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Introdução Cohen considera-a um clímax dos


Olival Freire Junior, Manoel Matos
Principia [10]. Entretanto, esse argu-

A
“Proposição IV”, do Livro III, Filho e Adriano Lucciola do Valle
mento pouco aparece nos livros-texto Instituto de Física da Universidade
dos “Princípios Matemáticos
[13]. Nós apresentaremos uma tradu- Federal da Bahia
da Filosofia Natural”, de Isaac
ção dessa Proposição; teceremos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Newton, é uma peça essencial no
breves comentários sobre ela; apre-
argumento newtoniano para a cons-
sentaremos a proposição conforme o
trução da idéia de uma força gravita-
argumento original, para isso nos
cional. Nesta proposição, Newton
apoiaremos largamente em Densmore
argumenta que a força que mantém
[4]; apresentaremos a mesma propo-
a Lua em sua órbita é da mesma na-
sição de modo bastante simplificado,
tureza que a força que atrai uma pe-
e mesmo anacrônico, mas inteira-
dra na superfície da Terra, e, para
mente adequado à introdução no
verificar esta conjectura, introduz
Ensino Médio; e, por fim, extrairemos
uma “experiência de pensamento”, a
algumas conclusões de natureza
da “queda da Lua”, para verificar se
didática, relacionadas ao uso dessa
há compatibilidade entre o valor da
Proposição [14].
aceleração centrípeta da Lua, modifi-
cada em uma adequada proporção O argumento da
para a situação imaginada da Lua “queda da Lua”
caindo na superfície terrestre, e a ace-
leração de um corpo em queda livre “Que a Lua gravita em torno da
na superfície da Terra; obtendo uma Terra [15], e é sempre retirada
excelente concordância numérica. A de seu movimento retilíneo, e
comparação só foi possível, à época, reconduzida a sua órbita, pela
porque Newton apoiou-se nos traba- força da gravidade” [Livro III,
lhos de Christian Huygens sobre o Proposição 4]
pêndulo, os quais forneceram as pri-
meiras medidas confiáveis, ainda que A distância média da Lua à
indiretas, da gravidade terrestre. O Terra, nas sizígias, em semi-diâ- Apresenta-se a “Proposição IV”, do Livro III,
dos Princípios Matemáticos da Filosofia Natural
argumento newtoniano é notável por metros da Terra, é 59, de acordo e seu Sistema do Mundo. É nessa proposição
razões variadas. É nessa proposição com Ptolomeu e a maioria dos que, pela primeira vez, se expressa o que hoje
que, pela primeira vez, se expressa o astrônomos; 60, de acordo com denominamos de síntese newtoniana, isto é,
que hoje denominamos de síntese Wendelin e Huygens; 60 1/3, de a idéia de que a física dos corpos celestes em
suas órbitas é a mesma do movimento dos
newtoniana, isto é, a idéia de que a acordo com Copérnico; 60 2/5, corpos na superfície da Terra. Para verificar
física dos corpos celestes em suas de acordo com Street; e 56 1/2, sua proposição, Newton faz uma “experiência
órbitas é a mesma do movimento dos de acordo com Tycho. Mas Tycho de pensamento”, a da “queda da Lua”. Suge-
corpos na superfície da Terra. É e aqueles que seguem suas rimos que esta proposição pode, e deveria, ser
introduzida nos cursos de Licenciatura em
também um argumento notável pela tabelas de refração, ao estabe- Física e no ensino de Física no Ensino Médio.
engenhosidade e pela simplicidade, de lecer uma refração maior - por Ao fazê-lo, estaremos ensinando um bom
alcance histórico e didático. Densmo- quatro ou cinco minutos – para conteúdo de Física, de modo atrativo, e contex-
re [4] afirma que este argumento é o Sol e a Lua do que para estrelas tualizando-o nos marcos do conhecimento
científico da época. Usando as palavras de
talvez, a mais emocionante demonstra- fixas (em completa oposição à Matthews [6], estaremos ensinando tanto o
ção nos Principia, enquanto Bernard natureza da luz), tinham au- conhecimento em Física como sobre a Física.

