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MATERIAIS E©€ mMETODOS DILATACAO DO TEMPO E CONTRACKO DAS DISTANCIAS: UMA DISCUSSAO DIDATICA A. VILLANI Instituto de Fisica ~ usP INTRODUCKO 0 grande desenvolvimento da Matematica e¢ sua crescente asso. clacdo & Fisica tem tornado esta ditima muito complexa, com conse- quentes dificuldades para seu entendimento e sua difusio. 0 ensino de Fisica em nivel superior, na tentativa de acompanhar, mesmo que de longe, esse desenvolvimenta, tem privilegiado a apresentacao do formalismo e sua aplicacdo em problemas padronizados, marginalizan- do 0 esforco de discussio das idéias Fisicas, de seus pressupostos © de seus significados mais profundos. A conseqiiéncia desse tipo de ensino 6 a formacao de “técnicos" em cdlculas e em resolucgio de problemas padronizados com grandes lacunas ao nivel da intuigao ff- sica, da capacidade de sintese e da familiaridade com o ques tionamen to. 0 ensino da Relati dade tem apresentado uma louvavel exce- got!) 5: apesarua grade tendéncia a focalizar o formalismo matemé- tico e suas conseq jéncias, deixando de lado de alguma forma as dis- cussdes mais polémicas em relagso ao significado do formalismo, tem havido esfarco significatiyo na discussio das origens da teoria da Relatividade (2) (3) (4) + M8 apresentacao didética dos seus “parado- (5) xos e também na discussao do seu significado ffsico(S), 0 presente trabalho pretende ser uma contribuicao neste mes mo sentido; em particular esperamos que ajude a esclarecer o proble ma da reciprocidade dos efeitos relativisticos tais como a dilat sio do tempo!) © a contracio das distancias 8), entrentando as di- vidas que mais comumente angustiam os alunos. Faremos isso em 4 etapas: na primeira tentaremos acompanhar a problemitica como se apresenta na visio dos alunos interessados em entender o que esta por "tras" do formalism Na segunda parte foca lizaremos 0 problema numa introdugdo tedrica que o situe de manera epropriada. Na terceira parte apresentaremos uma dramatizacao do pro blema € daquilo que nos parece sua solucao. Finalmente, no ftem 4, tentaremos novamente uma discussao tedrica que apresente de forma sintética a nossa viséo global sobre as rafzes do problema enfrentado. 1, 0 DRAMA DO _ALUNO Na apresentacao da teoria da Relatividade em nivel introdu- tério, normalmente o docente, apés uma rapida pincelada sobre sua gé nese histérica © sobre a plausibilidade de seus postulados, focali- za a dedugio das transformacdes de Lorentz 9), Esta deducao, por le var a fdrmulas matemiticas, permite um tratamento bem objetivo, nor malmente acompanhado pelos alunos sem grandes dificuldades (19), , mesma objetividade & mantide ao se deduzir, a partir das transforma sSes de Lorentz, algumas de suas conseqiiéncias mais imediatas: a di Vatacdo do tempo, a contragao das distancias ¢ a defasagem dos relé Glas\l?) l(apadacedesconcalitualmentevabserates ;vestermareited podem ser tornados mais inteligivels quando acompanhados de exemplifica- ges mais concretas ou através de experiéncias ideais ou através de medidas feitas em experiéncias especialmente montadas para isso(!2), Mas as coisas se complicam bastante quando o aluno percebe que es- tes efeitos sao recfprocos: quando ele se da conta de que, se para © referencial S$ sao os relégios de $ que atrasam, para § sao os relégios de S que atrasam e analogamente para as réguas em relacao aos dois referenciais. Uma primeira tentativa de repor a ordem no pensamento do aluno pode ser feita através da idéia de perspectiva. Como na experiéncia cotidiana dois observadores se véem reciprocamen te diminuidos pela distancia, porque no se poderia também "ver" os relégios dos outros atrasarem? No entanto a analogia desmorona quando se comeca a refle © se percebe que, no caso da perspectiva, ela é corrigida pelas me- didas objetivas que dao seu veredicto final sobre a eventual desi- gualdade dos objetos medidos; a0 contririo, na Teoria da Relativida de, intervalos espaciais e temporais ja apresentamo resultado de medidas objetivas © nao existe uma super-medida que possa dirimir a divida sobre quem tem raza0 ao afirmar que os reldgios do outro re- ferencial estao atrasando e suas réguas encurtando. Huitos alunos nio aguentam a angdstia da divida: apesar de saberem que dentro da Teoria da Relatividade as medidas