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2 CORTE E DOBRA Dentro ou fora? Entenda os critérios de escolha entre a implantacao de uma central de aco no canteiro de obras e a aquisicao de pecas produzidas em fabricas i AGicorae a cama: \dobrado em férica, tem se tor- nado cada ver mais frequente no mercado da construgao civil brasil ro, Sobretudo em grandes cidades, onde os canteiros de obra sio reduzi dos, © ha escassez de mao de obra ‘qualificada. Apesar disso, 0 processo de preparagio das armaduras no pré prio cantciro carecteriza a produgao de grande parte dos edificios com es trutura de concreto armado do Pais. F isso exige cuidados por parte da construtora para garantira qualidade das pegas, conforme as exatas especi ficagdes do projeto estrutural,e para ‘mantero fiuxo de trabalho continuo, de modo a nio comprometer os pra zos de montagem da estrutura. “Cortare dobrar 0 ago no proprio canteiro évidvel em obras mais entas’ explica 0 engenheiro Nilton Nazar, professor da Escola de Engenharia Maui ¢ diretor da Hold Engenharia. esse processo,0 ago, obtido na forma de barras de secao circular com 12 m de comprimento, deve ser armazena- do adequadamente para, posterior- mente, ser cortado e dobrado para a produgio das armaduras. “A perda, normalmente, ndo supera os 5% quando o canteiro ¢ bem planejado’, acrescenta Nazar, (Os ergalhdes que sobram sio rea pproveitados na propria obra ou vendi- dos como sueata para obras de menor porte.‘Assobras dasbarras sto utiliza- das para a execugio de vergas, contra piso armado, muros ou quaisquer ou tros servigos que envolvam concrete Implantagio de central de corte e dobra no canteiro exige itegragéo com sistemas 4 transporte do cantoiro nao especificado em projeto”, diz 0 ‘engenheiro Alexandre Netto, da cons- trutora Five Steel Engenharia, ( nuimero de armadores nevessi rio para realizar 0 servigo de corte ¢ dobra ¢ estimado de acordo com a programacio ou cronograma da obra, ‘mas a produgao média de um arma- dor varia de 10 kg a 12 kg de avo por hora trabalhada (corte, dobra e arma- 40, com funciondrio em ritmo de producdo plena). “Esse ntimero tam- ‘bem depende da complexidade da ar- ‘magi, No caso de pegas mais pesadas, 4 produtividade diminui’ diz Netto, Seguranca ‘Netto explica que as barras devem ser estocadas em uma érea isolada do. canteiro, apoiadas em “pipe-racks” para ficarem protegidas do contato ‘com o terreno. AS ferragens também ppodem ficar sobre cavaletes de madei- +, apoiados em superficie plana, sepa- radas por bitolas que faclitam o seu emprego em uma etapa posterior. “Esta regido deve estar longe de insta lagdes elétricas e passagens de flacdo sob o solo” alerta Nazar. Segundo José Luiz Esteves da Fon seca, gestor de sade, segurana e meio ‘TeeHNE212 | NOVEMBRO DE 2014 Espago de trabalho deve estar em ‘conformidade com a Norma Rogulamentadora n¢18 ~Condigées e ‘Meio Ambiente de Trabalho na Indistria da Construcéo ambiente da MRY Engenharia, a cen- tral de corte edobra deve estar posicio- nada proxima a entrada para favorecer a descarga ea movimentagio de mate- riais no canteiro, “Deve estar em um canto que nao atrapalhe o desiocamen: to de equipamentos ea movimentacao de pessoas, ¢ ser grande o suficiente para estoque de material queseré ut lizado’ complementa Fonseca. ‘As pegas devem ser estocadas em locaisque acilitemo seu igamento para as Iajes, junto com etiquetas de identifi- cacao dos pilares ¢ vigas” correspon= dentes. “As pecas armadas podem ser ‘montadas na prépria