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‘maxoe anus ra “encantar’ nao iagdes gramalicais. Todas as ividades de linguagem se faze ra abusat da paciéncia dos meus ‘arenes com gramtica, pretenclemos com essas analises foi pro} mas alternativas de cor a8 rigid formas de ver o texto, de co npreender seus mecanismo trugio, de en © texto — na sua composi ntido e de s centro da Capitulo 6 Fundamentos para a andlise de textos: 0 foco em aspectos de sua construgao 10s explorar neste capitulo c retura do texto propriamente veis no quadro das re- s paredes de sua Bularidades textuais para faze sustentacio. do de um edificio, é preciso que se saiba lementos, os varios materiais que hio im todo coerente, pensado para desenvolver certas partes, “io resulte um m texto supde «1 sbes, de recursos? umagiio, como es. ara esses segmentos? oie ce wai tes “AKO ATOMS Insisto em que, na maioria das escolas, essas nao sio questées {que se propéem para os alunos nas suas atividades de leitura e de escrita, Nos ciclos mais avangados do ensino, a classificagio das € eserever com sentido antes e adequadas as de estudo|as propriedades, e recepgao dos 1 micir que teria primazia o entendimento linguagem, 0 que elas farem para atuarem verbalmente lrages parccem dispenss- veis. Nao sio, no entanto, se nos damos ao de procurar saber 0 que, de fato, lesse Brasil {por razes que nao esharram apenas dos recursos necess¢ a construgio de u 1 nosso entendimento daquelas ques- (eartroio 6 su ch 6.1 A coesdo e a coeréncia A@66850"E uma das propriedades que f de palavras funcione como um texto. Qt de palavras ou de frases constitua um texto, é ne- tum encadeamento, uma |. Dessa arcumagao articulada Ito sequéncia, continuidade, sarece jf na superficie do texto. Po- ‘malmente, em seus diferentes tipos de ‘No entanto, essa continuidade se estabelece pela articulagio dos sentidos, sobretudo; quer dizer, € de natureza semantica, pois ten expres, coat 1e 0 texto ,a.coesi visivel funciona i aieeaclaneeste, igagio da coesio com a coeréncia decorre do fato desinbas eaneery a ecrvico do carfint scinipticadanaitn.desua® Jaf, a natural dificuldade coeréncia. A primeira esta em fungio da srficie (sonora de se separar coesio Uma prové a do texto (a coestio) stica, no se da fungio do de um texto resulta das propriedades texto. Quer dizer, 0 senti cexnitavo 8 | - on plone + 08 nexos de coniguidace, + os nexos de assoalagaoe + 8 mexos de conexio ou sequenciacta Os termos, to das suas partic também, fora a) Os tas, que, xos de equivaléncia acontecem quando os dois ite si um tipo qualquer de inguagem, nem pereebemos cot i se eneaixando, e, por eles, 0 que di- s ocorréncias da expressio ‘o ue aparecem no inicio ¢ no Enquanto oconsumidor imagina que é um ser racional e O consumidor néo vai morrer de overdose dessa droga. Ou seja, trata-se de um nexo de equivalén- nos dois pontos, 0 objeto de referéncia é 0 : nos dois pontos do tex- to esté-se referindo ao mesmo objeto. Igualmente, entre as expresses ‘O guarand em lata’ e ‘0 tal refrigerante’, acontece um nexo de equivaléncia, Naturalmente, essa retomada constitui um elo de coesio, de a | ceram, promovendo a conti ‘sua coeréncia. b) Os nexos de eontigiidade acontecem quand | equivaléncia, ou, pelo menos, de uma equivaléncia 1 apenas parcial. Por exemplo, em A mercadoria | dgena, aparecem as expressies “a simplesmente, ‘a publicidade’. Efetivamente, nio hi en- éncia, pois a publicidade, sbes, preposigies, ad mo se sabe, existe para além da TV. Mas também nio (On seja, podemos pereeber ne: se pode negar que existe entre as duas expressdes uma saber: forte contiguidade, tanto assim que 0s objetos em questio specifica que as Os nexos dle assOciaG@-ocorrem suardam uma relagio de proximidade semantica, de ‘que uma lembra a outra, ou, como se diz colo- uma fem alguma coisa a ver com a outra, Esse € bastante comum em todos os tipos de texto; mum entre todos, opinam os autores Hi Hasan (1976 ¢ 1989). Sao nexos que decorrem d uunidade semantica do text que um texto deve concentrar-se num determinado ‘ou t6pico. Se, por exemplo, em um comentario, se w publicidade mercadorias ‘eArtTULO 6) Funnel em spe a eoredo Cumprem, exatamente, a fungio de ligar esses segmentos, _ estabelecendo entre eles algum tipo de relacio semantica (1 lagio de causalidade, de finalidade, de condicionalidade, de temporalicade, de oposigio, de jungio, entre outras). cadeia de elos. Assim, poste- mos perceber em um texto cadeias de nexos sas cadeias mais coesivo ele &*. Osnexos eas cadeias dk por meio de um gr mais especificamente do léxico, outros lexico ¢ da gramatica. De qualquer for- res entre o que € resultado do léxico ou da ins veres, reduzir os fatos e cair na impre- ar os recursos da coesio € seus efeitos na cons-| jenges do texto, sem tentar Tempos, um item est bes devemos evita, ronome, quanto de um verbo ou d petigdo de uma unida 2005: 75). Poderfamos, porventura, aft 1psio do autor foi devida 3 falta de um vor: lisse acima: a repetigdo de palavras tem sas muito provavel que a maioria das io vinculadas ao tema central ra ret ¢ da ocorréncia da repetigao tem a ver iy distribuicio ao longo do texto. Assim, em geral, uma 1uito propicia para o aparecimento de uma repeticaio é os (a partir do segundo), um sinal de que o 10 pargrafo anterior continua. O fi (ver Antunes, 1996) é a de que, no costuma ocorrer a repetigio de uma ou mais palavras que apare- Isso pode ser visto como um sinal de que se <épico central, normalmente anuncia- esta pretendendo fechai ode prever gua previsibilidades. Nao se pode negar, contudo, as miiltiplas fungSes da repetigao de palaveas nem se pode aprovar a recomendagio gené- | deat cu’ daquss fora’ podem fica — tio. comum nos encontros de ensino | ag Po da redagio — de que “nao se deve repetir palavras em um texto”. Em um bom programa de est suas, deve constar um espago par da coesio, e, com 0 apoio de mui mais sio confusses que, a. apesar de 8, 86 fazem at alhar quem est habitua- extremamente simpli do a conviver, em texte 632A pardirase Um outro recurso pel réfrase, um reeurso pelo qu: I se criam lagos coesivos é a pa- Paréfrase tem assim alguma coisa em comum com a repetigio, enquanto, embora sob uma outra formulacao, o mesmo é dito outra vez, E nesse senti- do que ela é coesiva. Ou scja, um segmento textual s6 pode ser considerado pardfrase se esti articulado, pela equivaléncia (mais ou menos proxima) de sentido, a um outro anterior. Nio teria sentido, pois, procurar uma paréfrase onde dois segmentos nao se retomam semanticamente. A pardfrase se destaca, entio, como cartrote ins oc an apc i eee conccito tem que ficar muito claro e, portanto, precisa ser en- tendido com precisio. Em geral, as pardtrases si “quer dizer’ ~ €0s {como no caso da formagio da passiva) quanto de mecanis- mos lexicais que exploram os sentidos das palavras. A identificagio dos segmentos parafrésicos tem sua impor- tiincia no entendimento dos textos, pois, além dessa sua fungi esclarecedora, eles implicam que, naquele ponto onde ocorrem, “0 tema no avanga para o ‘novo’, ji que os dados da informagio anterior sio apenas retomados para explicages ou reforrmula- «Bes mais especificas. —_—_— 63.9.0 paralelismor Paralelismo: 0 nome jd sugere uma espécie de aproximagio, de itens que guardam algum tipo de concomitancia. No caso do paralelismo como recurso textual, a aproximacao mais comum € de ordem sintatica, isto é, exatamente essa similaridade sintdtica que d4 20 paralelismo 0 carter de reiteragao, que reforga a