo para o sr. Ivo Dziedicz para que ele entre contato direto com o sen- hor. Nao fomecemos o enderego por nao termos autorizagao dos Ieitores para publicagao de seus enderecos. ‘grossura' da flor, palpavel, que se sente na ponta dos dedos. E a flor ‘dura’, que quase sempre 6 erroneamente chamada de tetraploide. ‘Acho que desta vez acabamos com a duvida.” Cesar Wenzel oo E com satisfagéo que recebe- mos carta da recém constituida Associagao da Cattleya walkeriana - ACW, de Belo Horizonte - MG, informando que desde o dia 8 de novembro de 1999 estao em atividade, propondo-se a desen- volver trabalhos voltados ao forta- lecimento da cultura, divulgagao preservagdo da espécie, Para associar-se ou maiores informagées: ASSOCIAGAO DA CATTLEYA WALKERIANA RUA DELGADO ALVARO. LOUREIRO, 80- PALMARES CEP 31160-650 BELO HORIZONTE - MG ia Orquidéfila Notas Orquiclcfilas’ iia Calendario de Exposig6es NAO FO! POSSIVEL PUBLICAR O CALEN- DARIO DE EXPOSICOES, POIS ATE A DATA DO FECHAMENTO DESTA EDICAO O CALEN- DARIO DA CAOB PARA O ANO 2000, AINDA NAO ESTAVA FECHADO. Nossos cumprimentos ao amigo Prof. Dr. Gilberto B. Ker- bauy pela recente nomeacdo para o cargo de vice-diretor do Instituto de Biociéncia da Universidade de Sao Paulo - USP. Parabéns. ABO promove demonstragées de semeadura de orquideas em colégio estadual ‘Apés ter participado da 11*, Exposigao Florestal de Guaxupé - MG, realizada entre os dias 16 e 19 de setembro, fazendo demonstragoes sobre meio de cultura e semeadura de orquideas, para um puiblico composto por criangas de 5°. 2 8°. série, a Associagao Brasileira de Orquiddlogos - ABO foi convidada pelo Colégio Estadual “Dr. Benedito Leite Ribeiro” a repetir as demonstracdes. colégio deu inicio, por meio da professora Edna Nacca- ratto, ao ensino do cultivo de orquideas para os alunos de 5* 4 8°. séries. Iniciou-se, também, a formagao de um banco de germoplasma de orquideas brasileiras. Paralelamente, realizou-se o replantio de orquideas nas arvores do pateo da escola. Como apoio, a ABO enviaré ao colégio diversas plan- tas nativas, além de jé ter doado a dois colégios de Guaxupé kits de reprodugaio para semeadura in vitro. ‘Aprofessora Edna Naccaratto utlizando o kit de semeadura doado pela ABO ‘Alunos durante demonstracao de semeadura de orquideas LIVROS ORQUIDEAS - Manual Pratico de Reproducao Darly Machado de Campos Editora Expresso e Cultura Em seu segundo livro, o dr. Darly apresenta informagées praticas sobre réproducao de orquideas, abordando as técnicas de reprodugao por corte, por sementes e por meristema. No capitulo em que trata da reproducao por sementes, coloca em de- staque os métodos simbidticos @ assimbidticos de semeadura. ‘A obra apresenta, ainda, dife- rentes substratos e técnicas para o plantio de orquideas. O livro é totalmente ilustrado com fotografias que permitem a melhor compreensao dos temas abordados. Informagoes: Darly Machado de Campos R. Bardo de Paranapanema, 531 - Apto. 31 13026-010 - Bosque - Campi- nas - SP Fone: (0x19) 294-8995 57

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