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mentado a paralaxe da Lua pelo com a mesma força. Pois o corpos em meios resistentes. Nos dois
mesmo número de minutos; isto comprimento de um pêndulo primeiros livros nenhuma referência
é, pela décima-segunda ou oscilando em segundos, na lati- é feita à força gravitacional. É no
décima-quinta parte da paralaxe tude de Paris, é três pés parisi- Livro III, intitulado “O sistema de
total. Corrijamos este erro e a enses e 8 1/2 linhas, como Huy- mundo”, que devemos esperar a
distância chegará a 60 1/2 gens tem observado. E a altura introdução da idéia de uma força
semi-diâmetros terrestres, que é que um corpo pesado atravessa, gravitacional, sem a qual a mecânica
mais ou menos o que foi atri- ao cair durante o tempo de um newtoniana não teria como abordar
buído pelos outros. Vamos assu- segundo, está para a metade do nem o movimento dos corpos no
mir que a distância média é comprimento desse pêndulo, sistema solar nem derivar o movi-
sessenta semi-diâmetros nas assim como, na razão dupla mento de corpos próximos da super-
sizígias e que o período lunar [quadrado], a circunferência do fície terrestre. Contudo, mesmo no
com respeito às estrelas fixas círculo está para seu diâmetro Livro III, Newton não introduz de
totaliza 27 dias, 7 horas, e 43 (como Huygens também tem imediato a idéia de uma força gravita-
minutos, como afirmado pelos apontado). Ela tem o compri- cional. Inicialmente, ele apresenta um
astrônomos; e que a circunfe- mento, por isso, de 15 pés pari- conjunto de fenômenos astronômicos,
rência da Terra é 123.249.600 sienses, 1 polegada e 1 7/9 li- mostrando que eles obedecem às leis
pés parisienses, como estabe- nhas. E porque a força que de Kepler. Desse modo, Newton mos-
lecido pelos franceses através de mantém a Lua em sua órbita, tra que os satélites de Júpiter e de
medição. Se, agora, supusermos se ela descesse até a superfície Saturno descrevem áreas proporcio-
que a Lua seja privada de todo da Terra, se tornaria igual a nais ao tempo de percurso e que seus
movimento e deixada descer na nossa força de gravidade, então períodos e distâncias orbitais estão em
direção da Terra, sob a influência (pelas Regras 1 e 2) ela é a pró- uma proporção similar à 3ª. Lei de
exclusiva da força pela qual (pela pria força que nós estamos acos- Kepler (Fenômenos 1 e 2); mostra que
Proposição 3, Corolário) ela é tumados a chamar de gravidade. os cinco planetas primários [Mercú-
mantida em sua órbita, ela irá, Pois se a gravidade fosse dela rio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno]
na queda, percorrer 15 1/12 pés diferente, os corpos, ao procu- giram em torno do Sol (Fenômeno 3);
parisienses no espaço de um rarem a Terra com as duas forças que os períodos dos cinco planetas pri-
minuto. Esta conclusão deriva conjuntamente, desceriam duas mários, mais o período da Terra em
de cálculos baseados seja na Pro- vezes mais rápido e ao caírem torno do Sol, ou do Sol em torno da
posição 36 do Livro I ou (o que durante o espaço de um segundo Terra, mantêm com as respectivas
significa o mesmo) no nono Co- descreveriam 30 1/6 pés de distâncias orbitais a relação identifi-
rolário da quarta Proposição do parisienses em completo desa- cada por Kepler, que hoje denomina-
mesmo livro. Pois o [versed sine] cordo com a experiência [17]. mos de 3ª Lei de Kepler (Fenômeno
[16] daquele arco que a Lua des- 4); que os cinco planetas primários
creve em seu movimento médio, A mais emocionante só obedecem à lei das áreas de Kepler
no tempo de um minuto à dis- demonstração dos Principia se tomarmos a distância dos planetas
tância de sessenta semi-diâme- ao Sol e que o mesmo não ocorrerá se
tros terrestres, é cerca de 15 1/ Para uma melhor apreciação do tomarmos as distâncias dos mesmos
12 pés parisienses, ou mais pre- significado dessa proposição, deve- planetas à Terra [o que deve ser
cisamente, 15 pés, uma polegada mos ter em conta a estrutura geral considerado um argumento favorável
e 1 4/9 linhas. De onde, desde dos Principia. Newton abre sua obra ao heliocentrismo] (Fenômeno 5); e,
que aquela força aumente com com um conjunto de definições e axio- por fim, que a Lua varre áreas iguais
o inverso da razão duplicada da mas, onde aparecem as três leis de em tempos iguais (Fenômeno 6).
distância ao se aproximar da Ter- Newton, conforme denominação Como Newton havia demonstrado no
ra, e seja por isso maior em 60 x atual. Nenhuma referência é feita à Livro I, trajetórias que satisfazem
60 partes na superfície da Terra força gravitacional nessa parte do relações como as Leis de Kepler devem
que na Lua, um corpo, ao cair livro. Em seguida, Newton dedica ser causadas por uma força que varia
nas nossas regiões, sob a ação todo o Livro I ao “movimento dos com o inverso do quadrado da distân-
daquela força, deveria descrever corpos” tratados em uma abordagem cia. Desse modo as proposições 1, 2,
um espaço de 60 x 60 x 15 1/ estritamente matemática, sem consi- e 3 são dedicadas a mostrar que a for-
12 pés parisienses no espaço de deração da natureza física das forças ça centrípeta sobre os satélites de
um minuto e, no espaço de um envolvidas. Este livro é mais um Júpiter, sobre os planetas primários e
segundo, 15 1/12 pés, ou mais tratado de matemática, ou de física sobre a Lua são todas proporcionais
precisamente, 15 pés, 1 polegada matemática, no sentido contemporâ- ao inverso do quadrado da distância
e 1 4/9 linhas. E os corpos pe- neo, que a apresentação de uma teoria ao centro de cada movimento.
sados, próximos à superfície ter- física. O Livro II é inteiramente dedi- Só então é que Newton introduz,
restre, efetivamente descem cado ao estudo de movimentos de na Proposição 4, a idéia de uma força