dimensio da continuidade do texto e representa um de seus recursos cocsivos. © paralelismo constitui, assim, um recurso textual que cria ‘oma harmonia formal entre dois ou mais pontos, o que, além de roduz um efeito agrada- Promover a coesio entre esses pon vel de articulagio ¢ entrelagamento ‘Observemos no texto que v aguinte fragmento: A marca de chicletes promete transportar 9 fregués para w tal “mundo do sabor” ¢ mostra 0 garoto-propaganda levita em outras esferas césmicas. Qadocante faz surgitem do nada indo como apoio 0 se~ violinistas e guitarristas, O guarand em lata provaca visées ama- zGnicas no seu bebedi tum lago que, se é formal, niio deixa também de ser também semantico, todos os outros, de nevonede fungi deren. ‘Até mesmo um levantamento sumirio de d¢orréncia de pa- ralelismo em diferentes géneros (ver Antunes, 2005) mostra que esse recurso é usado muito frequentem iento, se pode ver o efeito desagradivel da or exemplo; “O homem ea mulher mu- 1odo de pensar, agir ¢ icamente”; ainda, “a mulher tem liberdade de expressao e de Intar"), 0 que 6.34 A substituicao de unidades do lexico Existem m toa preferir sul lavfranO.#! Feces sci ee olan esla de su cee pestis ca peri nde 6c contin open nas andlises poco teor de informagio que, nessas expressoes, simples repeticio. Ou seja, referir 0 objeto de discurso ‘consumidor’, por ‘o fregui cara referir ‘o guaran em lata’ por ‘o tal refrigeran- wer a vantagem de acrescentar mais informagdes a0 F repertério do leitor ou, pelo menos, reavivar } sua meméria quanto possibilidade de de- signadores equivalentes para o mesmo objeto de referéncia’ t Esse mais alto teor informativo das expressées lexicais tam- bém explica a falta de acréscimo da informagdo nas substituigdes * Podanoe ver ostros exealoe tras adit qutrao a0 scope ‘mot das ndlies do exton | “Ninguém leva os comerciais alucindgenos ao pé da letra, mas cada vec mais gente se deta seduzir por eles” € we 0 encanto das mercadorias nao est nelas, mas fora elas — e a publicidtade sabe disso”. | Podemos ver que os pronomes apenas retomam uma refe- | réncia anteriormente feita, mas nao a definem ow a categorizam cem uma classe identificdvel de itens. No exemplo anteriormente dado, a expressio ‘o guarand em lata’ é substituida por ‘o tal o tem um vale informatio sor informa expressio por ou- tra em um texto tem motivagBes discursivas maiores qu ir a repeti¢do de palavras. Pelo contrat plesmente, e € dos propésitos em curso. tuigbes dle expressies rea texto, pode-se s a} sindoima 1 hiner: {ov equvalenteconionme um dado cartexta. ___ Como se pode ver, 0s dois primeiros tipas de substituigdo se ligam as determinagdes lexicais das expressbes; estio, por assim dizer, inscritas no léxico da lingua (por exemplo, a relagio entre ‘menino’ ‘gat ‘elagdo entre ‘leo de canola’ ¢ ‘p to'). 0 terceiro tipo, 20 contra 3 instancia de cada te conde ocorre e depende, fundam: a que as expressées correspondem (p. bus A330. de 2009" ¢ seliga a lavras dadas como contexto. Certamente, que a preferéncia m ho (ver, por exemp! A subst mum, desde q como sexrtruends as pe anise deeds 9 eve ses dessa cnn semanticas. A ref no decorrer do texto, ‘produto’, por So nomes que tém o valor semantico de ca~ de reunir, numa classe, itens diferentes, sob 0 enfoque de algum trago comum entre cles. Isto é muitos itens po- dem preencher as condigdes para serem reunidos, por exemplo, na categoria de produto ou de bugigangas. O Iéxico da lingua conta com um grande nimero de itens lexicais gerais (substanti- vos, sobretudo) ou de itens lexieais com um valor seméntico que 0, em barca, que compreende o de muitos outros itens es relagao aqueles gerais. O termo ‘produto’, por exemplo, tem um valor semantico que 0 deixa capaz de retomar uma referéncia