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UNIVERSIDADE 

FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
  ENG07053 ‐ TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO EM ENGENHARIA 
QUÍMICA 

Alternativas de back‐up para compostos 
totalmente reduzidos de enxofre (TRS) da 
corrente de gases não condensáveis 
diluídos (dNCG) 
 

Autor: Felipe De Carli 

Orientador: Profª. Drª. Aline Schilling Cassini 

Porto Alegre, dezembro de 11 
ii  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  iii

Sumário 
Sumário  iii 
Agradecimentos  v 
Resumo  vi 
Lista de Figuras  vii 
Lista de Tabelas  viii 
Lista de Símbolos  ix 
Lista de Abreviaturas e Siglas  x 
1  Introdução  1 
2  Revisão Bibliográfica  3 
2.1  Odor  3 
2.2  Gases não condensáveis (NCG)  5 
2.3  Compostos odorosos  7 
2.4  Tratamento de correntes odorosas  10 
2.4.1  Extração líquido gás  10 
2.4.2  Oxidação biológica  11 
2.4.3  Separação por membranas  11 
2.4.4  Biofiltração  11 
2.4.5  Condensação  12 
2.4.6  Adsorção em sólidos  12 
3  Materiais e Métodos  19 
3.1  Sistema de teste  20 
3.1.1  Testes iniciais  20 
3.1.2  Testes com carvão ativado  20 
3.1.2.1  Soluções para extrações líquidos gás  21 
3.1.2.2  Sólido adsorvente  21 
3.1.2.3  Ponto de amostragem  21 
5  Resultados  26 
5.1  Compostos TRS da dNCG  26 
5.2  Teste de extração líquido‐gás  26 
5.3  Parâmetros de adsorção do carvão ativado  28 
5.4  Dimensionamento do sistema de adsorção de gases TRS  31 
5.4.1  Parâmetros requeridos pelo sistema  31 
5.4.2  Projeto do equipamento  31 
6  Conclusões e Trabalhos Futuros  34 
7  Referências  35 
 

 
iv  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  v

Agradecimentos 
 

Agradeço  primeiramente  aos  meus  pais  Carmen  e  Daniel  por  terem  fornecido 
condições adequadas para estudar e ter condições de me formar neste curso. 
À  minha  namorada,  Andressa  Werner,  pelo  apoio  e  carinho  em  todos  os 
momentos, sem os quais teria sido difícil manter a motivação em situações adversas. 
Agradeço ao Edvins Ratnieks, Humberto L. A. Batista e José. W. Ventura pela ajuda 
e respaldo para obter desenvolvimento nos campos profissional e comportamental. 
Aos  colegas  Maurício  e  Milton  pelos  momentos,  não  menos  importantes,  de 
descontração e ambiente positivo para trabalhar. 
Aos  funcionários  da  Sindus  Andritz,  Márcio  Padula,  Alexandre  e  Paulo  Rech  pela 
disposição e boa vontade para a realização dos testes em campo. 
A equipe industrial da CMPC Celulose Riograndense que de alguma forma ajudou 
no desenvolvimento não apenas deste trabalho mas também de outros realizados. 
A minha orientadora Aline S. Cassini pelas orientações para realização do trabalho 
e eficiência nas correções. 
A UFRGS por me garantir espaço para conquista de minha formação acadêmica.  
 

   
vi  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Resumo 
Compostos  de  enxofre  totalmente  reduzidos  (TRS)  são  conhecidos  por  estarem 
presentes nas emissões das indústrias de celulose e são responsáveis pelo característico 
problema de odor mesmo em baixas concentrações nas vizinhanças do complexo fabril. O 
forte  e  persistente  odor  é  devido  ao  processo  de  cozimento  da  madeira  e  conversão  à 
polpa e recuperação de químicos do ciclo kraft. O objetivo deste trabalho, foi de avaliar 
diferentes  técnicas  de  abatimento  de  compostos  TRS  presentes  especificamente  na 
corrente  dos  gases  não  condensáveis  diluídos    através  de  testes  em  campo.  O  conceito 
desenvolvido deve ser suficiente para trabalhar em casos anormais de operação, ou seja, 
quando  não  há  condições  adequadas  para  queima  destes  compostos  na  caldeira  de 
recuperação. A partir da escolha 
das  técnicas  de  extração  líquido‐gás  e  adsorção  em  sólidos  de  tratamento  dos  gases, 
realizaram‐se  testes  em  campo  de  modo  a  obter  resultados  experimentais,  servindo  de 
conteúdo  para  o  desenvolvimento  de  um  sistema  de  back‐up.  A  metodologia  inclui  os 
testes  preliminares  dos  solventes  escolhidos  e  do  carvão  ativado.  Os  teste  com  os 
solventes  tiveram  3  repetições  cada,  enquanto  que,  com  o  carvão  ativado,  foi  feito 
apenas  um  teste.  De  acordo  com  o  teste  preliminar,  a  técnica  que  se  mostrou  mais 
promissora no abatimento dos compostos TRS foi a adsorção; assim, foram realizados 5 
testes  com  o  carvão  ativado  para  obter  a  adsorção  específica  média  (gTRS/gcarvão).  Os 
resultados mostraram que a técnica de adsorção em carvão ativado é viável técnicamente 
e  seu  custo  de  implementação  é  relativamente  baixo,  considerando  os  benefícios 
ambientais demandandos por este tipo de atividade industrial. 
 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  vii

Lista de Figuras 
Figura 1 Diagrama de fluxo simplificado de um processo de fabricação de papel e celulose 
a partir de madeira (FERNANDES et al., 2000). ..................................................................... 7 
Figura 2 tb experimental vs. teórico na presença de vapor de água (LODEWYCKX et al., 
2004). ................................................................................................................................... 15 
Figura 3 Sistema típico de leito triplo de adsorção com recuperação por vapor 
regenerativo e decantador (HESKETH, 1989). ..................................................................... 17 
Figura 4 Queda de pressão vs. vazão através do leito de carvão ativado (HESKETH, 1989).
 ............................................................................................................................................. 18 
Figura 5 Parte do fluxograma do sistema dNCG e o ponto de coleta dos gases. ............... 22 
Figura 6 Desumidificador das amostras da linha de dNCG. ................................................ 23 
Figura 7 Linha de amostragem até sala de análise dos gases. ............................................ 23 
Figura 8 Sistema de amostragem. ....................................................................................... 24 
Figura 9 Analisador de compostos TRS. .............................................................................. 24 
Figura 10 Configuração do teste de abatimento de compostos TRS. ................................. 25 
Figura 11 Teste de absorção dos TRS com Hidróxido de Sódio: os pontos em rosa 
representam os resultados do primeiro teste enquanto que os pontos azuis representam 
os resultados do segundo teste. .......................................................................................... 26 
Figura 12 Teste de absorção dos TRS com a mistura de glicóis: as cores rosa, azul e 
amarelo representam os resultados dos testes em triplicata. ............................................ 27 
Figura 13 Teste de absorção dos TRS com DEA: as cores rosa, azul e amarelo representam 
os resultados dos testes em triplicata. ................................................................................ 28 
Figura 14 Curva de saturação do leito de carvão ativado testado com gases dNCG seco 
com  concentração inicial média de TRS em 2658 ppm. A massa de carvão usada neste 
teste foi de 12,2 g. ............................................................................................................... 28 
Figura 15 Tempo de saturação vs. Ln((Cin – Cout)/(Cout) de um teste com concentração 
média de entrada de 2658 ppm. ......................................................................................... 29 
 

   
viii  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Lista de Tabelas 
Tabela 1 Principais odorantes e suas características de odor: plantas químicas e de 
petróleo (CHEREMISINOFF, 1975). ........................................................................................ 4 
Tabela 2 Tipos de poluentes gerados durante o polpeamento Kraft e branqueamento 
(SMOOK, 1992). ..................................................................................................................... 5 
Tabela 3 Resumo das principais tecnologias para abatimento de compostos de enxofre 
(BUSCA et. al., 2003). ............................................................................................................. 9 
Tabela 4 Parâmetros do teste com carvão ativado. ........................................................... 22 
Tabela 5 Composição dos gases TRS da corrente dNCG. .................................................... 26 
Tabela 6 Resultados do leito de carvão testado. ................................................................ 30 
Tabela 7 Adsorção específica obtida nos testes com carvão ativado. ................................ 30 
 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  ix

Lista de Símbolos 
 

Símbolo      Significado                                                               Unidade 

 tb           tempo de saturação para alcançar               (min) 


M           massa do leito de carvão                                           (gcarbono) 
We          capacidade de adsorção no equilibrio             (g/gcarbono) 
Q           fluxo volumétrico                        (cm³/min) 
cin           concentração do contaminante na corrente do gás      (g/cm³) 
cout         concentração de saída especificada              (g/cm³)  
ρb           densidade aparente do leito de carvão ativado        (gcarbono/cm³)  
kv           coeficiente global de taxa de adsorção             (min‐1) 
 

   
x  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Lista de Abreviaturas e Siglas 
 

Abreviatura              Significado 

dNCG                   Gases não condensáveis diluídos 
TRS                   Compostos de enxofre reduzidos 
OSHA                   Occupational Safety and Health Administration 
MEA                    Mono‐etanol‐amina 
DEA                   Di‐etanol‐amina 
MDE                   Metil‐di‐etanol‐amina 
SOP                   Processos de oxidação seletiva 
PSA                   Pressure swing absorption ou sob vácuo 
VPSA                   Vacuum pressure swing absorption 
TSA                   Temperature swing adsorption 
NCG                   Gases não condensáveis 
DBO                   Demanda biológica de oxigênio 
GDI                   Gases diluídos 
HVLC                   High volume low concentration 
LII                     Limite inferior de inflamabilidade 
LSI                    Limite superior de inflamabilidade 
CR                    Caldeira de recuperação 
VOC                   Compostos orgânicos voláteis 
 

