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SIH(eP POST BLIOIS! | lh I itos exclusivos para esta edigho: Q. 02- Bloco C- N78 Ed, OK - 2° andar . DE vright © 1995 by Editora Universidade de Brasflia lo original: Vorlesungen ber die Philosophie der Gescl 1uma parte desta publicagdo poderd ser armazen: jwalquer meio, sem a autorizagiio por escrito da reproduzida a, Impresso no Brasit uprrox MARCELO CARVALHO DE OLIVEIRA ‘TRApUCAO Mania Ropricurs & HANS HARDEN uvisho TECNICA JoRDINo Maaves uivisAo De-TEXTO IA G. R. SALTARELL, GILVAM COSMO, (A REJANE DE MENESES & YANA PALANKOP Uurmnviszo oRémica Antonio Bavisra Fido ELMANO RODRIGUES PINHEIRO ISBN: 85-230-0362-2 Ficha catalogréfica claborada pela Biblioteca Central ‘da Universidade de Brasflia Hegel. Georg Wilhelm Friedrich 11462g Filosofia da historia / tradugo de Maria Rodrigues e Hans Harden. — Brasflia : Editora Universidade de Brasflia, 1995. 3723p. Titulo original: Geschichte der philosophie 1. Filosofia da hist6ria. 1. Titulo. cpu 19 SUMARIO INTRODUGAO cartruvo 1 Tipos de abordagem da histéria e do principio universal da histéria Historia origi Captruto2 Determinagso detalhada desse prinefpio, 23 5 elementos abstratos da natureza do espirito, 23 | (Os meios da realizagao de sua idéia, 26 A configuragao existencial dessa realizagio, 39 Cariruo 3 © curso da histéria universal, 53, principio do desenvolvimento, 53 inicio da histéria, 55 O tipo do curso da hist6ria e do desenvolvimento histérico, 60 Capfru.o4 Fundamento geografico da histéria universal, 73 Captruto 5 Divisio da hi ia universal, 93, 930.1 FILOSOFIA Da HISTORIA, dos individuos e dos | ; a sua atividade consis- io principio. Porém, esse fruto no retorna ao sei 11 ¢ cultivou; pelo contrério, ele se tornard para cles ‘© povo nfo consegue parar de consumir essa bebi smo tempo, o surgir de wt final dessa progressio. Os principios das sucessi- ‘uma seqléncia necesséria de de um Gnico espirito 'o deles se eleva e completa na histéria, até se tornar ‘t sua manifestagio, 20 percorrermos 0 passa {quil a sua extensfo —, s6 lidamos com o presente. A Filosofia, teuo verdadeiro, s6 tem a ver com o eternamente presente, Para a fudo que pertence ao passado € resgatado, pois a idéia € sempre para ela nio hé passado nem futuro, apenas 80 dé a entender, necessariamente, que a forma pre- nge em si todos o$ estigios anteriores. Estes se desen- lente, mas 6 que o espitito é, ele sempre foi em sua 4 ‘apenas nio desenvolvimento dessa natureza ‘atual & um cfreulo de estigios que, vistos por 1m simultaneamente, e, por outro, aparecem como ja passa (Os eatapios que 0 esptrito parece ter jé ultrapassado, ele ainda posstl CAPITULO 4 FUNDAMENTO GEOGRAFICO DA HISTORIA UNIVERSAL CO contexto natural que ajuda a produzir 0 espirito de um povo aparece como um elemento extrinseco, quando contrastado & do todo moral e 4 unidade da individualidade que € 0 seu principio a co no qual o cs ‘ele € um fundamento es na historia universal, ai cespirito se m« luma série de manifestagdes exteriores, cada uma apresentando-se como um povo realmente existente. Essa existéncia encaixa-se, tanto no tempo come Jo espaco, no modo de ser natural. E 0 principio espeetfico que todo povo hhist6rico carrega consigo existe, ao mesmo tempo, como determinagao nath~ tal desse povo. O espirito, que se reveste dessa naturalidade, permite que as suas estruturas particulares se separem, pois @ separagio ¢ a forma natural da existéncia, Essas diferengas naturais devem, antes de mais nada, ser con- ‘sderadas como possibilidades