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FILOESTETICA auténtica Platao ion Coprnght© 2011 AutintiaEtora ‘Gon an igo omen "ae Giton arn (FORKS: Cueto Wolinsky iver (UFR, Dano Marcos aga” MOTB Sto Ae uc Rok ole Ca Se ET eee tmp mena UFOM, Pee Corso Sissi (FPR Lopes peimes (UNG; Rodrigo Duore UFM), jie Dias Romero Aves Fetas (FOP) Sa} 220k bana Vn Sofa (USP) ‘Agradecemos a Orord Universty Presa perms de reproduntyenane (taro rego extabelcdo pr John Burnet. 7. Preticio bee Pcs ewe conftme o Novo Acoro Otro | ‘fase “Todos 0% direitos reservados pla Astética Editors Nenhuma pate desta ; to nee publeagio poder ser eprodund, sje po ais mecaneoy, ene Ua cepa erogtain ema aulorzaga peta 33 Era tea eomona A pos ST 20m cna Stic Fae SSiisas See Sa >i segaiaial Introdugao Clidio Obie Talvez nio se adequado rlcion Ailogs de Patio, Repti O Seg Le ooh — aso que,em A Repl © O Soft, peur das ambiguities ¢€ do proprio envolvimento que a filosofia parece ter com 2 imitagio, hi © mesmo veredicto: condenas «condenagiem consequéncia, da sostica eda po Imingio éaexncia de ambas aoa ‘Profesorsaca do Depuraments de Fils ds UFF¢ gata, ‘mest ¢ dour em Plo la UPR) Ses mao ton ene ante conteporines¢ pocane fs ons Se Imeree esto on présridcon 0 wien Mass Ames Hae ‘Mars, Nieache, Fed. Heeger = An "Pes ura me data po ‘com ambas,se partirmos de w ma Teitura ulendos da “maturidade” de PI esses dois Softies © pocsa pode se consruiaparuic eo? et Por iso, mesmo que nio de todo juice? ‘esses didlogos “maduros” permite-nos Jembrar faxo,tta,em primeito gare excinplary € do pocta quando fala da felicia ere também nos iz lembrar que ea guess, Pols pensa“o poeta enguant le onda: a conse ¢ alimenta 0 sofista” (AttiEZ, 1992, p. me 21). Ess a conto com toda a tac PAE a ual a pala sag € daramente fee Pa 2 cal aleve ai ents ce we om ae. es — uso do termo spit pao See Sion poe, sof pr socrsicos eat paratnafgun como Prenton também para mscon rapes (87.2) Pato mints de deo com ex tation ono muitos considera ser um dese prior hog No E por outto moi ra ae Pate ate e vende Mas E eens Sibios segun- Jo ele, sto, nese sentido, rpodos (hoi taped 3320.0 atores trigicos e cémicos (hol hypokrita), bem como aquels ceujos poemas (td poifmata) estes cantam: os poets Por isso, ele, Sdcrates, seria apenss tm ‘que mas 5320. Tega um homem simples (een dh taco do dizer a verdad (un lo cies Es alld poitmata, 534) ‘Um simples mora. fonts). (dhe kai thebn, 534) (io dé poet ouden all ® Irerments en 6 then, 534). Os rapsodos:intérpmetes dese y thermenéonherments, 5353) "Como intérprete de interpret, trceio numa série Que tem des como primeira o rapsodo asumiriaaquino fonuma poviio scmelhante que tem oimitador em A Repl, acre= am alguns Stn, 1901, p.31).O que wlvez sje questionSvel ‘Tver nio seja to Sbvio que o deus de A Rep sejam os dledses qu flan pela boca dos poctase dos rapsodos no fon gat, 533 (hot melopoo)sejam épicos (ho Se fee cag Ee ct oe SoSh cles aes codon aqucles belos poems (pinta tats td kali lgous poiémata). Por ‘uma mesma concessio divina (dela moins 535), 0 rapsodos Ia eS pens acute Ieee BGO es onion Coen TG NBBSSEREE 6 algo de que Socrates esti tonlmente cients € Resco wo Lge de colo s Age Ie en rss kn poe ocr {Fedor de que val acre cee"oar Genoa aah {[concesio diviny implica, para Sécrates, uma eon=) “Ssequéncia clara falar mutase bela coisas acerca do poeta Puarto jo B 18 theion nomidzesthai, 542b). E assim se con- ‘to dilgo. Donde «pode conch tn fost implque eta prda do divin, Hi quem consider no entanto, também divine o fi sof. cso porexemplo,de Teodoro em O Seta (2160) Sécrats a ocaio,sugee ue avez sea precisamente ger. confi ene divers apancis que esx assumem (phontdsoni.216):0r politicos (ot min sofas (ot dé pha or, anda, aguces que Secomportm de maneirsabsoltamente mitica(pantépasin “bons marist & 0 poeas sem, talvez, que (a sii tin agathb, 2440) (a sande) Ente 0: virios modos desta, ex a que tem como Brincpio as Musas (ap3 Moun, 245), Nela,a alma xcitada ‘agitada nam transporte biquico («geiousa hai khakis, 