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INTRODUÇÃO AO CÁLCULO
Curso: Graduação
Disciplina: Introdução ao Cálculo
Versão: jul./2013
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autor e da Ação Educacional Claretiana.
Unidade 1 – A DERIVADA
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 35
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 35
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 36
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 36
5 REVISÃO DO CONCEITO DE DERIVADA............................................................ 36
6 REGRAS DE DERIVAÇÃO.................................................................................... 43
7 INTERPRETAÇÃO FÍSICA E GEOMÉTRICA DA DERIVADA................................ 57
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 62
9 CONSIDERAÇÕES............................................................................................... 65
10 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 65
Unidade 3 – INTEGRAL
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 91
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 91
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 91
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 92
5 ORIGEM DE INTEGRAL ..................................................................................... 93
6 INTEGRAL INDEFINIDA...................................................................................... 94
7 TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO.............................................................................. 101
8 INTEGRAL DEFINIDA......................................................................................... 104
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 110
10 CONSIDERAÇÕES............................................................................................... 112
11 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 112
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Conceito de derivada. Regras de derivação. Funções crescentes e decrescentes.
Máximos e Mínimos. Funções marginais. Integral indefinida. Técnicas de integra-
ção. Integral definida. Cálculo de áreas. Aplicações a problemas da Economia.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Vamos juntos refletir sobre o ensino-aprendizagem da dis-
ciplina Introdução ao Cálculo e descobrir que o domínio de certos
conteúdos, conceitos, habilidades e competências da Matemática
são de extrema importância para o exercício pleno da construção
do conhecimento e da cidadania.
Iniciaremos nossos estudos, na Unidade 1, com uma revisão
do conceito de derivada, taxa de variação, derivada de uma fun-
ção num ponto qualquer, regras de derivação e interpretação física
e geométrica da derivada. Iremos identificar as habilidades e as
competências para entender esses conceitos por meio de exem-
plos e exercícios resolvidos.
Na Unidade 2, funções crescentes, decrescentes, teorema
do valor médio, máximos e mínimos de uma função e funções
marginais serão estudados e assimilados por meio da resolução de
exemplos práticos.
8 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 1 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
∆y
Logo,=
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 ) 0 − 3
= = 3.
∆x ∆x −1
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Podemos escrever: a= ( x ) v=
' ( x ) f '' ( x ) , sendo que f '' ( x )
é a derivada segunda da função ( x ) , isto é, f '' ( x ) é a função
f
f ( x ) derivada duas vezes.
Para compreender melhor a explicação anterior, conside-
re o seguinte exemplo: um automóvel inicia um movimento em
linha reta no instante t = 0 s . Sua posição (espaço) é dada por
S (t=
) 8t − t 2 . Qual é a velocidade do automóvel no instante
t = 2 s ? Qual é sua aceleração no instante t = 4 s ?
Para determinarmos a velocidade do automóvel no instante
t = 2 s , derivamos a função posição f ( t ) .
v ( t )= S ' ( t )= 8 − 2t
Se t = 2 , basta substituirmos: v ( 2 ) =−
8 2.2 =4 unidades
de velocidade.
Sabendo que a aceleração é a derivada da função velocidade
( a = v '(t ) ou a = S ''(t ) ), temos:
′
a ( t ) =v′ ( t ) =(16 − 2t ) =−2 ⇒ a (t ) =−2
Exemplo 2 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vamos verificar se existem os pontos de máximo ou de mínimo relativos da fun-
2
ção y = x − 6 x + 8 ?
Solução
Calculando a derivada da função anterior, obtemos y=' 2 x − 6 . Os possíveis
pontos de máximo ou de mínimo são aqueles que anulam essa derivada, ou seja,
y'= 0
Assim, para determinar a raiz dessa função derivada escrevemos:
y ' = 2 x − 6 ⇒ 0 = 2 x − 6 ⇒ −2 x = −6 ⇒ x = 3 , que é a raiz da função
derivada.
x3
• Exemplo 2: F ( x ) = é uma primitiva da função
3
f ( x ) = x 2 , pois F ' ( x=
1
) .3x=2 x=2 f ( x ) .
3
• Exemplo 3: F ( x=
) x3 − 2 x é uma pri-
mitiva da função f (=x ) 3x − 2 ,
2
pois
F ' ( x )= 3. x 3−1 − 2.(1).x1−1= 3 x 2 − 2= f ( x) .
Outro importante conceito a que iremos dedicar especial
atenção na Unidade 3 é o de integral definida.
Durante o estudo, você verá que uma preocupação e um de-
safio dos matemáticos, desde a Antiguidade, foi calcular a área de
uma figura plana irregular. A técnica utilizada consistia em aproxi-
mar a figura de um conjunto de polígonos cujas áreas pudessem
ser calculadas.
Por meio dessa técnica, iremos desenvolver um processo
para calcular a área de uma região plana delimitada pelo gráfico
de uma função y = f ( x ) , num intervalo [a, b], como na Figura 7.
é Ai f ( xi ) . ∆x , ou seja, o produ-
A área desses retângulos=
to da medida da base pela medida da altura.
A soma das áreas desses retângulos é:
base (∆x = ( )
1) pela altura f x p de cada retângulo e depois somá-
( )
las. Os valores de f x p estão ilustrados na Figura 10.
