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RESUMO
Podemos afirmar que o ensino-aprendizagem, significa, entre outras coisas, desenvolver aptidão
para habitar o conflito nas relações com os outros e consigo mesmo. É nesse sentido que
afirmamos que eliminando sumariamente os conflitos, as contradições, e as diferenças,
acabamos nos enveredando pela dominação do um que sabe. Mais do que isso, Espinosa (2009)
nos propõe uma maneira de conhecer que precisa ser em si mesma um remédio para nossa
existência, trata-se do gozo de certa forma de afetividade que se dá num jogo de forças afetivas,
e sempre políticas, portanto. Isso posto, este texto tem como objetivo investigar as relações
entre mente, corpo, conhecimento e afetividade. Bem como as possibilidades didáticas
viabilizadas para converter a sala de aula em ferramenta para politizar nossos afetos. Assim
sendo, esta proposta surge de observações e práticas implementadas no NEL - núcleo de estudos
de línguas - que está vinculado ao EREM Eleanor Roosevelt - Recife - PE. E se fundamenta
teoricamente em autores como FREIRE (2015), HOOKS (2013), WALSH (2015) e ALVES
(1994), levantando as implicações desses pensadores para a prática pedagógica. Por extensão,
afirmamos que esta proposta trata-se, pois, de uma alternativa a perspectivas e
interpretações que historicamente nos encarceraram em categorias homogêneas. Logo,
este ato político, nos apresenta outras formas de construir relações humanas, e por isso,
confiamos que esta pesquisa corrobora na direção de práticas educacionais mais
generosas.
G 18 Educação Emocional
1
Doutoranda em Letras da Universidade Federal de Pernambuco- PE, luanavalois30@gmail.com
uso politico das emocoes - nao e contrio a razao - estao juntos
lembrar é uma militancia
pedacos da minha alma
safatle medo como fundamento do facismo
paulo freire e a esperanca de esperancar
hana arent
historizizar os afetos
os afetos nos moldam
devemos politizar nossos afetos
Entendemos que pesquisar línguas, linguagens e literaturas como prática transformadora e
cidadã.
Poéticas - abre canais de diálogo/ e tem marcas da alteridade. e éticas - todo ato deve ser ético.
Qual a ética está encarnada em nós ? - linguagem verbal e não verbal estão encarnadas do
colonial.
Antes de Espinosa, podemos citar dois filósofos que julgaram responder à questão mente-corpo.
Platão definiu a mente, ou alma [Psykhé], como “o piloto do navio”, dando preferência para a
alma que devia guiar o corpo. Aristóteles definia o corpo como órganon da alma, mero
instrumento no seu aperfeiçoamento, dando preferência e supremacia para esta e não àquele.
Todo sistema cristão e posteriormente a filosofia de Descartes foram influenciados por esse
pensamento. A alma como guia do corpo, sua mestra e condutora. O corpo como “morada da
alma”, algo perecível, até mesmo sujo, descartável, pecador, inferior. Desta forma, a consciência
estava salva e a religião cristã também. Ainda hoje estas ideias correspondem à visão da maioria
das pessoas.
Mente e corpo são um só: modificações de uma mesma substância que se mostra ora como
mental, ora como material. A filosofia de Espinosa pode ser definida como um monismo
irrestrito. Espinosa pretende responder à pergunta “o que pode o corpo?” ( ), mas nós aqui nos
perguntamos: o que pode a mente? Como é possível e para que serve a mente? Através da
definição de Espinosa do conceito de podemos chegar à resposta. Tudo que existe quer
manter-se em si mesmo, e realiza um esforço nesta direção. O objetivo do corpo é continuar
existindo, ele é natureza (mesmo aparentemente separado dela através da pele) e procura manter
sua forma própria. Cada corpo é singular e define sua causa interna de existência, rompendo
com causas exteriores ou finalismos de qualquer tipo. A veja aqui “O pensamento é um atributo
de Deus, ou seja, Deus é uma coisa pensante” Espinosa, Ética II, prop 1 “A extensão é um
atributo de Deus, ou seja, Deus é uma coisa extensa” – Espinosa, Ética II, prop 2
A ordem e a conexão das ideias é o mesmo que a ordem e a conexão das coisas”
A potência de Deus é igual à sua potência de pensar. O mesmo pode ser dito de nós,
modificações dos atributos divinos, a potência de nosso corpo é simultaneamente a nossa
potência de pensar. Deus não produz de maneira desordenada, há uma correspondência entre os
atributos, há uma igualdade porque a mesma substância se expressa de diversas maneiras. Não
há superioridade da alma sobre o corpo como imaginaram vários pensadores antes de Espinosa.
