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Apostila Projetistas para Raio
Apostila Projetistas para Raio
(Para-Raios)
Colaboração:Departamento de Engenharia
da TERMOTÉCNICA.
INTRODUÇÃO
-Este trabalho tem como objetivo levar ao conhecimento de projetistas, engenheiros eletricistas e
outros interessados no assunto, algumas orientações técnicas e práticas de implantação de
Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, baseado em nossa larga experiência de
instalação, fabricação, projeto e consultoria técnica. Foi usada uma linguagem acessível para
facilitar o entendimento de leigos e pessoas com poucos conhecimentos na área elétrica.
- As orientações aqui contidas foram embasadas nas Normas Técnicas NBR5419/93, porém
recomendamos que a Norma seja lida, antes de iniciar qualquer projeto.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
- A fim de se evitar falsas expectativas sobre o sistema de proteção, gostaríamos de fazer os
seguintes esclarecimentos :
2 - Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a "queda" de uma descarga em
determinada região. Não existe "atração" a longas distâncias, sendo os sistemas prioritariamente
receptores. Assim sendo, as soluções internacionalmente aplicadas buscam tão somente minimizar
os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos preferenciais de captação e condução
segura da descarga para a terra.
4 - Somente os projetos elaborados com base em disposições destas normas podem assegurar
uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca atingirá os 100 %
estando, mesmo estas instalações, sujeitas à falhas de proteção. As mais comuns são a destruição
de pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios ou de quinas da edificação ou
ainda de trechos de telhados.
7 - É de fundamental importância que após a instalação haja uma manutenção periódica anual a
fim de se garantir a confiabilidade do sistema. São também recomendadas vistorias preventivas
após reformas que possam alterar o sistema e toda vez que a edificação for atingida por descarga
direta.
HISTÓRICO
- O Raio é um fenômeno da natureza que desde os primórdios vem intrigando o homem, tanto pelo
medo provocado pelo barulho, quanto pêlos danos causados.
- Para algumas civilizações primitivas o raio era uma dádiva dos Deuses, pois com ele quase
sempre vêem as chuvas e a abundância na lavoura. Para outras civilizações era considerado como
um castigo e a pessoa que morria num acidente de raio, provavelmente havia irritado os Deuses e
o castigo era merecido. Havia também civilizações que glorificavam o defunto atingido por um raio,
pois ele havia sido escolhido entre tantos seres humanos, com direito a funeral com honras
especiais.
- Após tantas civilizações o homem acabou descobrindo que o raio é corrente elétrica e por isso
deverá ser conduzida o mais rápido possível para o solo, minimizando seus efeitos destrutivos.
-Após alguns anos, tomou conhecimento de edificações que tinham sido atingidas e o raio não
havia caído na ponta metálica. Assim sendo, reformulou sou teoria e afirmou que a ponta metálica
seria o caminho mais seguro para levar o raio até o solo com segurança caso a ponta seja atingida
por um raio. A partir daí começou-se a definir a região até onde esta ponta teria influência (séc.
XVlll - Gay Lussac) e começou-se as esboçar os primeiros cones de proteção, cuja geratriz era
função de um ângulo pré-definido, resultando num cone com um raio de proteção.
-Com o passar do tempo foram sendo definidos novos Ângulos de proteção em função da exposição
da edificação, bem como os riscos materiais e humanos, envolvidos.
A FENOMENOLOGIA DO RAIO
Este fenômeno de natureza elétrica é produzido pela nuvem do tipo ‘cumulunimbus’ e se forma por
um processo interno da nuvem o qual não será abordado por não ter significado prático neste
trabalho.
Á medida que o mecanismo de autoprodução de cargas elétricas vai aumentando de tal modo que
dá origem a uma onda elétrica que partira da base da nuvem em direção ao solo, buscando locais
de menor potencial, ficando sujeita a variáveis atmosféricas, tais como pressão, temperatura, etc,
definindo assim uma trajetória ramificada e aleatória.
