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RESUMO – AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL

ALUNO: Alex Almeida de Sousa

TITULO: MUSEU, ENSINO DE HISTÓRIA E SOCIEDADE DE CONSUMO


A proximidade entre museu e escola vai muito atém de simples visitas
programadas e a contemplação dos objetos ali expostos. É necessário buscar através
dessa parceria museu escola o desenvolvimento do pensamento critico e a construção de
um cidadão que ocupe o espaço do museu de forma consciente, se libertando da simples
contemplação superficial e do entretenimento sem busca de conhecimento, já que essa
contemplação vazia de significados faz com que os objetos ali expostos se esvaziem ao
longo de cada visitação, transformando o museu em uma grande vitrine que expõe não
bens culturais, mas bens de consumo. Para tanto, é fundamental a parceria dos
profissionais ligados a museus e institutos de preservação com educadores,
principalmente professores de história. A visita ao museu deve começar dentro do
espaço escolar, através de atividades que ajudem os alunos a conhecer melhor o trabalho
realizado nos museus, apresentando as diversas linguagens utilizadas nas exposições e
colando os alunos em contato com objetos que remetem ao seu cotidiano e vivencias.
Esse processo denominado pelo autor de alfabetização museológica serve para construir
a historicidade dos objetos, apresentando para os alunos um campo vasto de reflexão,
uma vez que qualquer objeto pode ser visto com um olhar crítico. A relação entre
diferentes objetos é outra estratégia apontada pelo autor, já que essa relação direta entre
objetos distintos, sejam objetos do presente ou do passado, colabora para a reflexão
acerca de problemáticas históricas. O exemplo do tronco para escravos e o copo
descartável elucida muito bem tais ideias. Os desafios para se colocar tais ideias em
pratica são enormes, sendo necessário, como já foi apontado, a colaboração dos
profissionais que atuam nos museus, sobretudo de monitores que fazem o contato direto
com os visitantes; também é fundamental colocar o museu como parte do programa
educativo das escolas, o que vai ocasionar maior preparo e maior interdisciplinaridade
de monitores e professores.
Baseado na pedagogia de Paulo Freire, e nas palavras geradoras, uma das
possibilidades para a alfabetização museológica colocada pelo autor, é o trabalho com
objetos geradores. As palavras geradoras de Freire, consistem em palavras que tenham
profundo significado para os alunos, palavras que estivessem inseridas no cotidiano das
pessoas e em contato direto com suas vivencias. Para Paulo Freire as pessoas leem
primeiramente o mundo e o contexto que estão inseridas, sendo essa leitura do mundo
um dos alicerces para a leitura das palavras e as palavras, em um movimento circular e
continuo, fundamental para uma leitura melhor do mundo. Assim, para a alfabetização
museológica, é preciso entender que os objetos expressam traços culturais, que são
feitos e moldados pelos o homens e logo, pertencem a sua historicidade. Toda essa
movimentação deve partir das vivencias, do cotidiano e do contato com objetos comuns,
que com a devida justificativa se transmutariam para objeto gerador, coberto de
significado. É fundamental explorar as relações entre objeto e a pessoa que o escolheu,
sendo considerado pelo autor um passo inicial que vai ocasionar outras reflexões, como
a relação passado e presente, por exemplo, e a mudança de percepção e abertura para
novos caminhos de reflexão.
Por fim, Francisco Regis vai abordar a transformação dos objetos, a velocidade
que um objeto rapidamente cai em desuso e torna-se descartável, característica que
marca de forma acentuada a sociedade de consumo. Essa efemeridade dos objetos, cria
uma barreira natural para a sua relevância em termos de significado, são antagonistas
dentro da construção da pedagogia do dialogo e na formação de objetos geradores.
Ainda dentro dessa perspectiva de sociedade de consumo, os museus correm o risco de
adquirir fortes características comercias, transformando exposições em verdadeiras
vitrines para o entretenimento de um público que irá consumir cultura, o que pode
acarretar a centralização cultural e o predomínio de uma única cultura: aquela que
melhor atende os interesses de consumo. O risco da mercantilização da cultura é
justamente a exclusão de manifestações culturais autenticas e do empobrecimento, no
caso dos museus, do debate e diversificação de ideias, empobrecendo e limitando o
senso crítico e o caráter educativo do museu. Uma das formas de resistência a
mercantilização da cultura e dos museus, é a renovação de ferramentas educativas,
principalmente a educação lúdica. O museu não pode em circunstância alguma abrir
mão de sua proposta educativa, mas não é por isso que não se deva investir em formas
de atrair um publico mais presente e mais participativo.

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