central de arma- lo ¢ transportadas prontas por gruas, que aumenta muito a produtividade’ afirma Nazar. Deacordo como diretor dda Hold Engenharia, nao existem nor- mas que determinem tuma area mini- ma para a central, que seré dimensio- nadade acordo com o tamanho da obra cenecessidade de equipamentos. De acordo com a norma regula~ a Como calcular a area da central de ago em obras de pequeno porte OnGmero de muinas para corte € dobre as barras daw sor obtice aralicamento, ‘em fungio da demanda de cade operacio‘e {do rendimento de cada una dels. Os rendlmentos eas produgées pravstas podem \ariar canformeo teinamento da mio de ‘obra das condiies de trabalo.O mesmo ‘oor com o fatr de fina, também \erivel em cad empresa Via 0 exerplo abaixo eentenda como é feito céla. Contexto: obra composta por um edifcio de 15 pavimentos edrea construica 10,000 me Consumo previsto de concreto: 2.000 m? Consumo de aco: 200 mil ka (70% cortado dobrado, 25% cortado, 5% am barras de 22 m) Produtividade horéria da méquina policorte: 200 ke/h* Produtividade horaria da bancada ara dobra de aco: 100kg/h* Jornada disria: 8h/aia Producao mensal requerida da ‘maquina policorte (Pre): Consumo de aco x (705+ 2585) Pre pre = 200.000 x (0.95) 6 Pre 32.000 ka/més Producao mensal de cada méquina policorte (Mc): Mc = Produtividade da méquina x sJomada didria x Jornada mensal x Foator de eficiéncia mentadota'NR-18—Condigdes e Meio}> Fonte: Niton Nazar Me = 20018 x 32 x 2585 x 060 Me = 24.000 ka/més Quantidade de miquinas requerida (Qrc): Pre re = PE me 32.000 = 24,000 re =1,33 méquinas(4uas méquinas) Produgdo requerida da bancada de dobra de aco (Prd): 200.000 x (0,70) 6 Prd = 23.400 kg/més Produco mensal de cada bancada de dobra de aco (Md): Md= Produtividade da bancada x ‘Jornada dstia x Jornada mensal x Fatorde eficiéncia be xi wou 00h , Sh 060 da Md=12.000 kg/m ‘Quantidade de bancadas requerida (Ard): Prd ra rd = 1,95 bancadas (dua bancadas) Fy CORTE & DOBRA Equipamentos de seguranga ‘Na bancada, 2 sora polcorta dave estar aterrads¢, de preferincia faetada do local onde o aco fica ermazenado. 03 faquipamantos do protec individual recessive pore 08 profssionals que Ambiente de Trabalho na Industria da Construgio, a érea de trabalho onde esta situada a bancada de armacao deve ter cobertura resistente para a protesio dos trabalhadores contra a queda de materiais e intempéries, além de dispor de espaco suficiente para comportar a movimentagio da ‘equipe edas peyas metilicas.“Em nos- sas obras, usamos estrutura dle madei- rae telhas de fibrocimento para cen- tral’ acrescenta Esteves da Fonseca, Nazar adverte sobre a necessidade do aterramento dos motores elétricos utilizados na central, que também pode ser transferida para os primeiros pavimentos da edificagao assim que cles forem liberados. “As centrais ppoclem ser facilmente remanejadas para estas dreas, que por sis6 so pro- manejam a serra so: protetorauricula, luva do ragpa, eapacot, vicira, vantal deraspa (que protege 0 tronco das raiscas), manuotes de raspe e botas de eure eam biquoiras do 3c. tegidas contra as intemperiese queda cde materi’ inaliza oengenhro. ‘Obras répidas ‘Marcio Pellegrini, diretor de enge- aharia ¢ produtividade da Odebrecht Realizagoes Imobiliias, explice que a ‘psa pelo ago cortado e dabrado em fibrica € quase que compulssria nos ‘grandes centros urbanos,ond os terre nos, por serem apertados, dificutam a instalagio de centrais de corte € dobra, exigindo a incorporacao de conceitos, de logistica