especiais — das quais surge 0 espirito do ovo em questo —, ¢ entre elas se encontra o fundamento geogritico. Nao gstamos preocupados, aqui, em conhecer terras ocupadas por um povo como {im mero local exterior, mas como o tipo de localidade natural a0 qual estio “cstreitamente ligados 0 tipo e o carter do povo filho dessa terra. Esse cari- ter € exatamente 0 modo como esses povos surgem na histéria universal € tela se posicionam. A natureza no deve ser nem superestimada nem subes- timada, O sereno céu jénico, certamente, ccontribuin para 0 encanto “das poesias homéricas; porém, ele nio pode, sozinho, to, nfo os tem criado, pois sob a dominagao turca ndo surgiram poetas. ‘devemos apontar as condi¢Ges naturais que devem ser ver do grande drama da hist6ria universal: as regides “fgidas € as térridas no so 0 solo propicio para povos hist “consciéncia que desperta surge, inicialmente, cercada apenas por haturais, e toda evolugdo dessa consciéneia é um reflexo do pr jo, da natureza. A ni homem adquirir liberda« tada pelo poder natural. Ao contrétio do espirito, a natureza € tativa; seu poder ndo deve ser to grande que se imponha ‘como onipotente. Nas regiSes de condigGes extremadas o homem nio € de alcangar a livre atuagao. O frio ¢ 0 calor so forgas por demais erRODUCAO " ” \c um europeu, #40 as principais caract custaré muito até que europeus 14 chest mnidade propria. A inferioridade desses individuos, sob todos os aspects, até mesmo o da estatura, é facil de se reconhecer. Somen. fas tribos que vive bem ao sul, como as da Patagonia, siio de natureza ‘porém, ainda bastante rudes e selvagens. Quando os jesuftas © P elero catdlico quiseram acostumar os fndios A cultura ¢ aos costumes fopeus (€ sabido que fundaram um Estado no Paraguai e mosteiros no Mé to ¢ na California), deram inicio & cor thes ordens como se 0s nativos fos: fam, mesmo sendo preg regulamentos (4 m poderosas para pern pontos di Essa. mesma pecul ( norte possui fauna e flora relativamente homogéneas; no sul, onde a terra se divide em partes, a estrutura da natureza individualiza-se, ‘O mundo se divide em Velho Mundo e Novo Mundo. Este lt surgiu porque s6 mais tarde tomamos conhecimento da América ¢ da Aus- ai novas, za do nativo americano rica, com 0 objetivo prine rpregar a capacidade que eles tém de trabalhar, tual, Nao nos interessa a idade geolégica delas. No pretendo privar 0 Novo pois os negros si mais receptivos & cultura européia do que os indi- Mundo da honra de ter emergido dos oceanos juntamente com o Velho per Um viajante inglés citou exemplos de virios negros que se tomaram Mundo, Mas o arquipélago entre a América do Sul e a Asia, certamente, pabeis sacerdotes, médicos, ete. (foi um negro quem primeiro descobriu 0 possui uma imaturidade fisica: grande parte das ilhas 6 formada de tal modo femprego do quinino), enquanto era de seu conhecimento que apenas um {gue sio apenas uma camada uniforme de terra cobrindo rochas que surgem ative havin conseguido iniciar-se nos estudos mas logo falecera, devido a0 dds profundezas insondaveis,e se caracterizam por um surgimento t Gxonsso de aguardente. A fraqueza da organizagio indigena americana foi imaturidade semelhante possui a Nova-Hlolands,* onde, partindo-se das ocupa- * instrumentos por meio dos quais se pode estabclecer ‘goes dos ingleses para o interior do pats, descobrem-se imensos cursos d°égua “im poder s6lido, «saber: 0 cavalo © 0 ferro. Foi exatamente pelo uso desses due ainda no conseguicam formar um lito, espalhando-se em pantanos. i s sobre a América