Mente e alma são ativos ou passivos juntos, estão em igualdade de condições sem que haja a
possibilidade de um reinar sobre o outro.
O que, primeiramente, constitui o ser atual da mente humana não é senão a ideia de uma coisa
singular existente em ato” – Espinosa, Ética II, prop 11
Todas as informações que a mente recebe vêm dos estímulos corporais. Tudo que a mente sabe,
ela sabe através de um corpo que é afetado, que existe em ato. Ou seja, o que é percebido na
mente humana é exclusivamente o que acontece com o corpo. A mente é ideia do corpo, o
pensamento só acontece por força dos corpos que nos afetam. Não poderíamos ser, como
gostariam alguns, cabeças flutuantes, almas incorpóreas. Precisamos estar mergulhados na vida,
plenamente. A modificação no nosso corpo corresponde a uma modificação na alma. A ordem e
a conexão das ideias é o mesmo que a ordem e a conexão das coisas” – Espinosa, Ética II, prop
7 “ O que, primeiramente, constitui o ser atual da mente humana não é senão a ideia de uma
coisa singular existente em ato” – Espinosa, Ética II, prop 11 “ Quanto mais um corpo é capaz,
em comparação com outros, de agir simultaneamente sobre um número maior de coisas, ou de “
padecer simultaneamente de um número maior de coisas, tan mais sua mente é capaz, em
comparação com outras, de perceber, simultaneamente, um número maior de coisas”
A mente conhece seu corpo através das ideias das afecções dele. E ao mesmo tempo em que tem
ideias deste corpo, tem simultaneamente ideias destas ideias. Mas estas ideias envolvem a
natureza do nosso corpo e do corpo externo. Por isso não podemos conhecer adequadamente os
corpos exteriores, suas essências, porque sabemos apenas dos efeitos que estes corpos nos
causam. O conhecimento que temos é definido por Espinosa como de ou imaginativo. Este
conhecimento é inadequado porque tem acesso ao mundo exterior apenas através de seu corpo,
ou seja, o conhecimento dos objetos se mistura com o estado de nosso próprio corpo. Conforme
a Ética de Espinosa se desenvolve, ele nos indica o modo mais adequado de sair do primeiro
gênero do conhecimento e entrar no segundo, o racional, que só é possível com as . A intenção é
sair da imperfeição das ideias confusas para entrar nas ideias que exprimam o máximo possível
nossa essência. O objetivo de Espinosa é alcançar o conhecimento adequado de nosso corpo e
dos corpos que nos cercam, e com isso pôr fim à ignorância, à miséria humana, sua servidão,
seus medos, suas superstições que negam o prazer e a felicidade. O caminho para a razão
acontece apenas com as experiências do corpo, pelos encontros que convêm e que nos
preenchem de alegria. A união mente-corpo se torna clara quando o corpo não é mais afetado de
tristeza. Quanto mais triste estamos, pior nossa capacidade de pensar e pior nossa capacidade de
agir. Podemos concluir que a mente pode pensar tanto quanto o corpo pode agir, um vale tanto
quanto o outro. Mente e corpo sofrem variações simultaneamente. A capacidade de pensar
envolve a capacidade de agir, os dois com o fim único de alcançar a liberdade, a felicidade, a
virtude e a beatitude. Em Espinosa, mente e corpo seguem juntos, duas retas paralelas que se
encontram no infinito. mais sua mente é capaz, em comparação com outras, de perceber,
simultaneamente, um número maior de coisas” – Espinosa, Ética II, prop 13, esc primeiro
gênero, Nathalie Maquet noções comuns Sobre Fundamentos Filósofos Podcast Loja Assine
Login 19/04/2023, 17:23 Espinosa - relação mente/corpo • Razão Inadequada
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corpo são paralelas às ações e paixões da alma, forma uma visão ética do mundo. A substituição
da moral pela ética é a consequência do paralelismo, e manifesta sua verdadeira significação” –
Deleuze, Espinosa e o Problema da Expressão, p. 176
O filósofo holandês Baruch Spinoza (1632-1677) foi responsável por uma revolução na maneira
de encarar os afetos, propondo uma ética dos afetos como uma alternativa à moral normativa.