∫ f ( x=
a
)dx F (b) − F (a)
Exemplo 1
Utilizando o Teorema Fundamental do Cálculo, a integral da
função f ( x) = x 2 para o intervalo de [1; 4] , determinamos:
x3
∫
2
Como x dx
= + c , uma das primitivas da função dada é
x 3 , assim temos: 3
3 4
4
x3 43 13 64 1 63
∫1
2
x dx = 3 = − = − = = 21
1 3 3 3 3 3
Exemplo 2
Utilizaremos o Teorema Fundamental do Cálculo para deter-
minar a integral da função f ( x= ) x 2 + 2 para o intervalo de [2;3] .
x3
Como ∫ ( x 2 + 2)dx = + 2 x + c , uma das primitivas da fun-
3 3
ção é x + 2 x , assim temos:
3
3 3
x3
∫2 ( x + 2)dx = 3 + 2 x =
2
(3)3 (2)3
3 + 2.(3) − 3 + 2.(2)
3
27 8
∫ (x
2
+ 2)dx = + 6 − + 4 =
2 3 3
27 8 19 25
+6− −4= +2=
3 3 3 3
Para finalizar, iremos relacionar, na Unidade 4, os processos
de derivação e integração, além de estudar técnicas de integração
e aplicar o conceito de integração em problemas práticos.
Veremos que o cálculo de áreas de figuras planas, limitadas
por gráficos de funções contínuas, pode ser feito por integração,
como vimos na unidade anterior.
Vamos destacar alguns casos particulares como o cálculo
da área limitada pela intersecção dos gráficos de duas funções
y = f ( x ) e y = g ( x ) no intervalo [ a, b ] , como apresentado no
gráfico da Figura 11.
∫ (− x + 30)dx − ∫ ( x
2
A= + 10)dx
0 0
∫ [− x + 30 − ( x
2
A= + 10)]dx
0
∫ [− x + 30 − x
2
A= − 10)]dx
0
∫ (− x
2
A= − x + 20)dx
0
0 3 2 0
0
3 2
4
−64 − 24 + 240 152
∫ (− x
2
A= − x + 20)dx = = 50, 67ua.
0
3 3
Assim, a área delimitada pela reta f ( x) =− x + 30 e pela pa-
rábola g ( x=) x 2 + 10 no intervalo [0; 4] é, aproximadamente,
50, 67 u.a. (unidades de área).
No decorrer de nossos estudos, veremos outros exemplos
e aplicações da integral, que serão descritos nas quatro unidades
deste material mediacional.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados na disciplina Introdução ao Cál-
culo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos utilizados:
26 © Introdução ao Cálculo
positivo.
4) Derivada da função potência com expoente inteiro: a
derivada de uma função potência é igual ao produto do
expoente −n pelo coeficiente numérico da variável ele-
vada ao expoente −n menos 1( −n − 1) . Se f ( x ) = x ,
−n
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com o ensino de Cálculo estudado nas quatro uni-
dades pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento.
Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto
tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será
dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a
sua prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gaba-
rito, que lhe permitirá conferir as respostas das questões autoava-
liativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
32 © Introdução ao Cálculo
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser
humano. É importante que você se atente às explicações teóricas,
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica-
ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois,
ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per-
mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a
ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é,
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno do curso de Ciências Contábeis na moda-
lidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e con-
sistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância,
do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas.
Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as ativi-
dades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
1. OBJETIVOS
• Introduzir o conceito de derivada.
• Interpretar a derivada geometricamente.
• Descrever as técnicas e as regras de derivação.
2. CONTEÚDOS
• Revisão do conceito de derivada.
• Regras de derivação.
• Interpretação física e geométrica da derivada.
36 © Introdução ao Cálculo
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Iniciaremos esta unidade fazendo uma revisão do conceito
de derivada e das suas principais propriedades operacionais. O ob-
jetivo é reforçar o significado físico e geométrico e utilizá-lo com
segurança na resolução de problemas aplicados.
Observe a Figura 1:
f ( x0 + ∆x=
) x02 + 2 x0 ⋅ ∆x + ( ∆x ) − 1
2
⇒
Portanto, a diferença f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 ) é
f ( x0 + ∆x ) − f ( x=
0) 2 x0 ⋅ ∆x + ( ∆x ) .
2
( x0 + ∆x ) − f ( x0 ) 2 x0 ⋅ ∆x + ( ∆x ) que,
2
= Assim, ∆y f=
∆x ∆x ∆x
simplificada, obtemos: ∆=y
2 x0 + ∆x .
∆x
Podemos, agora, definir derivada de uma função f num
ponto x0 .
Seja f uma função definida num intervalo aberto a < x < b
e x0 , um ponto desse intervalo. Chamamos derivada da função f
no ponto x0 ao valor do limite, caso esse limite exista.
∆y f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
Notação –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para indicar a derivada de uma função y = f ( x) no ponto x0 , usamos uma
das seguintes notações:
f ´( x0 ) ou df
( x0 ) ou dy
( x0 ) ou ainda, y´( x0 )
dx dx
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exemplo 2
Podemos, também, calcular a derivada da função
) x 2 − 1 num ponto x0 ∈ R .
f ( x=
Aproveitando os cálculos que fizemos no exem-
plo anterior, temos que: ∆= y
2 x0 + ∆x e, portanto,
∆x
∆y
=f ( x0 ) lim= lim ( 2 x0 = + ∆x ) 2 x0 .
∆x → 0 ∆x ∆x → 0
A função derivada
Se uma função y = f ( x ) definida num intervalo I : a < x < b
for tal que existe a derivada f ´( x0 ) , em cada ponto x0 desse in-
tervalo, diremos que a função é diferenciável no intervalo “ I ”. Po-
demos, então, definir uma nova função que "a cada número x ∈ I
associa a derivada f ´( x ) , da função original f ( x ) , nesse ponto”.