e sua cultura, tin, Havendo a nagio autéctone prati “populacto ativa vem da Europa, tudo 0 que se passa na América “origem na Europa, O excesso de populagio da Europa foi parar na je forma semelhante a0 que havia acontecido com as cidades jemis, onde o comércio era predominante, mas petrficado. Muitos fra outras eidades, nas quais os encargos tributérios nio eram tHo altos “Tisim, pero de Hamburgo, surgiu a cidade de Altona; pesto de Frankfurt, “Offenbach; junto a Nuremberg, a cidade de Firth; e Carouge, perto de Ge- “ebra. Da mcrma forma se comport a Amésica do Nore em elagio A Bu- tos ingleses estabeleceram-se 16, onde no existiam encargos ¢ 430 dos recursos de que 0s europens dispGem com ‘mas intrinsecamente novas, sob © aspect wos, que fatalmente sucumbiriam assim que o espito se aproximasse A América sempre se mostrou,e ainda se most, isica e espritual- tnente impotente, Depois que os europeus desembarcaram na América, futvos deelinaram gradativamente 2 sombra da atvidade européia. Nos Tetados lives da América do Norte,** todos os cidadios so descendentes | de europeus, com os qu pois foram reprimidos. De europeus, como, por exemplo, -Yopa: n destrutivos, No sul, 05 natives foram tatados de fo Be otics.c once cont dos para servigos pesados, para os quais as suas Forgas engenhosidede européia tem sido capaz de produzir nessa terra imensa © ‘Mansidio e indiferenca, humildade e submissio perante um criow: Shigen ee peraneT eI ee oicaT ni otoest asec ics livraramse de multas coisas que os oprimiam em seu pase earega- ia. (N.doE) igo nome plo qual se designavaa Av tds Unidos da América, ON. do E. Indiv de rasa branes, porém nascido na cola. (N, dE) rxTRODUGKO FILOSOFIA DA HISTORIA ina so os extremos ‘algum impulso a um movimento exterior. Ndo obstante a sua disposi ‘anterior de viver pacificamente, eles agora atacam como uma torrente dev: tadora paises civilizados, © a revolugo que promovem nao produ seu nascente e seu poente. zi Devemos, agora, estabelecer diferenciagbes geogréficas mais especili- cas, essenciais e racionais, ao contrério da variedade das circunstancias meramente acidentais. Existem «és diferengas caracteristicas: resultado sendo a destruiglo e a devastagdo, Uma tal agitagdo criaram povos sob o comando de Géngis Khan © Tamerlfo, destrindo tw encontravam ¢ desaparecendo logo de como um incéndio devorador, por nio possuirem am verdadeio principio vital. Descenéo os Ghegamos aos vales estreitos. Lé, vivem pacatos povos moncanhes: pastores que também se ocupam da agriculture — como fazem of 3 por exemplo. Na Asia também existem alguns deles, mas, no contexto geral, {es sto um elemento de menor importanca, 1) 0 planalto érido, com suas grandes estepes ¢ pl 2) As regides de vales (terra de transig&0), co grandes rios. 3) A regio litordnea, em estreita ligagao com o mat. ¢ irrigadas por 2) As regides de vales — Sao planicies permeadas por rios, aos quais, dever a sua fertilidade, e pelos quais sao formadas. Exemplos desse tipo de natureza geogrifica so: a China; a [ndia, cortada pelos rios Indo ¢ Ganges; ‘a Babil6nia, onde correm o Eufrates e o Tigre; eo Egito, regado pelo Nilo. [Nessas terras, surgem grandes impérios, ¢ tem it rundagzo de grandes Estados, pois a agricultura, que aqui atua como 0 principio de sub- sisténcia dos individuos, depende da regularidade das estagbes do ano e, em fungi disso, de atividades regulares. Surgem a propriedade fundisria e as consegilentes relagées jurfdicas, ou seja, as bases e os fundamentos do Esta- do, que 56 se torna possivel