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gravitacional, tal qual conhecemos explicação cartesiana, ainda que newtoniana.Uma demonstração
hoje. Deve ser notado que, até New- abrangente na sua capacidade de rigorosa escapa ao padrão de um curso
ton, a expressão “a Lua gravita na explicação, não fornecia, contudo, de Ensino Médio, por envolver uma
direção da Terra ...” era um non-sense, previsões quantitativas. A força passagem ao limite que Newton havia
porque a palavra gravidade era usada preditiva da mecânica e da gravitação demonstrado na Proposição 4, Corolá-
exclusivamente com o significado de newtonianas são bem conhecidas e rio 9, do Livro I. Aqui apenas apresen-
“peso terrestre” [4]. Newton busca são as responsáveis pela aceitação taremos, sem o rigor necessário, o
associar dois resultados experimentais dessa física, mas a gravitação newto- argumento newtoniano.
numéricos bem estabelecidos à época: niana enfrentaria, como de fato Passo 1: Newton calculou, sem
a gravidade terrestre e a aceleração enfrentou, um forte obstáculo de o recurso à expressão algébrica da ace-
centrípeta da Lua. Esta identidade de natureza epistemológica [19]. Este leração centrípeta, a distância que a
efeitos (valores iguais para a acelera- obstáculo relacionava-se à visão de Lua cairia na direção da Terra como
ção) deve levar, conforme a Regra de mundo mecanicista, sustentada por sendo de 15 1/12 pés parisienses, no
Filosofar número 2, que Newton ha- Descartes, mas partilhada pela quase tempo de 1 minuto, caso, estando em
via enunciado no início desse mesmo totalidade dos protagonistas da sua órbita nas sizígias, fosse privada
Livro III, a uma identidade de causas; emergente ciência moderna. O meca- de todo o seu movimento tangencial.
logo, a força que acelera uma pedra nicismo implicava na adoção exclu- Para chegar a esse resultado, calcule-
na superfície da Terra é da mesma siva de interações através do contato mos, inicialmente, qual distância a
natureza da força que mantém a Lua entre corpos, logo uma interação de Lua viajará em órbita em 1 minuto.
em sua órbita. Não era ainda a idéia vizinhança, de contigüidade, e rejei-
de uma gravitação “universal”, o que tava qualquer idéia de ações à distân-
demandaria examinarmos as Propo- cia porque esse tipo de explicação
sições subseqüentes, mas foi o passo estava relacionado a explicações que
mais significativo na estratégia o mecanicismo visava combater [20].
newtoniana para a introdução dessa A gravitação newtoniana, como um
idéia. tipo ação à distância, sem um meio
Seria interessante refletirmos que transmitisse a interação entre os
sobre as razões que teriam levado corpos, poderia sugerir a adoção de x = 187.961 pés de Paris.
Newton a uma estratégia de persua- um mesmo tipo de explicação comba- Considerando que o movimento da
são tão cuidadosamente elaborada. tida pelo mecanicismo. Newton apa- Lua em sua órbita resulta de uma com-
Nossa opinião é que Newton tinha rentemente não tinha uma explica- posição entre seu movimento tan-
plena consciência dos obstáculos que ção satisfatória para a gravitação e gencial uniforme e um movimento
enfrentaria para convencer seus adotou a estratégia de introduzi-la radial acelerado e que, para tempos
contemporâneos da existência de uma como uma conseqüência necessária pequenos, a corda AF pode ser no limite
ação à distância, como parecia ser a dos fenômenos quando tratados identificada com o arco efetivamente
força gravitacional, e buscou minimi- matematicamente conforme os resul- percorrido pela Lua (AF = x), podemos,
zar essas resistências. Deve ser dito tados que havia elaborado no Livro I. por considerações geométricas, obter o
que tanto a idéia de uma força atrati- O pressentimento de Newton estava resultado que buscamos.
va entre o Sol e os planetas quanto a bem fundamentado, pois sua estraté- Caso a Lua fosse libertada de um
idéia de uma explicação única para gia minimizou, mas não eliminou as ponto da sua órbita e caísse para a
os movimentos celestes e terrestres resistências à gravitação mesmo en- Terra sob a mesma força que a man-
já estavam postas antes de Newton tre cientistas como Huygens e tém em órbita, viajaria uma distância,
[18]. Kepler havia sugerido a existên- Leibniz. A divisão entre newtonianos, AL.
cia de uma força entre o Sol e os pla- principalmente britânicos, e cartesia-
netas, mas pensava em uma força de nos, sobretudos continentais, durou
natureza magnética e pensava em mais de meio século, de modo que
uma força tangencial, de arrasta- uma larga aceitação da gravitação só
mento, e não em uma força centrípe- se consolidaria quase na metade do
ta. Descartes buscou uma explicação século XVIII.
unificada para a física dos movimen-
tos celestes e aquela dos movimen- O argumento original
tos terrestres, mas o fez através da Nessa seção apresentamos, em
idéia de um universo totalmente conformidade com o argumento origi-
preenchido por uma substância, um nal, como Newton calculou a acelera-
éter, cujos vórtices seriam responsá- ção de queda da Lua em sua órbita.
veis tanto pela manutenção da Lua Nos apoiaremos largamente em
em sua órbita quanto pela queda de Densmore [4], obra notável para um
um objeto na superfície da Terra. A ensino contextualizado da Física