Vejamos a seguir alguns exemplos.
Exemplo 1
Sendo f ( x) = x 2 − 2 x + 1 , vamos encontrar a derivada da
função f ( x) no ponto x0 = 1 .
Para isso, devemos encontrar o valor de:
f (1 + ∆x ) − f (1)
m(1) = lim
∆x → 0 ∆x
Na função f ( x ) = x − 2 x + 1 , se substituirmos x por
2
(1 + ∆x ) , obtemos f (1 + ∆x ) . Temos:
f (1 + ∆x )= (1 + ∆x ) − 2 (1 + ∆x ) + 1 ⇒
2
⇒ f (1 + ∆x ) = 1 + 2∆x + ( ∆x ) − 2 − 2∆x + 1 = ( ∆x )
2 2
⇒ f (1 + ∆x) = (∆x) 2
40 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 2
Sendo f ( x=
) x 2 + x , para encontrar a derivada da função
f ( x ) no ponto x0 = 2 , devemos encontrar o valor de:
f ( 2 + ∆x ) − f ( 2 )
m ( 2 ) = lim
∆x →0 ∆x
⇒ 22 + 2 ⋅ 2 ⋅ ∆x + ( ∆x ) + 2 + ∆x
2
⇒ f ( 2 + ∆x ) = 4 + 4∆x + ( ∆x ) + 2 + ∆x
2
⇒ f ( 2 + ∆x ) = ( ∆x )
2
+ 5∆x + 6
f ( 2 ) = 22 + 2 = 6 ⇒ f ( 2 ) = 6
Como ∆x → 0 , temos:
⇒ lim ∆x + 5 =5
∆x → 0
Observação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Podemos calcular, também, a derivada de uma função não apenas em um único
ponto, mas para qualquer ponto do domínio de f ( x) . Para simplificarmos a
expressão, iremos adotar x0 = x .
Assim, a derivada de uma função f ( x) é dada pelo limite:
f ( x + ∆x ) − f ( x ) , se este limite existir.
f ´( x ) = lim
x →0 ∆x
Nesse contexto, f ´( x ) denota a derivada de f ( x ) , e lê-se: “ f linha de x ”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exemplo 3
Vamos utilizar a função f ( x ) = x − 2 x + 1 e calcular a fun-
2
Temos:
f ( x + ∆x =
) ( x + ∆x ) − 2 ( x + ∆x ) + 1
2
) x 2 + 2 x∆x + ( ∆x ) − 2 x − 2∆x + 1
2
⇒ f ( x + ∆x=
⇒ f ( x + ∆x ) = x 2 + 2 x∆x + ( ∆x ) − 2 x − 2∆x + 1
2
42 © Introdução ao Cálculo
f ( x + ∆x ) − f ( x )
f ´( x) = lim
∆x → 0 ∆x
( ∆x ) + ∆x + x − ( x 2 + x )
2
x 2 + 2 x∆x =
= lim
∆x → 0 ∆x
x ² + 2 x∆x + (∆x)² + ∆x + x − x ² − x
f '( x) = lim
∆x → 0 ∆x
2 x∆x + (∆x)² + ∆x
=
∆x
∆x(2 x + ∆x + 1)
f '( x=
) lim = 2 x + ∆x + =
1 2x +1
∆x → 0 ∆x
Portanto, a derivada de f ( x=
) x 2 + x é f ´( x=) 2 x + 1 .
6. REGRAS DE DERIVAÇÃO
Dada uma função y = f ( x ) , a sua derivada y ' = f ' ( x )
mede a taxa de variação da função f, no ponto x. Ou seja,
f ( x + ∆x) − f ( x)
f ′( x) = lim
∆x →0 ∆x
Obter a derivada de uma função utilizando a definição ante-
rior torna-se um processo muito difícil. Apresentaremos, a seguir,
algumas regras que facilitam esse trabalho.
1) f ( x ) =
3 ⇒ f ´( x ) =
0.
44 © Introdução ao Cálculo
2) f ( x ) =−3 ⇒ f ´( x ) =0 .
3) f ( x ) =0, 6 ⇒ f ´( x ) =0.
4) f ( x ) =−37 ⇒ f ´( x =0) .
7
5) f ( x ) =− ⇒ f ´( x ) =0.
8
6) f ( x ) =π ⇒ f ´( x) =0.
7) f ( x ) =
− 5 ⇒ f ´( x ) =
0.
8) f ( x ) =0 ⇒ f ´( x) =0.
2 x 5 ⇒ f ´( x) =
5) f ( x) = 5 ⋅ 2 x 5−1 =
10 x 4
3 4 3 12
6) g ( x) = x ⇒ g´( x) = 4 ⋅ x 4−1 =x 3 = 3x3
4 4 4
2 2 2 0 2
7) z ( x) =⇒x z´( x) = 1 ⋅ x1−1 = x =
4 4 4 4
Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
© A Derivada 45
Casos especiais
x
− n −1 1 −n
.y ' = − n . x ou, na forma fracionária: y ' =−n × n +1 ⇒ y ' = n +1
x x
Exemplos:
1
1) f ( x=
) = x −4 ⇒
x4
4
−4 ( x −4−1 ) ⇒ f ´( x ) =
2) f ´( x ) = −4 x −5 ⇒ f ´( x ) =
− 5
x
2 −3 2
3) g ( x ) =⇒x −3 ⋅ ( x −3−1 ) ⇒ g´( x ) =
g´( x ) = −2 x −4
3 3
2
⇒ g´( x ) = − 4
x
10
4) h( x) =−5 x −2 ⇒ h´( x) =−2 ⋅ (−5) x −2−1 =10 x −3 = 3
x
1 1
5) w( x) = =⇒ x −1 w´( x) = −1x −1−1 = −1x −2 = − 2
x x
3 6
6) z ( x) = 2 =3 x −2 ⇒ z´( x) =−2 ⋅ 3 x −2−1 =−6 x −3 =− 3
x x
Quando o expoente é fracionário
1
Devemos lembrar também as definições: n
x = xn e
m
m n m m mn −1
n
x = x . Assim, y =
m
x ⇔ y = x ⇒ y´=
n
x .