Desde Platão, no século IV a.C., as paixões e os afetos eram entendidos como vícios e fracassos
que deveriam ser corrigidos por meio da razão, esta controlando os sentimentos, impulsos e
prazeres. No século XVII, René Descartes (1596-1650) estabeleceu uma separação entre mente
e corpo, uma filosofia dualista, entendendo que a mente racional tinha um poder absoluto sobre
as ações do corpo e um domínio sobre os afetos e as paixões. O corpo, na filosofia antiga e
moderna, inclusive no cristianismo, foi entendido como fonte de erro, irracionalismo e pecado,
tendo de ser continuamente controlado pela razão. Spinoza se colocou contrário a esta tradição,
entendendo que os afetos não são irracionalidade. Para ele, a felicidade não dependia do bom
uso da razão, mas de uma libertação das potências afetivas, em especial da alegria.
Assim podemos pensar uma ética dos afetos, diferente de uma moral normativa, para uma
transformação da atividade do desejo, saindo de um estado passivo para o ativo. A partir desta
ética, nossa ação seria justa e verdadeira quando primeiramente desejamos tal ação. Sua ética
não parte de valores transcendentes, como o "bom" ou o "ruim", mas propõe uma relação
imanente, que busca conhecer aquilo que nos faz bem ou mal. Neste sentido, bom é aquilo que
possibilita a passagem de um estado inferior a um estado superior. Aquilo que é bom está no
campo das paixões alegres, possibilita um elogio à vida, contrariando tudo o que nos separa
dela, como por exemplo os julgamentos e normativas morais que nos colocam contra a nossa
felicidade. O caminho para um bom uso das paixões propõe o pensamento mais ativo,
juntamente com o corpo, determinando ao invés de ser determinado.
"O caminho para se alcançar uma vida feliz implica necessariamente no aperfeiçoamento das
emoções. Há muitas paixões que diminuem o nosso conatus. E outras, por outro lado, o
aumentam. A libertação das paixões escravizadoras se encontra na substituição dessas paixões,
assegurando assim a independência e a serenidade ante as adversidades do meio." (Lima, em 'O
conceito de felicidade em Espinosa')
A ética de Spinoza não sugere o controle dos desejos, mas o uso destes de uma maneira mais
interessante. Um afeto não pode ser controlado pela razão, mas pode ser vencido por outro mais
forte, superando assim a tristeza, o ódio ou o medo, fortalecendo a potência de agir do corpo e
da mente, que passa a pensar e agir por si mesmo, passando da passividade à atividade. Spinoza
propõe utilizar a razão em favor do corpo, ao invés de controlar ou dominar os afetos. Assim
podemos deixar de buscar pautar nossas ações a partir das noções de "bom" ou "ruim", e
partimos de nossos afetos constatando aqueles que torna ativa ou passiva nossa potência de agir.
Uma vida livre consiste em substituir os afetos que diminuem nossa potência de agir pelos que
ampliam.