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Como os triângulos AFL e AFD suficientemente precisos para crono-
são semelhantes [21] metrar a queda de uma pedra a fim
de determinar a aceleração da gravi-
, fs = 602 f0 dade. Galileu, quando determinou que
os corpos caem com uma mesma ace-
f ∝ S/T2, e f ∝ 1/R2, então, leração percorrendo distâncias pro-
porcionais ao quadrado dos tempos,
(1) recorreu ao expediente do plano
. inclinado para evidenciar esta propor-
ção, mas o plano inclinado galileano
Durante 1 minuto, . não podia fornecer uma medida con-
(2)
fiável do valor da aceleração da gravi-
Considere SL como sendo a distân- dade. Foi o estudo do pêndulo, pelas
, cia de queda da Lua à altura de sua mãos do holandês Christiaan Huy-
órbita; ST como sendo a distância de gens, que permitiu a primeira medida
donde AL = 15,0089 ≈ 15, 01 pés queda da lua à altura de um raio da precisa dessa aceleração, razão pela
parisienses. A diferença entre o valor Terra; TL como sendo o tempo de queda qual Newton recorre ao pêndulo de
que obtivermos e aquele obtido por da Lua à altura de sua órbita; TT como Huygens e não aos trabalhos de Gali-
Newton - 15 1/12 pés parisienses – sendo o tempo de queda da Lua à leu para obter o valor dessa aceleração.
pode ser explicada porque ele também altura de um raio da Terra; e reescre- Huygens publicou, em 1673, a
levou em conta o efeito da aceleração vendo a Eq. 2 como uma proporção, obra Horologium Oscillatorium, que
da Lua na direção do Sol. permitiu o tratamento matemático
Passo 2: Newton expressou a . preciso do problema do pêndulo. Ele
aceleração centrípeta da Lua calcu- também construiu relógios precisos
lando a distância que ela cairia em Reduzamos o tempo de 60 segun- em conformidade com aquele trata-
certo tempo, em direção à Terra, se dos à altura da órbita da Lua para 1 mento. Huygens ajustou o período de
perdesse subitamente sua velocidade segundo à superfície da Terra, então: oscilação do pêndulo a uma medida
tangencial. Ele afirmou que ela irá “na TL = 60 TT. Além disso, vamos reduzir independente do tempo (um tempo de
queda percorrer 15 1/12 pés parisien- a distância da órbita da Lua de 60 passagem do Sol de dois segundos) e
ses no espaço de um minuto.” Chame- raios terrestres para 1 raio da terra, com a medida direta do comprimento
mos essa distância SL. A esta altura, ou seja, na superfície da Terra: RL = do pêndulo, além dos teoremas que
devemos observar que Newton já ha- 60 RT havia estabelecido, pôde, pela primei-
via demonstrado, em proposições no Substituindo na Eq. 2: ra vez na história, obter um valor
Livro I, que se uma força fosse capaz confiável para a aceleração da gravi-
de gerar movimento circulares ou dade.
elípticos e se esses movimentos Note, contudo, que Newton não
obedecessem à Terceira Lei de Kepler, cita a expressão algébrica para o
então tal força deveria ser radial e pro- período do pêndulo. Ele refere-se ao
porcional ao inverso do quadrado da resultado obtido por Huygens afir-
distância ao centro da circunferência. mando que “a altura que um corpo
Assim, SL = ST. pesado atravessa, ao cair durante o
Desse modo, Newton já havia de-
Então se você diminuir tempo e tempo de um segundo, está para a
monstrado que a força centrípeta
raio (antes de 60 raios terrestres), o metade do comprimento desse pêndu-
deveria ser proporcional ao inverso do
número para S permanecerá o mesmo, lo, assim como, na razão dupla, a cir-
quadrado da distância. Newton toma
quer dizer, em um segundo, a Lua cunferência do círculo está para seu
também forças (f) proporcionais às
deveria cair também 15 1/12 pés diâmetro (como Huygens também
acelerações (a) e considera que para
parisienses na superfície da Terra. tem apontado).” O resultado de Huy-
situações de aceleração constante, a
Passo 3: Qual a aceleração sofri- gens pode então ser expresso como:
exemplo de movimentos na superfície
da por uma pedra em queda livre na
da Terra, a aceleração é proporcional
superfície da Terra? Devemos inicial-
à distância percorrida (S) e inversa-
mente nos perguntar por que New-
mente proporcional ao tempo gasto
ton usou medidas de um pêndulo e
no percurso (T). Todas essas propor-
uma equação de pêndulo para obter
ções reunidas levam a:
aceleração de uma pedra na superfície
da Terra ao invés de simplesmente Para L = 3,059 pés parisienses,
deixar cair uma pedra de uma sacada temos: d = 15,0956 pés parisienses.
e medir o tempo de queda? No Século Esta distância de queda, na superfície
XVII não existiam equipamentos da Terra, em um segundo, é uma