Essa primeira onda caracteriza o choque líder (chamado de condutor por passos) que define sua
posição de queda entre 20 a 100 metros do solo. A partir deste primeiro estágio o primeiro choque
do raio deixou um canal ionizado entre a nuvem e o solo que dessa forma permitirá a passagem de
uma avalanche de cargas com corrente de pico em torno de 20 KA.
Após esse segundo choque violento de cargas passando pelo ar, provocam o aquecimento deste
meio, até 30.000 ºC , provocando a expansão do ar (trovão).
Neste processo os elétrons retirados das moléculas de ar, retornam, fazendo com que a energia
absorvida pelos mesmos na emissão, seja devolvida sob a forma de luz (relâmpago).
Na maioria dos casos este mecanismo se repete diversas vezes no mesmo raio.
ATUALIDADE
- Com a nova edição da Norma de Para-Raios NBR5419/93 a eficiência dos Sistemas de Proteção foi
substancialmente aumentada não deixando nada a desejar em relação a Normas de outros Países,
inclusive pelo fato desta ter tipo a Norma IEC como referência.
- O método da esfera Rolante é o mais recente dos três acima mencionados e consiste em fazer
rolar uma esfera, por toda a edificação . Esta esfera terá um raio definido em função do Nível de
Proteção,
-Os locais onde a esfera tocar a edificação são os locais mais expostos a descargas. Resumindo
poderemos dizer que os locais onde a esfera toca, o raio também pode tocar, devendo estes ser
protegidos por elementos metálicos (captores Franklin ou condutores metálicos).
4)Captores Milagrosos
- Com o intuito de ganhar dinheiro ás custas de pessoas leigas ou desatualizadas, alguns
fabricantes divulgam captores com ângulos majorados (tipo 80º ou mais), dispositivos artificiais e
até filosofias patéticas para tentar ganhar o espaço deixada pelos captores Radioativos, o qual está
com sua Fabricação proibida pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
- Nenhum outro método de proteção deverá ser levado a sério que não sejam métodos
consagrados pelas Normas Técnicas NBR 5419/93, o qual é o único documento aceito pelo
código do consumidor.
DESCIDAS
- Recebem as correntes distribuídas pela captação encaminhando-as o mais rapidamente para o
solo. Para edificações com altura superior a 20 metros têm também a função de receber
descargas laterais, assumindo neste caso também a função de captação devendo os condutores
ser corretamente dimensionados para tal.
-No nível do solo as descidas deverão ser interligadas com cabo de cobre nu #50 mm2.
ANÉIS DE CINTAMENTO
- Os anéis de cintamento assumem duas importantes funções.
- A primeira é equalisar os potenciais das descidas minimizando assim o campo elétrico dentro da
edificação.
- A segunda é receber descargas laterais e distribui-las pelas descidas. Neste caso também
deverão ser dimensionadas como captação.
-Sua instalação deverá ser executada a cada 20 metros de altura interligando todas as descidas.
ATERRAMENTO
- Recebe as correntes elétricas das descidas e as dissipam no solo.
- Tem também a função de equalizar os potenciais das descidas e os potenciais no solo, devendo
haver preocupação com locais de freqüência de pessoas, minimizando as tensões de passo nestes
locais.
- Para um bom dimensionamento da malha de aterramento é imprescindível a execução de uma
prospecção da resistividade de solo previamente.
- No nível do solo e dos anéis de cintamento(cada 20 metros de altura), deverão ser equalizados os
aterramentos da CEMIG, da TELEMIG, de eletrônicos, de elevadores (inclusive trilhos metálicos),
tubulações metálicas de incêndio, gás (inclusive o piso da casa de gás), água fria, água quente,
recalque , etc.