SPINOZA, Benedictus de. Ética. Trad.: Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
L. S. Vygotski fez recorrentes citações das obras do filósofo holandês Baruch Espinosa. Foi
desse pensador que emanou, dentro das concepções vygotskianas, a noção de corpo e sua
relação com a mente. Essa concepção repercutiu diretamente naquilo que o bielorrusso entedia
como funções psicológicas e emoções. Este artigo tem o propósito de fazer um cotejo dos
pensamentos espinosianos e vygotskianos, a fim de mostrar as influências do primeiro pensador
sobre o segundo. Conceitos como intelectualismo, os instrumentos intelectuais e o determinismo
que são encontrados na psicologia vygotskiana procedem da filosofia de Espinosa. As
aproximações entre a filosofia panteísta de Espinosa e a teoria histórico-cultural de Vygotski
permitem elucidar a constituição de um caminho alternativo para a compreensão não dicotômica
das emoções humanas. Palavras-chave: Teoria histórico-cultural, Ética, Funções psicológicas,
Emoções.
Espinosa acreditava que: [...] Também o intelecto, por sua força nativa, faz para si instrumentos
intelectuais e, por meio deles, adquire outras forças para outras obras intelectuais, graças às
quais fabrica outros instrumentos ou poder de continuar investigando, e assim prosseguindo
gradativamente até atingir o cume da sabedoria (Espinosa, 1983, p. 48-49). Vygotski,
parafraseando Espinosa, discutiu sobre uso da memória natural e demonstrou que o espírito
humano elaborou formas mais complexas, que se apresentam como instrumentos intelectuais.
Quando, culturalmente, o homem se empreende a criar diversas estratégias mnemotécnicas,
produzemse formas alternativas de memorização não dependentes exclusivamente das
condições naturais. O homem experimentaria a verdadeira liberdade; ou seja, deixar-se-ia
conduzir pela razão com a finalidade de formar funções
pelo menos é o que pensava Vygotski em relação à Espinosa quando afirmava que a: [...] teoria
fundamental de Espinosa é a seguinte. Ele era um determinista e, diferente dos estoicos,
afirmava que o homem tem poder sobre os afetos, que a razão pode alterar a ordem das
conexões das emoções e fazer com que concordem com a ordem e as conexões dadas na razão.
Espinosa manifestava uma atitude genética correta. No processo de desenvolvimento
ontogenético, as emoções humanas entram em conexão com as normas gerais relativas tanto à
autoconsciência da personalidade como a consciência da realidade (Vygotski, 1997, p. 87).
Porém, a nosso ver, o que há por trás destas três denúncias é o corpo, mas não somente o corpo
que temos ou o corpo que nos constitui, mas sim o corpo como um modelo para a filosofia. Eis
o escândalo de Espinosa. Espinosa propõe aos filósofos um novo modelo: o corpo. Propõe-lhe
instituir o corpo como modelo: ‘não se sabe o que pode o corpo...’ Esta declaração de
ignorância é uma provocação. Fala-se da consciência e de seus decretos, da vontade e de seus
efeitos, dos mil meios de mover o corpo, de dominar o corpo e as paixões – mas nós nem sequer
sabemos de que é capaz um corpo. (DELEUZE, 2002, p. 24)
Dada esta segunda característica da mente, desse modelo que vai de par com o que pode o
corpo, Espinosa vai dizer então que seu conhecimento está condicionado a uma compreensão
precisa da natureza do corpo, e, para além disso, que a própria diferença entre uma ideia e outra,
bem como a superioridade de uma mente sobre outra mente, está sujeita ao conhecimento da
natureza de seu objeto que é o corpo (EII, P13, esc.). Digo, porém, que, em geral, quanto mais
um corpo é capaz, em comparação com outros, de agir simultaneamente sobre um número maior
de coisas, ou de padecer simultaneamente de um número maior de coisas, tanto mais sua mente
é capaz, em comparação com outras, de perceber, simultaneamente, um número maior de coisas
[...] É por esses critérios que podemos reconhecer a superioridade de uma mente sobre as outras,
bem como compreender por que não temos de nosso corpo senão um conhecimento muito
confuso, além de muitas outras coisas, as quais deduzirei, a seguir, do que acabo de expor (EII,
P13, esc.).
