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RESUMO: FILOSOFIA

❖ CORPO:
-Culto ao corpo sarado, magro e jovem (independentemente de como atingiu);
“corpo irreal”

Guiles Lipovetsky
- Na sociedade pós-moralista, os deveres foram substituídos por tarefas com o
objetivo de atingir o corpo perfeito;
- Antes dessa, a sociedade era regida por éticas e virtudes que impunham uma série
de deveres (Sociedade moralista).

A FILOSOFIA E O CORPO:
− Os gregos davam muita importância ao corpo. Para eles o humano era
composto por soma (corpo) e psique (alma).
− Na idade média (cristianismo medieval) o corpo era desvalorizado por
“aprisionar a alma"; era até mesmo considerado fonte do pecado, impuro.
− Na era moderna (capitalismo) o corpo e visto como objeto de trabalho;

OBS.: As representações do corpo mudam de acordo com o tempo.

❖ CORPOREIDADE:
- É sermos um corpo presente no mundo;

PLATÃO
− Dualismo psicofísico: Dividido em mundo sensível e mundo inteligível.
− Sensível: Mundo inferior, é finito e corpóreo e o corpo e dado como
embalagem para a alma.
− Inteligível: Mundo superior das ideias, é infinito, ou seja, imortal e é onde
reside a alma.
− As IDEIAS são eternas e sempre existiram (fazem parte de um mundo
perfeito)
− Na criação do mundo em que vivemos (imperfeito), um espírito artesão, o
DEMIURGO, contempla a ideia e a materializa imperfeitamente no mundo,
várias vezes
− A alma tem a mesma constituição das ideias, ou seja, é perfeita e imortal
− O humano vivo, é a combinação indissolúvel de alma e corpo, ou seja, se o
humano cuida do corpo, ele cuida da alma
− Quando o corpo morre, a alma volta ao mundo das ideias e pode reencarnar
ARISTÓTELES
− Define uma noção de hilemorfismo, dois princípios diferentes, porém
complementares, matéria e forma.
− Matéria: É o corpo.
− Forma: É a alma.
− Essa concepção pode ser considerada orgânica: A alma e o corpo trabalham
em conjunto, ou seja, são interdependentes. A alma ainda é vista como a
anima do corpo.

− RETOMADA DOS VALORES (ESCOLÁSTICA E PATRÍSTICA)


− Na idade média há uma retomada dos valores de Aristóteles e Platão sobre
os preceitos do cristianismo, o corpo assim passou a ser visto como uma
fonte de pecado e a alma como expressão da pureza divina.

ESPINOSA:

− Usa a palavra mente ao invés de alma. Não há separação entre corpo e


mente, ambos formam uma única unidade: Corpo-Mente.
- Antes na visão dualista a alma propulsionava o corpo e o corpo permitia a ação da
alma. Com o corpo sendo apenas uma unidade Espinosa explica como ele age:
Afetos triste e alegres.
Alegres: Aumentam a potência de agir do corpo
Tristes: Diminuem a potência do corpo.

NOVOS CONCEITOS (Idade moderna séc. XX):


− A filosofia e fisiologia são mecanicistas, ou seja, objetificam os corpos e o
corpo só ganham valor quando tem uma alma.

MAURICE MERLEAU-PONTY
− Corpo próprio: Compreendemos as coisas como um corpo, “sou um corpo
logo existo”.
− Corpo próprio também é o corpo que percebe, pensa e atua sobre si mesmo,
porque pensou; Sede da percepção de mundo e de si mesmo e Possibilidade
única de existência concreta
− Critica a visão mecanicista.

MICHEL FOUCALT
− Atuação do poder sobre o corpo: forma de submissão do corpo, por meio de
mecanismos diversos.
− Ex.: Padrões de beleza.
− Principal mecanismo: Poder disciplinar, atua individualizando os corpos, ele é
exercido em instituições, como escolas e indústrias. Esse tipo de controle faz
com que os corpos sejam presos pelas identidades que lhe são atribuídas.
− Efeito positivo da disciplina: possibilita a autoconsciência e o
autoconhecimento do indivíduo p/ com o corpo
− Essa tomada de consciência, permite a revolta do corpo, buscando mais
liberdade e menos controle.