n n
Exemplos:
1) y =x −2 ⇒ y´=−2 x −2−1 ⇒ y´=−2 x −3
2) x =x −7 ⇒ y´=−7 x −7 −1 ⇒ y´=−7 x −8
46 © Introdução ao Cálculo
3
3 32 −1 3 1 3
3) y = x 2 ⇒ y´= x ⇒ x 2 ⇒ y´= x
2 2 2
4) y = x , escrevemos,
1
1 12 −1 1 − 12
5) y = x ⇒ y´= x ⇒ y´= x
2
2 2
1 1 1 1 1
⇒ y´= ⋅ 1 = ⋅ =
2 2 2 x 2 x
x
1) y = 3 x 4 + 5 x 3 ⇒ y´= 12 x 3 + 15 x 2
2) y= 2 x5 − 5 x 2 ⇒ y´= 10 x 4 − 10 x
3) f ( x ) =−4 x 2 + 3 x + 4 ⇒ f ´( x) =−8 x + 3
3 3 2 2
4) g ( x) =− x + x + 3 x − 5 ⇒ g´( x) =−3 x + 2 x + 3
3
Por Exemplo:
y= ( 3x − 1) ⋅ ( x 2 + 2 x )
Podemos identificar
u = u(=3 x( − 1) ⇒
3 x1)−⇒ u ′ = u ′3= 3
v = 2( x 2 + 2 x ) ⇒ v′ = 2 x +⇒2 ⇒ y ' = y u' = '.vu+'.vu+
.vu' .v '
(
v = x + 2 x ) ⇒ v ′ = 2 x + 2
Portanto, y´= 3 ⋅ ( x ² + 2 x) + (3 x − 1) ⋅ (2 x + 2)
Observe que, efetuando o produto, a soma e depois simplifi-
cando, obtemos y ' = 9 x ² + 10 x − 2 .
Se inicialmente efetuássemos o produto indicado na defini-
ção da função, obteríamos y = 3 x 3 + 5 x 2 + 2 x que, derivada, pe-
las regras anteriores, fornece y ' = 9 x 2 + 10 x − 2 , mesmo resultado
obtido anteriormente. Veja os exemplos:
1) h ( x ) = 2 ( x 3 ) ⇒ f ´( x ) =
2 x3 ⇒ f ( x ) = 2 ⋅ 3( x2 ) =
6x2
2) g ( x ) = (x 2
+ 1) ⋅ ( x3 + 2 x )
⇒ g´( x )= [ 2 x ] ⋅ x3 + 2 x + x 2 + 1 ⋅ 3x 2 + 2
= 5x4 + 9 x + 2
3) g ( x=
) (x 2
+ 1) ⋅ ( − x )
⇒ g´( x=
) [ 2 x ] ⋅ [ − x ] + x 2 + 1 ⋅ [ −1]
= −2 x 2 + − x 2 − 1 =−3 x 2 − 1
48 © Introdução ao Cálculo
Por exemplo:
3x − 2
y=
2x +1
Podemos identificar
u = ( 3x − 2 ) ⇒ u′ = 3 u '.v − u.v '
⇒ y'= 2
v = ( 2 x + 1) ⇒ v′= 2 v
Utilizando a regra:
3 ⋅ ( 2 x + 1) − ( 3x − 2 ) ⋅ 2
y′ =
( 2 x + 1)
2
6x + 3 − 6x + 4 7
=y' = 2
(2 x + 1) (2 x + 1) 2
2 x3 + x
1) f ( x ) = , então,
7−x
(2 x3 + x)(7 − x) − (2 x3 + x)(7 − x)
f ´( x) =
(7 − x) 2
=
(6x 2
+ 1) (7 − x) − (2 x 3 + x)(0 − 1)
(7 − x) 2
42 x 2 − 6 x 3 + 7 − x + 2 x3 + x
⇒ ⇒
(7 − x) 2
2 x3 − 6 x3 + 4 x 2 + 7 −4 x3 + 42 x 2 + 7
=f ´( x) = ⇒ f ´( x )
(7 − x) 2 (7 − x) 2
x2 + 1
2) g ( x) = , então
x
=g´( x)
(=
x + 1)´( x)− ( x + 1)( x)´
2 2
(2 x)( x) − ( x 2 + 1)(1)
( x) 2 x2
2 x2 − x2 −1 x2 −1
= ⇒ g
= ´( x )
x2 x2
x2
3) f ( x ) = , então
x−2
=f ´( x )
(=
x )´⋅ ( x − 2 ) − ( x ) ⋅ ( x − 2 )´
2 2
2 x ⋅ ( x − 2 ) − ( x 2 ) ⋅ (1)
( x − 2) ( x − 2)
2 2
2 x2 − 4 x − x2 x2 − 4 x
f ´( x )
⇒= =
( x − 2) ( x − 2)
2 2
2
4) g ( x ) = 3 x − x − 10 , então
x−2
50 © Introdução ao Cálculo
( 6 x − 1) ⋅ ( x − 2 ) − ( 3x 2 − x − 10 ) ⋅ (1)
⇒ g´( x) =
( x − 2)
2
6 x 2 − 12 x − x + 2 − ( 3 x 2 − x − 10 )
⇒ g´( x ) =
( x − 2)
2
6 x 2 − 13 x + 2 − 3 x 2 + x + 10 3 x 2 − 12 x + 12
=⇒ g´( x) =
( x − 2) 2 x2 − 4 x + 4
3( x2 − 4 x + 4)
g´( x )
⇒= g´( x ) 3
⇒=
x2 − 4x + 4
Exemplo 1
A função f ( x= ) ( x + 2)² é uma função composta. Se escrever-
mos u ( x=) ( x + 2) , podemos simplificar a função f ( x=) ( x + 2)²
por: f ( x) = (u )² .
