Você está na página 1de 2

SARAMPO

Manifestações clínicas
A doença chega ao seu clímax no primeiro e segundo dias do exantema, quando o quadro
clínico se exterioriza mais florido: a febre eleva-se ao máximo, o exantema torna-se
exuberante, as manchas de Koplik ainda estão presentes, as conjuntivas congestas com
fotofobia e lacrimejamento, coriza abundante e tosse produtiva. Estes achados configuram a
fácies "sarampenta", já observada no final do período prodrômico. Nas 24 horas seguintes
há queda da temperatura, melhora da coriza, da conjuntivite e da tosse. Esta, porém,
persiste por cinco a dezesseis dias após o exantema.

Epidemiologia
O sarampo é uma das doenças exantemáticas mais contagiosas na infância. A incidência
da virose é variável de acordo com a idade, dependendo grandemente das condições
sócioeconômicas das populações. Nas populações mais carentes, a maioria das crianças
não vacinadas já tinha adquirido o sarampo antes dos três anos; nas comunidades
desenvolvidas e zona rural, a doença incidia preferencialmente em crianças maiores de
cinco anos. Embora possa ocorrer em recém-nascidos de mães susceptíveis, o sarampo é
relativamente raro nos primeiros seis meses em decorrência da transferência
transplacentária de anticorpos maternos. Essa questão é aqui levantada para que se reflita
sobre conceito generalizado de que lactentes têm anticorpos maternos contra a virose até
aproximadamente um ano, conceito este que influi sobre os programas de prevenção da
doença.
FONTE: Freire LMS, Menezes FR. Sarampo. In: Tonelli E, Freire LMS, ed. Doenças
Infecciosas na Infância e Adolescência. 2a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 2000. P. 851-83.
Sarampo
-Agente Etiológico
-é um RNA vírus
-pertence à família Paramyxoviridae
-membro do subgrupo 77Morbillivirus.
-O vírion é composto por uma porção interna, nucleocapsídeo, contendo um genoma RNA,
envolvido por uma camada externa de material lipídico-glicoprotéico.
-O nucleocapsídeo livre não é infectante, sendo necessário, a substância lipoprotéica
constituinte da camada externa; esta camada é responsável pela especificidade sorológica
do vírion, com antígenos contra os quais são produzidos anticorpos neutralizantes.
-A proteína do nucleocapsídeo também age como antígeno para a produção de anticorpos.
 
Formas de transmissão
A porta de entrada do vírus no organismo se faz pela penetração de gotículas
contaminadas, em contato com as mucosas, especialmente de vias aéreas superiores.
-O homem e o macaco: únicos hospedeiros naturais.
-O vírus sobrevive 36 horas, no núcleo da gota à temperatura ambiente, fato que limita a
transmissão indireta ou aérea.
-As secreções: são fluidas, o que facilita seu raio de distribuição; propagação rápida do
vírus.
-O contágio ocorre a partir do final do período de incubação até cinco dias após o
aparecimento do exantema. Considera-se o período pré-exantemático como o de maior
contagiosidade.
Mecanismo da Patogênese
A localização inicial da infecção: epitélio respiratório da nasofaringe. Daqui ele vai para os
linfonodos regionais.
Atravessando este portal, em 2 a 3 dias, ocorre a primeira viremia, então, a replicação viral
acontece tanto na porta de entrada como nos tecidos reticuloendoteliais adjacentes e a
distância.
Uma segunda viremia (com duração de 4 a 7 dias) acontece depois 5 a 7 dias da infecção
inicial.
Desta vez, a replicação ocorre na pele, conjuntiva, trato respiratório e outros órgãos
distantes. Essa replicação resulta, do 11o até o 14o dia, a um pico da concentração de vírus
no sangue e tecidos infectados.
Depois, decresce rapidamente nos próximos dois a três dias.
A eliminação do vírus (o contagio) se faz pela nasofaringe, e ocorre no início do pródromo
até 3 a 4 dias após o exantema.

Fonte: Emanuele Amanda Gauer Gustavo, Josianne Paula Alice Mallofré, Paula Zimmer -
SARAMPO

Você também pode gostar