Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Decifrando o Psiquismo
Dentre as muitas pesquisas que faço em obras de literatura espiritualista, há uma, em
singular, que costumo me reportar em meus textos, ante a riqueza de conhecimentos que
apresenta. Denomina-se “Chama Crística”, de Ramatis, psicografia de Norberto Peixoto,
revisão e prefácio de Mariléia de Castro, Editora do Conhecimento.
Todavia, o mesmo ilustre autor, publicou recentemente obra denominada “O Jardim dos
Orixás”, cujos ensinamentos ali consignados parecem conflitar com os exarados na obra
supramencionada.
A fim de traçar um paralelo objetivando um estudo mais aprofundado, gostaria de
compartilhar com os demais amigos listeiros alguns questionamentos que me assaltaram e
aguçaram minha curiosidade durante a leitura da referida obra.
A experiência de trabalho medianímico, vivenciada nos últimos doze anos, em vários grupos
apométricos, demonstra de forma cabal a existência desses elementos, os quais chamamos
de “níveis”.
Alguns companheiros persistem em afirmar que esses elementos não existem e que nossas
teses são equivocadas, mesmo após comprovações práticas nos trabalhos apométricos.
As conclusões, conceitos e informações que defendemos já vêm de tempos remotos. Não
detemos a sua exclusividade. São experimentos e observações realizadas ao longo de anos
por cientistas de renome e por espíritos conceituados. Falam sobre isso Pierre Janet, William
James, Jung, André Luiz, Joanna de Angelis, Miramez, Charles Lancelin e tantos outros.
O algo “novo” que talvez tenhamos inventado, foi apenas dar a denominação de “níveis” para
os elementos que formam o primeiro bloco de desdobramento setenário de cada corpo, e
“subníveis” para os elementos menos densos que formam o bloco setenário de cada nível.
Tudo está de acordo e perfeitamente compatível com a descrição e complexidade do
setenário sagrado, revelado pelos mestres do passado.
Até então, esses elementos foram chamados de “personalidades múltiplas”, “eus”,
“elementos antagônicos”, “inconsciente coletivo pessoal”, “personalidades parasitas”,
“subpersonalidades”, “elementos da consciência”, etc.
Em nenhum momento pretendemos dar respostas definitivas e nem combater “verdades”
estabelecidas, já que a cada dia a ciência prova de forma incontestável a relatividade, a
dualidade, e a multidimensionalidade das coisas.
O que afirmamos sobre os elementos da consciência é o resultado da observação e
experimentação sobre a sua aparência no momento da sintonia medianímica, e o seu
comportamento e conseqüência dentro do Agregado Humano. Interessa-nos, sobremaneira,
estudá-los e conhecer-lhes a essência, função, propriedade e finalidade.
Nossa proposta é trabalhar, com fé e amor, para tentar aliviar a dor das pessoas tocadas
pelo sofrimento, as quais nos procuram em busca de auxílio. Não pretendemos a
unanimidade de conceitos, vez que na unanimidade não há evolução. Há somente
solidariedade.
O que chamamos “Níveis” são as conhecidas partes setenárias, resultantes do
desdobramento do Agregado Humano e de cada Corpo desse agregado. É ai que estão
gravadas as informações de encarnações passadas, com maior ou menor grau de consciência
e potencialidade. O fato de se chamar esses elementos de “personas”, “papéis”,
“pensamentos”, “máscaras”, “fachadas”, “eus”, “cisões” “níveis” ou “múltiplas
personalidades”, em nada altera a essência dos mesmos, e nem anula a realidade dos fatos.
Observemos as palavras de Kardec quando diz: “não sejamos muito apressados em rejeitar a
priori tudo o que não podemos compreender, porque longe estamos de conhecer todas as
leis e nem a natureza nos revelou ainda todos os segredos. O mundo invisível é um campo
de observação ainda novo, cujas profundezas seriam presunção supor exploradas, quando
incessantemente se estão patenteando a nossos olhos novas maravilhas". (A. Kardec, OP,
Capítulo 2, Parágrafo VII (Dos Homens Duplos..., item 9).