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medida da aceleração da gravidade e o MKS. Usaremos, para isso, as
deve ser comparada com aquela obtida Tabelas 1 e 2.
para a aceleração centrípeta da Lua, Passo 1: Calcularemos a acelera- Substituindo os valores com base
na superfície da Terra, obtida por New- ção centrípeta da Lua à distancia de na Tabela 2, temos:
ton, conforme o Passo 1, que vale 15 sua órbita atual (60 raios terrestres
1/12 pés parisienses, o que expressa nas sizígias):
uma boa concordância, portanto, en-
tre os dois valores. Com esse resul- Com o valor de v, calcularemos
tado, Newton atinge seu objetivo: agora a aceleração centrípeta da Lua
tanto a força que atua na queda dos na altura de sua órbita (aco) pela
corpos na superfície da Terra quanto relação abaixo. Observamos, con-
aquela que atua na Lua, como força tudo, que Newton, calculou essa
centrípeta, são de mesma natureza. aceleração usando considerações geo-
A expressão hoje usual para o métricas, que apresentamos na seção
período do pêndulo pode ser obtida anterior, e não a expressão algébrica,
combinando diretamente a expressão hoje de uso corrente, para a aceleração
anterior, obtida por Huygens, com a centrípeta.
expressão da aceleração uniforme de
um corpo na superfície da Terra, com
atenção para o fato de que, quando
Newton fala em “comprimento de um Fazendo os cálculos, temos:
pêndulo oscilando em segundos”,
devemos adotar um período, no sen- .
tido contemporâneo, para o pêndulo
A Figura 2 acima representa a ór- O leitor deve ter notado que New-
com o dobro desse valor, isto é: T =
bita da lua. Podemos calcular a velo- ton, contudo, não expressou a acele-
2t. Logo,
cidade (v) com que a Lua gira em torno ração centrípeta da Lua desse modo.
da Terra, como segue, sendo ∆t o Ele escreveu que ela “irá, na queda,
e , com ,
período de revolução da lua e C a percorrer 15 1/12 pés parisienses no
levam a: órbita cheia da mesma. espaço de um minuto.” O valor que