feitas en re ferenciais diferentes sio diferentes, no fundo permanecem com a idéia de que se trata de efeitos “aparentes" @ nao "reais ('3), No entanto, na mente do aluno que comeca a se aprofundar no entendimento das conseqiiéncias das transformacdes de Lorentz, ini- cia-se também um processo pendular que tem como polos duas idéias conflitantes: de um lado a idéia de que o Principio da Relatividade no pode privilegiar nenhum referencial, do outro lado a idéia intri gante de que se os efeitos si0 realmente recfprocos nio podem ser reais. Afinal, como € possivel que as medidas feitas nos diferen tes referenciais mostrem que séo sempre os relégios do outro que se atrasam? Quando o professor percebe esta angistia dos alunos, tenta alivia-la com consideracdes como as que se referem as maneiras dife rentes de medir em cada sistema de referéncia. Mas no parece ser de grande utilidade acenar para o fato de que a verificagao do atra so se da sempre numa situacdo em que se comparam as medidas feitas por um relégio num referencial com as medidas feltas por dois reld- gios num outro referencial em movimento relative. Afinal de contas, © aluno se coloca a questio: ou o atraso & real e entao um dos refe renciais tem razao, ou o atraso @ imaginadrio e entao as medidas dos dois outros reldégios estao viciadas... Nenhuma das alternativas € satisfatéria para o aluno que ten tou entender a Teoria da Relatividade e se envolveu com toda a sua paixao. £ para estes alunos e para os professores que querem ajuds- los que propomos as consideracées a seguir. 2. O PROBLEMA E SEU CONTEXTO Na Teoria da Relatividade Restrita todos os referenciais iner ciais s30 equivalentes e€ nao existe um "primus inter pares" que pos sa dar a palavra definitiva, capaz de dirimir as dévidas na inter- pretacéo das medidas. Todas as medidas registradas em diferentes re ferenciais sao igualmente validas e igualmente dignas de confianga: nenhuma delas € mais correta ou mais objetiva do que as outras. A complicacao da Teoria da Relatividade vem com a introducao do principio da invariancia da velocidade da luz por mudanca de re- ferencial e € uma complicacao dupla. Em primeiro lugar, a velocida de da luz define um padrao de tempo. 0 reldgio de luz é entdo o re Idgio coerente com a Teoria da Relatividade: ele marca um intervalo regular de tempo cada vez que a luz percorre um intervalo regular es. pacial. Cada referencia! inercial tem o seu relégio regulado pela velocidade da luz naquele referencial. Mas a complicagao maior vem do fato de que a velocidade da luz é utilizada também, para sincro- nizar reldgios, ou seja, para definir quando dois eventos distantes S30 simultdneos. Portanto, ao mesmo tempo que a velocidade da luz é utilizada para definir um padrdo de tempo, porque tem uma veloc dade conhe @ © constante, & também usada como critério para se es tabelecer simultaneidade de dois acontecimentos*. € por causa des- *Como conseqiitncia temos ndo somente a ditatacdo do tempo mas também a defasagem reciproca dos relogios distantes. ta forma de sincronizacao que as medidas feitas em diferentes refe- renciais nao somente se tornam diferentes, mas também se tornam in- compativeis com uma interpretacao nica. Por causa da sincronizacio dos reldgios dos varios referenciais mediante pulsos de luz somos gbrigados a particularizar a andlise das medidas e privilegiar um Unico referencial: aquele em que os reldgios estarao sincronizados; consequentemente, os reldgios dos outros referenciais em movimento estarado defasados e em atraso. Também é este mesmo referencial que temo direito de considerar corretas suas medidas e adequados seus instrumentos de medida (réguas e reldgios). £m outras palavras, a interpretagao das medidas com a finalidade de compar -las_ credencian do algumas delas, & sempre feita num determinado referencial, no qual, por hipstese, os reldgios estado sincronizados corretamente. £ ver- dade que qualquer um dos sistemas de referéncia pode ser escolhido Para analisar © interpretar as medidas; no entanto, uma vez escolhi do um deles, automaticamente sdo fixados os padrées de tempo e de sincronizacao, que sio os que este referencial utiliza. Entio 0 problema inicial da plausibilidade dos efeitos rect procos poderd ser analisado somente dentro de um contexto determina do, ou seja, num determinado referencial. Convencer-se de que a falta de um referencia! privilegiado ab Soluto nos obriga a escolher para as nossas comparacées um referen- clal relativo € © primeiro passo para a correta formulacdo da per- gunta inicial, Escolhido ent3o $ como nosso referencial de andlise, a du- vida inicial poderd ser formulada dessa maneira: 6 coerente que os reldgios de §, que anda com velocidade de «vi, andem mais len- tamente por causa do movimento, e que, simultaneamente, os observa- dores de § achem que o atraso esta nos nossos reldgios, em $? Nao deveriam os observadores de 5 achar que os nossos reldgios, em S, andam mais depressa? 