Para derivar a função f ( x ) , precisamos derivar f e u e de-
pois multiplicá-las, ou seja: f ' ( x ) =
( x + 2 )2 '. ( x + 2 ) ' .
Derivamos a função:
f ( x) =
(u )² ⇒ f '( x) =
2u ⇒ f '( x) =
2( x + 2)
⇒ f '( x) =
2x + 4
Derivamos a função:
u ( x) = ( x + 2) ⇒ u '( x) = 1
Multiplicamos as funções y ' e u ' e obtemos:
f '( x) = (2 x + 4) ⋅ (1) ⇒ f '( x) = 2 x + 4 .
Exemplo 2
f ( x) = u .
Derivamos a função:
1
1 1 −1 1 − 1
f ( x) = y = u ⇒ y = u 2 ⇒ y´= u 2 = u 2
2 2
1 1 1 1 1 1 1
y´= ⋅ 1 = ⋅ = = =
2 u 2 2 u 2 u 2 x 3
2x x
Derivamos a função:
u ( x) =x 3 ⇒ u´( x) =
3x 2
Exemplo 3
(5x )
7
A função f ( x )=
2
− 9 x + 2 é uma função composta. Se
escrevermos u ( x )= (5x 2
)
− 9 x + 2 , podemos simplificar f ( x )
por: y = u 7 .
f ( x)
Para derivar a função , precisamos derivar f e u e, em
seguida, multiplicá-las, ou seja:
f ' ( x ) (=
= y ').(u ') (u 7 ) '.(u ) '
( )
) 5 x 2 − 9 x + 2 '. 5 x 2 − 9 x + 2 ' .
7
f '( x=
Derivamos a função
y = u 7 ⇒ y´= 7u 6 = 7(5 x 2 − 9 x + 2)
Derivamos a função
Exemplo 4
A função f ( x) = x com x ≥ 0 é uma função composta. Se
escrevermos u ( x) = x , podemos simplificar f ( x)= y= u .
Para derivar a função f ( x ) , precisamos derivar y e u e, em
seguida, multiplicá-las, ou seja:
Derivamos a função:
1
1 − 12 1 1
f ( x) = y = u ⇒ y´= u = 1 =
2
2 2 u
2u 2
Derivamos a função:
u ( x) = x ⇒ u´= 1
Exemplo 5
Para calcular a derivada da função f ( x) = 3 x , procedere-
mos de modo similar ao exemplo anterior.
A função f ( x) = 3 x é uma função composta. Se escrever-
mos u ( x) = x , podemos simplificar f ( x)= y= 3 u . Para derivar a
função f ( x) , precisamos derivar “y” e “u” e, em seguida, multi-
plicá-las, ou seja:
Derivamos:
1
1 − 23 1 1
f ( x ) = y =u ⇒ y ' = u = 2 =
3
3 3 2
3u 3 3 u
Derivamos:
u ( x ) =x ⇒ u ' =1
Derivamos:
1
1 − 12 1 1
y = u 2 ⇒ y´= u = 1
=
2 2 u
2u 2
Derivamos:
u = x 2 − x ⇒ u´= 2 x − 1
Multiplicamos as funções y´ e u´ obtendo:
1 2x −1
h´( x=
) ⋅ ( 2 x − 1=
)
2 u 2 x2 − x
Exemplo 7
x) ( x 2 − 1)3 .
Agora, vamos calcular a derivada da função h(=
x) ( x 2 − 1)3 é composta. Para derivá-la, pode-
A função h(=
3
u x2 −1 e y = u .
mos denotar =
Pela regra da cadeia, temos que h´(= x) ( y )´⋅(u )´ . Assim,
para derivar a função h ( x ) , precisamos derivar u e y e, em segui-
da, multiplicá-las:
Derivamos:
y =u 3 ⇒ y´=3u 2 =3 ⋅ ( x 2 − 1)
2
Derivamos:
u = x 2 − 1 ⇒ u´= 2 x
Multiplicamos as funções y ' e u ' obtendo:
h´( x) = (2 x) ⋅ ( x 2 − 1) 2 = 6 x ⋅ ( x 2 − 1)
2
Exemplo 8
Para que você compreenda melhor como aplicar essa regra,
1
vamos calcular a derivada da função h ( x ) = ?