Assim, os “níveis”, ou o nome que se lhes dê, possuem certa consciência de si mesmos e de
suas possibilidades. Apresentam-se como espécies de “extratos” de antigas personalidades
encarnadas, ainda apegadas às existências físicas que viveram.
Cindidos de seu bloco consciencial (estado alterado de consciência), passam a agir
patologicamente com maior consciência de si mesmos, e com relativa independência,
extraindo energia do corpo físico e perturbando o equilíbrio e a harmonia da atual
personalidade encarnada.
São estudados e doutrinados nos consultórios psicoterápicos, terapêuticos ou centros
espíritas, apométricos ou não. “Vivem” ou manifestam-se “dentro” ou “fora” de nós como se
fossem outras pessoas ou parte delas.
Quando apegados em aspectos negativos de passadas encarnações ou em momentos
traumáticos vividos durante essas encarnações, podem gerar distúrbios de variada ordem.
Permanecerão assim até que sejam doutrinados ou se dêem conta de seus equívocos e
então, integrem-se à proposta encarnatória da atual personalidade em construção.
Quanto ao desdobramento e as personalidades, existem tantos estudos sérios dentro e fora
da doutrina espírita que não é dado a nenhum espiritualista ignorar ou negar isto sem se
colocar em condição delicada. A probabilidade maior é que o fenômeno realmente exista. Se
não existisse, não haveria os resultados benéficos depois do tratamento dos níveis.
Ao se observar os comportamentos dos níveis, podemos concluir por algumas de suas
finalidades, propriedades e funções. Dentre elas, o agir, reagir ou interagir, individualmente
ou em grupos, de forma integradora ou desintegradora, entre seus pares, dentro do campo
vibracional dos corpos, provocando reações positivas ou negativas em todo o cosmo
consciencial, visando, instigando ou forçando seu constante aprimoramento.
Esses níveis “hibernam” ou “acordam” “dentro” do campo vibracional do bloco de
consciência, conforme necessidade de evolução ou capacidade de resolução do espírito,
tornando-se mais ou menos ativos, reativos, cooperadores, omissos ou antagônicos,
dificultando ou facilitando a construção da individualidade, até que um dia se integrem
totalmente à personalidade cósmica ou à individualidade eterna, abrindo mão dos
individualismos gerados pelas personalidades já vividas, com seus vícios, equívocos, traumas
e apegos.
Cindidos, comportam-se como “pessoas”, esquecidos da desencarnação sofrida. Discutem,
defendem supostos patrimônios, teses e postulados, fazem planos, agem e não se dão conta
de que estão ligados a uma personalidade física.
Essas “personalidades” antigas, sempre acordam ativadas por algum estímulo deflagrador
qualquer no plano da consciência física ou espiritual, um vício, uma vibração, uma imagem,
um cheiro, um olhar, um tom de voz, um som, uma provocação, um ataque, um
descontentamento, uma humilhação, um medo, um trauma, etc. Desarmonizam o psiquismo,
prejudicam a saúde e drenam a economia energética dos encarnados.
Muitos permanecem adormecidos por séculos até que algo os ative, ou então, a própria
necessidade evolutiva os despertará para que ressignifiquem seus conhecimentos e
conteúdos conscienciais.
Através de orientação podem se redirecionar ou se integrar ao bloco de “ego”. Ou então,
diante de atitudes positivas da consciência física entram em colapso, anulando-se ou se
integrando às atividades progressivas da consciência física ou espiritual.
Muitas vezes são mais inteligentes do que a própria personalidade encarnada, ou até mesmo
do que os doutrinadores e terapeutas que tentam neutralizá-los. Daí a dificuldade com a
terapêutica psicológica, medicamentosa e mesmo a medianímica ou espiritual.
É comum ao dissociarmos o psiquismo de um indivíduo, encontrar evidências de uma ou
mais personalidades predominantes, que se revezam ou alternam durante o transcorrer de
um dia, percebidos e interpretados como estados de humor.