40 contrario, se nossa escolha tivesse recaido sobre §, en tio a divida seria: & coerente que os reldgios de $ andem mais de- vagar e que, simultaneamente, os observadores de S$ achem que o a- traso esta nos relégios de $7? 3. DRAMATIZACKO DA SOLUCAO.D0 prosLeua'' 4) DRAMATIZACAO DA SOLUCKO-D0 PROBLEMA Uma maneira diditica de apresentar este problema é através de uma dra tizagao em dois quadros. SSo considerados dois referenciais S$ e 5, © toda a ana- Nise € feita do ponto de vista de $, entendendo-se com isto que é ele que fixa a simultaneidade dos eventos em cada quadro. $ esta em movimento com velocidade V=vi em relacao a S$. Sao fixados quatro reldgios, dois solidarios com $ e dois solida- rios com $. Os relogios solida 3 com S$ se encontram em 0, origem do sistema S, © em A, a uma distancia L da origem e no sentido posi tivo do eixo % (Fig. 1). Fig. Ire 0 professor desempenhara o pa- 0At. 0 andlogo correspondente na Teoria da Relatividade é a com- paragao e a reciprocidade da dilatagao do tempo e da contracao das 1 as de tempo e de comprimento, se opera o con- distancias. De alguma forma, ao escolher um determinado referenc para comparar as me: fronto entre projecdes de primeira ordem e Projecdes de projegées. No caso visto anteriormente no {tem 2, no qual tudo era ana lisado tendo S$ como referencial privilegiado, as medidas de tempo 12 dos relégios de S forneceram os intervalos temporais de $ (proje- goes de primeira ordem), mas as medidas de tempo dos reldgios de § forneciam a interpretagao em $ dos intervalos temporais de $ (pro jegdes de projecdes). De fato esta interpretacao implicava que os reldgios de S$ estavam sincronizados ¢ os de $ defasados. € neste nivel interpretativo que se insere uma outra polémi ca entre a teoria da Relatividade e as teorias neo-lorentzianas que também utilizam as transformagdes de Lorentz. Na teoria da Relatividade, cada referencial temo direito de considerar sincronizados seus reldgios e defasados os relégios dos outros. (5) Na teoria de Lorentz e nas teorias neo-lorentzianas ‘!6) existe um referencial privilegiado, absoluto, o do éter; neste refe rencial "realmente" a velocidade da luz é constante em todas as di- recoes, € a sincronizagao dos relogios adequada Nestas teorias quan do um corpo se movimenta em relagao ao éter ele "realmente" se con- trai, €, ao diminuir sua velocidade até retomar 0 repouso em rela- ¢30 ao éter ele se dilata até voltar as condigées "normais". 0 mes- mo acontece com os relégios que diminuem seu ritmo de marcha ao se movimentarem, 0 fato de aparecer o contrdrio para os outros refe- renciais € um fendmeno “aparente" e & devido as distorgdes dos ins- trumentos de medida destes referenciais. Nessa briga de interpreta 80 sera possivel, com o refinamento dos experimentos, escolher a mais adequada? £ nossa impressao que nas medidas fisicas existe al go de arbitrdrio, que nao podera ser eliminado e que dard margem a uma ou outra interpretagao. Todo o nucleo da arbitrariedade esta na fixac3o da velocidade da luz. Ela nao pode ser determinada sem as- sumir uma série de hipoteses a priori, que implicitamente determinam seu valor. 