 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  1

1 Introdução 
Em  condições  normais  de  operação,  os  gases  não  condensáveis  diluídos  (dNCG) 
provenientes da fabricação de celulose, mais precisamente do cozimento da madeira, são 
oxidados  na  caldeira  de  recuperação  (CR).  Esta  operação  tem  como  objetivo  eliminar  o 
odor  desses  gases  quando  a  fábrica  está  em  operação.  Neste  caso,  os  dNCG  não 
apresentam  potencial  de  causar  mau  odor  nas  redondezas  da  fábrica.  Entretanto,  em 
situações anormais de operação, ou seja, quando não há condições adequadas de queima 
dos  dNCG  na  caldeira,  esses  gases  precisam  ser  ventilados  para  a  atmosfera, 
caracterizando  um  problema  ambiental.  Este  problema  está  baseado  na  principal 
característica  desses  gases,  o  mau  odor,  devido  à  presença  de  compostos  totalmente 
reduzidos  de  enxofre  (TRS).  A  ventilação  desses  gases  é  necessária  devido  ao  risco  de 
explosão  que  esses  gases  conferem  ao  sistema  quando  enriquecidos  de  forma 
descontrolada. Dessa forma, torna‐se necessário o desenvolvimento de um sistema capaz 
de eliminar uma causa potencial de mau odor nas vizinhanças da fábrica. 

Existem  diferentes  técnicas  que  podem  ser  empregadas  no  abatimento  destes 
gases. A extração líquido‐gás (Scrubbing), por exemplo, consiste basicamente na lavagem 
da  corrente  gasosa  através  do  uso  de  solventes  que  solubilizam  os  compostos  gasosos 
contaminantes.  

Outra técnica conhecida é a condensação. Esta técnica possibilita a purificação da 
corrente gasosa através do abaixamento da temperatura, ocasionando a condensação das 
substâncias de acordo com a mistura e o ponto de condensação de cada composto. 

A técnica de separação por membranas também pode ser utilizada para este fim; 
as  membranas  típicas para  esta  aplicação  utilizam  o  principio  da  difusão  de  substâncias 
através  de  uma  membrana  porosa  de  uma  região  de  maior  pressão  para  uma  região  a 
menor pressão.  

A adsorção em sólidos consiste na adesão de moléculas de um fluido a uma superfície


sólida. O grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície. As
forças que atraem o adsorvato podem ser químicas ou físicas.

Em  um  processo  típico  de  oxidação,  um  terço  do  H2S  é  oxidado  a  SO2  em  um 
incinerador.  Mais  tarde,  a  segunda  etapa,  exotérmica,  é  realizada  em  baixas 
2  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

temperaturas,  em  uma  série  de  reatores  de  leito  catalítico  fixo  na  presença  de  alumina 
como catalisador. 

 A  biofiltração  trata  gases  residuais,  geralmente  pré‐umidificados,  através  da 


passagem  deles  em  um  compartimento  em  temperaturas  brandas  ou  em  um  leito  em 
temperaturas levemente altas contendo uma população de microorganismos. 

Em função do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar diferentes técnicas de 
abatimento de gases de enxofre totalmente reduzidos (TRS) presentes nos dNCG  através 
de testes em campo. 
A partir da revisão de literatura, as técnicas escolhidas para abatimento dos gases 
em  questão  foram  a  extração  líquido‐gás  e  adsorção  em  sólidos.  Para  coletar  os 
resultados  dos  testes  foi  utilizado  o  analisador  de  compostos  TRS  da  caldeira  de 
recuperação.  Esse  equipamento  foi  tirado  de  paralelo  da  caldeira  enquanto  os  testes 
eram realizados.  
As alternativas utilizadas no teste de extração líquido‐gás foram as seguintes: 
• Dietanolamina (DEA); 
• Éter‐poli‐glicólico (produto RE 60, mono‐etileno‐glicol 57%, dietileno‐glicol 35,2%); 
• Hidróxido de sódio (1 mol/l) 
 
Para analisar a adsorção dos gases TRS utilizou‐se um filtro de carvão ativado. Com 
esse teste foi possível coletar parâmetros experimentais necessários ao cálculo de tempo 
de saturação do carvão frente aos gases TRS.  
A  partir  dos  dados  resultantes  de  todo  o  experimento  foi  possível,  também, 
analisar  a  viabilidade  técnica  para  implementação  de  um  sistema  de  back‐up  de  gases 
dNCG com emprego dessas alternativas. 
 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  3

2 Revisão Bibliográfica 
Compostos  de  enxofre  totalmente  reduzidos  (TRS)  são  conhecidos  por  estarem 
presentes nas emissões das indústrias de celulose e são responsáveis pelo característico 
problema de odor mesmo em baixas concentrações nas vizinhanças do complexo fabril. A 
seguir  são  apresentados  alguns  fundamentos  relacionados  ao  tema,  bem  como  sua 
relação com os compostos TRS.  
2.1 Odor 
O ser humano é capaz de detectar odores através do sentido do olfato. O nariz é 
altamente  capaz  de  detectar  concentrações  extremamente  baixas  de  certos  produtos 
químicos.  Odores  são  definidos  como  sensações  resultantes  quando  produtos  voláteis 
interagem  com  o  sistema  olfativo  do  corpo  causando  impulsos  que  são  enviados  ao 
cérebro.  O  tipo  e  quantidade  dos  odores  são  variáveis  importantes  para  formar  o  sinal 
que é transmitido ao cérebro. Certos produtos químicos são virtualmente não odorosos e 
não  podem  ser  detectados  em  qualquer  concentração.  Outras  substâncias  podem  ser 
odorosas,  mas  tornam‐se  rapidamente  não  percebidas  pelos  sensores  de  odores 
resultando em uma sensação intermitente de odores (HESKETH, 1989).  
Para  odor  no  ar,  a  Sociedade  Americana  de  Testes  e  Materiais  (ASTM)  define  a 
unidade  de  odor  (odor  unit)  como  um  pé  cubico  de  ar  no  limiar  do  odor.  Mais 
especificamente, uma unidade de odor refere‐se à quantidade de qualquer odor, quando 
dispersado em um pé cúbico de ar livre de odor, produzindo um limite médio de detecção 
de  odor  (resposta  positiva  por  50%  dos  membros  do  painel);  os  limites  de  detecção  de 
odores são expressos em partes por bilhão (ppb). Indústrias químicas e de petróleo são as 
principais  fontes  de  odor,  juntamente  com  os  processos  sanitários,  confinamento  de 
animais  e  plantas  de  processamento  de  produtos  químicos.  Os  tipos  de  odorantes  são 
muitos  e  variados  e  estes  são  capazes  de  causar  incomodo  em  concentrações  muito 
baixas  (CHEREMISINOFF  et  al.,  1975).  A  Tabela  1  lista  alguns  dos  compostos  odorantes 
gerados na industria química e de petróleo, junto com suas características de odor. 
 
 
 

 
4  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Tabela 1 Principais odorantes e suas características de odor: plantas químicas e de 
petróleo (CHEREMISINOFF, 1975). 
Acetaldeído  CH3CHO  Pungente 
Acroleína  CH2CHCHO  Queima de gordura 
Dissulfeto de alil  (CH2CHCH2S)2  Alho 
Alil mercaptano  CH2CHCH2SH  Alho 
Amônia  NH3  Pungente 
Cloreto de benzila  C6H5CH2Cl  Aromático 
Benzila mercaptana  C6H5CH2SH  Desagradável 
Ácido butírico  CH3CH2CH2COOH  Rançoso 
Cânfora     Aromático 
Dissulfeto de carbono  CS2  Podre 
Cloro  Cl2  Pungente 
Di‐etil sulfeto  C2H5C2H5S  Alho 
Di‐metil amina  CH3CH3NH  Peixe 
Di‐metil sulfeto  CH3CH3S  Repolho podre 
Etil mercaptana  C2H5SH  Repolho podre 
Etil seleno mercaptana  C2H5SeH  Putrefação 
Formaldeído  HCHO  Pungente 
Ácido sulfídrico  H2S  Ovos podres 
Metil mercaptana  CH3SH  Repolho podre 
Fenol  C6H5OH  Empireumático 
Propil mercaptana  C3H7SH  Desagradável 
Piridina     Empireumático 
Dióxido de enxofre  SO2  Pungente 
Tri‐cloro etileno  CHClCCl2  Aromático 
Tri‐metil amina  CH3CH3CH3N  Peixe 
Ácido valérico  CH3CH2CH2CH2COOH  Odor corporal 
 
As indústrias de celulose apresentam problemas potencias de geração de odores; 
as principais emissões na indústria de celulose são (SMOOK, 1992): 
• particulados finos e grossos das fornalhas da caldeira de recuperação e dos 
queimadores,  
• óxidos de enxofre (SOX), compostos de enxofre totalmente reduzidos (TRS) 
e  problemas  de  odor  do  polpeamento  Kraft  e  das  operações  de 
recuperação de químicos, 
• compostos orgânicos voláteis (VOC) provenientes da digestão da madeira, 
evaporação do licor preto e branqueamento, 
• óxidos de nitrogênio (NOX), e SOX, dos processos de combustão.   
A Tabela 2 resume as fontes de resíduos sólidos, líquidos e gasosos do processo de 
polpeamento e branqueamento nas indústrias de celulose. 
 