-Para tal deverá ser definido uma posição estratégica para instalação de uma caixa de equalização
de potenciais que deverá ser interligada á malha de aterramento (ou anel de cintamento) e
interligando as diferentes prumadas metálicas já mencionadas.
- A ligação da caixa de equalização bem como as tubulações metálicas poderão ser executadas
com cabo de cobre # 16mm2 antes da execução do contra piso dos apartamento localizados nos
níveis dos anéis de cintamento. A amarração das diferentes tubulações metálicas poderá ser
executada por fita perfurada estanhada (bimetálica) que possibilita a conexão com diferentes tipos
-Daremos inicialmente mais ênfase a prédios pois são as edificações mais complexas de
dimensionamento e também as que em geral sofrem maiores danos principalmente no tocante a
descargas laterais.
-Ao projetar a captação o primeiro passo consiste em distribuir condutores metálicos pela periferia
da edificação, com fechamentos de acordo com a tabela anexa distribuindo as descidas também
de acordo com a tabela anexa. Deverá ser dada preferência para as quinas da edificação.
- O uso de mastros com captores Franklin em prédios altos, visam à proteção localizada de antenas
e outras estruturas existentes no topo da edificação devendo o prédio ser protegido pêlos cabos
que compõem a malha da Gaiola de Faraday.
-As descidas deverão ser distribuídas ao longo do perímetro do prédio, de acordo com o nível de
proteção (tab. anexa) com preferência para os cantos. Este espaçamento deverá ser médio e
sempre arredondado para cima. Um cuidado deverá ser tomado ao especificar os condutores de
descida, pois edificações com altura superior a 20 metros, estão expostas a descargas laterais,
assumindo assim também a função de captor (cobre #35mm2 ou Alumínio 70 mm2). Caso o
prédio esteja com a estrutura de concreto executada e o reboco não tenha ainda sido iniciado, os
cabos (cobre) poderão ser fixados por baixo do reboco, eliminando assim os danos estéticos.
-Para edificações com a fachada já pronta, os cabos (descidas e anéis de cintamento) poderão ser
fixados diretamente sobre o acabamento. Neste caso, poderá ser usada a barra chata de Alumínio
minimizando substancialmente os danos estéticos.
-Os anéis de cintamento deverão ser executados a cada 20 metros de altura, contados a partir do
solo, até á captação, podendo também ser fixados por baixo do reboco (cobre) ou por cima do
acabamento da fachada com cabo de Alumínio ou barra chata de alumínio.
- Quanto á malha de aterramento, o modo mais prático, consiste em colocar uma haste de
aterramento tipo “Copperweld” (alta camada = 250µ) em cada descida e cabo de cobre nu #
50mm2 a 50 cm de profundidade, conectado ás hastes através de soldas exotérmicas.
- A equalização de Potenciais como já foi mencionado deverá ser executada no nível do solo, e no
nível dos anéis de cintamento horizontal.
TABELA DE DIMENSIONAMENTO
Ângulo do Captor franklin
Nivel de RAIO até h 21 a 29m h 30 a 44m h45 a 59m h>60 Malha da Espaçamento Eficiência
Proteção ESFERA(m 20m α α α --- Gaiola das Descidas do S.P.D.A.
) α
I 20 25º A A A B 5x10 10 95 a 98%
II 30 35º 25º A A B 10x15 15 90 a 95%
III 45 45º 35º 25º A B 10x15 20 80 a 90%
IV 60 55º 45º 35º 25º B 20x30 25 até 80%
unidades metros Grau Graus Graus Graus Graus metros metros Porcentagem
s
* Para edificações acima de 20 metros, dimensionar a bitola das descidas e anéis de cintamento, igual á
bitola de captação devido á presença de descargas laterais .
PODERÃO SER FORNECIDAS MAIS INFORMAÇÕES TÉCNICAS COM NOSSO DEPARTAMENTO TÉCNICO.
Através dos ramais 217 , 211 ou 213.
Atenciosamente,