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Transcrição aula 1.

2 – Pneumonia adquirida na
comunidade - Diagnóstica

O objetivo deste vídeo é apresentar a abordagem diagnóstica na pneumonia


adquirida na comunidade.

Começamos com uma questão: Você sabe quais são os principais


sinais e sintomas de pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?

Não existe sinais ou sintomas patognomônicos de pneumonia. Os sintomas


mais prevalentes de pneumonia são febre (78%), dispneia (40-90%), taquicardia (65%),
tosse com ou sem expectoração (82%) e estertores (80%).

Atualmente, a classificação da pneumonia em típica e não típica não é mais


usada. Entretanto, alguns quadros parecem ser mais prováveis em um ou outro agente
etiológico. A pneumonia pneumocócica, classicamente, se apresenta com quadro de
início agudo, febre alta acompanhada de calafrio intenso, tosse, dor pleurítica e sinais
de consolidação ao exame do tórax. Entretanto, em geral os pacientes não
apresentação de todos esses sinais e sintomas.

O quadro clínico varia com a idade e da presença de comorbidades. Pessoas


idosas costumam ter menos sintomas, podendo a doença apresentar-se de forma
atípica, com sintomas gerais, como confusão mental, mal-estar, sensação de fraqueza,
desmaio ou piora de doença subjacente, como insuficiência cardíaca ou renal. Febre
pode estar ausente, mas taquipneia e alterações no exame do tórax costumam estar
presente.

A radiografia de tórax, nas incidências: póstero-anterior e perfil. Esse é o exame


complementar mais importante para diagnóstico, avaliação de gravidade e
complicações da pneumonia, podendo ser realizado quando disponível, na Pneumonia
Adquirida na Comunidade tratada a nível ambulatorial. A radiografia de tórax passa a
ser indispensável quando há suspeita de complicações, momento em que o paciente
deve ser referenciado.

A ausência de consolidação na radiografia de tórax não descarta o diagnóstico


de pneumonia.
Na presença de lesões bilaterais, comprometimento de mais de um lobo ou ter
rápida progressão, derrame pleural moderado ou de grande volume e necrose do
parênquima (cavidades) indicam gravidade, quando associados a determinadas
manifestações clínicas.

Em paciente com melhora do quadro clinico, mesmo com progressão


radiológica após inicio do tratamento, não esta indicada a necessidade de mudança no
tratamento.

A resolução radiológica costuma ser lenta, ocorrendo após a recuperação


clínica; em metade dos casos se da duas semanas após a apresentação inicial. Em dois
terços dos casos, a resolução radiológica ocorre em seis semanas. Pacientes tabagistas
com mais de 50 anos que desenvolveram quadro de pneumonia, devem repetir a
radiografia de tórax após seis semanas do início dos sintomas, pelo risco de câncer de
pulmão, não detectado durante a infecção.

Outros exames complementares podem auxiliar no avaliação de gravidade e


conduta de pneumonias complicadas. Entre esses exames, destacam-se a medida de
oxigenação, hemograma, dosagem de proteína C-reativa (PCR) e exame de escarro
para pesquisa etiológica.

A avaliação da gravidade do quadro de pneumonia é importante para definir o


local de tratamento, escolha do esquema antimicrobiano prescrito e a mortalidade
esperada para cada caso.

Em atenção primária, utiliza-se o Escore CRB-65 para a classificação de risco em


adulto, por ser de fácil utilização e não exigir realização de exames complementares.
Trata-se de um escore reprodutível e validado, que deve ser completada por outros
fatores como fatores sociais, demográficos, presença de doenças associadas
descompensadas e queda da saturação periférica de oxigênio.

 O Escore CRB-65 é A baseado nas quatro variáveis abaixo:


 C: presença de confusão mental nova
 R: (respiratory rate) frequência respiratória maior ou igual a 30 irpm
 B: (blood pressure) pressão arterial sistólica menor que 90mmHg e/ou
diastólica menor ou igual a 60mmHg.
 65: idade superior a 65 anos

Para cada critério atribui-se 1 ponto, obtendo-se um escore que varia de 0 a 4


pontos, como mortalidade aumentando progressivamente com o aumento da
pontuação.

A mortalidade aumenta progressivamente com o aumento da pontuação.


Voltando à questão inicial: Você sabe como é feito o diagnóstico
de pneumonia adquirida na comunidade?

O diagnóstico baseia-se nos sinais e sintomas da doença, principalmente febre,


dispneia, taquicardia, tosse com ou sem expectoração e presença de estertores.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Acolhimento à demanda espontânea : queixas mais comuns na Atenção
Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

DUNCAN BB, Schimdt MI, Giugliani ER. Medicina ambulatorial: condutas clínicas na
atenção primária. Porto Alegre. Artes Médicas, 4ª ed., 2013.

Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípio,


formação e prática. Editora ArtMed, 2012

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