 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  5

Tabela 2 Tipos de poluentes gerados durante o polpeamento Kraft e branqueamento 
(SMOOK, 1992). 
Fase da 
Etapa de geração de poluição  Natureza da poluição 
poluição
Descascamento da madeira, lavagem  Sólida e  Cascas, processamento da madeira, DBO, cor, ácidos 
da madeira  Água  resínicos 
Polpeamento (Kraft), evaporação de  Compostos de enxofre totalmente reduzidos (Ácido 
licor preto, e etapas de recuperação  Ar  sulfídrico, metil mercaptana, dimetil sulfeto, dimetil di‐
química  sulfeto), VOC 
Digestão dos cavacos, condensado da  Alta DBO, cor, pode conter compostos de enxofre 
Água 
evaporação de licor preto  totalmente reduzidos, ácidos resínicos 
Triagem de celulose, espessamento e 
Água  Grande volume de condensados contendo SS, DBO e cor 
as operações de limpeza 
Dissolução de smelt, clarificação do 
Sólida  Dregs de licor verde 
licor verde 
Clarificação do licor verde, clarificação 
Sólida  Grits da lama 
do licor branco 
Cloro para branqueamento da 
Água  DBO, cor, organo clorados, ácidos resínicos 
celulose 
Ar e 
Tratamento de águas residuais  VOCs, Lodo dos efeitos primários e secundários 
sólida 
Lavagem de gases de combustão  Sólido  Lama de lavagem 
Ar,  Cinza, Particulados finos e grossos, óxidos de nitrogênio 
Fornalhas e caldeiras 
sólida  e SO2 
 

2.2 Gases não condensáveis (NCG) 
Gases  não  condensáveis  (NCG)  é  o  nome  genérico  dos  gases  residuais  provenientes  do 
polpeamento  de  madeira,  formados,  geralmente,  por  ar  contaminado,  gases  sulfurosos 
(compostos  de  enxofre  totalmente  reduzidos)  e  vapores  orgânicos  em  diversas 
proporções,  geralmente  saturados  com  vapor  de  água.  Eles  se  caracterizam  por  mau 
odor e demanda biológica de oxigênio (DBO), toxidez e inflamabilidade elevados. O Gás 
Diluído (GDI) também chamado de HVLC (High Volume, Low Concentration), é aquele em 
que a concentração de combustível está abaixo do limite inferior de inflamabilidade (LII), 
isto  é,  não  há  combustível  para  sustentar  combustão  permanente.  Isto  ocorre, 
geralmente,  quando  a  porcentagem  de  TRS  é  inferior  a  4%  em  massa  do  gás  seco.  São 
tipicamente diluídos os GNC’s provenientes dos tanques de armazenagem de licor fraco, 
intermediário  e  forte,  tanques  de  selagem  da  lavagem,  capotas  dos  lavadores  e  das 
peneiras, dessaponificador, reator de oxidação, respiro dos depuradores de condensado 
de  ar,  tanques  de  mistura  e  despejo.  Os  GDI  são  chamados  de  gases  não  condensáveis 
diluídos (dNCG). 

A fim de atender às restrições de controle de qualidade do ar ambiental, tem se 
tornado obrigatório coletar GNC’s de várias fontes de emissão, em um ou mais sistemas, 
6  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

para  tratamento  por  incineração  ou  transformação  química,  de  forma  a  oxidá‐los 
completamente a produtos como CO2 , H2O e SO2.  

Os  gases  que  compõem  os  GNC’s  são  insalubres,  tem  um  limite  muito  baixo  de 
detecção pelo odor, são tóxicos e letais, inflamáveis e poluentes. O principal conceito que 
orienta a técnica de manuseio é jamais misturar gases concentrados com diluídos, porque 
esta  mistura  pode  cair  numa  concentração  situada  entre  o  limite  de  inflamabilidade 
inferior (LII) e o limite de inflamabilidade superior (LIS), portanto, formando um composto 
inflamável  e  potencialmente  explosivo.  Isto  não  significa  que  os  sistemas  de  manuseio 
não possam trabalhar com gás inflamável; ao contrário, eles são projetados exatamente 
para  esta  possibilidade,  mas  faz  parte  da  técnica  de  segurança  jamais  permitir 
intencionalmente esta condição insegura. Assim, os sistemas de tratamento de GNC’s são 
normalmente  separados  em  diluídos  e  concentrados,  não  havendo  comunicação  entre 
eles.  

O Sistema de GNC é projetado com aço inoxidável resistente à corrosão e vários 
dispositivos  de  segurança.  Um  sistema  de  intertravamento  assegura  que  todas  as 
condições  operacionais  adequadas  tenham  sido  atingidas  antes  do  gás  ser  coletado  e 
introduzido  no  ponto  de  incineração.  Este  intertravamento  também  parará  o  sistema  e 
ventilará  o  GNC  para  a  atmosfera  se  uma  condição  anormal  vier  a  ocorrer  enquanto  os 
gases estiverem sendo coletados. 

Conforme  comentado  anteriormente,  os  processos  da  indústria  de  papel  e 


celulose  são  um  dos  grandes  responsáveis  pela  emissão  destes  gases;  eles  apresentam 
variações quanto às tecnologias adotadas. A Figura 4 mostra um fluxograma simplificado 
de um processo de produção de celulose e papel a partir da madeira (FERNANDES et al., 
2000). A Figura 1 mostra, também de forma simplificada, os principais pontos de emissão 
de compostos reduzidos de enxofre. 

A  análise  da  Figura  1  mostra,  de  forma  simplificada,  que  as  principais  fontes  de 
compostos sulfurosos são o cozimento, a lavagem da polpa, o branqueamento, o forno de 
cal, a evaporação e a caldeira de recuperação através do precipitador eletrostático. 
 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  7

 
Figura 1 Diagrama de fluxo simplificado de um processo de fabricação de papel e celulose 
a partir de madeira (FERNANDES et al., 2000). 

2.3 Compostos odorosos 
Os  VOCs  incluem  di‐sulfeto  de  carbono,  metanol,  metil‐etil‐cetona,  fenóis, 
terpenos,  acetona,  alcoóis,  clorofórmio,  cloro‐metano  e  tri‐cloro‐etano.  O  quarteto  de 
compostos  de  enxofre  totalmente  reduzidos  (TRS)  incluem  ácido  sulfídrico  (H2S),  metil‐
mercaptano  (CH3SH),  di‐metil‐sulfeto  ((CH3)2S)  e  di‐metil‐di‐sulfeto  (CH3)S2)).  Esses 
compostos voláteis são notoriamente conhecidos por causarem mau odor. A solubilidade 
deles  é  de  grande  interesse  em  várias  aplicações  na  indústria  química,  na  indústria  do 
petróleo  e  gás,  como  também  na  proteção  do  meio  ambiente.  Por  um  lado,  H2S  é  o 
sulfeto mais facilmente encontrado no gás natural em frações leves e médias provindas 
da destilação do petróleo, em petróleo pesado hidrogenado, e em várias aplicações não 
relacionadas ao petróleo (ILIUTA, 2007). Durante a operação, o sulfeto de sódio combina‐
se com compostos orgânicos para formar sulfetos  orgânicos. A  solubilização de sulfetos 
em líquidos é essencial para o projeto e operação de equipamentos de lavagem em várias 
aplicações técnicas.  
O  Sulfeto  de  hidrogenio  é  um  composto  incolor  que  pode  ser  encontrado  em 
gases naturais, bem como em gases vulcânicos e nascentes de água quente. Também é 
8  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

produzido  em  dejetos  humanos  e  de  animais  e  por  diferentes  indústrias,  tais  como 
têxteis, papel e celulose, refino de petróleo e de tratamento de gás natural, entre outras. 
Possui o cheiro típico de ovos podres e pode ser percebido em concentrações tão baixas 
como  0,5  ppm.  No  entanto,  a  partir  de  100  ppm  deixa  de  ser  perceptível.  Em  uma 
concentração  superior  a  500  ppm  pode  ser  fatal  após  pequeno  tempo  de  exposição, 
devido à sua toxicidade (SWADDLE, 1997). 
Vários  outros  compostos  de  enxofre  podem  estar  presentes  em  gases  residuais, 
dentre  os  quais  o  metil‐mercaptano  é  o  mais  comum.  Metil‐mercaptano  (CH3SH)  é 
liberado da matéria orgânica decomposta em pântanos e em fezes de animais, além de 
estar  presente em alguns gases naturais, óleos brutos de petróleo e carvão. É fabricado e 
utilizado  nas  áreas  de  pesticidas,  como  aditivo  de  combustível  de  jatos,  na  indústria  de 
plásticos e na fabricação de “metionina”, um nutriente para a ração para aves. É também 
lançado  pela  madeira  em  decomposição  em  fábricas  de  celulose.  É  um  gás  incolor  com 
cheiro  semelhante  ao  de  repolho  podre.  A  Occupational  Safety  and  Health 
Administration  (OSHA)  estabeleceu  um  limite  médio  de  0,5  ppm  à  exposição  deste 
composto em local de trabalho (ATSDR, 2002). Gases residuais contendo porções muito 
pequenas de H2S, CH3SH ou outros compostos de enxofre possuem odor forte e devem 
ser  tratados  antes  de  enviados  à  atmosfera.  A  Tabela  3  resume  os  processos  que 
permitem a redução dos compostos de enxofre gasosos (BUSCA, 2003).  
Por outro lado, os quatro compostos TRS são os mais conhecidos que ocorrem nas 
emissões  na  indústria  de  celulose  e  são  responsáveis  pelo  característico  problema  de 
odor  mesmo  em  baixas  concentrações  nas  vizinhanças  do  complexo  fabril.  O  forte  e 
persistente  odor  é  devido  ao  uso  de  licor  branco  (solução  alcalina  contendo  sulfeto  de 
sódio e hidróxido de sódio) para a digestão da madeira e conversão à polpa. 
Gases produzidos durante o hidrotratamento de frações de petróleo, gás natural, 
gases  de  síntese  produzido  pela  gaseificação  do  carvão  e  oxidação  parcial  de  óleo 
combustível podem conter concentrações altas de H2S. O tratamento e purificação desses 
gases  permitem  a  recuperação  de  enxofre  elementar  por  oxidação  (processo  Claus).  A 
maior parte do enxofre elementar é produzido desta forma, em refinarias de petróleo e 
plantas  de  tratamento  de  gás  natural,  e  é  vendido  para  a  produção  de  compostos  de 
enxofre como o ácido sulfúrico (GRAY, 1989). 
 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  9