Tabela 1
Distância média da Lua à Terra = raio da órbita da lua = 60 raios terrestres - R = 60 r
Período de revolução da Lua: P = 27d 7h 43’ = 39343’
Um argumento adequado ao Circunferência da Terra: c = 123 249 600 pés parisienses
Ensino Médio Diâmetro da Terra: c = 2π r = π d
d = c /π , logo, d = 123 249 600 /π , d = 39 231 500 pés parisienses
Para uma apresentação mais
simplificada – seguramente accessí- Circunf. da órbita da Lua: C = = 2π R , R = 60 r , C = 2π (60 r) = 60 (2π r) , C = 60 c
vel ao ensino médio - do argumento C = 60 x 123 249 600
newtoniano, introduzimos as se- C = 7 394 976 000 pés parisienses
guintes simplificações: uso de nota- Diâmetro da órbita da Lua:
ção moderna para a aceleração centrí- D = 60 d = 60 x 39 231 500 pés parisienses , D = 2 353 890 000 pés parisienses
peta e para o período de um pêndulo
simples, expressões de uso corrente Conversões
no Ensino Médio. Utilizamos tam- Um pé parisiense = 0,3248 metros
bém a notação contemporânea para 12 “linhas” parisienses = 1 polegada parisiense
a aceleração (comprimento pelo qua-
drado do tempo) e unidades do sis-
Tabela 2
tema MKS. Mesmo com essas simpli-
ficações, é nossa opinião que a Distância média da Lua à Terra = raio da órbita da lua (R):
apresentação guarda quase o mesmo (Aproximadamente 60 raios terrestres): (R = 60 r) = 3,82 x 108 m
fascínio que a apresentação original Período de revolução da Lua (P): P = 27,3 Dias = 2.358.720 s
de Newton. Circunferência da Terra (c): c ≅ 4 x 107 m
Vamos, inicialmente, fixar os Diâmetro da Terra (d): d = 12.740.000 m
valores das grandezas utilizadas por Circunferência da órbita da Lua (C): C = 24 x 108 m
Newton convertendo-os para um
Diâmetro da órbita da Lua (D): D = 7,64 x 108 m
sistema de unidades contemporâneo,

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obtivemos poderá ser expresso na ter- 1, encontramos para a aceleração da no Passo 2 – Primeira alternativa.
minologia newtoniana utilizando a Lua na superfície da Terra, um valor Isto é o que nós esperaríamos, se a
expressão da distância percorrida por de act ≅ 9.72 m/s2. No Ensino Médio, força que segura a Lua em sua órbita
um corpo em aceleração uniforme a vale a pena chamar a atenção dos é da mesma natureza daquela que faz
partir de repouso, expressão algébrica estudantes para a familiaridade que uma pedra cair na superfície terrestre.
que não era, entretanto, utilizada no temos hoje com esse valor pela sua Desse modo, Newton obtém uma
Século XVII, quando o um bom argu- proximidade da conhecida aceleração expressiva evidência para seu argu-
mento matemático devia ser expresso dos corpos em queda livre na superfície mento de que a força centrípeta que
na linguagem geométrica e das pro- terrestre. age sobre a Lua é de natureza gravi-
porções. Cometendo, portanto, um Passo 2 – Segunda alternativa: O tacional.
anacronismo, em função da finali- cálculo feito conforme os recursos
dade pedagógica, podemos traduzir na matemáticos usados por Newton é de Conclusões
linguagem newtoniana o valor que tal simplicidade e elegância que pen- A Proposição IV do Livro III dos
obtivemos: samos que ele deveria ser apresentado “Princípios Matemáticos da Filosofia
aos nossos estudantes. Nesta etapa Natural”, ou o argumento da “queda
h = at2/2 =2,7 x 10-3 m/s2
do nosso trabalho, com o objetivo de da Lua”, é um marco essencial na
x (60)2/2 = 4,86 m
facilitar o entendimento, não segui- história da ciência, uma proposição
Os 4,86 metros que obtivemos remos o raciocínio de Newton, que crucial no desenvolvimento da idéia
correspondem, convertidos, a 14,96 estava apoiado nos teoremas de Huy- da gravitação universal e de nossa
pés parisienses, valor em boa concor- gens, mas utilizaremos a relação di- moderna cosmologia, como assina-
dância com aquele obtido por New- reta do período de um pêndulo com o lado por Densmore. Como vimos, ela
ton. comprimento, relação esta que é parte pode, e deveria, ser introduzida nos
Passo 2 – Primeira alternativa: integrante do conteúdo do Ensino cursos de Licenciatura em Física e no
Agora vamos imaginar que a Lua caiu Médio. Observamos, entretanto, que ensino de Física no Ensino Médio. Ao
na direção da Terra. Como Newton já essa relação hoje tão familiar pôde ser fazê-lo, estaremos ensinando um bom
havia demonstrado, em proposições deduzida facilmente dos teoremas de conteúdo de Física, de modo atrativo,
no Livro I, que uma força centrípeta Huygens, como, aliás, já o fizemos. e contextualizando-o nos marcos do
capaz de gerar movimentos circulares conhecimento científico da época.
ou elípticos, e cujos movimentos Estaremos, também, introduzindo os
obedecem à Terceira Lei de Kepler, deve estudantes em uma reflexão sobre a
ser proporcional ao inverso do qua- Colocando a expressão em função produção da própria Física, examinan-
drado da distância ao centro da cir- de g, temos: do, em particular, o papel dos experi-
cunferência, ele pode afirmar que na mentos de pensamento e o papel das
superfície da Terra esta força sobre a estratégias de persuasão na constru-
Lua será 60 2 vezes maior que na ção do conhecimento científico.
órbita da Lua, uma vez que estamos Convertendo os valores que New- Usando as palavras de Matthews
assumindo a distância média da Lua ton adotou de Huygens, temos que [6], estaremos ensinando tanto o
à Terra ser de 60 raios terrestres. um pêndulo de comprimento L = 1,0 conhecimento em ciência como
Adotando a proporcionalidade entre metro tem um período T = 2 segun- sobre a ciência. Constatando a qua-
força e aceleração, chegamos à dos e fornece o seguinte valor para a se total ausência da apresentação
conclusão que a aceleração da Lua na aceleração da gravidade: dessa Proposição nos livros didá-
superfície da Terra será igualmente ticos de Física, nos damos conta do
602 vezes mais intensa que a acele- quanto ainda pode ser feito para
ração na órbita natural da Lua. Tendo tornar o ensino de Física mais atra-
em vista que ac0 = 2,7 x 103 m/s2, de Este valor é aproximadamente o tivo e mais significativo para os
acordo com os cálculos feitos no Passo mesmo que encontramos para a Lua nossos estudantes.