em conexdo com tais relagdes. Esses trés elementos geogrifices so essenciais. De acordo com eles, veremos cada parte do mundo ser dividida em trés. A primeira parte € 0 4 1 s6lido, indiferente e metélico, fechado em si mesmo, porém capaz para o resto do mundo. A segunda forma o centro da ta. Finalmente, a terceira parte ial e A manutehgdo desse contato.. jar impuls sgilo, € a autonomia ainda inc neios necessérios & unio mu planalto — Encontramos tal planalto onde os mongéis (tomanda | pepam sentido amplo) habitaram a Asia central. Partindo do mar vr entepes sepuem pera o norte em diregSo ao mar Negro, Dever mnbém mencionados, por apresentarem caracteristicas similares Ws desertos da Arabia os desertos de Barbaria, na Africa; na América do Bul, os que sc encontram em torno do Orinoco ¢ no Paraguai. A caracterfsti=’ ‘eh dos habitantes desse planalto, que 86 é jirrigado pela chuva ou trans=_ ide am rio (como a estepe do Orinoco), € a vida p fas, © solo onde se encontram no é {Eri ou apenas tem= bens dos habitantes nfo sto consttu(dos pela tera mm apenas um pequeno rendimento, mas pelos animals que mn eles, Durante algim tempo, 0s animais encontram 0 s (3) A regido titoranea — Um rio divide techos de terra, e 0 oceano ‘isis ainda; estamos acostumados a considerar a égua como elemento de | separagio, Especialmente nos sltimos tempos, tem-se pretendido afirmar ue os Estados seriam, necessariamente, separados por elementos naturais. ‘Ao contrario, deve-se afirmar que a 4gua é um elemento essencial de unidio, “egue as terras nada mais sfo do que regides cortadas por ios. Assim € que a ia € 0 vale do rio Oder, a Boémia ¢ a Saxénia sio 0 vale do Elba, e © 60 vale do Nilo, Com relago aos oceanos, 0 caso € 0 mesmo, como jf nado. Apenas as montanhas separam. Assim, os Pirineus separam a spanha da Franca. Os curopeus tém mantido um constante intercambio orientais, desde 2 época dos descobrimentos, mas 0 jor da Africa e da Asia, porque © contato por terra s dificil do que por 4gua, Foi por ser um mar que 0 Mediterrneo se fusim que, geralmente, metade do rebanho perece. Entre esses habitant Hlunalto no existe uma relagio juridica, por isso demonstram comp Tnontos extremos de hospitalidade ou de rapinagem, sobretudo deste tipo, quando so circundados por pafses civilizados, como & 0 caso do ‘hes, favorecidos em suas pilhagens por seus cavalos ¢ camelos. Os mongt “limontam-se de leite de cavalo; assim o cavalo serve, ao mesmo tempo, “Fonte de snto ¢ arma. Embora seja essa a forma de sua vida patri feqientemente cles podem se juntar em grandes grupos e ser levados 9 condicionados por esse terceiro elemento. (O mar nos fomece a representagio do indeterminado, do © quando o homem se sente nesse infinito, isso 0 est © limitado. © oceano convida o homem a conquista e 2 pilhagem, FILOSOFIA DA MISTORIA wermougko ‘que Ihes valoriza o ganho ¢ 2 a valentes. A coragem surge, necessariamente, dentro do comércio, ¢ & au- | cia esté associada a esperteza, pois a ou: 10 defrontar-se com o mar, ‘que terd que lidar com incertos e enganosos. Essa imensa superficie ‘nfo contrariando pressfo alguma, nem mesmo a de *s brise, Fla aparenta ser inocente, submissa, amigével ¢ adaptével a tudo; Ws é exatamente essa capacidade de acomodar-se a tudo que transforma 0 @ no elemento mais perigoso violento. Perante tal ilusio, diante de tal rca, 0 homem langa-se sobre um simples pedago ‘apenas na prépria coragem e presenca de espirito, © suporte instavel, levando 0 proprio solo artificial i elegantes corta as on- 03 —{ Um techo