Tabela 3 Resumo das principais tecnologias para abatimento de compostos de enxofre 
(BUSCA et. al., 2003). 
Processos Processos Nome do
  Produto  Desvantagens e notas 
primários  secundários  Processo 
H2S
Produto nocivo e perigoso. 
Lavagem e  e outros  
    Desodorização pode não 
regeneração  compostos 
ser atingida 
 de S 
Baixo valor do enxofre.
Lavagem e  Oxidação  Processo 
Enxofre  Confiável para altas 
regeneração  catalítica  de claus 
produções. 
Baixo valor do enxofre.
Lavagem e  Oxidação  Redox de 
Recuperação 
de enxofre 

Enxofre  Confiável para baixas 
regeneração  química  Ferro 
produções. 
Baixo valor do enxofre.
Lavagem e  Oxidação 
Shell‐Thiopaq Enxofre  Confiável para baixas 
regeneração  microbiológica
produções. 
Aplicavel em principio se
Organo 
Condensação      houver produtos nocivos 
 sulfurados 
concentrados 
Aplicavel em misturas de
Separação por  H2S e metano. 
    H2S 
membranas  Produtos perigosos e 
Nocivos 
Converte um poluente
Oxidação  primário em um secundário.
    SO2 
térmica  Desodorização é atingida. 
Co‐produção de NOX 
Converte um poluente
primário 
Oxidação 
    SO2  em um secundário. 
catalítica 
Desodorização é atingida. 
Co‐produção de NOX 
Solução  Desativação do catalisador
Lavagem  Oxidação  ICI odorgard 
de sulfato  e projeto do reator complexo
Destruição 

Converte um poluente
primário em um poluente 
SO2 ou  secundário. Precisa de 
Absorção  Oxidação   
 enxofre  um oxidante (hipoclorito). 
Desodorização 
é alcançada. 
Converte um poluente 
primário 
em um poluente secundário 
ou material de baixo valor. 
Biofiltração        Não há poluentes 
secundários. O material do 
biofiltro deve ser substituído 
em poucos anos. 
Desodorização é alcançada. 
 

 
10  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

2.4 Tratamento de correntes odorosas 

2.4.1 Extração líquido gás 
A extração líquido gás em pressões relativamente altas é a técnica mais aplicada 
para  recuperar  H2S.  Diferentes  solventes  podem  ser  aplicados,  em  particular, 
etanolaminas  como  a  monoetanolamina  (MEA)  ,  a  dietanolamina  (DEA)    e  a 
metildietanolamina (MDEA)  são os mais utilizados. Após a extração com solventes, pode 
ser  utilizado  o  processo  de    destilação  para  regenerar  o  solvente  e  liberar  H2S  puro.  A 
concentração de H2S no gás residual pode ser tratada em teores tão baixos quanto 2 a 5 
ppmv. Se ambos, CO2 e H2S, devem ser removidos, o processo seletivo Rectisol, aplicando 
metanol  a  260  K  como  solvente,  pode  ser  aplicado  para  a  obtenção  de  H2S  puro 
(HOCHGESAND, 1989).  
A seguinte oxidação do sulfeto de hidrogênio para enxofre elementar é realizada 
industrialmente  no  chamado  processo  de  Claus.  Esta  técnica  permite  a  recuperação  de 
enxofre a partir de correntes altamente concentradas e é relatada por ser confiável em 
uma taxa de produção de enxofre superior a 20 toneladas / d. A reação (1) representa o 
processo de Claus (ELSNER et al., 2003). 
 
1 1
                                             H2S + O2 → S8 + H2O                                                                   (1) 
2 8
 
A reação (1)  é, na verdade, separada em duas etapas. 
 
Primeira etapa: 
3
                                               H2S +  O2 → SO2 + H2O                                                                   (2) 
2
Segunda etapa: 
3
                                             2H2S + SO2  → S8 + 2H2O                                                                  (3) 
8
 
No processo Claus em escala industrial, um terço do H2S é oxidado a SO2 em um 
incinerador  (Primeira  etapa).  Mais  tarde,  a  segunda  etapa,  exotérmica,  é  realizada  em 
baixas  temperaturas,  ou  seja,  entre  473    e  573  K,  em  uma  série  de  reatores  de  leito 
catalítico  fixo  na  presença  de  alumina  como  catalisador.  No  entanto,  um  processo  em 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  11

uma única etapa também pode ser realizado (KONSHENKO et al., 2001). Por outro lado, 
os processos de oxidação seletiva (SOP) têm sido propostos para melhorar a eficiência de 
recuperação  de  enxofre  em  gases  (KILIAN,  2003).  Com  estes  processos,  o  enxofre 
produzido é condensado e pode ser estocado. 

2.4.2 Oxidação biológica 
Para  correntes  menos  concentradas,  ou  de  menor  pressão,  a  oxidação  do  H2S  a 
enxofre  pode  ser  realizada  biologicamente  com  a  ação  do  Thiobacillus  thioxidans 
(SUBLETTE, 1987), como no processo Shell‐THIOPAC (Gulf Pub. Co., 2002a.). Outra forma 
de  oxidar  H2S  para  enxofre  é  a  oxidação  química  com  íons  ferricos,  que  são  reoxidados 
por ar (HEGUY et al., 2003). Essa reoxidação pode ser acelerada pela ação do Thiobacillus 
thioxidans (LIZAMA et al., 1989) em um reator biológico. 

2.4.3 Separação por membranas 
Técnicas  de  separação  por  membranas  não  parecem  ser  muito  aplicadas  para 
recuperação  de  compostos  de  enxofre  até  o  momento  (DRIOLI  et.  al.,  2001;  BAKER, 
2002).  A  técnica  para  tratamento  de  gases  complexos  tem  seu  principio  no  uso  de 
membranas    integradas  com  bioreatores  (REIJ  et  al.,  1995;  ERGAS  et  al.,  1997).  Neste 
conceito a membrana age na interface entre o gás (gás residual) e a fase líquida (solução 
de  nutrientes).  Poluentes  organicos  difundem  através  da  membrana  e  são  degradados 
por  microorganismos.  O  biofilme  é  suprido  com  oxigenio  da  corrente  de  gás  residual  e 
com nutrientes do líquido em circulação. 

2.4.4 Biofiltração 
A  biofiltração  trata  gases  residuais,  geralmente  pré‐umidificados,  através  da 
passagem  deles  em  um  compartimento  em  temperaturas  brandas  ou  em  um  leito  em 
temperaturas levemente altas contendo uma população de microorganismos (MCNEVIN 
et.  al.,  2000).  Contaminantes  odorosos  são  degradados  aerobicamente  em  vários 
produtos  e  depois  são  incorporados  na  biomassa.  Diferentes  bactérias  podem  ser 
responsáveis  pela  oxidação  do  carbono  até  dióxido  de  carbono,  da  conversão  de 
compostos de nitrogênio a nitratos e pela oxidação de enxofre a íons sulfato. Culturas de 
microorganismos misturadas naturalmente crescem em um leito de biofiltro apropriado e 
o  abatimento  de  todos  compostos  voláteis  pode  ser  obtido  simultaneamente.  Essa 
técnica  está  se  tornando  cada  vez  mais  aceita  devido  a  sua  alta  eficiência  para 
12  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

concentrações  baixas  de  enxofre,  custos  iniciais  moderados  e  custos  de  manutenção 
muito baixos. Em particular, a biofiltração parece ser a técnica utilizada para o tratamento 
de emissões odorosa de águas residuais (BURGESS et. al., 2001) e na bioindústria devido a 
complexidade  dos  resíduos,  a  baixa  concentração  de  contaminantes  e  as  altas  vazões 
(SMET et. al., 1998). 

2.4.5 Condensação 
Outros  processos  de  lavagens  podem  ser  considerados  para  recuperar  H2S  e  sua 
conversão a enxofre. A separação por condensação geralmente não é utilizada devido a 
sua alta volatilidade (ponto de ebulição em 213 K a 1 atm), entretanto, outros compostos 
TRS  podem  ser  recuperados  por  condensação  se  estiverem  suficientemente 
concentrados. Uma vez que o H2S tem uma melhor absorção e difusão do que o CH4, um 
processo de separação com o uso de membranas poliméricas, para a purificação de gás 
natural,  pode  ser  utilizado  (HOCHGESAND,  1989).  Os  processos  de  separação  por 
membranas, entretanto, não tem sido aplicados até então com muita frequência (DRIOLI 
et al., 2001). 