245), exprime-se segundo cantos e outras poesia (kati tc ‘ida hai hat ten ile plein), _,_ Bass caracterizasio do pocta, bem como do profeta, do vide do pla coe homem dian fears Aillogs de Patio © encontra-se também no Ménon exer, ora chamaemo de dines aque de que ‘no ameementeo se ant ron mes °C Ca¥, 4 ed, 29h (mé tekenieds) (theton, ry ‘OU ser as (kato através Bost opinisocudoxia). Ma, asim fem nada (oudén diapherinor, 98) dos que cantam (of Kiresmoida)e dos que deliram por inspira ‘theomntei)- Els falar, por um | (ioutot Kgousin mn alethe do que dizem (ss dé oud h tuo de divinos (heous, 99), no So, por um lado, n to lado, dotados de nenhum senso (noun me ékhonts). Iso mio os impede, & verdade, de ter sucesso (kt des coisas que fazem ¢ dizem. Como o proprio fon,em sux atividade de interpretar Homero: ning tantos pensamentos belos. fon & 0 melhor rapsodo da Grécia (tn Helénon sists “ Bsa atividade que exerce 0 rapsodo,a interpretagio dos textos dos poets, aproxima, sobremancita dos sfists.Nio nisin, 99) as muitas € gran sr soube dizer deste por acaso que também 20s rapsodos xe abla 0 terme tophiss, Progorss, no diilogo de Plaio que levs © nom am - sCrio eu, 6 Socrates, que a parte mais i formagio de um homem é ser terrivel no que poesa® (goin, 6 Séltes,o@ and pais ncn sai ert ep dein eal (338e), Otero gpa que refereProtigos em, por excen- de pale fl, os sentidos de discus, eet peetoacon. de dizer, provebio,entenga, pslavra noticia. Em sentido artic pe 2-Por sua vez, dein, ermo que aqui se raduzin porte”, insere-seno campo semintco de deinites,que, além de significa o spect e 4 caractritica espanonos © de algo significa ramen, em sentido par- iliade co alent de ordor. fila de Protgors, todos ees elementos slentam experiencia da inguagem & 0 que hi de indice que ea mesma experincia xed sj na Be cece lacs ce mean sofixica Eo que se vé também no Gipiasem que Socrates associa todas as forms de poesia. canto acompannado idk, 5022), a poesia dos diirambos (he uaa i msi. (peri mis aismiton eisomen [347b-c)). Para Sécrates, a conversa acerca de os (0 por pons dligeshl 347) & mito semelhante homens comans que frequentam a toi tn phatton kai agoraion anthro), com desprezo semelhante por séerates, ‘em que sofistas conversavam sobre (Panathénaique, 2360~¢). "At er 9 ier co oma hone prio dics 1s Wd ft0,0 a0 gue Meee cairo cosa concen entio, eaacterizar um “postico” passa a ser to ofensivo ito p tal ponto que,"sinda hoje, losfia feat ‘censura autores'posticos’ demas, como Heidegger © Nietasche, nas propras faculdades de filosofa, exatamente como Ari tételes censurou, com muito mais talento, Gangs, vine © tantos séculos ards” (Pass, 1989, p 8) Ji Teofiast, disp festicesor de Aristételes,“de modo critico faz nota, conta ‘Anaximandro, que ele poets asin ut ga {que ele diz aquilo que ele discute com nomes mais pogticos (Hrsneccen, 20023, p.382).O que Teofasto aqui critica €a {nditingo, dominando a aurora do pensamento grego,entre sophia e poesia, ve ive no pocma de Parménides,nos fag- ito.0u ma sentenga do proprio Anaximandro. fr ingen oo poems mae lango ou restrito, é, em seu Fando, pensamento (HDECcER, 2002, p. 380). Retomando essa tradico, Heidegser € 0 pt ‘miro grande pensadar ocidental a reiniciar wm dilogo site~ riico com a poesia, mesmo que precedido ness tarefa pels rominticosalemes e, clare, por Nietsche. Ao enteg Aesafio de fandar won acordo entre a eséncia intima desis duis experincias da linguagem,a filosfia ea poesa,0 63010 alemio retoma, a seu modo, uma antiga pritica rapsédica & soffstica:a interpetagio de textos posticos ‘se fiisousaté hoje, no foi anda suficientemente si~ blinhado o fato de que os sofstas concederam uma posieio eo . al ental em sua pritica 3 interpretagio de textos poéticos (Most, 1986p 237). Reconhece-se, apenas. que,"com eleto, ssfitas toma muita vezes como base de se ensinamento 60 comentirio dos poets” (CANTO, 1989.38). Mas no & {xo hermenéusea exercida por cles tera findado todo 0 desenvolvimento futuro da cultura grega (Most, 1986, p. 34) Dirseia um pouco