2 x2 −1
1
A função h ( x ) = é uma função composta. Assim,
2 x2 −1
Derivamos:
1
1 − 12 1 1
z= u = u2 ⇒ z ' = u = 1
=
2 2 u
2u 2
Derivamos:
u = 2 x − 1 ⇒ u '= 2
Multiplicamos as funções z ' , y ' e u ' obtendo:
1 1
h '( x) = − . .2
z2 2 u
2 2 2
⇒− =− =− =
( ) u .2 u 2 ( 2 x − 1) .2 2 x − 1
2
u 2 u
h '( x) = − 2
2 z 2 u
− 1
2 ( 2 x − 1)( 2 x − 1) 2
2 2
Portanto, h ' ( x ) =
− 3
=
− 3
2 ( 2 x − 1) 2 ( 2 x − 1) 2
56 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 9
Como último exemplo, vamos calcular a derivada da função
1 ?
h( x ) =
x4 −1
1
Vamos lá! A função h( x) = é uma função composta.
x4 −1
Assim, para derivá-la devemos introduzir mais de uma variável in-
termediária. Nesse exemplo, podemos denotar = u x4 − 1, z = u
1
e y= .
z
Pela regra da cadeia, temos que h´(=
x) ( y )´⋅ ( z )´(u )´ .
Para derivar a função h( x) , precisamos derivar “u”,“z” e “y”
e, em seguida, multiplicá-las:
1 1
Derivamos: y = =z −1 ⇒ y´=−1 ⋅ z −2 =− 2
z z
1
1 − 12 1 1
Derivamos:z = u = u ⇒ z´= u =
2
1
=
2 2 u
2u 2
Derivamos:
u = x 4 − 1 ⇒ u´= 4 x 3
Multiplicamos as funções z ' , y ' e u ' obtendo:
1 1
h´( x ) =
− 2⋅ ⋅ 4 x3
z 2 u
4 x3
⇒−
2 ( x 4 − 1) ⋅ ( x 4 − 1)
1
2
Portanto,
4 x3 2 x3
h´( x) =
− 3
= 3
2 ⋅ ( x 4 − 1) 2 ( x 4 − 1) 2
Interpretação geométrica
Uma importante interpretação geométrica da derivada num
ponto x0 é a inclinação da reta tangente ao gráfico da função no
ponto P = ( x0 , f ( x0 ) ) , como veremos a seguir.
Seja a função dada por y = f ( x ) , considere, sobre o gráfico
= ( x0 + ∆x, f ( x0 + ∆x ) )
dessa função, os pontos P = ( x0, f ( x0 ) ) e Q
, mostrados na Figura 2.
∆y f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
m( P , Q ) = =
∆x ∆x
Imaginemos, agora, que o ponto P esteja fixado e que o pon-
to “Q” “caminhe” sobre a curva, se aproximando do ponto P (isso é
a mesma coisa que, fixado o valor x0 , tomar os valores de ∆x cada
vez menores, se aproximando de zero).
∆S f ( x1 + ∆x ) − f ( x1 )
vm
= =
∆x ∆x
60 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 1
Um automóvel inicia um movimento em linha reta no instan-
te t = 0 s . Sua posição (espaço) é dada por S (=
t ) 16t − t 2 . Qual é
a velocidade do automóvel no instante t = 2 s ? Qual é sua acelera-
ção no instante t = 4 s ?
Para determinar a velocidade do automóvel no instante
t = 2 s , derivamos a função posição f ( t ) .
v ( t=
) S ' ( t=) 16 − 2t
Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
© A Derivada 61
c´(=
x) 12 x + 15
⇒ c´(10) = 12(10) + 15 = 120 + 15 = 135
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure resolver e responder as ques-
tões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta unidade,
ou seja, da aprendizagem de conteúdos como reta tangente, de-
rivada de uma função em um ponto, regras de derivação e aplica-
ções de derivadas.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você aferir seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
resolvê-las, procure revisar os conteúdos estudados para saná-las.
Este é um momento importante para você fazer uma revisão desta
unidade.
Lembre-se de que no ensino a distância, o aprendizado é re-
alizado de forma cooperativa e colaborativa. Portanto compartilhe
com seus colegas suas dúvidas e conhecimentos.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade.
1) Calcule a inclinação da reta tangente à função
) x 2 + 2 x no ponto x = 3 .
f ( x=
2) Dada a função f ( x= ) x 2 + 5 , calcule a derivada para
qualquer ponto x desta função.
3) Utilize as regras de derivação e determine a derivada das
funções a seguir:
a) f ( x) = − π .
b) f ( x) = −8 .
c) f ( x) = −3 x5 .
2 5
d) g ( x) = x .
3
3
e) z ( x) = 3 .
x
4) Utilize as propriedades operatórias de derivação e de-
termine a derivada das funções a seguir:
a) f ( x) = 4 x11 .
2 3x 2 + 2 x3 .
b) f ( x) =+
3 5
c) − x2 +
f ( x) = .
4 7
x2 + 1
d) f ( x) .
x −1
2
f ( x) =
e) x4 .
x +1
f ( x) =
f) x −1 .
g) f ( x) = (x 2
− 1) ⋅ ( x 2 + x ) .
h) f ( x=
) ( 2x 2
− 1) ⋅ ( x + 1) .
b) f =
( x) x2 + 1 .
c) 1 .
f ( x) =
1 − x2
64 © Introdução ao Cálculo
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é impor-
tante que você confira o seu desempenho, a fim de que possa sa-
ber se é preciso retomar o estudo desta unidade. Confira, a seguir,
as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas
anteriormente.
1) 8.
2) f ´( x) = 2 x .