Essas personalidades, por vezes, assumem ou tentam assumir provisoriamente a consciência
da pessoas, promovendo comportamentos diversos, ou de forma mais demorada no distúrbio
chamado “dupla personalidade”, onde a pessoa se modifica a tal ponto que parece se
transformar em outra, e pelas evidências, isso acontece com espíritos também.
As personalidades invasoras se dividem em “Personalidades de Inversão”, “Personalidades de
Domínio”, “Personalidades Ambivalentes”, “Personalidades de Influenciação”.
No livro “Nos Domínios da Mediunidade” de André Luiz, psicografia de Francisco Xavier, O
instrutor Aulus explicou isso de forma bastante esclarecedora. Vejamos o texto: “Perguntado
se o fenômeno era comum, Áulus respondeu que é intensamente generalizado e
acrescentou: É a influenciação de almas encarnadas entre si que, à vezes, alcança o clima de
perigosa obsessão. Milhões de lares podem ser comparados a trincheiras de luta, em que
pensamentos guerreiam pensamentos, assumindo as mais diversas formas de angústias e
repulsão”.
Indagado também se o assunto poderia se enquadrado nos domínios da mediunidade,
respondeu:
“Perfeitamente, cabendo-nos acrescentar ainda que o fenômeno pertença à sintonia. Muitos
processos de alienação mental guardam nele as origens. Muitas vezes, dentro do mesmo lar,
da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se
reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar a
aversão de que se vêem possuídos, uns à frente dos outros, e alimentam com paixão, no imo
de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos
magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário
que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações
silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais,
alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores.”
E isso não acontece só em nossos lares, ocorre entre os grupos espiritualistas e apométricos
também, como também entre todos os demais agrupamentos humanos que levantam
alguma bandeira de luz, por nos faltar a Verdadeira Luz da Fraternidade.
Então, pode-se dizer que níveis ou “eus” são projeções do “si mesmo”, ou pensamentos que
tomam a forma das antigas personalidades vividas alhures, e permanecem ativas por pouco
ou muito tempo, dias, meses, anos ou séculos, até que compreendam que precisam se
integrar definitivamente a individualidade eterna e a proposta crística do Amor Fraterno.
Ramatis, espírito estudioso do assunto, sempre valorizou todos os esforços evolutivos, sem
discriminação nem sectarismos, e nos convida a perquirir sobre o psiquismo, o agregado
humano e o passado, bem como estudar o perispírito, aproveitando e extraindo tudo o que
puder auxiliar a nossa evolução. Em nenhum momento agiria em oposição as anteriores
assertivas, desestimulando o trabalho apométrico, ao utilizar-se de conceitos “anti-fraternos”.
Vejamos o texto considerado da autoria de Ramatis, inserido na obra “O Jardim dos Orixás”,
publicado em nossa lista, que parece contradizer textos da obra anterior (Chama Crística):
“Quanto ao que alguns “apômetras” estão “fazendo” com esses corpos, só temos a dizer que
é um exercício de imaginação fantasiosa, fruto da árvore do ego avantajado pelo
conhecimento meramente intelectual, alicerçado num método de trabalho técnico-milagreiro.
Pelo simples fato de que esses códigos da criação não estão ainda abertos ao conhecimento
em vosso plano existencial, e pelo atual estágio evolutivo da humanidade não é permitido
que sejam descritos pelos maiorais sidéreos, muito menos pelos homens. Tudo o mais que
vos for dito será um exercício de retórica é de uma “matematicidade” dispensável aos olhos
da Espiritualidade. ”(O Jardim dos Orixás)
O Próprio Ramatis afirma em “Chama Crística”:
“Não deveis estar presos a conceitos tradicionais, excessivamente lineares. Assim, como as
traças roem o fino tecido que é usado em ocasiões festivas, as larvas podem roer o canteiro
mental escassamente cultivado. (...) A lição de a mente não estar presa a conceitos
empoeirados, principalmente na pesquisa da psique humana e dos fenômenos psíquicos não
aceita pelos cientistas, é muito necessária à ciência terrícola, tão deficitária de humildade em
seus pesquisadores. A perquirição humilde será a prima essência que moverá a pesquisa
comprometida com as verdades ocultas.