Um corpo não é uma substância ou uma coisa separada das outras, mas um modo, uma parte
intensiva de um todo do qual depende seu esforço de perseverar no ser, seu movimente e seu
repouso, sua velocidade e sua lentidão. Essa diferenciação relativa ao movimento, segundo
Espinosa, é aquilo que se refere sobretudo aos corpos mais simples (que, embora em graus
variados, são todos animados, isto é, possuem pensamento). Todavia, há ainda os corpos mais
compostos, cuja distinção, por sua vez, darse-á pelo seu grau de composição. Quando corpos
quaisquer, de grandeza igual ou diferente, são forçados, por outros corpos, a se justaporem, ou
se, numa outra hipótese, eles se movem, seja com o mesmo grau, seja com graus diferentes de
velocidade, de maneira a comunicarem seu movimento uns aos outros segundo uma proporção
definida, diremos que esses corpos estão unidos entre si, e que, juntos, compõem um só corpo
ou indivíduo, que se distingue dos outros por essa união de corpos (EII, P13, Def.).
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Universidade Federal Fluminense e psicólogo do quadro efetivo da Secretaria Municipal de
Educação da Cidade do Rio de Janeiro. Rj, Brasil. E-mail: renatogivigi@gmail.com. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-4896-5461. 2 No endereço http://spinozamericas.blogspot.com.br/ o
leitor pode encontrar reunidas as informações a respeito dos principias eventos, grupos de
estudo e publicações existentes em torno da filosofia de Espinosa. Acesso em: 10 Set. 2019.
_____________________________________________________________________ Revista
Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, V. 5, N.3- pág. 401-422 set-dez de 2019:
“Educação: Corpo em movimento.” – DOI: 10.12957/riae.2019.45273 421 3Esta publicação
encontra-se disponível no endereço eletrônico:
https://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/rfe/issue/view/262. Acesso em: 10 Set. 2019. 4 Vale
ressaltar que o “antes” aqui não diz respeito a um exercício de preparação que antecede a vida
mesma, como é o caso da moratória social produzida pela escolarização moderna. Curar a
inteligência diz respeito a uma maneira de viver, no sentido de uma dietética na relação com
pessoas e coisas. 5 O sistema de referenciação dos estudos espinosanos convencionado por seus
estudiosos e indicado pelo próprio Espinosa se organiza da seguinte forma: E – Ética
Demonstrada em Ordem Geométrica (P – Proposição; A – Apêndice; Ax. – Axiomas; Cor. –
Corolário; Def. Af. – Definição dos Afetos; Def. – Definição; Dem. – Demonstração; Ex. –
Explicação; Pref. – Prefácio; L – Lema; Esc. – Escólio); TP – Tratado Político (Cap. e
parágrafos); TIE – Tratado da Emenda do Intelecto (parágrafos), TT-P – Tratado Teológico
Político (Cap. e páginas). 6 EII, P10, esc. 7 Segundo Chauí (1990, p. 60), a grande novidade do
espinosismo seria esta, ou seja, a de imprimir o infinito no finito, de conceber os modos finitos
como determinações do próprio infinito. 8 EII, P5, Cor. e EII, Def. 3, onde se diz: “Por ideia
compreendo um conceito da mente, que a mente forma porque é uma coisa pensante.
Explicação. Digo conceito e não percepção, porque a palavra percepção parece indicar que a
mente é passiva relativamente ao objeto, enquanto conceito parece exprimir uma ação da
mente”. 9TIE §12 e §13. 10 “É, pois, por um único movimento que chegaremos, se for possível,
a captar a potência do corpo para além das condições dadas do nosso conhecimento, e a captar a
força da mente, para além das condições dadas da nossa consciência” (Deleuze, 2002, p 24).