BUTLER
− “O que não pode um corpo?”
− Um corpo não poder independente de outros corpos.

• Sexo, Gênero e Sexualidade


− Sexualidade: Todo o corpo humano é sexuado.
− Mecanicismo: Nessa visão temos o sexo como algo puramente biológico
(feminino e masculino). A partir dessa visão existem coisa que só as mulheres
podem fazer assim como tem coisas que só homens podem fazer. (ex:
Roupas), Visão simplista.
− O sexo é biológico, mas as maneiras de viver o sexo são culturais
− Perspectiva heteronormativa e cis normativa, criadas a partir de uma visão
moralista do sexo

− A questão do gênero: vivência da sexualidade biológica e cultural

− Condição da mulher na sociedade


− Ninguém nasce mulher, torna-se mulher
− Não existe uma natureza feminina

PLATÃO E A UNIVERSALIDADE DO VALOR


− "A república", obra de Platão
− Nessa obra ele exemplifica um modelo perfeito: A CIDADE JUSTA, onde
pessoas encontrariam felicidade vivendo com sua própria natureza, fazendo a
escolha de valor correta e a partir disso agir corretamente!
− P/ Platão, somos felizes quando vivemos de acordo com nossa própria
natureza e não contra ela
− P/ garantir a felicidade de uma cidade, é necessário proporcionar aos
cidadãos o autoconhecimento
− Como conhecer a natureza de cada um? R: Através do processo educativo,
onde crianças são entregues ao estado, receberiam uma mesma educação
de ginástica (p/ corpo) e música (p/ alma), até que um adulto/ tutor reconhece
neles a natureza ou caráter.

O TEMPERAMENTO DA ALMA (Platão)


− Psique (anima em Latim): elemento que dava vida ao corpo; dá ânimo a vida
− Alma (caráter) Concupiscível: Se localiza no ventre, está relacionada a
desejos e paixões
− Alma (caráter) Irascível: Se localiza no peito, está relacionado a irritação
− Alma superior/Racional: Se localiza na cabeça, se relaciona a pensamento
− As três almas têm uma relação direta com a forma de agir
− O temperamento das almas: forma como as 3 almas se misturam

A CIDADE JUSTA (Platão):


− A cidade justa devia ter 3 classes sociais
− Pessoas de caráter concupiscível: Responsáveis pela produção; artesãos e
profissionais em geral
− P. de caráter irascível: Guerreiros e guardiões
− P. de caráter racional: Administradores, responsáveis pela gestão
− Cada classe contribuiria ao seu modo para com as necessidades da
comunidade

− Virtuoso: Age de acordo com a própria natureza


− Pessoa capaz de fazer o bem p/ si e p/ outros
− Virtude: principal valor compartilhado na cidade justa
− A virtude nasce conosco, porém p/ alcançar é necessário o autoconhecimento
− Justiça, virtude e felicidade são valores universais

A HISTORICIDADE DOS VALORES


− Nietzche: critica Platão e a universalidade dos valores
− Valores são produzidos historicamente de acordo com o contexto social
− Escala de valores e hierarquia: problema da filosofia
− Moral: prescrição de formas de agir com base em valores universais
− Genealogia: Estuda da origem (de um indivíduo, família, grupo social,
palavras ou conceitos)
− P/ Nietzsche, genealogia, é uma investigação filosófica, histórica e filológica
de palavras, saberes, práticas e instituições p/ revelar os valores em que se
baseiam o alvo de investigação
− Nietzche antecipou as críticas as formas autoritárias de poder do séc. XX
(fascismo e nazismo)
− Moral de rebanho: Grupos seguem um líder
− “a união faz a força”, moral dos fracos; se os indivíduos fossem fortes por si
mesmos, não precisariam se unir
− Há uma inversão de valores que leva as pessoas a pensar que ser fraco é
melhor que ser forte
Caráter ativo e reativo
− Vontade de poder/potência: impulso vital
− Esse impulso/força é orgânico e biológico; força expansiva
− Faz com que afirmemos a vida e queiramos permanecer vivos
− Está presente em todos os indivíduos e se manifesta quando conhecemos
− Vontade de poder forte: ativa
− Vontade de poder fraca: reativa