para racionalizare otimizar obra. “£um caminho xem volta parao ‘segmento, uma questao de sobreviven- cia em longo prazo’,afirma Pellegrini (© ago pronto traz vantagens rela cionadas a methoria da logistica do canteiro, com economia de mao de ‘Opggo pelo age pronto 6 mais etundida os srendes centros urbanes, onde 03 terrenos apertados ditcultam a instalaclo de cantrae de corte @ dobra no canairo ‘obra e redugao do desperdicio de ma- teria, Favorece a adogao do modelo “justin time’ pois dispensa a dea de estoque efavoreceo fluxo continuo da produsio ¢ dos materiais, “Assim ‘como uma linha de montagem, tapas ‘como a aceitacao, verificagao ecertfi- «agio do material si feitasna propria fabrica. antes do embarque para can- tein diz Pellegrini. Segundo © engenheiro Nilton Nazar, a aquisivao do ago jd cortado € dobrado em fabrica€ uma opgdo van- tajosa, sobretudo, para obras ripidas, jaque permite uma produtividede em torno de 6.500 kg/mes em edificio de ultiplos andares. “Ou seja, produti- Yidade mais do que dobra em compa- ragao com obras em que o corte e a dobra sio realizados no proprio can- tciro’ explica Nazar © material ¢ entregue no canteiro com o romaneio de carga, juntamente como desenho de cada pega que com- ‘poe o projeto, “O processo de slicita- ‘lo feito por meio do envio de arqui- vo eletrOnico para ausina (empresa de corte e dabra), junto com os projetos que compéem o pedido’, acrescenta Netto, Para facilitar a gestio dos servi- ose cortee dabra do agoe producto da estrutura, 0 mereado disponibiliza programas que ampliam o alcance do Building Information Modeling (BIM) cfacilitam aintegragao eacom- panhamento de pedidos com 0s for- necedores, controle e armazenamento de dados de recebimento dos mate- riais nos canteiros de obras. « ‘lis Fa ‘TECHNE2I2 | NOVEMBRO DE 2016 Veja produtos e servicos de corte e dobra Vergalhdes customizados OVotorago cartadae dobrado, ds marca Obra Facil, 6a solugio oferecide pela Yotorantim Siderurbia para clientes que ‘esejam receber vergalhses customizados ara obre.A empresa disponibiliza rofisionais especializados que trabalham {de forma integrada com a equipe de execuglo a fim de garantr que as pecas sejam febricadas efornecidas exatamente {de acordo as especiticagbes do projto, visando a0 cumprimento do cronograma estabelecdo pelos engenheiras. Votorantim Siderurgia (a1) 3202-8699 wor sideruraa.com.br {Ago pronto. O Balgo Pronto, serico de cortee dobra 0 ago da ArcelorMittal € feito de ‘manera totalmente autoratizada, 0 {que garente eentrega de pecas com ‘ormatos e dimensies pracisos. Para facta oarmazenamento ea execucio, (0 produtos vim identficados, com a cmissdo de planilhas e romaneios para 2 utiieagdo gerencial da obra, Arcelor ‘0800-015-1221 ‘onwarcelormittacom/br Sistema de corte e dobra Realizado por méquinas automsticas importadas de Europa, a partir da lotagem on-line dos projets, o sistema de corte e dobra de aco da Usiago para concreto armado 6 oferecido a cliente consuitoria técnica permanente. Para faclitara conferéncia © manuseio na 'mantagem, as pecas so entregues com etiquetas de identiicagao e romancio, cinga a1) 4189-9144 ‘wwnndiaco.com.br Gerenciamento da Produgdo de Estruturas (GerP1€)atua como uma feramenta completa para 0 gerenclamento da producio das estruturas de conereto armado em obras. Uma das fungbes do sistema 60 controle do processo de _armaclo dos elementos estruturas, inluindo o forecimento do ago cortado &

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