cvja atmosfera & vene Garopes. se techs forma’ bas de uma eadela de sltas montana a ear rents sto cortaas por ris, de tal modo que esses rios nfo possi Farimnexdo com 0 imerior, pois correm no alto das montanhas, © ums guns locas esteitos, onde fregientemente se formam quedes é fam a navegaglo ¢ redemoinhos em uma selvagem confuséo. ‘anos que os curopeus (em , ou desereve cfrcul igo honra tanto a 01 géncia humana. Bsse langar-se. a, € que falta ao luxuoso edificio 1 para provocar ‘io fronteirigos ao mar, como ° .ecido acerca desses bandos foi o contraste de rece {Gu comporanntonesasguease sages — a tas insserps oss G55 ‘Benate ca mls repugnane brualidade — ¢ 0 fato de que depois = Males, chostravamse, em tempos de paz, meigos e bem-dispostos pe- age coropeuts, Pode-se dizer isso dos{fullahs e dos mundingos) que vi- “fom nas repldes montarhosas do Senegal ede Gmbia mn segunda parte da Africa € a regio fluvial do N tinada a se tomar in grande centro de cultura inde mesmo, istala do resto da Africa, como a propria Aftien es isolada seas partes do mundo, A parte norte da Africa, que pode ser denomins- 20 litordnea (pois o Mediterrineo tem fe jordneas geralmente se isolam ‘quando unidas por um rio, Foi assim que a Holand: ia Alemanha, ¢ Portugal da Espana. © nformagées, iremos agora considerar as trés partes 8 hhist6ria universal se ocupa. Aqui, os trés princfpios ca is ora menos marcante. A Af A Africa deve set lida em trés partes: a primeira, do Sara, é a Africa propriamente dita, o planalto quase totalment ‘com trechos esireitos de costa. A segunda parte fi podendo ser denominada Africa européia; € a a regitio fluvial do Nilo, a tinica regitio de vale a Asia, do mundo; € a terra do_ouro, ‘além da luz. da histéria autoconsciente, encoberta peld ‘banhada pelo Mediterraneo ¢ pelo AtlEintic de terra onde se erguia Cartago, © onde hoje esto o Mazrocos, Argel, ‘que ser integrado & Europa — ¢ os france- ‘edido nesse sentido, recentemente —, pois, ‘como a Asia Menor, esta voltado para a Europa, Aqui viveram, alterna- te, cartagineses, romanos, bizantinos, mugulmanos arabes — ¢ t0- eles sempre estiveram na mira dos interesses europeus. jcamente africano é, por isso, de dificil compreensao, pois temos que renuinciar ao princfpio que acompanha todas as 84 FILOSOFIA DA HISTORIA srRODUCAG juando acontece algo de: quando as chuvas no chegou a essa di al. Por isso, cares exprime a arbiteatiedade do criador, e que p seria um outro, superior a ele mesmo. O negro representa, como ja foi dito, Resumindo, nilo hé relaco de dependéncia nessa © homem natural, selvagem ¢ indomavel. Devemos nos livrar de toda reve- ae a réneia, de toda moralidade e de tudo o que chamamos sentimento, para re- aR racine te noclonfota atoal trent Osiseeray eae eeetete almente compreendé-lo. Neles, nada evoca a idéia do caréter humano. Os. Rete tonat ae nett eee fel oem g nS eat at ae extensos relat6rios dos missionirios comprovam esse fato, ¢ o maometismo | se acreditava em bruxas na Idade Média, Ainda assim, 0 poder dos mortos parece ser a tnica coisa que traz a cultura, de certa forma, até os ne} io € to respeitado quanto 0 dos vivos, pois os neg @dominio do homem sobre a natureza, po ‘posiglo de inferiocidade, Sbinatural — j4 que o homem considera este {algo superior 20 homem. J] prestando a honra de traté-to como merecera, sim o comandand ios por Herddoto. Na bruxaria, no se Peo fato de tr sido colocado como 0 ser supremo, 0 homem milo obte~ la representa a idéia do homem como ~_vénenhuma consideragao para si mesmo, pois