MORAL
MORAL DE SENHORES
(NOBRE):
- Nasce de um triunfante dizer
“sim” a si mesma.
- Age e cresce espontaneamente.
- É uma busca da afirmação da
vontade de potência (um
movimento mais condizente com a
afirmação da vida).
- Nela, o sujeito se mede pelo que
ele realmente pode realizar frente
ao mundo.
MORAL DE ESCRAVOS:
- Nasce de um dizer “não” a um
não-eu. Este dizer é o seu ato
criador.
- É uma das forças mais
antagônicas à expansão da vida.
- O sujeito não sabe viver o
presente e, portanto, espera por um
futuro que possa ser diferente. Ele
se apoia, nesse sentido, em um
valor que transcende o momento
presente. E se no futuro não
houver chance de mudança, ele se
apoia na esperança cristã de uma
outra vida (novamente, um valor
transcendente).
- Diante de sua impotência, esse
sujeito concluirá que as coisas são
efêmeras (breves, transitórias) e a
vida é futil.
ÉTICA
- Ela é a obediência aos
costumes, ou seja, os modos
tradicionais de agir e avaliar.
- Nietzsche recusa que juízos
éticos repousem em verdades
universais.
- A ética nietzscheana não é
fundamentada numa vontade
universal de verdade, mas numa
vontade de potência.
- Pode-se dizer que o projeto de
Nietzsche é pensar os
pressupostos para essa ética.
Esses pressupostos deveriam se
pautar na tradição, mas na
capacidade de reavaliarmos os
valores de modo livre para
escolher aqueles mais
condizentes com um exercício de
afirmação da vida.
- O princípio ético por
excelência, portanto, é a forma
nobre de viver e de avaliar.
Cabe, então, perguntar: o que
afirma ou não a vida?
- Caberia, pois, à psicologia recriar
as relações humanas com base em
outros fundamentos, isto é, criar
condições para uma ética do
cuidado de si, uma ética da
estética do viver.
VALOR
- No projeto ético-estético
nietzscheano, o viver é o valor
dos valores, e esse valor não
pode se submeter às convenções
de nenhuma moralidade. Essa
priorização do viver (ou do
sentir) é o que aproxima
Nietzsche do sensacionismo
pessoano: deve-se “sentir tudo
de todas as maneiras, viver tudo
de todos os lados”.
- Para criar valores, é preciso
também avaliar. Zaratustra
avalia a metafísica dualista e a
religião cristã, para então negá-
las e, assim, suprimir o solo no
qual os valores metafísicos e
cristãos foram engendrados.
TRANSVALORAÇÃO
- Para se transvalorar todos os
valores, deve-se:
(I) Suprimir o solo a partir do qual
os valores foram, até então,
engendrados - uma atividade que
se identifica com a dos
iconoclastas (aqueles que
destroem imagens religiosas), na
medida em que, em Nietzsche,
representerá a morte de Deus.
(II) Inverter os valores – uma
atividade identificada com a dos
alquimistas, na medida em que é
como transformar em ouro tudo
aquilo que fora, até então, odiado
pela humanidade.
(III) Criar novos valores – uma
atividade identificada com a dos
legisladores, que representam,
para Nietzsche, os filósofos
propriamente ditos.
- Necessita do “não” (negar
todos os valores instituídos), mas
também do “sim” (atravessar o
niilismo para desembocar no
dionisíaco).
- Só é possível transvalorar
todos os valores na medida em
que se compreender o homem
como parte integrante deste
mundo e convertê-lo, assim, em
um além-do-homem.
- É, afinal, a atribuição de novo
sentido à existência humana.