11EII, P15, esc. 12 Esses trechos compõem um texto montado de conversas com Deleuze e
Guattari, recolhidas por Robert Maggiori, no jornal parisiense Libération (12 de setembro
1991), p. 17-19. Estes foram traduzidos para o português e publicados em Revista Trágica:
estudos de filosofia da imanência (MAGGIORI, 2015). 13 Cabe-nos ao menos fazer notar, uma
vez que esta inflexão nos faria ultrapassar o escopo de um artigo, que este modo específico de se
relacionar com o saber e com os outros pode também ser extraído dos eventos cotidianos da
vida de Espinosa, ou seja, na forma como ele mesmo se comunicava com seus pares, seus
opositores intelectuais, e também com pessoas comuns. Espinosa não está alinhado com a
tradicional imagem do filósofo solitário e sisudo. Seu pensamento e sua obra foram constituídos
e constantemente reformulados à base de comunicações intensas. Numa de suas inúmeras trocas
epistolares, por sinal com um de seus opositores, um teólogo calvinista de nome William de
Blyenbergh, Espinosa deu a esta relação o nome de “erudição mútua” (erudire possimus), daí
nos utilizarmos desta noção ao longo do texto (Obra Completa II, p. 129, Ep. 21). Foram muitos
aqueles com que o pensador de Amsterdã pode estabelecer tal relação. Albert Burgh, Oldenburg,
Boxel, De Vries, Tschirnhaus, Boreel, Balling, Koerbagh, Bouwmeester, Meyer, Jelles, apenas
para citar alguns que fizeram parte daquilo que podemos chamar de círculo de amigos de
Espinosa. A título de exemplo, gostaríamos de mencionar, todavia, o famoso episódio da viúva
Van Velden, uma pessoa comum. Indo morar em Haia, Espinosa ficou alojado em sua pensão
por um curto período de tempo. Já tendo notícias da posição crítica de Espinosa com relação às
escrituras sagradas, esta o questiona se poderia ser salva através da religião que seguia.
Espinosa, mesmo tendo uma maneira diversa de pensar esta questão, não busca persuadi-la às
suas opiniões, respondendo apenas: “Vossa religião é boa, vós não deveis procurar outra nem
duvidar que vós não obtenhais vossa salvação, contanto que ao vos dedicar à piedade, vós leveis
ao mesmo tempo uma vida agradável e tranquila” (Colerus, 2015). Como podemos perceber,
essa não seria a imagem típica de um professor, que tradicionalmente, como um pastor, se
esforça em transmitir aquilo que acredita ser a verdade, ainda que de formas mais abrandadas,
lúdicas, pseudodemocráticas, ou ao gosto do freguês, como se passa no contemporâneo. Ora,
como já o vimos, a atitude de Espinosa assenta-se em sua concepção imanente de conhecimento,
relativa a um afetar-se melhor que corresponde a própria noção de verdade. Desse modo,
enquanto a Sra. Van Velden o questiona sobre as consequências de se substituir uma verdade
transcendente por outra, Espinosa, como um exímio educador, a responde de forma imanente,
compositiva. Ou seja, se aquilo em que acredita a faz bem, não há porque mudar. Em Espinosa,
o sábio é aquele que alcançou o gozo de uma certa forma de afetividade, enquanto o vulgo é
aquele que vive oscilando de uma verdade transcendente a outra, acreditando apenas aquilo que
ainda não o enganou, coisa que as religiões, os políticos e os marqueteiros sabem muito bem
como aproveitar. 14 “Por afeto compreendo as afecções do corpo, pelas quais sua potência de
agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo, as ideias dessas
afecções. Explicação. Assim, quando podemos ser
_____________________________________________________________________ Revista
Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, V. 5, N.3- pág. 401-422 set-dez de 2019:
“Educação: Corpo em movimento.” – DOI: 10.12957/riae.2019.45273
O amor cura. Nossa recuperação está no ato e na arte de amar. Meu trecho
favorito do Evangelho segundo São João é o que diz: "Aquele que não ama
ainda está morto".
Muitas mulheres negras sentem que em suas vidas existe pouco ou nenhum
amor. Essa é uma de nossas verdades privadas que raramente é discutida
em público. Essa realidade é tão dolorosa que as mulheres negras raramente
falam abertamente sobre isso.
