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-> Influências principais: hinduísmo (noção de véu de Maya, moral da compaixão,

ascetismo), Platão (a noção de Ideia) e Kant (a distinção entre fenômeno e coisa-em-si)

O mundo como representação -> isto é, como fenômeno

- retomada do kantismo com pequenas diferenças (p. ex.: para Schopenhauer não há
categorias puras do entendimento, mas apenas as intuições – além do espaço e do
tempo, a causalidade)

- o conhecimento representativo (do mundo fenomênico) é a forma de conhecimento


ordinária, seja no modo do senso comum, seja no científico e filosófico

O mundo como Vontade

- recusa da abstração “sujeito transcendental” (apesar do reconhecimento de sua


utilidade didática) pela afirmação do sujeito-do-conhecimento como corpo

- o que há de mais forte no corpo? A vontade. O fato de sermos desejantes, eis nossa
essência.

- se o algum conhecimento da coisa-em-si é possível, ele deve ser indicado pelo corpo.
Por quê? Porque o corpo é o único objeto imediato, isto é, sem mediação. Por quê?
Porque ele é o mediador necessário do conhecimento dos demais objetos.

- ora, se o fenômeno mais perfeito, porque mais forte, do objeto imediato (o corpo) é
a vontade, essa é a palavra mais adequada para nomearmos a essência da coisa-em-si

- essa passagem (essência do corpo -> essência da coisa-em-si) é possível por analogia.
Mas essa analogia não é sem fundamento. Se o princípio de individuação é próprio do
mundo fenomênico, na coisa-em-si não há distinção entre indivíduos. Logo, se a
essência do corpo é vontade, a essência de tudo no mundo tem de ser vontade.

Terceira parte do MVR:

* Trata das Artes como formas de apreciação das Ideias (no sentido platônico, mas
com alterações: p. ex., não é o conhecimento racional que nos levas às Ideias, mas as
artes – ao contrário do que defendia Platão!)

+ a apreciação de uma obra de arte implica em um grau de liberdade, pois


contemplamos a obra como puros sujeitos do conhecimento (onde “puros” quer dizer:
destituídos de vontade, desinteressados)

* Trata também dos aspectos existenciais da vida humana -> o pessimismo de


Schopenhauer: todo desejo é fonte de sofrimento; se a nossa essência é vontade,
somos necessariamente sofredores

Quarte parte do MVR:


* Trata da Filosofia moral de Schopenhauer - > se o desejo é fonte de sofrimento, a
elevação moral implica na negação do desejo, na negação da Vontade como supressão
da vontade individual

* É o “asceta” que consegue suprimir a vontade individual, por um exercício raro e


vacilante -> a Filosofia moral schopenhaueriana é uma valorização do ascetismo

* O fundamento metafísico da moral que, como fundamento metafísico, traz


universalidade é a compaixão. Se o princípio de individuação é ilusório, somos todos
um, o outro é uma ilusão. Assim, o sofrimento do “outro” (como fenômeno) é o meu
sofrimento. Não há outra possibilidade de elevação moral senão através do
sentimento da compaixão, que gera o cuidado com o outro.

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