1580 porque para fixar um padrdo de velocidade é neces- sario ter padrées de distancia, de tempo e reldgios distantes sincro nizados. £ para ter reldgios distantes sincronizados é preciso ter um padrao absoluto de velocidade. Nesse cfrculo, pode-se comecar de qualquer ponto de partida. Para Einstein o ponto de partida foi a velocidade da luz no vacuo como padrao absoluto de velocidade em qualquer referencial. Co mo conseqiéncia vieram a contragao das distancias e a dilatacgao do tempo ao passar de um referencial para outro. Mas essa nao era a Gnica possibilidade. Lorentz partiu da dilatagao do tempo e da con tracdo das distancias ao passar do éter para qualquer referencial e como conseqiiéncia obteve que a velocidade da luz, medida com instru mentos deformados era igual em todos os referenciais. Estas Gltimas consideragdes sao importantes para focalizar de manaira mais adequada as possfveis dividas dos alunos em relacio 13 4 reciprocidade dos efeitos de contracao das distancias e dilatacao dos intervalos temporais. Provavelmente a interpretacao de Lorentz € seus seguidores modernos &€ mais facilmente acessfvel aos alunos. Talvez isso sirva como indicagao para explorar suas interpretacoes sea como passo inicial no entendimento das conseqiéncias das trans formagoes de Lorentz, seja como contraposic¢éo iluminativa da inter- pretagao Einsteiniana. 0 debate prolongado entre os que sustentavan 2 teoria do Eter e os Relativistas sobre a natureza da invariancia da velocidade da luz é sintoma de uma dificuldade intrinseca na ac tagdo desta idéia, No entanto os docentes que apresentam a teoria da Relatividade esperam que ela seja assimilada pelos alunos sem di ficuldade. Mas na pratica isso nio acontece, e as conseqiiéncias de uma incorporacao imperfeita desta idéia ica continuam perturban- do as interpretacées relativisticas dos alunos durante muito tempo. Na nossa opiniado & somente depois de passar por uma discus- $80, as vezes protongada, dessa problematica'!!) que é valido © sig pificativo introduzir a geometrizagao da teoria da Relatividade ope rada por Hinkowski'!8) com a introdugio das Iinhas de universe que caracterizam 0 movinento de un objeto @ com a focalizacéo de seu com primento invariante''9), recoma-se uma visdo, por assim dizer, Mack ma" dos referenciais, no reino das medidas absolutas. Essa v torna-se mais concreta quando se identifica 0 com primento invariante da linha do universo de um objeto fisico, como tempo medido por um reldgio solidario com ele. Dessa maneira nao Somente esvanecem os “paradoxos" relativisticos, mesmo os mais com- Plexos como os dos “gémeos", mas também efeitos temporais elativis tlcos podem ser diretamente comparados. € 0 caso dos reldgios voa- dores (20) ou das amostras de bactérias nas ultracentrifugas, experi frentos nos quais a dilatag’o do tempo assume uma evidéncia fora de qualquer davida Na nossa opinido a seqiiéncia por nds proposta (debate sobre dilatacao, introdugao da geometria do espaco-tempo) temo mérito de mao sufocar as dividas legitimas dos alunos através do "despejo" de um formalismo desarvorado da problematica dos prdprios alunos. Agradecemos a todos que diretamente ou indiretamente colabo raram para tornar mais clara a redacao deste artigo. £m particular AvL.C. Suyama e J.L.A. Pacca pelas inumeras discussdes sobre o as- Sunto e a leitura critica deste trabalho. v4 REFERENCIAS (1) Uma apresentagao sintética do esforgo didatico feito no mundo in teiro para tornar mais acessivel e mais clara a Teoria da Rela ti ade pode ser encontrada em G, Cortini, “Vedute recenti sull'insegnamento della relativita ristreta ad un livello ele- mentare", Quad. Giorn. Fis. 2 (1977) 13-69. (2) G. Holton, "On the Origins of the Special Theory of Relativity", Am. Jour. of Phys. 28(17) (1960) 627-636. (3) W. Brouwer, "Einstein and Lorentz: The Structure of a Scientific Revolution", Am. Journ, of Phys, 48(6) (1980) 425-431, (4) V. também, para uma publicagao em Ifngua portuguesa: A. Villa "0 confronto Lorentz-Einstein e suas interpretagdes: 1. A Revo- jo de Fisica 3(1) (1981) 31-45. lugao Einst jana", Rev. de En (5) Além das referéncias encontradas em (1), existe uma interessan- te publicaca3o em portugués (J.A. Angotti, !.L. Caldas, M. Per- nambuco, D. Delizoicov Neto, E. Rudinger, “Relativicade Especial = Hédulo para Ciclo Bdsico". Publ, IFUSP 1980), que da particu lar énfase & discussao dos paradoxos. (6) Varios textos enfrentam o problema da relacao entre Relativida- dee "Realidade ica". Entre eles podemos citar os tradicio- nais: Resnick, Rosser, Taylor e¢ Wheeler, © também o nao-tradi- cional Lb. Janossy ("Theory of Relativity based on Physical Reality", Akad, Kieda - Budapest, 1971). (7) 0 efeito da dilatagao do tempo pode ser assim apresentado: da- dos dois eventos (por exemplo, o nascimento e o decaimento de v ma partfcula) o intervalo cemporal entre eles & 