3)
a) 0.
b) 0.
c) −15x 4 .
d) 10 x 4 .
3
e) − 9 .
x4
f) 44x10 .
g) 6 x 2 + 6 x .
h) − 3 x .
2
i) x2 + 2x −1 .
( x − 1)
2
j) 8 .
−
x5
k) − 2 .
( x − 1)
2
l) 4 x3 + 3x 2 − 2 x − 1 .
m) 6 x 2 + 4 x 2 x − 1 .
4)
a) 4 x( x 2 − 2) .
b) x .
x2 + 1
c) 2x .
(1 − x 2 ) 2
9. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você teve a oportunidade de estudar a reta
tangente, derivada de uma função em um ponto, regras de deriva-
ção e aplicações de derivadas.
Na próxima unidade, iremos conceituar funções crescentes e
decrescentes, máximos e mínimos de uma função e algumas apli-
cações da derivada de uma função.
2
1. OBJETIVOS
• Identificar o comportamento das funções pelo conceito
de derivada.
• Reconhecer situações reais que se descrevem pela deri-
vada.
• Resolver problemas do dia a dia com o auxílio da deriva-
da.
2. CONTEÚDOS
• Funções crescentes e decrescentes.
• Máximos e mínimos.
• Funções marginais.
• Orientações para o estu
68 © Introdução ao Cálculo
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, iremos explorar os conceitos de funções
crescentes e decrescentes, o teorema do valor médio, máximos e
mínimos de uma função, funções marginais e algumas aplicações
da derivada de uma função.
Uma importante aplicação das derivadas, explorando a sua
interpretação geométrica, é utilizá-la para obter detalhes sobre o
comportamento do valor da função f ( x ) , quando x varia num
dado intervalo do domínio da função.
Tais dados permitem descrever os intervalos onde a função
é crescente ou decrescente, localizar os valores extremos da fun-
ção, os pontos de máximo e de mínimo que, frequentemente, nos
preocupam nos problemas práticos.
A ideia de derivada de uma função surgiu com o estudo de
problemas relacionados ao movimento. Torricelli e Barrow estu-
daram o problema do movimento com velocidades variadas já sa-
bendo que a taxa de variação pontual – derivada – do deslocamen-
to era a velocidade e que a operação inversa da velocidade era o
deslocamento.
f (b) − f (a)
f ′(c) =
b−a
Para interpretar o significado desse teorema, vamos obser-
var a Figura 2:
Exemplo 1
Consideremos a função do 2º grau y= x − x − 2; x ∈[ −2,3]
2
Exemplo 2
Consideremos, agora, a função do 2º grau
y =− x 2 + x + 2; x ∈[ −2,3] , cujo gráfico é uma parábola. Como o
coeficiente “ a ” é negativo, ela tem a "boca" virada para baixo.
Veja o gráfico da Figura 4:
′ 1
y > 0 ⇔ − 2 x + 1 > 0 ⇔ x < 2 ⇒ função crescente
1
y′ < 0 ⇔ − 2 x + 1 < 0 ⇔ x > ⇒ função decrescente
2
Podemos escrever: a= ( x ) v=
' ( x ) f '' ( x ) , sendo que f '' ( x )
é a derivada segunda da função f ( x ) , isto é, f '' ( x ) é a função
f ( x ) derivada duas vezes. Vejamos dois exemplos.
Exemplo 1
Um automóvel inicia um movimento em linha reta no instan-
te t = 0 s . Sua posição (espaço) é dada por S (=
t ) 16t − t 2 . Qual é a
velocidade do automóvel no instante t = 2 s ? Qual é sua acelera-
ção no instante t = 4 s ?
Para determinar a velocidade do automóvel no instante
t = 2 s , derivamos a função posição f (t ) .
v ( t=
) S ' ( t=) 16 − 2t
Observação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vimos, no exemplo anterior, que os termos velocidade e aceleração foram utiliza-
dos para se referir às derivadas que descrevem o movimento de um móvel.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exemplo 2
Suponha que o custo de produção de “x” impressoras seja
dado pela função c (=x ) 6 x 2 + 15 x reais quando são produzidas
de 1 a 20 impressoras e que r (=x ) 8 x 2 + 12 x represente a receita
da venda de “x” impressoras.
Considerando que uma indústria produza 10 impressoras
por dia, qual será o custo adicional aproximado para produzir uma
impressora a mais por dia e qual o aumento estimado na receita
para a venda de 11 impressoras por dia?
Observe que o custo marginal para produzir uma impressora
a mais, quando são produzidas 10 por dia, é de aproximadamente
c ' (10 ) .
Assim, teremos:
c '( x) = 12 x + 15 ⇒ c '(10) = 12(10) + 15 = 120 + 15 = 135
O custo adicional será de aproximadamente R$135,00.
Dessa forma, podemos dizer que o rendimento marginal é
r´(=
x) 16 x + 12 , que estima o aumento no rendimento como re-
sultado da venda de uma unidade adicional.
Se forem vendidas 10 impressoras por dia, pode-se esperar
que o rendimento aumente em torno de r´(10)= 16(10) + 12 = 172 ,
ou seja, se a venda aumentar para 11 impressoras por dia, teremos
um aumento de R$172,00 na receita.
7. MÁXIMOS E MÍNIMOS
Até o momento, você teve a oportunidade de compreender
que a derivada de uma função representa a inclinação da reta tan-
gente ao gráfico em um ponto. Esse fato nos permite aplicar a de-
rivada para construir gráficos.