2.4.6 Adsorção em sólidos 
A adsorção em sólidos é uma tecnologia muito utilizada para recuperar compostos 
voláteis de correntes de ar contaminadas ou em gases. O processo de adsorção é o acesso 
de  um  gás  em  uma  superfície  sólida  ou  líquida  (HESKETH,  1972).  O  adsorvente  usado 
pode  ser  regenerado  em  baixa  pressão  (pressure  swing  absorption,  PSA),  sob  vácuo 
(vacuum  pressure  swing  absorption,  VPSA),  em  altas  temperaturas  (temperature  swing 
adsorption, TSA), ou, finalmente, através de purgas, através do uso de solventes, ou por 
extração  com  um  gás  (vapor  ou  nitrogênio)  (KONSHENKO,  2001).  Se  os  custos  de 
regeneração são inviáveis, o adsorvente é queimado ou disposto de acordo com as leis e 
regulamentos específicos (HESKETH, 1989). 
Os adsorventes podem ser divididos em quatro grupos (HESKETH, 1989): 
• carvão vegetal e carvão ativado – para hidrocarbonetos e gases não polares; 
• óxidos hidratados (silica gel, óxido de alumínio, silicato de alumínio) – para gases 
polares e vapores; 
• materiais sintetizados – geralmente usados como catalisadores; 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  13

• materiais  naturais  (terra  diatomácea,  argiladas,  bauxita  )  –  baixa  capacidade  de 


adsorção. 
 
O carvão ativado é caracterizado por possuir poros grandes, com grande volume 
de  vazios,  e  carbono  molecular  peneirado  é  altamente  usado  para  esse  propósito, 
entretanto,  ele  é  um  tanto  delicado  e  permite  baixas  cargas  para  ter  uma  vida  útil 
aceitável.  Alternativamente,  zeolitas  ou  materiais  orgânicos  micro  porosos  (silicas,  por 
exemplo)  podem  ser  aplicados.  As  zeolitas  são  mais  eficientes  em  correntes  secas 
enquanto  que  o  carvão  ativado  funciona  melhor  em  correntes  com  maior  teor  de 
umidade (MEEYOO, 1998). 
O  carvão  ativado  é  o  principal  adsorvente  utilizado  em  controle  de  odores, 
formado,  basicamente,  por  carbono  puro,  tendo  uma  relação  entre  área  e  peso  muito 
grande. A granulometria do carvão geralmente utilizada é de 4 a 20 mesh. Para minimizar 
o atrito, o carvão ativado deve ser duro. A capacidade total de adsorção pode ser medida 
por sua atividade (máximo de vapor que pode ser adsorvida em condições especificadas) 
e  sob  sua  retentividade  (máximo  de  vapor  adsorvido  que  é  retido  depois  que  a 
concentração  atingiu  o  valor  de  zero).  O  carvão  ativado  consiste  em  átomos  neutros 
formando  uma  superfície  apolar.  Como  resultado,  é  eficiente  até  mesmo  em  correntes 
úmidas porque as moléculas de água são altamente polares e não competem por lugares 
apolares na superfície do carvão, sendo atraídas umas as outras (HESKETH, 1989). 
Para DMS a adsorção específica varia de 0,170 até 0,260 gDMS/gcarvão (GOYAL et. al., 
2008). 
Ao longo das décadas, grupos de pesquisadores tem usado a equação de Wheeler‐
Jonas (a.k.a the Reaction Kinetic) para estimar o tempo de saturação de filtros carregados 
com carvão ativado granular (GAC) contra vapores orgânicos. 
A  equação  de  Wheeler‐Jonas  (WHEELER,  1969,  JONAS,  1973)  (Eq.  1)  permite  a 
estimativa  do  tempo  de  saturação  do  leito  de  carvão  ativado,  baseado  em  medidas  e 
parâmetros macroscópicos: 

M ⋅ We We ⋅ ρ b c − cout
                                      t b = − ln( in )                                               (1) 
Q ⋅ cin k v ⋅ cin cout
Onde tb é o tempo de saturação para alcançar cout(min), M é a massa do leito de 
carvão  (gcarbono),  We  a  capacidade  de  adsorção  no  equilibrio  (g/gcarbono),  Q  é  o  fluxo 
volumétrico (cm³/min), cin é a concentração do contaminante na corrente do gás (g/cm³), 
14  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

cout é a concentração de saída especificada (g/cm³), ρb é a densidade aparente do leito de 
carvão ativado (gcarbono/cm³) e kv é o coeficiente global de taxa de adsorção (min‐1). 
No  caso  de  adsorção  física,  especialmente  em  vapores  orgânicos,  essa  equação 
precisa que dois parâmetros do sistema de adsorção sejam calculados: a capacidade de 
adsorção  estática,  We,  e  o  coeficiente  global  de  taxa  de  adsorção,  kv  (JONAS,  1973).  O 
primeiro  termo  normalmente  é  calculado  a  partir  da  equação  de  Dubinin‐Radushkevich 
(Eq. 2) (WOOD, 1992). 

BT ² c
                                        We = Wo d L exp[− log ²( s )]                                                    (2) 
β² cin

Onde We é a capacidade de adsorção no equilibrio (g/ gcarbono), Wo é o volume dos 
microporos  (cm³/  gcarbono),  dL  é  a  densidade  do  vapor  orgânico  (g/cm³),  B  é  a  constante 
estrutural do carbono (K‐2), T é a temperatura de teste (K), β é o coeficiente de afinidade 
do  vapor  orgânico  (‐),  cs  é  a  concentração  na  pressão  de  saturação  (g/cm³)  e  cin  é  a 
concentração do contaminante na corrente gasosa (g/cm³). 
A estimativa do segundo parâmetro, coeficiente global de taxa de adsorção, kv, é 
mais  complicada.  Inicialmente,  algumas  estimativas  grosseiras  foram  desenvolvidas, 
baseadas  em  modelos  de  difusão  teóricos.  Uma  alternativa  era  a  determinação  deste 
parâmetro através de experimentos, ou seja, através de um teste de tempo de saturação 
de adsorção (BUSMUNDRUD, 1993). Deste então, muitos autores têm proposto equações 
semi empíricas (JONAS, 1974, WOOD, 1993, LODEWYCKXP, 2000, WOOD, 2003). O mais 
recente e difundido até então é o modelo representado na  (Eq. 3) (WOOD, 2003).  

−1, 5 Wc
                                        k v = 800 ⋅ v L ⋅ d p ⋅
0 , 75
                                                   (3) 
Mw
Onde kv é o coeficiente global de taxa de adsorção (min‐1), We é a capacidade de 
adsorção no equilibrio (g/gcarbono), Mw é o peso molecular do vapor orgânico (g/mol), dp é 
o  diâmetro  médio  da  partícula  de  carvão  (cm),  β é  o  coeficiente  de  afinidade  do  vapor 
orgânico (‐) e vL é a velocidade linear através do leito (cm/s). 
Ambas as equações (2) e (3) tem sido aplicadas para diferentes carvões ativados 
granulares e uma vasta gama de gases e vapores. Algumas dificuldades aparecem quando 
são  aplicadas  em  modelos  de  gases  de  baixa  massa  molar.  Entretanto,  na  maioria  dos 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  15

casos,  mostram  excelentes  resultados  para  vapores  orgânicos  de  baixo  e  alto  ponto  de 
ebulição (LODEWYCKXP, 2000).  
É  conhecido  que  vapor  d’água,  seja  na  corrente  gasosa  ou  pré  adsorvida  no 
carvão,  irá  entrar  em  competição  com  o  vapor  orgânico.  Isso  geralmente  irá  ocasionar, 
não  só  a    perda  de  capacidade  de  adsorção,  como  também  a  diminuição  da  taxa  de 
adsorção (JONAS, 1973). Em muitos trabalhos (LODEWYCKXP, 1998, LODEWYCKXP, 1999, 
LODEWYCKXP, 2000) modelos foram propostos baseados na equação de Wheeler‐Jonas, 
para calcular o tempo de saturação sob condições úmidas. O modelo pode gerar grandes 
erros em alguns casos específicos, entretanto, o resultado global é bom, conforme pode 
ser  observado  na  Figura  2,  que  mostra  a  concordância  entre  os  valores  de  tempo  de 
saturação  experimental  e  calculado  para  diferentes  vapores  orgânicos,  sob  condições 
variáveis  de  umidade  e  pré  secagem  do  carvão,  num  total  de  150  experimentos 
(LODEWYCKXP et al., 2004).  
De  acordo  com  o  modelo,  tanto  We  quanto  kv  são  influenciados  negativamente 
por vapor de água adsorvidos. Como a água ocupa parte do sistema de microporos, isso 
irá baixar o espaço disponível para adsorção e, consequentemente, o valor de We. A água 
adsorvida  em  todo  o  sistema  de  poros  (isto  é,  micro  e  mesoporos)  irá  prejudicar  a 
adsorção  e  diminuir  a  velocidade  de  reação  (reduzindo  kv).  É  claro,  We  leva  em  conta  a 
competição  entre  o  vapor  orgânico  e  a  água,  ou  seja,  a  habilidade  de  certos  vapores 
clamarem por espaços de adsorção. 

 
Figura 2 tb experimental vs. teórico na presença de vapor de água (LODEWYCKX et al., 
2004). 