a um sem niimeros de itens, como ‘chiclete, guarand, adocante’ ¢ tudo © que é resultado de uma prods Entre os verbos, um hiperénimo bem comum é o verbo ‘fazer’. Esse tipo de sul io representa, portanto, uma gran- de possibilidade de variagio lexical em um texto. Além dis © uso de hiperénimos permite uma operacao textual cognitiva- mente muito relevante que é essa da categorizagioy ou seja, do cenquadramento de varias reeréncias numa determinada catego- uma determinada classe de seres, o que favorece, por outro lado, esse carater resumitivo que a progressao tematica do texto deve ir tomando ao longo de seu curso. Dai que a substituigio de palavras por outras, repito, no tem importincia simplesmente por possibilitar a no repeticao, Esse é 0 seu efeito menor, © terceiro tipo de substituigio — aquele em que uma ex- pressio € substiruida por outra equivalente contextualmente — tem-se revelado também bastante produtiva nos textos analisa~ Antunes, 1996, 2005; Adam, 2008; Mar- 1005; Koch e Elias, 2006, entre outros). jsre na operagio textual de se substituir uma expressio (pode ser um nome pr6prio) por uma ‘descriglo definida’ que 8 nee aN ANNES ional, que estabelecia a referencal entre “os politicos mi. comuns Nos textos, exatamente pela idade de equivaléncia que podem as. Sumit. Uma mesma expressio pode, variando igdes de referencia, alterar seu va- ‘nimos ow dessa express te | Sotivalncis copreetval, No entan "9\esses so cursor quc ena ne fancionameneo de todo txts mo ceabeecimento de sua ce Iplicam conesimemtos, ‘608 ¢conhecimentos en £98, © qe o tina bem ‘exmmplo, a casing de rngton 1 ara abranger esses aspectos de apenas possivel nicativa dos fal: 5 1a lista de ¢ insuficiente; ainda mais por q lista de Surpreendamas, pois, os sign truturagao do texto; na construg sio de suas intenges, ivos papéis do léxico na es- de seus sentidos e na expres- {GARONA Tuomas ns aaa dees 0 eco em age de sua etngso uso desse reg tem sen 's ¢ impde condigées Para sew adequado funcionamento, tomando-se como foco a2 igagdes que se devem emprcender para identificar sen Percurso. Comecemos pelo mais geralia Por, qualquer CHS Woe outros termos, fexto, uma expressio 6, em . ais tarde por uma expressio referen. poderiamos destacar a expresso referencial em aes Jogo ¢a expressio pronominal correspondente (‘ohomem’ e igreja’e ‘ela’; ‘as faculdades’ ¢ ‘elas* etc.) rigGes, merece destacar 0 cuidado para nao Sifcultar also pretendidaentee a expressioretomade ea anes ‘que a retoma. A clareza de um texto, sem dii- vida, passa por essa continuidade referencial {que vai se estabelecendo a paris das ligngbes, dos nexos que se vio construindo. Os prono- mes — de todos os tipos — tém essa funcio textual de ir promovendo as cadeias de refe- réncia que vio dando ao texto articulagao © unidade, Qualquer.descuido.nesse ponto rovocar in isa i oi de ete ants pis AOeIMAORES também pode retomar — inteira ou parcialmente — termos de uma predicagio anterior. Em suma, os pronomes nao retomam apenas expresses nominais (a publicidade na-Tv — ela); podem retomar também parte de uma predicagio ou uma predicagio inteira, como em: Seria o tal refrigerante uma versio comercial das beberagens do Santo Daime? Nao, nada disso. A segunda consideracio tem a ver com o fato de 0 pronome “io fncionar apenas como ‘palavras de retomada textual’ ito é, 0 pronome nao funciona apenas sob a forma de uma expres- ‘so que retoma ecedente, como em: “Pode parecer unt insulto 2 inteligéncia do telespectador, mas ele bem que gosta”; ou se refere a uma outra subsequente, como em: “Vocé nao encontrar ofertas to boas quanto esta: DVD players H-Buster ‘em 12 vezes sem juros”. © pronome também pode referir um elemento da situagio -extralinguistica, presente no momento da