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Watson, F.G. The Project Physics Course, (1726) with variant readings, as-
[2] Butterfield, H.. The Origins of Modern
Science, Free Press, New York, [Revised Holt, Rinehart and Winston, New York, sembled and edited by A. Koyré & I.
edition], (1965). (1970). Bernard Cohen, Cambridge Univer-
[3] Carolino, L.M. A escrita celeste – Alma- [6] Matthews, M. Science Teaching – The Role sity Press, (1972).
naques astrológicos em Portugal nos Sécu- of History and Philosophy of Science, [9] Newton, I. Mathematical Principles of
los XVII e XVIII, Access Editora, Rio de Routledge, London & New York (1994). Natural Philosophy, Motte’s Transla-
Janeiro (2002). [7] Matthews, M. Time for Science Education tion – Revised by Cajori, 2 Vols., Uni-
[4] Densmore, D. Newton’s Principia: The – How Teaching the History and Philoso- versity of California Press, Berkeley,
Central Argument – Translation, Notes, phy of Pendulum Motion Can Contribute [1984].
and Expanded Proofs, Translations and to Science Literacy, Kluwer, New York [10] Newton, I. The Principia – Mathemati-

30 Newton e a Força Gravitacional Física na Escola, v. 5, n. 1, 2004


cal Principles of Natural Philosophy, A tado dessa atividade. Uma versão definidas mais em termos de seus arcos
new translation by I. Bernard Cohen preliminar desse trabalho foi apresen- que de seus ângulos correspondentes”.
& Anne Whitman, preceded by A tada no XV Simpósio Nacional de Ensino A expressão atual para o “versed sine”
Guide to Newton´s Principia by I. Ber- de Física, Curitiba, 2003. seria um menos o cosseno (1 – cos θ).
nard Cohen, University of California [15] A tradução dessa frase encerra certa [17] Esta tradução teve por base Newton
Press, (1999). dificuldade. Newton [8] escreveu no [9]. Após o texto aqui traduzido, New-
[11] Nussenzveig, M. Curso de Física Básica original em latim “Lunam gravitare in ton incluiu uma explicação sobre a
– 1 – Mecânica, 3ª ed., Editora Edgard terram; & vi gravitatis retrahi semper premissa da Terra em repouso e um
Blucher, São Paulo, (1996). a motu rectlineo, & in orbe suo retireri”. Escólio, que não traduzimos.
[12] Sonneville, M. et Fauque, D. La gravi- A tradução inglesa de Motte-Cajori [18] Para uma apresentação do contexto
tation, Centre National de Documen- adotou “That the moon gravitates to- intelectual e científico no qual New-
tation Pédagogique, Paris, (1997). wards the earth, ...”. A clássica tradu- ton formulou a idéia da força gravita-
[13] Nussenzveig [11] e Holton [5] são, ção francesa da Marquesa do Chastelet cional, ver Butterfield [2].
nesse sentido, exceções. Contudo, os [1, 12] adotou “La Lune gravite vers la [19] Para descrições didáticas dos êxitos da
dois livros apresentam a comparação Terre, ...”. Para os leitores contempo- mecânica newtoniana, bem como dos
entre a aceleração centrípeta da Lua e râneos a expressão “Que a Lua gravita obstáculos por ela enfrentados, ver
a aceleração da gravidade na superfí- em torno da Terra” já implica na idéia [5, 11].
cie terrestre fazendo um caminho de que a Lua circula em torno da Terra [20] Carolino [3] mostra que tanto os
inverso ao do argumento original de atraída pela força da gravidade. Até filósofos aristotélicos quanto astrólo-
Newton, isto é, eles partem da acelera- Newton, contudo, a expressão gravi- gos medievais admitiam o “influxo”
ção na superfície da Terra, reduzem dade expressava apenas o peso dos dos planetas como uma das formas
esse valor em função da distância Ter- corpos terrestres e não uma força de influência dos corpos celestes sobre
ra – Lua, e comparam com a acele- atuando em escala astronômica sobre a Terra. “Esta forma de influenciar
ração centrípeta da Lua. A ausência um corpo celeste. Uma tradução mais considerava-se oculta, pois não havia
