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Atividade de Língua Portuguesa-9º ano-3º bimestre Data:__/___/____ Profª Rani Mary

Caçador de paturis

Eram dois caipiras metidos a caçadores de paturis, aquele pássaro que lembra um
patinho e que sempre anda em bando, numa algazarra danada:

- Cumpadi, cumé que ocê costuma caçá paturi?

- Cumo quarqué pessoa. Caçando nos mato. Que pergunta mais estapafúrdia,
cumpadi.

- Espera aí, cumpadi. Que é caçando, eu sei, mas quero sabê com o quê ocê
custuma caçá.

- Com o que haverá de? Com a minha espingarda de cartucho, ué? Ocê sabe que a
carga é grande. Intão na hora que eu puxo o gatío, eu chaqueio o braço pra móde
espaiá a porta. Derrubo uns 10 paturi só com um tiro da bicharêda.

- Pois eu faço diferente. Caço de noite e sem espingarda nenhuma. A minha


lanterna é daquelas que tem um facho grandão de luz que parece olofróte dos campo
de aviação.

- Ara! Já to querendo sabê como é isso. Caçá de noite e só com a lanterna, pra mim
é nova, cumpadi.

- Espia só. Os paturi chegam em bando e vão se aninhando naquela arve frondosa.
Ficam ali apinhocado mais de 200. Tudo pronto pra drumi. Pois bem. Eu chego
quietinho com a minha lanterna no escuro, aprumo pra riba, pra perto da arve e
acendo o facho de luz, pro rumo do céu. Aí eu começo a rodopiá aquele facho de luz.
De repente, os paturi percebe e entra naquele facho de luz que formou ansim quiném
um anér. E entra mais outro, e mais outro. Eu continuo rodando aquele anér de luz... E
quando a roda toda ta cheia de paturi... aí eu, num solavanco de surpresa, rodopio ao
contrário. Os paturi trombam tudo uns nos ôtro e cai aquele despropósito no chão.
Tudo tonto co as cabeçada que deram!

Adaptado de Contando Causos, de Rolando Boldrin (Nova Alexandria, 2001)

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