interagio, 0 que nao implica nenhuma retomada, como em: De quem é isto?, dito, cevidentemente, diante de um objeto a que se faz referéncia e que ‘esteja acessivel a ambos os interlocutores. Na verdade, a identificagio do objeto de discurso em refe- falam ou escrevem, empreenderem, com precsto, aindicaglo de onde estd 0 apoio para a referéncia feita por um pronome, Na conversagiio coloquial, sobretudo nos eventos de narracio, essa ites perturbadores: fala-se, por exemplo, heres diferentes, ¢, na sequéncia do discurso, se usa referéncia no se sabe para quem remeter. © reducionismo com que tem sido feito 0 estudo dos prono- ‘mes deve-se a abordagem quase sempre intraoracional e descon- 05 pronomes nessa perspectiva, como uma particula gramatical de substituigio, apenas, estudada preferencialmente nas suas impli- cages morfossintéticas, com énfase, ainda, nos padrdes de sua nets pa tena: aan em asso eo ens colocagio em relagio a outras unidades da oragio. Para esses enfoques, os limites da frase isolada sio suficientes. Esta fora de divida, portanto, a relevancia de se explorar 0 uso dos pronomes numa perspectiva textual. [sso implica, primeiro, ule trapassar 0 aspecto puramente morfoldgico de seus usos: a subclas- sificagao de seus varios tipos; em segundo lugar, implica ultrapassar © viés sintdtico de seus usos, 0 que, por sua vez, nos tira das frases sequéncias de oragdes € nos leva até os textos. A relevincia de se conhecer as marcas morfossintticas dos pronomes deriva do fato de elas poderem funcionar: ra a indicagdo ¢ a identi- ficagio corretas das entidades referidas. Portanto, seus “de dasstcacio s6 tem sear Se posto a scrvigo dos taxis. Em suma, somente no texto se pode apreender as fungées dos pronomes no estabelecimento da interpretabilidade da lingua- gem, quer esses pronomes estejam ancorados na situagao extra- linguistiea, estejam presos as referéncias feitas no interior do texto propriamente. Pretendemos analisar, no capitulo seguinte, algumas dessas fungdes em textos de diferentes géneros. uma consideragio: na literatura lin- ntre outros, ver Bernardez, 1982; 1978), 0 termo repetigao também € usado para referir 0 procedimento geral da reiteragéo, 0 qual engloba os recursos: da ‘pardfrase, do parallis priamente dita ¢ da substi : De fato, em todos esses recursos, € possfvel perceber que al- guma coisa é ere que alguma coisa se mantém e, portanto, bem organizado, deve predominar um equi formagées ja conhecidas) € 0 que (informagdes novas). Qualquer desequilibrio para um desses lados deixa o texto inadequado. palavras, como seré visto a segu 6.36:A assoclacao semamica entre palavras Por associagio semantica, adiantei alguma nogio sobre como tais exo s constitu, En ina gras et ipo de nexo core sempre que dias ou mais palavras algum tipo de co sempre qu das ou mas paavas gundam alum tipo deco Essa contiguidade pode pro léxieo da lingua (como entre ‘fe provir de associagdes provocadas mando (como entre * mesmo é que elas sio m ‘gua que encharca um terre: _ Os 1976) pro- Oem que esse tipo de nexo coesivo denso © 0 mais reeorrente. Cons dleias, cujas fronteiras nem sempre podem ser icadas. © teor de unidade semantica evovado para o texto coerente é em grande parte, devido a essa proximidade de sentido entre as expressdes lexicais ou entre as trugées Iéxico-gramaticais que ocorrem!', A raiz desse recurso textual esté na propria relago linguagem de determinagdes do proprio dade’ ‘go2o"), como pode lo nosso conhecimento de ras em um texto. Se espal ide, ou dividem o mest a ser referidos também em situagio de contiguidade. Ou seja, por exemplo, se os wva a ocorréncia de palaveas semanticamente afins, as tem cadeias de sentido (isotopias), que arrastam os sentidos para tim determinado ponto