mais:cla € 0 apogeu de uma experinicis que via eformando muito antes " Protigors, no dillogo de Pltio que leva seu nome, onfima tal proceso ao alizmar que a arte softica & mito antiga (dé ophisikn tshnen phemé mb ena plain, 316g), Cita, dene os homens antigo que apraticavam (tis «# metkcidzoménous aut 18 pals in, 3162), como poets (ois min pfs), Homero, Hesiodo e Siménides.e omo iniciados nos mistros e cantores de oriculos (is dé ‘tet kaiBiresmid), os bfcos (Orpha)eos devotos th Mus: (Moussf),* E mesmo a mitologia ji aponta para ess Tiago exencial entre sofsicae hermenéutica: Hermes, 0 deus protetor dos dscurose dos laddes, segundo a tradigao atric, 0" primeiro soi” (FLonsscv,1982,p. 14). Como talele“realizao real sorteando os acontecimentos peo lance de dados,ou utlizando a bulanga do kas, io & agindo no ‘momento oportuno” (PAs, 1989, p. 41) (Gefitgto toms, por Heidegger poutine), ® alerdo salen ques sigficagio prima de hertnentco (Flpeccr, 20046, p97) Hesdeaper seria, ele mesmo um $e eerenporinec” de pos cons HSL FER icine expque um pouce = gia oi scat do pora que cae Cee fn so caro (dx Come dampers pao aberto™(Habeoaes, 22h p 363,368). Se Peso leds pico que Sécates ume no clog, Seterios frgadora ver em Heidegger um pono deinfexo ms relagBes entre filosofia e poesia, as também wma modificago ch propria compreensio acerca da inguagem. ‘O Séerates dos dislogosplatonicos marcara o surgimento cde uma compreensio acer d linguagem que determinari todo © desenvolvimento faruro dessa questio: a linguagem fila de algo, de um tie por meio dela o ser dese algo nos &acessive e acesivel para 0s outros. Heidegger vem alterar, de certo modo, ‘esa stua¢0.A aproximacio, por ele proposta, entre pensamenta «© poesia trz, de novo, para o campo da flosofia,o elemente poético, a partir do reconhecimento de que toda fla & em si ‘mestna,poética:"Poesia nunca é propriamente apenas um modo (dios) mais elevado da inguagem cotidiana,Ao contrrio. E a fala cotidiana que consste num poema esquecido e desgastado que quase nifo mais ressoa” (Hraprocen, 2004a,p.24). Niewsche vit © mesmo fendmeno quando afirmou que “no hi nats nilidade nifo re6rica da linguagem, que possamos convocar” (Nurrzscur, 1971, p. 111). Heidegger confirma: “Nio existe linguagem natural no sentido de que a linguagem constinuria uma natureza humana, senta de destino, simplesmente dada e existente” (Hepecore, 2004c, p13), Retomara poesia e a sofistica significa, entio,reconhe- ‘eer,no que concerne filosofia,"a peculiaridade, com que a Puatho ion a9 iin. See a a cen en ‘outras coisas através da linguagem” (Hetpeccrr, 2004a, p. 9), 0 foné certamente o lugar inaugural em que todas essas Ss rs de ncn €deaceo acer ca Sa — Referencias: ALLIEZ, Enc: Ontsloge et logographie- La pharmacie, Paton et le smulaereIn N pi rr rods: Texte eis pa Barbara Cassin Pars Seu 1992, 221. (Collection Chemins de Pensée) ‘CANTO, Monique-Insoduction-In:PLATON. fon Tinduit par Mo- sigue Cant. Pars: Flammarion, 1989 FLORESCUVaile La gentse dela shézorigue. to: La org el oshdoriqu Tad da oumain par Melania Munteam, Pais Belles Lets, 1982.62. HEIDEGGER, MAA linguage. eA camino d lingugen. Tradusio de Marcia Si Cavalcante Schuback.Peripali, Rj: Voze; Braga Paula, SP:Sio Francisco, 20083, HEIDEGGER, M, De uma coavers sobre linguagem entre um Jiponés e um pensadorTaducio de Emmanael Carneiro Leo bn 4 camino da inguagen. Traduo de Maria Si Cavalcante Schuback. ee ee es (Colegio Pensamento Humano,) ee sito Lele, Rio de anciro:Tempo Brasileiro, 1987, 115. 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Pars tan fe indipenel a0 eadorque thse paso por una nga experncia de penindo profesora Carmen Lica Magus Pas experiencia oni aera tent, ong de mats anos desde So to dowrorada dos dilgos de Plo prin de qe or ilogo de Peo (stm a Hest jum todo) so acima de tudo um texto. Tal aprendizado_ ‘alriar exe texto uo mismo, de al modo que dade da flosofia ad fils de Plito,em cape esivesem em prieio lyr una vee que buciseron a

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