0 minimo pos vel no sistema de referéncia inercial no qual os eventos se rea lizam no mesmo lugar. wo exemplo citado este referencial seria © proprio referencial da particula, supondo que ela nao seja a- celerada, (8) 0 efeito da contragao das distancias pode ser assim apresentado: dada uma régua, o seu comprimento sera maximo se for medido num referencial em repouso em relacao a ela, (9) As transformacédes de Lorentz sao as transformagoes das coordena das espacgo-temporais de um evento ao se passar de um referenc inercial $ para um outro referencia! inercial $ que anda com avelocidade VY constante em relagdo a $. No caso da veloci- dade V¥ ser na direcao f as transformacées sao: (10) qa) (2) (13) (4) a5) x (x sve) (VT = vie? é (e -B) Te Existem varias dedugdes das transformacées de Lorentz, algumas mais complexas, outras mais intuitivas, outras mais simples. Na nossa opiniao uma das mais fecilmente inteligfveis esta descri taem G. Segre, “Un'introduzione moderna alla Relativita Ris- tretta: i] "k-Caleulus" di Bondi", Giorn, di Fisica 18 (1977) 132-144, 0 efeito da defasagem pode ser assim apresentado: eventos si- multaneos num referencial nado s3o mais simultaneos quando ana- Visados em um outro referencial em movimento retilineo em rela ¢80 ao primeiro, Para visualizar o efeito da dilatagao do tempo € muito famoso o exemplo do relégio de luz apresentado por Feynman, Uma experién cia muito conhecida € a apresentada por Bertozzi no filme "Di- latacao do tempo" do PSSC. A contracdo das distancias é en- frentada de forma concreta por exemplo, em J. Walters, "Time- Dilatation and the Lorentz Contraction" 20(1) (1982) 42-44, The Physics Teacher Varios trabalhos, baseados em entrevistas com alunos apés te- rem sido submetidos a um curso introdutério sobre Teoria da Re latividade, tém chegado a essa mesma conclusao. J+A, Angotti et al, "Teaching Relativity with a Different Phylosophy"', Am, Jour. of Phys. 46 (1978) 1258-62. P. Hewson, "A Case Study of Conceptual Change in Special Relativity", Eur. Jour. Sc. Ed. 4 (1982) 61-78. Este problema da reciprocidade dos efeitos das transformacses de Lorentz & discutida de forma anadloga, comparando medidas de v rios relogios em dois referenciais, na ref. (1) © em G. Cortini, "A Useful Device for Illustration of the Lorentz Transformations", Am. Jour. of Phys. 40 (1972) 1079-1081, © tambémem W. Rindler, Special Relativity", Oliver and Boyd, Edimb., 1971. A visao mais completa da teoria de Lorentz esta em: H.A. Lorentz, “The Theory of Electrons", 2nd. Ed., Dover, New York, 1952, Uma 16 (16) a7) (18) (1g) (20) apresentacdo resumida da evolucao da teoria de Lorentz, em por tugués, esta em: A, Villani, "0 Confronto Lorentz-Einstein ¢ suas ‘nterpretagdes. 11. A Teoria de Lorentz © sua Consistén- » Rev. de Ensino de Ffsica 3(2) (1981) 55-76. cial Podemos encontrar uma discussao das teorias neo-Lorentzi artigos: H. Erlichson, "The Rod Contraction, Clock Retardation, Ether Theory and the Special Theory of Relativity”, Am. Jour. of Phys. ‘AL (1973) 1068-1077; V. Buonomano, "A New Interpretation of the Special Theory of Relativity", Int. Jour. of Theor. Phys. 13 (1975) 213-226. Por essa razao acreditamos que a produgao de novos textos e no vo material didatico, mais preocupados na discussao do signifi. cado fisico dos conceitos relativisticos, sobretudo na nossa Ifngua, podera ajudar notavelmente as novas geragdes de estudan tes que se esforcam para enteder a Teoria da Relatividade, NOs mesmos, em colaboragao com A.L. Suyama, estamos tentando fazer Isto e este artigo &, em boa parte, fruto das discussdes que a companharam a producao de um texto didatico provisdrio. H. Hinkowski, “Espaco e Tempo". Esta em AA.VV., "0 Principio da Relatividade", Fund. Calans. Gulbekian, Coimbra, 1971. Uma linha do universo & uma linha que no diagrama espaco-tempo ral de Hinkowski representa o movimento de uma particula; cada ponto dessa linha representa a lo calizagao espacial e temporal da particula. 0 comprimento invarian te é calculado mediante ai J.C. Hafele, R.C. Keating, “Around the World Atomic Clocks: Predicted Relativistic Time Gains", Science 177 (1972) 166-168. J.C. Hafele, R.C. Keating, "Around the World Atomic Clocks: Observed Relativistic Time Gains", Science 177 (1972) 168-170.

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