de unidade. Um texto coerente é provido, assim, de uma espécie de re- wutras palavras, de reiteragio seméntica, em com a quebra dessa mesmice, pela introdugio algo dessa mesmice se sustenta 3 dever estar, de alguma for- presentes ou pressupostos no texto. ‘No comentario “A mercadoria alucinégena”, a entrada da refe- réncia a ‘guarand’ € subsequente as outras referencias a ‘a marca de chicletes’¢ ‘adogante’, objetos que partilham os mesmos cam- pos da experiéncia. Por esse conjunto de consideragies, fica evidente o papel es- truturante do Kéxico na construcao do texto. Uma falha gritante no estudo das linguas tem a ver com a falta de percepgio dessa fungao textual do léxico. De fato, na maioria das escolas, o estu- do do vocabulirio se esgota, quase sempre, como tenho referido, em exploragies de seus significados ou na procura de palavras que tém o mesmo sentido. Tudo é visto em separado: unidade por unidade, cada uma por sua vez. Como pegas isoladas. Nao sio exploradas as redes seménticas que se criam no percurso do texto; nao sio explorados os fios que, por conta do vocabulério ‘em uso, armam o texto e sustentam sua coesio € coeréncia. Em suma, falta ut estudo do vocabulério na dtica de suas artic ges e de seu papel como fator da construgio do texto. Espero nas andlises que se seguem poder oferecer amostras de como as redes criadas pelas unidades lexicais do texto funcionam como fios que sustentam sua interpretabilidade lingufstica. toe axa arom 5:7 Oso de expresses concctivag' lente, na sua dimensio s 7 ida, quase exaustivamente, aos famosos ssavemas que culminam com a classifcacae das oragdes. Esse viés marcadamente sinc fico de exploragio das palavras de conexio semintico ¢, sobretudo, Wwe passou assim a um sua fungio fangdo em relagio 0 todo de que cram partes, Na verdade, a relevincia dessa classe de oe 2008: 179). A incidénciae a cconectores variam de acordo com os géneros textuais em que ocorrem. Oseontctores argumentativos eumprem a fungio de expres entagdo argumentatiy is je Os conectores do segundo grupo — exercem a fungi dei onde los diferentes segmentos do texto, de natureza espacial-lem cima, embaixo, mais adiante, anterion. mente, na base, em um segundo nivel, no préximo capitulo etc.) al (antes, depois, em seguida, apds, na vés- era, no dia seguinte etc.), Outros tipos de marcadores podem ser citados, tais como os marcadores enumerativos, os marcadores tones de mudanca de t6pico, os marcadores ahi io" 7s de exemplificagao, os marcadores de pardfrases, por exemplo, eber, o estudo dessas “‘palavrinhas” é de ‘grande importincia no desenvolvimento de nossas habilidades de ‘comunicagio, pois funcionam como instrugées que nos orientam No percurso do texto, na verdade, um caminbo. que devemos per- correr na determinagao de aprender seu miicleo temético ¢ sua finalidade basi 'er possa ser produtive enumerar aqui algumas dessas ex- Dresses mais comuns, com indicagio de seus contextos de uso, ns fndamentes epics OANA Coavém sublinhar que, na altura do ensino fundamental ou més nao deve constituir interesse maior classificar, morfolégica ousintaticamente, tais expresses. Por vezes, uma mesma expres: sao pode funcionar como conjungao ou como advérbio (ver, Ne- ves 2000: 272, a propésito do item ‘mas’). O que convém, antes detdo, ¢ destacar essa fungdo geral dos conectores de marcar as opetacdes ou os procedimentos textuais que vao ocorrendo e de sinslizar para o interlocutor que orientagGes estao sendo dadas a percurso do texto. Assim, a titulo de uma maior explicitas co de como se opera a conexao dos sentidos. € das intengdes em nossos textos, vejamos ale | gumas dessas expressdes ¢ os sentidos qi expressam. Por uma questao didatica, vou | ceed ena! inaon erorean ll mais especificamente, conectores argumen= tativos ou marcadores textuais!