 
16  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Quando  a  equação  de  Wheeler‐Jonas  é  aplicada  em  um  processo  de  adsorção 
(adsorção física, por exemplo), o gráfico do tempo de saturação versus a concentração de 
entrada/saída fornece uma linha reta, com equação y = b – ax 
M ⋅ We We ⋅ ρ b c − cout
tb = − • ln( in )
Q ⋅ cin k v ⋅ cin cout  

   y =    b      ‐       a                     x 
 
Um  teste  de  saturação  é  um  experimento  que  determina  os  parâmetros  de  um 
processo  de  adsorção.  Os  parâmetros  (W,  cin,  Q,  ρb,  cout)  presentes  na  equação  de 
Wheeler‐Jonas  são  fixados  para  o  teste.  Durante  o  teste,  os  tempos  de  saturação  são 
associados  com  as  concentrações  de  saída  e  medidos  em  intervalos  constantes.  Os 
parâmetros  We  e  kv,  essenciais  para  a  determinação  de  margens  seguras  para  o  filtro, 
podem ser calculadas aplicando Wheeler‐Jonas, mais especificamente via Eqs. (4) e (5).  

M ⋅W e
                              b =                                                           (4)   
Q ⋅ c in
We ⋅ ρ b
                                  a =                                                               (5) 
k v ⋅ cin
Os  principais  fatores  que  devem  ser  considerados  em  um  equipamento  de 
adsorção são (HESKETH, 1989): 
• tempo de contato entre o adsorvente e o adsorbato; 
• capacidade total de adsorção do adsorvente; 
• distribuição uniforme do fluxo de gás sob a superfície do adsorvente; 
• resistência ao fluxo; 
• disposição para regeneração (métodos e tempo requerido); 
• quantidade de fluido tratado por unidade de tempo; 
• massa total do material a ser adsorvido 
 
Adsorvedores,  em  geral,  são  formados  por  leitos  empacotados.  Na  maioria  das 
vezes são empacotados de tamanhos que variam de poucos centímetros até metros e são 
instalados  em  unidades  com  dois  ou  três  módulos  em  paralelo  para  permitir  operação 
contínua. Adsorvedores regenerados por vapor podem requerer um superaquecedor de 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  17

vapor,  um  condensador,  um  decantador,  um  ventilador  e  um  motor,  uma  torre  de 
resfriamento  de  água,  além  de  bombas,  filtros,    telas  de  filtração  específicas  e  dutos.  A 
Figura  3  mostra  um  sistema  de  três  estágios  de  regeneração.  Nesta  figura,  pode‐se 
perceber  a  presença  de  um  filtro  de  pó  antes  do  adsorvedor,  a  fim  de  remover 
contaminantes que poderiam depositar na superfície do carbono e rapidamente reduzir a 
eficiência  de  adsorção.  O  condensador  é  um  pré  tratamento  para  retirar  odores  que 
remove  altas  concentrações  e  reduz  a  carga  dos  adsorvedores.  Esse  sistema  também 
mostra um quebrador de chamas que tem a função de proteger o sistema, trabalhadores 
e planta (HESKETH, 1989). 
Todos  os  adsorvedores  regenerativos  requerem  sistemas  de  recuperação  dos 
produtos.  Um  processo  comum  utilizado  para  este  fim  é  a  decantação;  na  Figura  3  um 
decantador é mostrado. Esse processo mostra‐se eficiente para a separação de orgânicos 
não solúveis em água. Outros arranjos incluem destilação e incineração (HESKETH, 1989). 
Nestes sistemas regenerativos, tipicamente para sua operação, uma unidade deve 
estar  regenerando  e  a  outra  deve  estar  em  modo  de  espera.  Variações  incluem  o 
bombeamento dos adsorvedores em uma unidade dupla em série; neste caso, uma das 
duas  deve  estar  operando  e  a  outra  deve  estar  regenerando  ou  em  modo  de  espera. 
Neste  arranjo,  a  primeira  unidade  pode  ser  carregada  até  a  capacidade  de  saturação, 
antes de regenerar, e a outra, ter a função de polimento. Isso faz com que a regeneração 
seja mais fácil. 

 
Figura 3 Sistema típico de leito triplo de adsorção com recuperação por vapor 
regenerativo e decantador (HESKETH, 1989). 
18  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

 
Procedimentos  de  adsorção  e  regeneração  devem  ser  otimizados  para  uma 
combinação  específica  de  tamanho  e  vazão  de  adsorvente  e  gases.  Ciclos  típicos  de 
adsorção variam desde 1 h até 1 semana e as taxas de purga podem ser de 10 módulos 
por minuto durante 10 a 20 minutos. Perdas de pressão típicas são mostradas na Figura 4 
(HESKETH, 1989).  
Outro tipo de adsovedor consiste em um leito móvel ou parcialmente fluidizado. 
Nestes  sistemas,  o  adsorvente  flui  lentamente  e  continuamente  para  baixo,  através  de 
um  canal,  por  gravidade,  enquanto  que  os  gases  odorosos  passam  através  do  leito  em 
fluxo  cruzado.  Um  leito  completamente  fluidizado  poderia  rapidamente  destruir  o 
adsorvente devido ao forte atrito. O adsorvente gasto, que é retirado pelo fundo, pode 
ser regenerado externamente e depois devolvido continuamente no topo do adsorvedor. 
Unidades múltiplas em série não são necessárias nesses sistemas e o contato íntimo entre 
gás  e  sólido  é  atingido.  Entretanto,  a  vida  útil  do  adsorvente  é  reduzida  devido  ao 
constante movimento. 

 
Figura 4 Queda de pressão vs. vazão através do leito de carvão ativado (HESKETH, 1989). 

 
 
 
 
 
 
 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  19

3 Materiais e Métodos 
 

    Neste  capítulo  será  descrita,  primeiramente,  o  sistema  de  coleta  e  queima  dos 
gases dNCG utilizados neste estudo e, a seguir, a metodologia utilizada nos experimentos. 

    Os  gases  provenientes  dos  tanques  de  descarga  do  digestor,  silo  de  cavacos, 
tanques associados e difusor atmosférico passam por um ciclone para prevenir a entrada 
de  fibras  no  sistema,  que  poderão  tamponar  as  linhas.  Estas  fibras  são  eliminadas  do 
fundo do ciclone do silo de cavacos através de jatos intermitentes de licor proveniente do 
Tanque  de  Filtrado.  Após  os  gases  serem  ciclonados  no  resfriador  de  gás  do  silo  de 
cavacos, eles são resfriados em um trocador de calor indireto que usa água como meio de 
resfriamento, a qual é direcionada ao tanque de água quente I na área de fabricação. Se 
houver  alguma  presença  de  chama  na  fonte,  há  um  corta‐chamas  que  impede  sua 
propagação.  O  condensado  proveniente  do  Resfriador  acima  no  Pote  de  Coleta  de 
Condensado é bombeado para o Tanque de Alimentação de Condensado Contaminado. 

Todos  os  gases  diluídos  são  alinhados  e  encaminhados  ao  Ciclone  Geral  de  Gás 
Diluído na área da Caldeira de Recuperação, para remover eventuais fibras provenientes 
de outras fontes. As fibras que se acumularem no fundo do ciclone também são retiradas 
por  jatos  intermitentes  de  licor.  Os  gases  ciclonados  nesta  etapa  são  resfriados  por 
contato direto em um condensador frio. Este condensador possui recheio para promover 
a troca de calor e massa entre os gases e o condensado, que é continuamente recirculado 
através  de  uma  bomba.  A  retirada  de  calor  do  condensado  do  equipamento  anterior  é 
feita mediante água de resfriamento em um trocador de placas, a qual é direcionada ao 
tanque  de  água  quente  I  da  área  de  fabricação.  Os  gases  resfriados  são  soprados  até  a 
pressão  da  fornalha  da  Caldeira  de  Recuperação  através  de  um  ventilador  de  tiragem. 
Antes  disso,  é  necessário  separar  gotas  de  condensado  formadas  antes  e  após  o 
ventilador mediante separadores de arraste. Estas gotas são coletadas no pote de coleta 
de condensado, sendo bombeadas ao Tanque de Alimentação de Condensado. Depois, os 
gases passam por um aquecedor de gás a vapor para garantir que nenhum condensado 
seja  indevidamente  introduzido  na  fornalha  da  Caldeira  de  Recuperação.  O  arranjo  de 
tubulação introduz, adicionalmente, um trecho de linha vertical guarnecido com disco de 
ruptura, que se rompe em qualquer circunstância que houver acúmulo de condensado na 
linha. 
20  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Finalmente, os gases não condensáveis diluídos são introduzidos na fornalha da CR 
através  dos  dutos  de  ar  secundário.  Há  dois  corta‐chamas  com  a  finalidade  de  impedir 
eventuais  retrocessos  de  chama  no  ponto  de  Incineração.  Caso  algum  retrocesso  de 
chama  ocorra,  um  sensor  de  temperatura  acusa  a  presença  de  chama  e  o  sistema  de 
intertravamento  imediatamente  desvia  o  GDI  para  a  atmosfera,  enquanto  os  dutos  são 
purgados com ar secundário. 

O sistema possui, ainda, discos de ruptura na fonte de gás do Silo de Cavacos e no 
ponto  de  incineração,  protegendo  assim  o  sistema.  Um  sistema  de  intertravamento 
monitora  continuamente  o  sistema,  desviando  o  GDI  para  a  atmosfera  sempre  que 
houverem condições não adequadas de queima. 

 
3.1 Sistema de teste 

3.1.1 Testes iniciais 
Primeiramente,  foi  testada  a  solubilidade  dos  compostos  TRS  nos  solventes 
previamente  escolhidos.  Para  cada  solvente  foram  realizados  3  testes  para  que,  dessa 
forma, fosse possível obter um desempenho médio de cada um deles. Assim, obtiveram‐
se 3 curvas de absorção para cada solvente. A exceção foi o hidróxido de sódio em que  
foi  possível  obter  apenas  duas  curvas  devido  à  falta  de  tempo  para  finalizar  o  teste.  O 
teste de adsorção em carvão ativado teve uma etapa prévia com o objetivo de obter um 
tempo de teste adequado para futuros testes.  