s6 com a consci superior, que se comporta de forma imperativa com relag&o a0 pod “easéncia superior é que ele chega a uma posigéo na qual um real respeito Ihe to, nfo se trata de uma adoragdo espiritual de Deus nem Eatribuldo. Se a arbitraredade € o absoluto, a tnica objetividade real que a 10. Deus troveja, mas nio é percebido, Para 0 espitito hu iuigao alcanga, assim o espfrito que se encontra nesse nivel nao pode co- Deus precisa ser mais do que um trovejador, mas entre os negros esse ilo é © caso. Mesmo que tenham que tomar consciéncia de sua dependénci rnecessitam da tempestade, da chuva e do térmi seu poder em imagens, ext naginam como o seu poder nfo € nada objetivo, sélido ou diferer 1s, mas um objeto qualquer, seja um at madeira elevados 8 categoria de “génio’ em circulagdo pelos portugueses ¢ que significa espécie de independéncia objetiva parece ir contra a fantasi dos individuos. Porém, essa materializagao nada mais é que al a universalidade. Por isso, os negros demonstram esse desprezo relago ao homem, que sob 0 ponto de vista juridico e moral constit 1agdo basica, Também nao existe © conhecimento da negro a came humana € apenas um objeto dos Quando um rei morre, centenas de a yencedor devora 0 coragio do wente 0 feiticeiro mata um i 8 multidso devorar. Outro falo cacacteristico entre os negros é a escra 2. Os negros sio eseravizados pelos europeus e vendidos na América. ACE Hope, Lisdes sobre a lsofa da religid, 1 p. 284 © 289, 2 edigh (Ie, idem, p. 726). FILOSOFIA Da MISTORIA sorte €, na prt if que o fundament mem no possua iberdade ¢ assim se degenere, tornando-se uma coisa sem valor. Entre os negros, os sentimentos morais. # (o totalmente fracos — ou, para ser mais exalo, inexistentes. Os pais ven negros nem pensam em cobrar dos outros © que nds estamos acost ‘A poligamia entre 0s negros tem como finalidade a proc fa serem vendidos, sem exceso, como escravos. Cos las ingénuas reclamagdes, como, por exemplo, a de um’ gro em Londres, que reclamava ser um homem pobre, porque jé havia todos os seus parentes. No que tange ao desprezo do negro pelo ro 6 tanto o desprezo pela m: izam, A nfo-estima & vida res sua imensa forga fisica pe hares deles na gue! ime como fim, s 10S Nossa atengGo agora para os elementos da con: desse povo, vemos que a prdpria natureza deles impede a existénci igo desse tipo. O ponto de partida da humanidade 1 junto a energia da vontade, livres que compreendam 0 Estado. Na verdade, no existe um vine tago para essa arbitrariedade. O que, por um moment ‘oeupa 0 posto mais elevado, pois o barbarismo dos sentidos s6 pode \ido pela forga despética, E € exatamente pelo fato de esses h jes possufrem © mesmo espfrito selvagem do governante que Wim © chefe nos seus limites. Absixo do chefe esto muitos outros {60m 0s quais o primeiro — que vamos denominar “rei” — se aconsel fazer uma guerra 9 autoridade, do mais, os jgios. O rei dos achantis herda todos os bens m outros lugates, todas as mogas pertencem qui mulher precisa compré-la deste. Se os negros est 0M © seu rei, cles o destituem € o matam. Em Daomé, os negt enviar ao rei ovos de papagaio, como um sinal de que ndo erRoDUCKO mais satisfeitos com 0 seu governo. As vezes, uma delegagio vai diz: “O peso da tarefa ck deve descansar tum pouco’ ‘uma mulher. sangue dele e ordenou que houvesse sempre sangue de criangas a vol homens, ela expulsou ou matou, e ordenou matar todas as criangas do sexo Um filho do sexo masculino, Gesapareceu mais tarde, Nos Estados dos negros enconta-se, constantemen- fe, 20 