FILOSOFIA DE NIETZSCHE FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE PATOS DE MINAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIOAL FILOSOFIA DO MARTELO
Nietzsche foi um dos primeiros autores a abordar a
lógica pós-moderna. O homem até então tinha uma visão predominante de ídolos. Tanto a religião, quanto a ciência. Negar o real em favor do ideal. Primeiro Martelo • Platão – universalidade do valor • Justiça – virtude - felicidade • Nietzsche argumentou os são produzidos historicamente, de acordo com a situação do indivíduo no contexto social. • Genealogia da Moral (origens) • Os filósofos sempre se preocuparam em encontrar os fundamentos da moral, isto é, os valores básicos que garantem a existência de uma moral, mas nenhum deles preocupou-se com a própria moral, uma vez que ela sempre foi considerada como dada. Qual seria a hierarquia dos valores? Genealogia • Estudo da origem de um indivíduo, família, grupo social e, por extensão, também de uma palavra ou conceito. No caso de Nietzsche, a genealogia é um procedimento de investigação filosófico, histórico e filológico de palavras, saberes, práticas e instituições, com o objetivo de revelar os valores que estão em sua base. Os perigos da moral • Este fenômeno histórico pode ser também compreendido sob a luz da crítica nietzscheana da moral. O nazismo foi uma ideologia que comoveu um grande número de pessoas ao apoio de um líder autoritário, baseando-se em valores morais conservadores, tidos como necessários e universais. Antecipando tragédias • Segundo alguns especialistas, Nietzsche antecipou a crítica às formas autoritárias de poder, tais como o totalitarismo, que, na primeira metade do século XX, assumiu sua forma mais acabada no nazismo (Alemanha) e no fascismo (Itália). • Para Nietzsche, predomina entre nós aquilo que ele chama de uma “moral de rebanho”, isto é, um tipo de ação em que grandes grupos seguem um líder • O princípio bastante conhecido de que “a união faz a força” é a expressão de uma moral de fracos, pois os indivíduos fortes por si mesmos não precisam se unir. A inversão de valores
• São os fracos que procuram seus iguais e vivem sob as
ordens de um comandante, um “pastor de rebanho” que mostra a todos o caminho a seguir. Sua pergunta é: de onde provém essa moral? Segundo ele, provém de uma inversão de valores, que passou a considerar o fraco como melhor que o forte. O que nos anima • Energia vital – vontade de potência • Essa força é algo orgânico e biológico, que está sempre em expansão em nós, fazendo-nos afirmar a vida e querer permanecer vivos. • Afirmar a vida (imagem de uma criança) • Eu quero (vontade de poder) • Sobrepor a vontade sobre os outros • Querer dominar (fase de 2 a 7 anos) Caráter ativo e reativo • Há uma “vontade de poder forte”, que é ativa, e uma “vontade de poder fraca”, que é reativa. • O caráter ativo está presente nos indivíduos que são capazes de afirmar a si mesmos por meio da ação • Nas palavras de Nietzsche, são aqueles que conseguem “dizer um grande sim à vida” e a vivem de forma intensa. • Um exemplo de caráter ativo é o de um artista, que cria suas obras segundo seus impulsos, sem importar-se com as convenções sociais, se sua obra será ou não bem recebida pelo público Sua criação é uma afirmação de si mesmo. Caráter reativo (reação) • Já o caráter reativo é o do indivíduo que não é capaz de afirmar a si mesmo senão por meio da negação do outro. • Ele não age, mas reage às ações do outro. Por isso Nietzsche o identifica como fraco: sua ação é uma ação fraca, uma reação. • Poderíamos citar aqui o artista que cria para o mercado, segundo o gosto comum, para que sua obra seja um sucesso e fonte de recursos financeiros. • GUSTTAVO LIMA O bom é o que nega a vida • Os indivíduos fortes são aqueles capazes de dizer: “eu sou bom”; por isso eles são nobres, poderosos, superiores. Os indivíduos fracos são aqueles que olham para o forte e dizem: “Você me domina, então você é mau; e se você é mau, eu, por oposição, sou bom”. • Na natureza, o forte é o bom (o que não significa que o fraco seja mau). Ele é bom porque é capaz de afirmar-se. A partir de determinado momento na história humana, contudo, foi sendo criada a ideia de que os fracos são os bons e os fortes, por oposição, são maus. É a inversão de valores a que nos referimos anteriormente. A FONTE PARA INVERSÃO DE VALORES
• Todas aquelas que negam a vida.