Atentem ao fato de que, assim como na época da codificação da doutrina espírita,
começarão a jorrar, da fonte do Altíssimo, novos ensinamentos e conceitos que se
completarão e se confirmarão, em diversas localidades do vosso orbe, com provadamente
verídicos e sem estarem relacionados na sua formulação. Será como um guia epistemológico
do Astral, a baixar nas lides científicas terrícolas.” (Página 90)
“Vosso corpo, no conceito hermético, é um microcosmo, à semelhança do macrocosmo.
Encontra-se em constante interação com os diversos campos energéticos, que,
interiormente, o constituem e, exteriormente, o cercam. Uma vez entendendo a natureza e a
estrutura dessas correspondências, que devem estar em harmonia com como tudo no cosmo,
e não em desordem, podereis restabelecer e manter o equilíbrio”. (Página 110)
Também é de difícil compreensão as afirmações onde se nega a divisão ou dissociação “dos
vários corpos que permitem a relação do espírito com os planos do universo manifestado”,
nem tampouco a explicação sobre ressonância dos traumas vividos em existências passadas.
Vejamos o texto:
“Os vários corpos que permitem a relação do espírito com os planos do universo manifestado
não são passíveis de divisão nesses moldes, de “níveis e subníveis” associados à consciência
ou ao inconsciente como se fossem retalhos que se encontram. E muito menos em
“personalidades”, que são complexos de experiências e vivências.
Reside aí um tecnicismo atraente aos olhos dos encarnados, sequiosos de novidades por sua
própria instabilidade espiritual.
Quanto ao Corpo Mental Superior (Causal), as energias do espírito imortal nesse nível
vibratório não estão divididas em níveis nem subníveis, pois são únicas, e nesse plano mental
abstrato, não há traumas ressonantes de vidas passadas. Há, ao contrário, uma irradiação
perene do Eu Superior, que “impulsiona” a centelha espiritual aos planos búdico e átmico, ...”
.
Se concordarmos com o texto acima, possivelmente os terapeutas de vidas passadas, os
mestres da psicologia e os apometras em geral estiveram e continuam equivocados,
independentemente de sua formação, inteligência, caráter, ética, idoneidade, bondade e
amor fraterno, dedicadas ao trabalho socorrista através da técnica apométrica, do
desdobramento múltiplo e da TVP. Pois, se não há traumas ressonantes com vidas passadas
no plano abstrato, também não deve haver no plano concreto; se não há incorporações de
“personalidades” ou “subpersonalidades”, o fenômeno que se observa deve ser tido na conta
de ilusão, invenção ou mistificação.
Os anos de prática e pesquisa apométrica realizadas por Dr. Lacerda e seus companheiros,
bem como as dezenas de anos de pesquisa, observação e comprovação dos grandes
terapeutas com Hans Ten Dam, Morris Netherton, Edith Fiore, Jung e outros sobre vidas
passadas, com resultados altamente positivos, não podem ser negados nem ignorados.
Não se pode levar todo esse trabalho à conta da fantasia de “egos avantajados” e de
mistificadores que iludem o povo visando qualquer lucro. O atendimento apométrico é
gratuito e as próprias pessoas atendidas são testemunhas dos resultados benéficos que
obtiveram.
André Luiz e Joanna de Angelis pesquisam no astral, confirmam a existência das múltiplas
personalidades e suas manifestações perturbadoras, e corroboram os estudos acima
mencionados.
Segundo o que se depreende do livro em pauta (“O Jardim dos Orixás”), os espíritos não
podem desdobrar-se. Então, como interpretar o fenômeno que permite que em dezenas de
centros de umbanda se manifeste, simultaneamente, outras dezenas de Vovós Maria-Congas,
Vovós Joaquinas, Pais Tomés, Caboclo Pena Branca, Caboclos Sete Flechas, e outros? Tudo
isso em manifesta e indiscutível comprovação e afirmação de que isso, de alguma forma, é
possível.