lado dos reis, a figura do carasco, cuja fungao 6 tida como de grande Fpporténcia; por meio dele o rei pode tiar 0s suspeites do caminho — como também pode ser assassinado por ele, se 08 chefes asim o exigirem sO fanaismo que pode seri fameira mansidlo, supra toda crenga. Conta um fim achanti se decide pela guerra, procede-se i Selenes: uma delas € lavar @ ossada da mie do rei com sangue humano. Como preparaco para a guerra, o rei determina um ataque em sua propria tal para instigar-Ihe a ira. Em certa ocasiao, quando um povoado que hhavia pago 0s tributos ia s ido, como castigo, 0 rei enviou 20 inglés Hutchinson, que Ié residia, 0 seguinte recado: "Cristio, fica atento e «da morte puxou a sua espada e iré damorte para muitos. Vem até 0 rei, se puderes, © ‘bor resso00, © comegou um terrvel banho de sangu furiosos se depararam nas ruas foi destrufdo. Em tais ocasides, 0 rei mite que sejam climinados todos os que lhe parecem suspeitos, ja assume o carter de um ato sagrado. Toda representagéo com a qual 0 0 se depara é apreendida com toda a energia da vontade ¢ concretizada, sm & destrufda, ao mesmo tempo, nessa concretizagio, Esses povos sio os durante algum tempo e, de repente, entram em ebulig&o, ficando ‘A destruigéo causada por sua c6lera nfo encontra 0 de ser em um contetido ou pensamento que produza esse movimento, em um fanatismo mais fisico do que espiritual Quando o rei morre no Daomé, os lagos da sociedade sao logo destrut- seu paldcio comeca a destruiglo © a dissolugdo total; todas as mu- 8 do rei (em Daomé seu niimero € de 3.333) sfo assassinadas, e em toda 88 FLLOSOFIA DA HISTORIA, 4 cidade comegam um saque geral e uma matanga sem excegies. A: res do rei consideram a propria morte uma necessidade; na verdade, enca- minham-se enfeitadas para ela. As autoridades precisam apressar-se para logo com as matancas. De todos esses diferentes fatos mencionados, sobressai a natureza domivel que distingue o carster dos negros. Desse Estado nada se desenv. ve ¢ nele nada se forma — e, como hoje percebemo foram assim, A Gnica relagdo essencial que 0s negros com 0s europeus é a escravatura. Os negros no @ consideram como algo iadequado ou incomum; € os ingleses, que tanto fizeram pela aboligio do rméreio de eseravos, so tratados por eles como inimigos, pois € primor- al para os reis vender os seus inimigos capturados ou mesmo os seus pr6- ios stiditos, © ensinamento que extraimos dessa situago de escravidao 1s negras, € que nos interessa, € a idéia de que o estado natural € o estado tiga absoluta e completa. Todo nfvel intermedifrio entre essa inju lade do Estado racional possui igualmente momentos e facetas de | " E por isso que encontramos escravidto até mesmo nos Estados prezo © romano — e servidto, até nos mais recentes tempos. Existente aboligio progressiva da escravidiio € algo mais apropriado e comet ido que a sua abrupta anulagio. Africa. Nao vamos abordé-la posteriormente;_ ‘Cartago foi um momento importante e passageiro; Bis Asia. 0 Epo ser sborddo como wa ‘Oriente para o Ocidente, mas ele ndo pertence 20 es centendemos por Africa € algo fechado sem historia, que natural, e que teve que ser apresentado aqui no ‘08, pela primeira vez, no real paleo da hist6ria universal, Resta-nos War 0 fundamento geogréfico da Asia e da Europa. A A. Hhaseimento; é um Ocidente para a América. Assim como a Europa 6 ‘© 0 fim do Velho Mundo, ¢ o Ocidente absol lo, Foi na Asia que a luz do espirito — ¢ assim a historia universal erRopUCKO ‘Agora devemos observar as diversas localidades da Asia: sua con fo fsica apresenta oposigdes diretase a relagio essencial dessas opos Seus diferentes principios geogréficos so configuragdes em si desenvolvi. das e aperfeicoadas, Iniciaimente, devemos excluir a ve, patir dos montes Al Aico, nfo nos ‘Como na Africa, a primeira n stuam as montanhas mais altas do mundo. a sudeste pelo Mustag ou Imaus, luam-se os montes Altai e as montanhas sungarianas, junto 2s quais am. 0 Mussart, a noroeste, ¢ 0 Belurtag a oeste, ligados pela cordi- Iheira Hindu Kush ao Mustag, regides européias, porque nao formam aqueles val planfcies de ros. Outras plancies desse Belo Hoang-ho e pelo Ya ang —o rio Amarelo e 0 rio A 4 Tada, formada pelo Ganges. Menos importante & 6 Indo, qu forma a terra do Penjab, eno sul corre por planties de areia; mais adiante, encontram-se as terras do Tigre e do Eufiates, que vém da Arménia e cor. rem ao longo das montanhas da Pérsia, O mar Caspio tem, a leste ¢ a cost, vales de tios similares: a oeste, aqueles formados pelo Oxo e pelo Jaxartes (Gihon e Sihon), que desdguam no mar de Aral, ea ‘Cyrus e pelo Araxes (Kur e Aras). Deve-se diferenci ocidental. A ela pertencem a Arabia —a terra do deserto, o planalto de - plantcies, o impétio do fanatismo — e também a Siriae a | ligadas ao mar e em constante ‘com a Europa. i bservado anteriormente, acerca das imento da indiistria; e, na terceita regi is predominam. A independéncia patri- igada ao primeiro prinefpio citado, a propriedade ¢ elago entre senhor © servo com o segundo, a liberdade civil com 0 to, onde a criagdo de cavalos, camelos ¢ ovelhas criagdo de gado) merece atengo, devemos distin, a calma vida habitual das tribos ndmades do carter selvagem e incans4vel eles demonstram em suas conquistas. Esses povos, embora nio se te- FILOSOFIA DA HISTORIA possuem um f podemos encontrar neles 0s v povos das pl ‘cia, pois ela exige precaugdo © preocupagao com 0 far a reflexdo sobse um principio geral, residindo também. aqui o Destacam-se nesse jonia. Mas como os sas terras se fecharam em si mesmos € ndo tiraram izagio que o mat fornece (ou o fizeram apenas ‘odo de formagio de sua civilizago), caso o tenham navegado, tal fato nao teve efeito sobre sua cultura, entdo 6 poderia existir uma ligago 's com o resto da histéria se esses povos fossem buscados e pesquisados ona com a Europa, pois nada do que ai foi produzido de superiog tardaram para si, tudo enviaram para a Europa. Na Asia, deu-se a Sento de todos os principios religioss e pol ses prinefpios desenvolveram-se. hordaremos agora a Europa, onde nko © jevemos em relagao & Asia © Africa, O carétereuropeu & ‘um outro tipo de classificago. a parte €0 st 10 mar Mediterraneo. Do norte dos \dem-se pela Fr ia da Franga e da Alemanha, Também a Grécia pertence ae Europa. Durante muito tempo, a histéria universal aconteceu fe enquanto o centro e 0 norte da Europa eram {08,0 espirito universal jé havia encontrado a sua sede. — que César, a0 cor ‘uieedido em sua maturidade do que Alexandre em conquistas juvenis, ermopucio tando incitar o Oriente a uma participagio na vida grega. Sua apesar de grande ¢ Iouydvel em relagZo ao que trouxe para a im Ezapareceu logo em seguida, como um mero ideal, se a analisirmos sob 0 ponto de vista de suas conseqiiéncias. Nesse centro da Europa, os principais paises so a Franga, a Alemanha e a Ingl ropa: Poldnia, Russia e para a série dos Estados a Asia, No que tange as diferengas fisicas dis« ‘fo, como jé mencionado, relevantes; umas contrabalangam as outras.

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