Não tem sido simples para as pessoas negras desse país entenderem o que
é amar. M. Scott Peck define o amor como "a vontade de se expandir para
possibilitar o nosso próprio crescimento ou o crescimento de outra pessoa",
sugerindo que o amor é ao mesmo tempo "uma intenção e uma ação".
Expressamos amor através da união do sentimento e da ação. Se
considerarmos a experiência do povo negro a partir dessa definição, é
possível entender porque historicamente muitos se sentiram frustrados como
amantes.
Num contexto onde os negros nunca podiam prever quanto tempo estariam
juntos, que forma o amor tomaria? Praticar o amor nesse contexto poderia
tornar uma pessoa vulnerável a um sofrimento insuportável. De forma geral,
era mais fácil para os escravos se envolverem emocionalmente, sabendo que
essas relações seriam transitórias. A escravidão criou no povo negro uma
noção de intimidade ligada ao sentido prático de sua realidade. Um escravo
que não fosse capaz de reprimir ou conter suas emoções, talvez não
conseguisse sobreviver.
Quando eu dava aulas sobre o livro Sula, de Toni Morrison, reparava que
minhas alunas se identificavam com um trecho no qual Hannah, uma mulher
negra já adulta, pergunta a sua mãe, Eva: "Em algum momento você nos
amou?" E Eva responde bruscamente: "Como é que você tem coragem de me
fazer essa pergunta? Você não tá aí cheia de saúde? Como não consegue
enxergar?" Hannah não se satisfaz com a resposta, pois sabe que a mãe
sempre procurou suprir suas necessidades materiais. Ela está interessada num
outro nível de cuidado, de carinho e atenção. E diz para Eva: "Alguma vez você
brincou com a gente?" Mais uma vez, Eva responde como se a pergunta fosse
totalmente ridícula: Brincar? Ninguém brincava em 1895. Só porque agora as
coisas são fáceis, você acha que sempre foram assim? Em 1895 não era nada
fácil. Era muito duro. Os negros morriam como moscas... Cê acha que eu ia
ficar brincando com crianças? O que é que iam pensar de mim?
Não é por acaso que o diálogo sobre o amor no livro Sula se dá entre duas
mulheres negras, entre mãe e filha. Sua relação simboliza uma herança que
será reproduzida em outras gerações. Na verdade Eva não alimenta o
crescimento espiritual de Hannah, e Hannah não alimenta o crescimento
espiritual de sua filha, Sula. Mas Eva simboliza um modelo de mulher negra
"forte", de acordo com seu estilo de vida, por sua capacidade de reprimir
emoções e garantir sua segurança material. Essa é uma forma prática de se
definir nossas necessidades, como naquela canção de Tina Turner: "O que é
que o amor tem a ver com isso?"
Se Conhecêssemos o Amor
Voltando a falar da mãe de Keshno, é provável que a dor de sua filha tenha
trazido recordações de suas próprias feridas, nunca reveladas. Será que
assumiu aquela atitude crítica, dura, ou mesmo cruel, para não se expor,
chorar, e deixar de ser "uma mulher negra forte"? Mas se tivesse chorado, sua
filha saberia que ela se identificava com aquela dor, que seria possível falar
sobre o assunto, que não precisaria guardar essa dor.
Essa atitude representa o que muitas de nós presenciamos em circunstâncias
semelhantes - ela mantinha o controle. Até mesmo sua postura física
significava que mantinha o domínio da situação. Claro que, como mulher negra,
essa mãe queria que sua presença fosse mais poderosa do que as meninas
brancas. Um modelo de mãe que sabe como apoiar sua filha numa situação de
sofrimento é representado no romance Sassafrass, Cypress e Indigo, de
Ntozake Shange. Esse livro retrata mulheres negras como personagens
fortalecidos pelo amor de sua mãe. Mesmo quando não concorda com certas
opções de suas filhas, essa mãe as trata com respeito e oferece consolo. Esse
é um trecho de uma carta que ela escreve para Sassafrass, que passa por
dificuldades e quer voltar para casa. A carta começa assim: "Claro que você
pode voltar pra casa! Aconteça o que acontecer, nunca vou deixar de te amar".