A única coisa que se poderia aventar é que o fenômeno ainda é difícil de ser compreendido
com clareza. Tanto que o físico Jean Guitton asseverou em seu livro “Deus e a Ciência” que
“a realidade ‘em si’ não existe; que ela depende do modo pelo qual decidimos observá-la;
que as entidades elementares que a compõem podem ser uma coisa (uma onda) e ao
mesmo tempo outra (uma partícula). E que, de qualquer modo, essa realidade é, num
sentido profundo, indeterminada”.
Desta forma, parece-nos que as afirmações contidas no livro “O Jardim dos Orixás”
contradizem as afirmadas anteriormente no livro “Chama Crística” e demais livros do mestre
Ramatis.
Quanto aos corpos, se todos têm níveis conscienciais, isso não sabemos ainda o certo, até
porque só pesquisamos o Corpo Astral, Mental Concreto e Abstrato. Mas que eles podem ser
desdobrados, isso nos parece lógico, e tem sido feito regularmente há séculos. Atualmente, o
trabalho prossegue com a atividade dos grupos apométricos.
Não só os corpos sutis podem ser desdobrados (divididos) em partes, como também os
demais, incluindo o corpo físico. É por essa razão que a própria medicina é dividida em
especialidades, e cada uma cuida de um sistema do corpo. Sistema respiratório, sistema
nervoso, etc. Sistema também é divisão ou desdobramento.
Se não for verdade que uma pessoa encarnada (hoje) possa ter níveis nas faixas inferiores,
embora isso fique evidenciado nos tratamentos e cura de determinados sintomas onde esses
níveis foram encontrados, resgatados e tratados, precisamos encontrar outra causa e uma
nova explicação plausível para essa melhora e cura. Em termos de evolução, uma pessoa
encarnada em pleno século vinte e um, com níveis estacionados há dois mil anos no local de
sua vivência pretérita, significa que ainda é acomodada e tem apego demasiado nas suas
coisas e idéias, por mais equivocadas que estas sejam.
Portanto, o texto abordado não nos parece de autoria de Ramatis.
Da mesma forma, parte do texto de “Vovó Maria Conga”, apresenta-se dúbio:
“Muito menos se apaga a memória perene ou se reprograma níveis conscienciais outrora
vividos que estão a influenciar a atual consciência encarnada.”
Se não existem níveis, desnecessário combatê-los. Se existem, e o espírito supracitado está
dizendo que existem e influenciam a atual consciência, mas não se pode apagá-los, então
não há que se negar-lhes a existência. Basta estudar-lhes o comportamento e essência.
O conhecimento sobre a realidade do espírito informa que não se podem apagar as suas
memórias, vez que estas se constituem em patrimônio indisponível, e que podem apenas
serem adormecidas por algum tempo, se necessário, para diminuir-lhe a força perturbadora
até que a pessoa se fortaleça para enfrentá-las.
Em contrapartida, ao final da resposta, a entidade (Vovó Conga) recomenda:
“Os filhos devem se preocupar é com se entregar amorosamente às catarses que liberam os
consulentes dos sofrimentos.”
A recomendação é fraterna e sábia. Indicada a todos.
Há ainda, outras assertivas a serem analisadas, conforme segue abaixo:
“São tantos os níveis, subníveis, cordões coloridos, corpos, subcorpos, energia das estrelas,
reprogramações cármicas, campos de forças, que muitos filhos que almejavam serem deuses
poderosos no olimpo da Apometria estão como centauros perdidos na floresta e não sabem
mais o caminho de volta à trilha da simplicidade dos espíritos sábios, como Jesus ou
Francisco de Assis”.
Há Olimpo na Apometria? Centauros se perdem em florestas?
Olimpo era morada dos deuses, segundo a crença dos antigos gregos. Lá residiam, em
conjunto, as divindades. Como divindade suprema do Olimpo, chamado "pai dos deuses e
dos homens", Zeus simbolizava a ordem racional da Civilização Helênica. Zeus é o
personagem mitológico que, segundo Hesíodo e outros autores, nasceu de Réia e de Cronos,
o qual engolia os filhos para evitar que se cumprisse a profecia de que um deles o
destronaria. Após o nascimento de Zeus, Réia ocultou a criança numa caverna, em Creta, e
deu uma pedra envolta em faixas para o marido engolir. Quando chegou à idade adulta, Zeus
obrigou o pai a vomitar todos os seus irmãos, ainda vivos, e o encerrou sob a terra.