® \ como, aids alent disso, além do'mats, alm de) | mas também, nao apenas(.) masainda, enti. nem dado novo, De qualquer foro ma a necessidade dew 6:0 em pet do ona ‘aise ones urdactos pica: BOORMAN do mundo textual. Basta ouvir ¢ ler alguns professores de ao saberem 0 Wi? tl, on. asin, en anc, dese mate, ds concasto para enxergar as cate; os om nn a0 redor e a dficulda (que ensinarterd fin. ‘Uma consideragio que me parece pertinente tem a ver com @ fato de que os valores semanticos dessas rel: ges (de oposicio, de causalidade, de consequéncia etc.) podem ser expressos por ‘outros recursos que no as expressées conectoras. Por exemplo, uma relasio de causa e efeito pode estay significada por um ver bo, como ‘decorrer’, ‘resultar’, ‘provi’ etc, Também vale a pena notar as relagdes semanticas possibilitadas pelas chamadas ora- goes reduzidas. Vale a pena mais uma observagio: evidentemente, a grade de expressées apresentada acima é apenas uma amostra de como se poderia fazer a exploracao desse material, destacando, assim, suas fungdes na estruturagao do texto. Ou seja, nao se trata de uma enumeragio exaustiva; muitas outras expressées ainda po- deriam ser citadas. Além disso, convém notar que uma mesma expresso pode ter valores semanticos diferentes e, assim, preencher uma fungao de ‘organizador espacial (por exemplo: primeiramente), ou uma outra de enumeragio ou de indicagao de relevancia (pensemos na fluidez semintica dos conectivos ‘e’ ou ‘mas’, s6 para citar esses dois). Na verdade, também as expresses conectoras sio polissé- micas, até mesmo porque podem ocorrer associagées entre seus sentidos, como acontece, por exemplo, entre algumas temporais €.as condicionais", as causais e as temporais Imo caso, a associacdo € intei- |» Neves (2000. 799 pees exe los dessa associagbes, tis como Se deo € porque set as cone vemtuais Se chover amandd. A icavel, pois a causa é sempre cx ee te ic sempre, brie que a relevancia de se anterior a consequéncia. Também merece Seine lungdes, de preposicdes, de advérbios e hotar que, por vezes, as conexdes entre seg- ‘ses esta no trabalho de exp! mentos do texto, como perfodos ou pardgra- fos, se fazem sem 0 concurso de conectores 5 Silo jungbes sem marcas, que mo- bilizam outros recursos para dar conta des sas conexées. iF que muito ha 0 que explorar em sala de aula de um curso de linguas, se abrimos os hotizontes 3 Leg 2 mitoses RAND Ann _Percurso do texto um outro valor, pelo fato de pode, Pann nevi de apoio a uma determinada intengao argument Para ilustrar esse ponto, posso dar um exemplo: hi d de estd apenas nos m essa afirmacao, argu ncia de comprarmos os espera de que captemos 0 teo ‘Se 0 show dura tanto tempo, vocés det informagio: 4 mio algum Em sum: integral que as palavras c de significar, de medi Ho que corre 0 risco de se Nfo percamos tempo. Nao podemos, No capitulo seg textos, centrand npreender a an os nesses aspectos de sua cons Croan BLOM A Praticas de andlises de textos quanto a aspectos de sua construgdo ‘om base nos fundamentos te6ricos que abordamos no aspectos que foram relevantes para sua construcio. § importante frisar que seria impossivel dar conta de todos 8 recursos. Na verdade, esses so quase inumerdveis, Vamos, conceder priotidade aqueles que assumem, em ca escolhido para anélise, uma fungao mais salien fazer subir as paredes de sua sustenta terior, Apesar de nos fixarmos em pontos | idade do texto, sua u no vamos perder de vis io do texto que ade que ocorre sob a > 0 —quer na sua dimer famatical quer na sua dimensio lexical — dos outros const Temos em mente que, pel eracdo que se produz entre dois ou mais inter- aquea inguagem, 0

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