Você está na página 1de 1

A mulher de vermelho

Quando ele acordou, o salão estava completamente vazio. Ele não sabia como se metera
nesse lugar. Tudo que podia recordar era do barulho dos sinos que sempre escutava antes de
entrar na igreja que ia todas as terças-feiras. Levantou-se do chão vestindo apenas roupas de
baixo e vagou diante do saguão à procura de algo para vestir. No canto da sala havia uma figura
particularmente assustadora que se deliciava observando seus passos cambaleantes: A mulher
de vermelho.

Um maldito pensamento não lhe saia da cabeça: “Se eu o matar, alguém sentiria sua
falta?”

Olhou para o lado. Olhou para o outro. Precisava encontrar uma arma, um punhal ou
até mesmo um objeto cortante para realizar o trabalho. Depois de tanto pensar, achou no canto
do salão uma faca. Mediu-a na mão e a passou nas pontas dos dedos para ver se estava afiada.

Em meio aos seus devaneios, ouviu uma bufada da possível vítima e uma série de
palavrões vindo dela. Começou a ficar nervosa. Estava na hora de pôr seu plano em ação.
Começou a andar em direção ao garoto que, nesse momento, estava de costas se delatando
sobre sua terrível vida. Porém, algo a deteu: uma gota de suor.

Não sabia que chegara a esse nível de insanidade. Olhou para sua mão e
assustadoramente largou a arma no chão. Olhou estupefata para o objeto cortante que gerou
um estrondo no saguão.

No entanto, não percebeu que o garoto virara em sua direção e havia começado a gritar
em busca de ajuda. Tudo que podia prestar atenção era no sangue que escorria em suas mãos.

Você também pode gostar