3.1.2 Testes com carvão ativado 
A  partir  dos  resultados  dos  testes  iniciais  de  extração  líquido‐gás  e  adsorção  em 
carvão ativado foi possível escolher a técnica cujo potencial deveria ser explorado. 
Os  testes  com  carvão  ativado  consistiram  basicamente  na  passagem  da  amostra 
por um cartucho completo com carvão. Esse filtro consiste em um cartucho de policloreto 
de vinila (PVC) de pequenas dimensões carregado com carvão ativado granulado. A carga 
máxima possível de ser utilizada no filtro utilizado é de 13 g de carvão. Com o inicio do 
teste foram realizadas as leituras no analisador de compostos TRS. 
A técnica escolhida a partir dos testes prévios foi a adsorção em carvão ativado e, 
assim,  foram  realizados  5  testes  de  saturação  do  carvão  visando  buscar  a 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  21

reprodutibilidade  dos  resultados  e  valores  médios  dos  parâmetros  para 


dimensionamento do equipamento de back‐up de gases dNCG. 

3.1.2.1 Soluções para extrações líquidos gás 
A  solução  de  DEA  foi  preparada  segundo  ILIUTA  (2005).  A  solução  de  mistura 
glicóis foi concentrada visto que na literatura não há especificação sobre a diluição usada. 
O Hidróxido de Sódio teve sua concentração em 1 mol/l. 
Os testes com os solventes consistiram basicamente na passagem da amostra por 
frascos  borbulhadores  com  volume  conhecido  de  solventes.  Conforme  a  amostra  era 
bombeada  ocorria  o  contato  íntimo  entre  amostra  e  solvente  formando  bolhas.  Foram 
realizadas três baterias de testes com cada solvente sendo que cada um no volume de 20 
ml. 

3.1.2.2 Sólido adsorvente 
O teste com carvão ativado foi realizado de forma semelhante ao dos solventes. A 
principal  diferença  está  no  fato  de  que  os  frascos  borbulhadores  de  gás  foram 
substituídos  pelo  filtro  de  carvão  via  manobra  de  válvulas.  A  quantidade  de  carvão 
utilizado  por  teste  variou  de  2,7  g  até  12,2  g.  A  Tabela  4  apresenta  os  parâmetros 
utilizados no teste de adsorção. 

3.1.2.3 Ponto de amostragem 
O ponto de coleta de amostras para os testes foi após o ventilador de tiragem e 
antes do separador de gotas da linha dos dNCG. Para a análise dos gases, foi utilizado o 
analisador de compostos TRS existente na caldeira de recuperação. 
Esse ponto foi escolhido por representar o somatório de todas as fontes dNCG da 
fábrica, além de possuir fácil acesso e um poço para amostragem já instalado.  A Figura 5 
mostra o fluxograma simplificado de parte do sistema dNCG com destaque para o ponto 
de coleta. 
 
 
 
 
 
 
22  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Tabela 4 Parâmetros do teste com carvão ativado. 
Filtro usado: Filtro construído de  PVC 
Nr  Peso (g)  Diâmetro (cm)  Altura (cm) 
1  12,2  2,8  7,5 
2  12,4  2,8  7,5 
3  2,7  1,9  1,7 
4  12,2  2,8  7,5 
5  12,2  2,8  7,5 
Carvão: SYNTH, carvão ativo granulado (1‐2mm) (SYC101201AM) 
*800 ppm  <= Conc. entrada <=  *6500 ppm 
0% RH  <= Pré‐humidificação <=  90 %RH 
Umidade da corrente gasosa  0 
Vazão volumétrica média  2046 cm³/min 
*A concentração das amostras nos cinco testes variou de 800 ppm até 6500 ppm. 
 

 
Figura 5 Parte do fluxograma do sistema dNCG e o ponto de coleta dos gases. 

 
Depois  de  escolhido  o  ponto  de  amostragem,  foi  necessário  obter  a  composição 
dos  gases  TRS  da  linha  de  dNCG.  Para  isso,  uma  amostra  foi  analisada  através  de 
cromatografia gasosa.  
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  23

A  partir  do  ponto  de  coleta  das  amostras  foi  acoplado  um  condensador  envolto 
por gelo com o objetivo de desumidificar a linha; o procedimento adotado para este fim 
pode  ser  visualizado  na  Figura  6.  Este  condensador  pode  também  ser  observado, 
esquematicamente, no fluxograma de configuração dos testes de absorção, apresentado 
na Figura 10.  

 
Figura 6 Desumidificador das amostras da linha de dNCG. 

 
Após o resfriador, a linha foi estendida até a sala onde é feita a análise dos gases. 
Visto  que  a  sala  encontra‐se  aproximadamente  a  80  m  de  distância  do  ponto  de  coleta 
dos gases, a linha foi montada usando um duto de polietileno com diâmetro nominal de ¼ 
polegadas (Figura 7). 

 
Figura 7 Linha de amostragem até sala de análise dos gases. 

 
Na sala de análise dos gases, a amostra passou por um sistema de amostragem a 
fim  de  retirar  a  umidade  restante  antes  de  entrar  no  analisador  de  compostos  TRS.  O 
sistema de amostragem pode ser observado na Figura 8. 
24  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

 
Figura 8 Sistema de amostragem. 

Na  sala  de  análise  foram  utilizados  frascos  borbulhadores  em  série,  o  primeiro 
para  a  absorção  dos  gases  e  o  restante  para  evitar  passagem  de  solvente  para  o 
analisador (Figura 10). Um medidor de vazão pode ser utilizado para medida da vazão do 
gás.  A  Figura  9  apresenta  o  equipamento  utilizado  para  análise  da  concentração  de 
compostos TRS.  

 
Figura 9 Analisador de compostos TRS. 

 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  25

 
Figura 10 Configuração do teste de abatimento de compostos TRS. 

 
 
 
 

 
 

 
 

   
26  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

4 Resultados 
 

4.1 Compostos TRS da dNCG 
O  resultado  da  cromatografia  gasosa  realizada  para  obter  a  composição  e 
concentração da amostra está representado na Tabela 5. 
 
Tabela 5 Composição dos gases TRS da corrente dNCG. 
Dimetil Sulfeto (DMS)  940 ppm 
Dimetil Disulfeto (DMDS)  10 ppm 
Ácido sulfídrico (H2S)  10 ppm 
COS  10 ppm 
CS2  10 ppm 
Metil Mercaptana  1630 ppm  
Soma  2610 ppm 
 
4.2 Teste de extração líquido‐gás 
Conforme  comentado  anteriormente,  os  primeiros  testes  avaliaram  a  solubilidade 
dos  compostos  TRS  nos  solventes  selecionados.  Os  resultados  para  a  extração  com 
Hidróxido  de  sódio  encontram‐se,  em  duplicata,  na  Figura  11.  A  concentração  média 
inicial dos gases TRS para os testes com hidróxido de sódio foi de 1600 ppm. 
 

1000
Concentração (ppm)

800
600
400
200
0
0 2 4 6 8
Tempo (min)
 
Figura 11 Teste de absorção dos TRS com Hidróxido de Sódio: os pontos em rosa 
representam os resultados do primeiro teste enquanto que os pontos azuis representam 
os resultados do segundo teste.  

 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  27

A partir da análise da concentração dos compostos TRS (em ppm) em função do 
tempo  de  extração,  apresentada  na  Figura  11,  é  possível  verificar  que  a  soda  extrai 
apenas parte dos compostos, indicando, portanto, que este solvente não possui caráter 
promissor  como  um  conceito  para  o  projeto  do  sistema  de  back‐up  dos  gases  TRS.  O 
abatimento  de  compostos  TRS  pelo  solvente  hidróxido  de  sódio  nos  testes  foi  de 
aproximadamente 50%. 
 A  Figura  12  apresenta  os  resultados  para  a  mistura  dos  glicóis  utilizada  como 
solvente. Como pode ser observado nesta figura, os resultados para a mistura de glicóis 
teve um resultado superior ao hidróxido de sódio. O rendimento para este solvente foi de 
aproximadamente  68%.  Entretanto,  a  concentração  final  de  compostos  TRS  resultante 
descarta esse solvente como possível solução do problema. É importante salientar que a 
concentração  média  inicial  da  amostra  quando  testada  com  a  mistura  de  glicóis  foi  de 
1600 ppm. 
 

 
Figura 12 Teste de absorção dos TRS com a mistura de glicóis: as cores rosa, azul e 
amarelo representam os resultados dos testes em triplicata.  

 
  A  Figura  13  apresenta  os  resultados  para  o  DEA  utilizado  como  solvente.  A 
concentração média inicial da amostra quando testada com o solvente DEA foi de 1600 
ppm. Neste caso, o rendimento apresentado foi de 56% de remoção de compostos TRS. 
Novamente, a concentração de compostos TRS resultante da extração com DEA descarta 
esse solvente como possível solução do problema. 
 
28  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

 
Figura 13 Teste de absorção dos TRS com DEA: as cores rosa, azul e amarelo representam 
os resultados dos testes em triplicata.  

 
4.3 Parâmetros de adsorção do carvão ativado 
A Figura 14 mostra os resultados do teste de saturação para o carvão ativado. 

 
Figura 14 Curva de saturação do leito de carvão ativado testado com gases dNCG seco 
com  concentração inicial média de TRS em 2658 ppm. A massa de carvão usada neste 
teste foi de 12,2 g. 

