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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL

DE ROLÂNDIA-PARANÁ.

BENEDITA LEITE DA SILVA, brasileira,


casada, desempregada, portadora da cédula de identidade civil RG sob o n.º
36377917 SSP/PR e CPF/MF: 48526100963, residente e domiciliada na Rua
Piracema, nº166, Vila Oliveira, na cidade de Rolândia-PR, por sua
procuradora judicial infra firmada (mandato incluso), com escritório na Rua
Pernambuco, n° 390, sala 1001, na cidade de Londrina-Paraná fone:
33233511, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
propor.

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO COM PEDIDO


DE TUTELA ANTECIPATÓRIA

Com fundamentos nos artigos 201, inciso I da


Constituição Federal, Lei nº 8.213/91 com redação dada pela Lei nº 9.032/95
e artigo 275, inciso I do CPC, contra;

INSS - INSTITUTO NACIONAL DA


SEGURIDADE SOCIAL, Autarquia Federal, que deverá ser citada à Rua
Visconde de Mauá, nº 161, na cidade de Londrina-PR, pelos motivos abaixo
expostos:

I - DOS FATOS

A Requerente propôs administrativamente o


pedido de CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL para IDOSOS,
porém foi indeferido, conforme abaixo discriminado:

A requerente reside apenas com seu esposo


que por sua vez já conta com 78 anos, e recebe uma aposentadoria no valor
de um salário mínimo.

A requerente já conta com 66 anos, e, além


de já possuir a idade mínima para receber o benefício em questão, possui
diabetes, e possui seqüelas de derrame que sofreu há um ano atrás.

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Foi requerido em 13/03/2007 o pedido de
Benefício Assistencial ao idoso não sendo reconhecido o direito ao
benefício pleiteado, tendo em vista que não há enquadramento no art.20, §
ou superior a 1/4 do salário mínimo vigente na data do requerimento,
conforme exigências da Lei Orgânica Assistencial Social-LOAS.

Contudo a requerente preenche todos os


requisitos necessários para a Concessão do benefício pleiteado.

Deve-se salientar que o requisito do limite da


renda, previsto no § 3° do art. 20 da Lei n.º 8.742/93, não deve ser visto
como uma limitação dos meios de prova da condição de miserabilidade da
família do necessitado, deficiente ou idoso, mas sim apenas como um
parâmetro, sem exclusão de outros, entre eles as condições de vida da
família  devendo-se emprestar ao texto legal interpretação ampliativa.

Contudo, aplicando-se o art. 34 da lei


10741/2003 (Estatuto do Idoso), é possível concluir que a requerente não
tem renda, tendo em vista que a aposentadoria percebida por seu esposo
não deve entrar no cálculo para a apuração da renda per capita, diante do
que dispõe o parágrafo único do referido artigo, pois, se a renda do idoso
credor do benefício de que trata o art203, V, não entra na composição de
renda familiar para fins de concessão do mesmo benefício a outro membro,
por igual razão a renda do idoso aposentado, nas mesmas condições,
também deve ser desconsiderada.

O caso em questão é de urgência na


prestação Jurisdicional em razão da requerente estar passando por
dificuldades financeiras, e não tem mais condições de arcar com as
despesas dos medicamentos que necessita, já que nem todos são doados
pelo Posto de Saúde.

II – DA TUTELA ANTECIPATÓRIA:

Claramente demonstrado que a pretensão da


requerente é perfeitamente plausível, pois preenche os requisitos
necessários a concessão do BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE.

Assim, requer-se na forma de antecipação de


tutela, o direito ao beneficio pretendido.

A Lei nº 8.952/94 dando nova redação ao


artigo 273 do C.P.C. autorizou a tutela jurisdicional antecipada, assim
dispondo:

“O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,

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existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e
haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, ou fique
caracterizado o abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório
do réu”.

Ao juiz da causa é dado o poder


discricionário de modo a assegurar àquele que sofreu alguma lesão em seu
direito objetivo, alcançar resposta imediata e eficaz, mesmo antes da entrega
definitiva da tutela.

Sobre o tema Cândido Rangel Dinamarco


assevera:
“A discricionariedade do juiz na concessão da tutela antecipada reflete-se
ainda no poder, que a lei expressamente lhe dá, de a qualquer tempo (antes
da sentença é claro) revogar ou modificar a medida concedida (art. 273, § 4º).
Modificar por mais ou menos, pois a lei não específica e a situação existente
podem aconselhar uma coisa ou outra, que se funda em cognição sumária e
não pode resistir ao reconhecimento de realidades fáticas antes não
captadas pelo juiz”. (Candido Rangel Dinamarco – A Reforma do Código de
Processo Civil, 2ª Ed., Malheiros Editores, 1995, pág. 140).

A antecipação de tutela requerida está


condicionada aos requisitos do artigo 273 do Código de Processo Civil, que
estão presentes no caso dos autos, como demonstrado acima, eis que se
vislumbra evidente perigo de que a parta autora sofra prejuízo irreparável ou
de difícil reparação se somente na decisão final for atendido o pedido, haja
vista que poderá ser privada de exercer em toda a sua plenitude os seus
direitos e atividades na órbita econômica e financeira.

III - DO REQUERIMENTO:

Diante do exposto, é a presente para


requerer à Vossa Excelência, seja acolhido o pedido de tutela antecipada,
conseqüentemente, determinando liminarmente e inaudita altera pars a
condenação do Inss para implantar o benefício previdenciário a requerente;

Requer que seja a presente Ação julgada


PROCEDENTE, para condenar o INSS, a pagar a requerente o benefício
previdenciário, prestação vencida no valor de 01 salário mínimo vigente, do
pedido administrativo, NB: 5198175877 DER (data da entrada do
requerimento): 13/03/2007.

Requer, também, que as prestações


deferidas a serem executadas judicialmente, gozem dos benefícios da
parte inicial do Artigo 100 da CF., de acordo com o artigo 4º§ único da
Lei nº 8.197/91, por se tratar de obrigação de natureza alimentícia.

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Requer à vossa Excelência, seja-lhe
concedido os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, uma vez que não
dispõe de recursos para arcar com as custas processuais e verbas
honorárias, conforme faculta a Lei nº 1.060/50.

Finalmente, que o réu seja condenado a


pagamento das custas processuais, além de honorários advocatícios à base
de 20% sobre a condenação.

Requer, ainda, a CITAÇÃO do representante


legal do INSS, no endereço retro feito, sob a pena de revelia e confissão,
quanto à matéria de fato bem como sua intimação para que, até a data da
audiência de tentativa de conciliação, junte aos autos o processo
administrativo e a citação da União Federal para que tome conhecimento do
presente feito.

Protesta provar o alegado por todos os meios


de provas admitidos em direito e cabíveis à espécie, notadamente provas
documentais e provas testemunhais que seguem em anexo.

Dando-se à causa o valor de R$ 5.000,00


(quatro mil e duzentos), para efeitos civis de alçada.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rolândia, 26 de setembro de 2007.

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FLAVIA FERNANDES NAVARRO
OAB/PR Nº 28.666

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