do experimento de pensamento da literal e mais precisa, porém redundan- meio de saber como, na realidade, tal
“queda da Lua” reduz, a nosso ver, te para o leitor contemporâneo, parece se processava. Essa ação só se podia
parte da fascinação exercida por essa ser “Que a Lua gravita na direção da conceber por intermédio de seus efei-
Proposição. Mesmo entre historia- Terra” para enfatizar a idéia de que a tos. [...] E assim dizia-se, por exemplo,
dores da ciência a expressão “queda força centrípeta é da mesma natureza que o influxo da Lua provocava as
da Lua” não é de uso generalizado; do peso dos corpos terrestres. marés”. O leitor pode perceber clara-
Blay [1] é dos poucos a utilizar esta [16] Não conhecemos uma tradução portu- mente que não seria implausível, para
expressão, que nos parece muito signi- guesa adequada para o termo “versed os contemporâneos de Newton, uma
ficativa tanto do ponto de vista histó- sine”, razão pela qual deixamos a ex- associação da gravitação com tais
rico quanto pedagógico. pressão inglesa. A dificuldade está rela- “influxos”; de onde todo o cuidado de
[14] Em curso ministrado por um dos au- cionada à própria história do conheci- Newton na construção de sua argu-
tores (Freire Jr.), no qual se explorou mento físico e matemático, pois, confor- mentação.
o livro de Matthews [7], a apresenta- me assinalado por I. Bernard Cohen em [21] Da geometria temos que, o triângulo
ção desse livro, dedicado às implica- Newton [10], “um termo com o qual os AFD é retângulo em F, visto que é ins-
ções históricas e filosóficas do estudo leitores de hoje podem não estar fami- crito na semi-circunferência, o triân-
do movimento pendular, motivou um liarizados é ‘versed sine’ [...] porque hoje gulo AFL é retângulo em L, visto que
grupo de alunos a examinar nos deta- nós pensamos nas funções trigonomé- AL é a projeção de AF na direção de
lhes Proposição IV, a qual é apresen- tricas em termos de ângulos, mas, na AD, e o ângulo  é comum. Logo por
tada, no referido livro, nas páginas época de Newton, e mesmo no século ângulo - ângulo - ângulo os triângulos
188-191. O presente trabalho é o resul- XIX, estas funções eram concebidas e AFD e AFL são semelhantes.

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de 24 a 28 de janeiro de 2005. O tema Convidamos professores, futuros


do encontro “O Ensino no Ano Mun- professores e demais interessados, de
dial da Física” é fruto da coincidência todos os níveis de ensino, para de-
histórica deste XVI SNEF com a bater questões relacionadas ao ensino
determinação da UNESCO de come- e aprendizagem de Física neste “Ano
morar em 2005 o ano mundial da Mundial da Física”; para apresen-
Física (WYP 2005), uma vez que em tarem os resultados de suas experiên-
2005 completa-se 100 anos dos cias didáticas e de suas pesquisas
trabalhos de Einstein de 1905. No realizadas no campo da investigação
Brasil, as comemorações do ano do ensino de Física e na formação de
mundial da Física estão sendo organi- profissionais para atuarem nesse

O
Simpósio Nacional de Ensino zadas pela SBF, sob a coordenação do campo, quer como docentes ou como
de Física (SNEF) é organizado Prof. Dr. Ildeu de Castro Moreira. Em pesquisadores.
pela Sociedade Brasileira de 2005, o primeiro evento do ano sob o Para maiores informações sobre
Física (SBF) e ocorre a cada dois anos. patrocínio da SBF é o SNEF. Assim o SNEF, consulte a página da Socie-
Neste ano será realizado no Centro sendo o XVI SNEF iniciará, no Brasil, dade Brasileira de Fïsica em http://
Federal de Educação Tecnológica do as comemorações das atividades www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/
Rio de Janeiro (CEFET-RJ), na semana relativas ao Ano Mundial da Física. snef/xvi/.

Física na Escola, v. 5, n. 1, 2004 31

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