 
  Como pode ser observado na Figura 14, os resultados do teste de adsorção em carvão 
ativado foram satisfatórios, visto que a concentração dos compostos TRS atingiu valores 
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  29

próximos  a  zero.  Em  seguida,  a  concentração  de  TRS  aumentou  progressivamente 


evidenciando a saturação do carvão ativado. 
A  Tabela  6  resume  os  resultados  para  o  teste  de  saturação  em  leito  de  carvão 
ativado usando a amostra da linha de dNCG.  
Estes  testes  foram  executados  utilizando  os  parâmetros  contidos  na  Tabela  4. 
Quando os resultados de um teste de saturação do carvão, isto é, os diferentes tempos 
de saturação medidos em conjunto com as concentrações de saída são colocadas em um 
gráfico (Figura 15), obtem‐se  uma reta. 
 
 

 
Figura 15 Tempo de saturação vs. Ln((Cin – Cout)/(Cout) de um teste com concentração 
média de entrada de 2658 ppm. 

 
30  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

Tabela 6 Resultados do leito de carvão testado. 
Concentração
Massa de carvão (g)  UR (%)  Tempo de saturação (min)  Nr 
(ppm) 
18  35 
100  74 
200  94 
12,2  1 
300  108 
400  119 
500  126 
18  41 
103  154 
204  233 
12,4  2 
354  253 
424  257 
539  260 
44  20 
101  38 
Gás seco 

154  56 
2,7  3 
206  74 
220  86 
229  94 
126  16 
150  20 
228  23 
12,2  4 
341  27 
431  29 
830  35 
12  45 
102  172 
213  192 
12,2  5 
291  203 
423  212 
501  219 
 
 
  Conforme  comentado  na  seção  2.4.6,  a  partir  desta  reta,  e  da  Eq.  de  Jonas 
Wheeler,  pode‐se  obter  a  adsorção  específica  média  dos  compostos.  A  Tabela  7 
apresenta os resultados de adsorção específica obtida nos testes.  
 
Tabela 7 Adsorção específica obtida nos testes com carvão ativado. 
Nr  1 2 3 4  5
Adsorção específica (gTRS/gcarvao)  0.096 0.165 0.02 0.04  0.191
Concentracao media da amostra (ppm)  2658 2720 374 4488  3935
   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  31

  O  valor  médio  obtido  nos  cinco  testes  foi  de  0,10  gTRS/gcarvão.  Para  outros 
compostos voláteis como por exemplo, a amônia estudos determinaram o valor médio de 
0,014 gamonia/gcarvão, com desvio padrão   em torno de 82% entre todos os experimentos 
(VERHOEVEN et. al., 2001). Outros estudos, mostram que a adsorção específica para di‐
metil‐sulfeto  pode  variar  entre  0,170  gDMS/gcarvão  até  0,250  gDMS/gcarvão  em  função  das 
propriedades  intrínsecas  de  cada  carvão  ativado  utilizado  nos  experimentos  (GOYAL,  et 
al., 2008). 
 
4.4 Dimensionamento do sistema de adsorção de gases TRS 

4.4.1 Parâmetros requeridos pelo sistema 

• Compatibilidade do adsorvente VOC:  
‐ massa molar = 50 – 200 g/gmol 
‐ ponto de ebulição = 21°C – 176°C 
• Particulados e umidade (<50%) no gás de entrada 
• Concentração de entrada e saída do adsorvato 
• Temperatura 
• Limites de explosividade 
• Umidade no gás 
• Velocidade do gás (estimada entre 0,4 m/s – 0,508 m/s para atingir 95% de eficiência 
e concentração de saída relativamente alta). 
• Regeneração 
• Tipo de adsorvente 
• Capacidade de trabalho (~1/4 da capacidade de saturação) 
• Espessura  do  leito  (Mínimo  de  18’’  para  concentrações  de  entrada  maiores  do  que 
500 ppm e de 6’’ – 10’’ para concentrações menores) 
• Custos 
 

4.4.2 Projeto do equipamento 
A eficiência de remoção dos gases TRS requerida é de 95%. Para isso utilizou‐se a 
vazão do gás em scfm, o peso molecular médio dos gases TRS (53,4 lb/lbmol) e a relação 
de gás ideal de 386 scf/lbmol: 
0,0027 ft ³ TRS 53,4 lb / lbmol
(18.864 scfm) gás ⋅ ( ) ⋅ (0,95) ⋅ ( ) ≅ 5,07 lb / min ≅ 2,3 kg / min  
ft ³ gás 386 scf / lbmol
32  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

de TRS removido. 
O total de carvão requerido na zona de transferência baseado em um ciclo de 1h 
é: 

5,07 lb TRS 60 min lb


( )⋅( ) ⋅ (1 hr ) ⋅ ( carbono ) ≅ 11.895 lb ≅ 5395 kg  
min h 0,10 ⋅ 0,25

Sendo  a  densidade  do  carvão  26,34  lb/ft³  o  volume  da  zona  de  transferência 
baseado em um ciclo de 1 h é: 

ft ³
( ) ⋅ (11 .895 lbcarbono ) ≅ 451 ft ³ ≅ 13 m ³  
26,3

A área da seção do leito é encontrada usando a velocidade máxima de 100 ft/min 
e a vazão em acfm: 

460 + T 760
acfm ≡ ( scfm) ⋅ ( )⋅( ) 
530 P

  Onde T é a temperatura de entrada do gás em °F e P é a pressão do gás em Hg: 

17.034 acfm
Área ≡ ≅ 170,3 ft ² ≅ 15,8 m ²  
100 ft / min

  Para  esse  adsorvente,  é  assumido  a  força  para  suportar  a  profundidade  máxima  do 
leito em 4 ft. O total de carvão em 4 ft seria de: 

170,3 ⋅ 4 ≅ 681,4 ft ³ ≅ 19,3 m ³  

  A zona de transferência requerida do leito é de: 

451 ft ³ 12 in
( )⋅( ) ≅ 32 in ≅ 0,8 m  
170,3 ft ² ft
  A profundidade é maior do que 18 in logo é adequada de acordo com as premissas de 
projeto. Como é um sistema de back up de gases, podem ser usados dois filtros, de modo 
que, quando um está sendo utilizado, o outro permaneça em modo de espera. 
  Sugere‐se,  portanto,  a  utilização  de  dois  vasos  cilíndricos  com  14  ft  de  diâmetro  e 
altura de 32 in, cada um.  
  O total de carvão utilizado em cada cilindro é: 

(14 ft )2 ⋅ Π 32 in 26,3 lb
( )⋅( )⋅( ) ≅ 11.895 lb ≅ 5.395 kg  
4 ft ft ³

O carvão total é: 

(2) ⋅ (11.895 lb) ≅ 23.791 lb ≅ 10.791 kg  


DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  33

O vapor de baixa pressão requerido para a desorção referente ao ciclo de 1 h de 
operação do filtro é: 

(0,3 lbvapor )
( ) ⋅ (11895 lb) ≅ 3.568 lb ≅ 1.618 kg
lbcarvão  
 

   
34  Alternativas de back‐up para compostos de enxofre totalmente reduzidos da corrente dos 
gases não condensáveis diluídos (dNCG) 

5 Conclusões e Trabalhos Futuros 
Como  os  limites  de  sentido  de  percepção  de  odor  dos  compostos  TRS  são 
extremamente  baixos,  a  técnica  de  absorção  em  líquidos  mostrou‐se  ineficaz  na 
resolução do problema de odor dos dNCG, uma vez que, mesmo obtendo‐se boas taxas 
de  remoção  destes  compostos,  a  concentração  final  dos  mesmos  continuou  elevada. 
Entretanto,  cabe  ressaltar  que  diferentes  solventes  e  diferentes  condições  de  processo 
podem atingir resultados melhores do que os obtidos neste trabalho.  
A técnica de adsorção em sólidos através do uso de carvão ativado obteve ótimos 
resultados experimentais quanto à capacidade de adsorção. Essa técnica exibe um forte 
potencial  para  a  resolução  do  problema,  visto  que  em  todos  os  testes  obteve‐se 
desempenho adequado.  
De acordo com o dimensionamento do equipamento de abatimento de compostos 
TRS  foi  possível  chegar  à  conclusão  que  o  carvão  ativado  pode  ser  viável  tecnicamente 
para  as  condições  de  processo  utilizadas.  Entretanto,  o  condensado  obtido  nos  testes 
deve  ser  mais  cuidadosamente  examinado,  visto  que  esse  líquido  pode  absorver  os 
compostos TRS diminuindo a concentração da corrente dos dNCG. Além disso, devem ser 
levados  em  consideração  os  custos  de  projeto,  instalação  e  manutenção  para  a 
implementação e operação deste sistema.  
Em suma, a implementação de um sistema de back‐up dos compostos TRS elimina 
a  principal  causa  de  mau  odor  da  fábrica  e  reduz  o  potencial  de  explosão  dos  gases 
secundários  da  caldeira  de  recuperação.  Por  outro  lado,  pode  haver  ganhos  para  a 
imagem  da empresa,  uma  vez  que  há  diminuição  nos  impactos  ambientais  causados  na 
comunidade onde a fábrica se encontra. Cabe ainda ressaltar, que existem outras técnicas 
e  tecnologias  que  podem  ser  utilizadas  na  resolução  do  problema  de  odor  dos  dNCG 
quando esses são enviados para a atmosfera em situações anormais de operação. 
Como  trabalhos  futuros  podem  ser  testadas  outras  técnicas  de  abatimento  de 
compostos  TRS  para  a  resolução  de  problema  de  odor  dos  gases  não  condensáveis 
diluídos em condições anormais de operação.  
 

   
DEQUI / UFRGS – Felipe De Carli  35

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