• A primeira é a crença na imortalidade da alma, como propunha a filosofia socrático-platônica - continuaremos vivendo após a morte. • Segunda fonte é o cristianismo, que levou a resignação às suas mais profundas consequências. • O importante é a resignação com a vida terrena, para se obter o reino dos céus. • A mais pura expressão do triunfo de uma moral dos fracos. • Crítico radical do cristianismo como filosofia e como religião, por sua defesa da resignação e da negação da vida terrena – Não criticou Jesus. • Jesus azorrague A moral dos fortes e fracos
• O caráter ativo (baseado na afirmação) e o caráter
reativo (centrado na negação) implicam dois sistemas de valores distintos, ou duas diferentes morais. • Moral dos fortes: coragem, força, saúde e orgulho. • Moral dos fracos: submissão, humildade, piedade e importância do sofrimento. O ressentimento • Há uma questão psicológica fundamental nesse mecanismo de criação de uma moral de rebanho: o ressentimento. • Os indivíduos fracos não conseguem esquecer e superar determinadas situações, e isso produz neles um sentimento de rancor. • Eles ficam remoendo essas sensações, e é a partir desse ressentimento que eles produzem valores, como uma reação. • Já os indivíduos fortes não são ressentidos; em sua afirmação da vida e de si mesmos, eles simplesmente vão além, superam as coisas de que não gostam, deixam-nas para trás e constroem aquilo que lhes interessa. • IMAGEM DE NEUROSE A origem da Psicanálise • “A rebelião escrava na moral começa quando o próprio ressentimento se torna criador e gera valores: o ressentimento dos seres aos quais é negada a verdadeira reação, a dos atos, e que apenas por uma vingança imaginária obtêm reparação. Enquanto toda moral nobre nasce de um triunfante Sim a si mesma, já de início a moral escrava diz Não a um “fora”, um “outro”, um “não eu” – e esse Não é seu ato criador. Essa inversão do olhar que estabelece valores – esse necessário dirigir-se para fora, em vez de voltar-se para si – é algo próprio do ressentimento: a moral escrava sempre requer, para nascer, um mundo oposto e exterior, para poder agir em absoluto – sua ação é no fundo reação. • A mãe que não teve nada quer dar tudo. Além do bem e do mal • Em síntese, para Nietzsche o que fundamenta as escolhas humanas não são valores universais como o Bem e o Mal, mas valores construídos historicamente pelos próprios seres humanos, que avaliam coisas e situações. • Houve, segundo o filósofo, uma luta milenar entre esses valores contrapostos, “bom e ruim”, “bom e mau”; luta que se trava ainda hoje mesmo que nos últimos séculos a moral dos fracos tenha triunfado. • A moral é triunfo das forças reativas sobre as ativas. Necessário ao homem
• É urgente um processo de “transvaloração
dos valores”, uma superação dos valores atualmente vigentes, pela afirmação de valores ativos, e não mais reativos. Resumindo tudo • Para Nietzsche, todo ser humano é um estranho para si mesmo e, por isso, a prática filosófica precisa orientar-se para uma investigação da existência humana cotidiana. Essa orientação do pensamento para a vida cotidiana distingue Nietzsche de Sócrates, já que este último buscava as respostas para seus questionamentos no mundo suprassensível. Cabe a cada um transformar a própria vida, de simples acidente em uma existência autêntica. Com isso, Nietzsche afirma que a vida não tem um sentido definido de antemão; seus sentidos são construídos por nós mesmos, conforme vivemos. NIILISMO • Por meio da corrente niilista, o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, propõe a “ausência de sentido” atrelado ao conceito de “Super-Homem”. Eles surgem a partir da “Morte de Deus” e da libertação do sujeito à moral de rebanho. • Dessa maneira, estando os homens destituídos de normas, crenças, dogmas, tradições, eles regerão suas vidas. Isso resultará na criação de “homens novos” por meio do que ele denomina de “vontade de potência”. • De tal modo, o poder e os valores, fruto das instituições (religiosas, sociais e políticas) tornam-se inexistentes. Surge assim, um homem livre e não corrompido por qualquer tipo de crença, o qual realiza suas próprias escolhas. Eterno retorno • Quando o “Super-Homem” determinado por Nietzsche adquire esse poder, ocorrerá a transvaloração de todos os valores e poderá "viver a vida como obra de arte". • O Niilismo não é somente um conjunto de considerações sobre o tema 'Tudo é vão', não é somente a crença de que tudo merece morrer, mas consiste em colocar a mão na massa, em destruir. (...) É o estado dos espíritos fortes e das vontades fortes do qual não é possível atribuir um juízo negativo: a negação ativa corresponde mais à sua natureza profunda. (Nietzsche, Vontade de Potência)