Primeiro ela demonstra seu amor, depois aconselha, e volta a expressar seu
amor: Você e Cypress me deixam louca com seu estilo de vida alternativo.
Vocês precisam parar de nadar contra a corrente. Você sabe o que quero
dizer... Lembre-se disso. Volte para casa e vamos resolver essa situação. Você
terá muitas opções e ninguém vai te chatear ou te enganar. Nada como um dia
depois do outro. Você acorda. Você come, vai trabalhar, volta pra casa, come
outra vez, descansa, e vai dormir. Nossa situação melhorou. Continuo me
perguntando onde foi que errei. Mas no fundo sinto que não estou errada.
Estou certa. O mundo está de cabeça pra baixo e está tentando enlouquecer
as minhas filhas. Agora chega. Eu te amo muito. Você está se tornando uma
mulher adulta e sei o que isso significa. Volte para casa. Sei que vai descobrir
algo mais sobre você. Com amor, Mamãe.
Onde está o amor, quando uma mulher negra se olha e diz: "Vejo uma pessoa
feia, escura demais, gorda demais, medrosa demais - que não merece ser
amada, porque nem eu gosto do que vejo" Ou talvez: "Vejo uma pessoa tão
ferida, que é pura dor, e não quero nem olhar pra ela porque não sei o que
fazer com essa dor". Aí o amor está ausente. Para que esteja presente é
preciso que essa mulher decida se olhar internamente, sem culpa e sem
censura.
E ao definir o que vê, talvez perceba que seu interior merece ou precisa de
amor. Nunca ouvi uma mulher negra dizer num grupo de apoio que não precisa
de amor. Ela pode até querer esconder essa necessidade, mas não é preciso
muito tempo de análise para que reconheça isso. Se perguntarmos diretamente
a uma mulher negra se ela precisa de amor, a resposta provavelmente será
positiva. Para nos amarmos interiormente, precisamos antes de tudo prestar
atenção, reconhecer e aceitar essa necessidade. Se acreditarmos que não
seremos punidas por reconhecermos quem somos ou o que sentimos,
poderemos entender melhor nossas dificuldades.
Algumas vezes a gente se olha e vê tanta confusão, tanta dor, que não
sabemos o que fazer. Então precisamos procurar ajuda. Às vezes ligo para
meus amigos e digo: "Não consigo entender o que sinto e não sei o que fazer,
você pode me ajudar?" Muitas mulheres negras não têm coragem de pedir
ajuda, pois isso significaria um sinal de fraqueza. Precisamos nos livrar desse
condicionamento. Ter capacidade de pedir ajuda significa que temos poder.
Cada vez que buscamos ajuda nosso poder aumenta, ao invés de diminuir.
Experimente. Geralmente buscamos ajuda em momentos de crise. Mas
podemos evitar a crise se reconhecermos nossa dificuldade em lidar com uma
determinada situação. Para as mulheres negras acostumadas a manter o
controle das situações, pedir ajuda pode significar a prática do amor, da
confiança, reconhecendo que não precisamos resolver tudo sozinhas. A prática
de se amar interiormente nos revela o que o nosso espírito necessita, além de
nos ajudar a entender melhor as necessidades das outras pessoas.
O Amor Cura
Esse poema foi escrito em 1968. Algumas décadas depois, as mulheres negras
continuam lutando para reconhecer sua dor e encontrar formas de curá-la.
Aprender a amar é uma forma de encontrar a cura. A idéia de que o amor
significa a nossa expansão no sentido de nutrir nosso crescimento espiritual ou
o de outra pessoa, me ajuda a crescer por afirmar que o amor é uma ação.
Essa definição é importante para os negros porque não enfatiza o aspecto
material do nosso bem-estar. Ao mesmo tempo que conhecemos nossas
necessidades materiais, também precisamos atender às nossas necessidades
emocionais. Gosto muito daquele trecho da bíblia, nos "Provérbios", que diz:
"Um jantar de ervas, onde existe amor, é melhor que uma bandeja de prata
cheia de ódio".