Caráter ativo:
− Indivíduos que são capazes de afirmar a si mesmos por meio da ação
− Dizem um grande sim a vida
− Vivem de forma intensa
− Se baseia na afirmação

Caráter reativo:
− Não é capaz de afirmar a si mesmo senão por meio da negação do outro
− Não age, reage
− Ação sem impulso criador
− Centrado em negação

A inversão de valores
− Acontece por conta da crença na imortalidade da alma e o cristianismo
− Se eu creio que sou imortal, deixo de afirmar a vida como conheço
− O cristianismo que levou a resignação da vida terrena difundindo preceitos
cristãos
A moral:
− Ativa: Moral dos fortes, e moral dos nobres, afirma as qualidades
− Reativa: moral dos fracos, moral de rebanho, centrada em submissão...
− O ressentimento na moral de rebanho: não superam ou esquecem
determinadas situações

Felicidades:
− Felicidade ativa: ser feliz é viver ativamente, criando e produzindo
− Felicidade passiva: Entorpecimento, se é feliz esperando algo que se queira
possuir

VALOR, ESCOLHA E LIBERDADE:


− Jean-Paul Sartre
− Trabalha com o método fenomenológico, tem o conceito central de
consciência
− Consciência: realidade do ser humano
− P/ a Fenomenologia: Consciência é vazia de conteúdo, se caracteriza por ser
um ato
− O ser consciente é aquele que observa o mundo e percebe que está vendo

− Valor p/ Sartre: forma de ser da consciência; aquilo que nos falta; faz com que
atuemos p/ anulá-la; impulsiona o indivíduo p/ ação...
− Produzimos valores porque somos seres conscientes

− Valor e vontade: mesma forma de ser, ambos são faltas


− Vontade: Temos daquilo que não possuímos
− Quando se junta ação e pensamento em busca de um desejo, a consciência
produz novos valores
− A falta constitui a consciência
− TRANSCENDÊNCIA: superação de si mesmo
− P/ Sartre é impossível existir uma moral que fundamente normas e leis em
valores absolutos e abstratos
− Moral: além de ser relativa, é baseada em ações individuais

− Relação consciência-valor e consciência-conhecimento


− Conhecimento: objeto que move a consciência na produção do saber
− A consciência reflexiva, reflete, volta sobre si mesma virando objeto do
pensamento
− Nem toda consciência é moral
− Um valor NUNCA será absoluto e universal
− Uma moral baseada em um valor considerado absoluto, é uma moral de má-

− O ÚNICO VALOR p/ o humano, é a REALIDADE HUMANA, pois tudo que se
faz, é construção da nossa realidade
− “Sem mundo e sem humano, não há valor”
− Quando se cria um valor, cria-se uma abstração irreal p/ manipular as
consequências e a realidade humana.

Por toda a história da humanidade, legisladores morais cerceiam a liberdade


humana de inúmeras formas, com o respaldo fictício de um valor absoluto, ainda
mais fictício; isso, somado ao fato da existência de angústias existenciais do
humano, faz com que haja uma dominação concreta. Estar submetido a esses
valores absolutos, e ter coragem p/ abandonar as ações feitas a partir deles,
fundamenta as revoltas políticas em busca da liberdade

CONDENADO A SER LIVRE


− Ser humano é livre
− Liberdade= escolha
− Liberdade de escolha = consequências
− Quando se escolhe, avalia-se a partir de valores de referência
− Se não há valores, escolhemos algo p/ preencher a ausência
− A ausência de valores se trata de uma constituição própria da consciência
− “ O ser humano está condenado a ser livre”
− A vida consiste em agir
− Condição paradoxal humana: Ao mesmo tempo que estamos condenados a
agir, somos livres p/ escolher e arcar com a responsabilidade das escolhas
feitas livremente
− Liberdade como ato, implicam responsabilidade

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