Transformou-se então no novo senhor supremo do cosmo, que governava da morada dos
deuses, no cume do Monte Olimpo. A esposa de Zeus foi sua irmã Hera, mas ele teve
numerosos amores com deusas e mulheres mortais, que lhe deram vasta descendência.
Entre as imortais, contam-se Métis, que Zeus engoliu quando grávida para depois extrair
Atena da própria cabeça; Leto, que gerou Apolo e Ártemis; Sêmele, mãe de Dioniso; e sua
irmã Deméter, que deu à luz Perséfone. Com Hera concebeu Hefesto, Hebe e Ares. Sem
esquecer a amada Temis.
Como os deuses gregos, nós, pobres mortais, ainda temos muito medo de ser destronados
de nossos olimpos imaginários, mesmo sendo espiritualistas. Por outro lado, Centauros não
se perdem em florestas, mas nós, apometras ou não, por falta de vigilância, ou pela
vigilância indébita sobre o que os outros estão fazendo, podemos nos perder em nossos
próprios egos.
Na mitologia grega, os centauros eram a personificação das forças naturais desenfreadas.
Centauro era um animal fabuloso, metade homem e metade cavalo, que habitava as
planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-
selvagens que viviam nas zonas mais agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon,
rei dos lapidas, e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe.
Mas nem todos os centauros apareciam caracterizados como seres selvagens. Um deles,
Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais
Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram notórias personificações da violência, como se
vê em Sófocles.
Por conseguinte, a floresta é o habitat natural do Centauro.
Discutir críticas, sendo ainda mais crítico, tem o condão de despertar, de forma vigorosa, a
vontade de estudar e pesquisar, comparar, experimentar e comprovar de forma mais sólida e
incontestável a realidade do psiquismo humano.
A obra comentada acabou fomentando o interesse pelo assunto “níveis”, e o desejo de se
rever e melhorar as fundamentações da Apometria. E isso será realizado, incansavelmente,
até que o fenômeno anímico se aclare totalmente, e o psiquismo seja decifrado, em benefício
do ser humano.
Não foi a toa que Jung, ao desenvolver o seu famoso experimento de associação de palavras
e introduzir a noção de complexo no vocabulário da psicologia, na realidade, estava
explorando e confirmando a principal lição recebida de Pierre Janet: “A psique, tal como se
manifesta, é menos um continente do que um arquipélago, onde cada ilha representa uma
possibilidade autônoma de organização da experiência psíquica”.
Que forma interessante Jung encontrou para falar dessa constatação, onde coloca a imagem
da consciência (subentenda-se corpos de consciência como ilhas de um arquipélago, seus
níveis e subníveis conscienciais como habitantes dessas ilhas) como um arquipélago, onde,
cada ilha tem autonomia para organizar sua independência, mesmo que relativa.
O Eu-Consciente estava relacionado à cabeça, acima do pescoço, sendo pescoço abaixo todo
relacionado ao Eu-Subconsciente. Representava a percepção em vigília.
Todos os processos iniciados com informação do corpo, pensamentos, linhas de raciocínio e com a
própria memória. Pensar, analisar, dialetizar, trialetizar, raciocinar, são processos ligados ao Eu-
Consciente.
O Eu-Extraconsciente se localizava em uma região espacial fora do corpo humano, distante dele, acima
da cabeça, 40 cm e, além disto.
Representava a capacidade da consciência se deslocar do seu centro de percepção e vontade, para
outros espaços conscienciais fora da consciência, fora do Eu.
Ainda assim por estar sendo percebida pelo Eu, se mostrava na própria natureza de comunicação, entre
o Eu e suas consciências e o que está Extra, além deste Eu, ainda na forma de consciência, ainda
relacionada a ele.