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; MATTOS,
H.; DANTAS, C. V.; O negro no Brasil: trajetórias e lutas em dez aulas de história. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2012, pp. 107-112.
[109] Ações voltadas à diversidade começam a se intensificar a partir dos governos de FHC e
sobretudo nos governos Lula;
Decreto nº 3551 de agosto de 2000: instituía, a partir de uma política de valorização da
cultura afro-brasileira, o patrimônio cultural e imaterial brasileiro
Decreto nº 4228 de maio de 2002: instituiu o Programa Nacional de Ações
Afirmativas no âmbito administrativo público federal
Lei nº 10.639, janeiro de 2003: estabeleceu as Diretrizes curriculares nacionais para a
educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana
Decreto nº 4886: criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir), com a finalidade de coordenar as ações necessárias à implantação da
Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial e “criar possibilidades para o
desenvolvimento pleno da população negra brasileira através de ações afirmativas.”
Esse mesmo decreto ainda regulamentava “o direito à terra aos descendentes de
escravos.”
[110] 2012: patrimonialização das manifestações culturais afro-brasileiras, como o
samba de roda, o Jongo e o acarajé.
Todas essas conquistas nos âmbitos legais, educacionais e culturais “estão articuladas aos
diversos movimentos negros e à rediscussão, realizada também nas universidades, sobre a
identidade nacional brasileira. Representa, ainda, um marco de ruptura com a ideia que se
fazia presente homogeneamente do Brasil, sobretudo nos livros didáticos, de uma nação
fundada numa espécie de pacificidade e apaziguamento típico de uma “democracia racial”,
advinda do fato de que o Brasil está enraizado num processo de intensa mestiçagem. Essa
ruptura evidencia não só o caráter inventivo desse mito, mas também o desenrolar de todo um
processo de inferiorização e exclusão das comunidades afrodescendentes – e dos indivíduos
que acham-se diretamente ou não vinculados à elas –, além de reparar os silenciamentos e
esquecimentos através do estabelecimento de “direitos e deveres à memória, à história e à
diversidade.”