76 © Introdução ao Cálculo
− ( −12 ) ± 768
do na fórmula ⇒ x =
2 ×12
12 − 27, 71
x1 = 24
= −0, 65
⇒
= x 12 + 27, 71
= 1, 65
2
24
Façamos o teste para máximos e mínimos nos pontos
x1 = −0, 65 e x2 = 1,65 .
Precisamos analisar o sinal da derivada y ′ = 24 x 2 − 24 x − 26.
Como se trata de um trinômio do 2º grau com coeficiente a posi-
tivo, concluímos que:
• y ′ > 0 , fora do intervalo das raízes.
y ′ > 0 se x < −0,65 ou x > 1,65 .
• y ′ < 0 , no intervalo das raízes.
y ′ < 0 se − 0,65 < x < 1,65 .
80 © Introdução ao Cálculo
f ( x)
Figura 9 Valor máximo e mínimo relativo a .
Exemplo 2
Uma indústria de fósforos estimou que a função demandada
para suas caixas de fósforos é dada por=p 19, 2 − 0,8 x , onde x é
a quantidade de caixas de fósforos demandada (medida em lotes
de 10.000 caixas) e p é o preço de venda no atacado (medido em
centavos por caixa). Qual a quantidade comercializada que gerará
a maior receita? Qual o valor dessa máxima receita?
Solução:
Inicialmente, vamos obter a função receita, obtida pela se-
guinte regra:
Re ceita (quantidade de caixas vendidas ) ⋅ ( preço por caixa )
No problema em questão, a expectativa de receita, admitin-
do-se que o preço de venda seja o fornecido pela função da deman-
70
r
60
50
espaço (S)
40
S(x) = -t2 + 16t
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
-10
tempo (t)
Exemplo 4
Dada a função f ( x= ) x 2 − 4 x , encontre os possíveis extre-
mos relativos de f ( x ) .
Vimos que os extremos relativos são os pontos em que a de-
rivada de f ( x ) é zero, ou seja, a reta tangente ao gráfico da fun-
ção f ( x ) é paralela ao eixo “ x ”.
A derivada da função f ( x= ) x 2 − 4 x é f '( x=
) 2 x − 4 . Fa-
zendo f '( x ) = 0 , temos: 0 = 2 x − 4 ⇒ 2 x = 4 ⇒ x = 2 .
) x 2 − 4 x uma função do 2º grau e o coeficiente
Sendo f ( x=
2
de x positivo, seu gráfico é uma parábola com concavidade vol-
tada para cima.
Note, na Figura 11, que a reta tangente intercepta a parábola
no ponto de coordenada (2;-4).
Mínim o de um a função
4
y = x2 - 4x
2
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6
-2
r
-4
-6
f ′ ( x ) = 0 ⇒ ( x3 − 3 x 2 − 9 x + 4) ' = 0 ⇒ 3 x 2 − 6 x − 9 = 0 .
Resolvendo a equação do 2º grau obtida, encontramos dois
pontos críticos: x = −1 e x = 3 , cujos extremos absolutos corres-
pondentes são:
f (−1) =(−1)3 − 3(−1) 2 − 9(−1) + 4 =9 e
84 © Introdução ao Cálculo
15
y = x 3 - 3x 2 - 9x + 4
10
0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
-5
-10
-15
-20
-25
8. FUNÇÕES MARGINAIS
Vimos que a taxa média de variação ∆y = f ( x0 + ∆x) − f ( x0 )
∆x ∆x
de uma função f , quando x passa do valor x0 para o valor
x0 + ∆x , é a medida da variação média sofrida pela função entre
esses dois pontos.
Custo marginal
Seja y = C (x) a função custo de produção de x unidades de
um produto. A derivada C ′(x) é chamada custo marginal no ponto
“ x ”.
O custo marginal pode ser interpretado como o custo de pro-
dução de uma unidade adicional, após terem sido produzidas “ x ”
unidades.
86 © Introdução ao Cálculo
Por exemplo:
Uma grande fábrica de brinquedos produz “ x ” unidades
por mês de um determinado brinquedo, e estima que o custo
total de produção dessas “ x ” unidades, em R$, seja dado por:
1
C ( x) = 500 + 4 x + x 2.
10.000
Vamos calcular o custo marginal num ponto arbitrário “ x ”?
Comparando e interpretando os valores desse custo marginal para
um nível de produção de 1.000 e 5.000 unidades por mês?
Solução:
O custo marginal é o valor da derivada da função custo, por-
x
tanto, C ′( x)= 4 + .
5000
Vejamos nos valores numéricos:
1.000
x= 1000 ⇒ C ′(1.000) =4+ ⇒ C ′(1.000) =4, 2
5.000
Isso significa que, após terem sido produzidas 1.000 unida-
des, o custo de produção da próxima unidade será de R$4,20.
5.000
5000 ⇒ C ′(5.000) =
x= 4+ ⇒ C ′(5.000) =
5
5.000
Receita marginal
Analogamente, se y = R(x) é a função receita da venda de
“x” unidades de um determinado produto, a derivada R′(x) é cha-
mada receita marginal no ponto x .
A receita marginal é interpretada como a variação da receita
decorrente da venda de uma unidade adicional do produto a partir
de “ x ” unidades. Vejamos dois exemplos.
Exemplo 1
Uma companhia estima que sua receita bruta pela comercia-
lização de " x " unidades semanais de um de seus produtos é dada,
x2 x3
em reais, pela função; R( x) = 90 x + − .
20 300
Iremos calcular a receita marginal num ponto arbitrário “ x ”.
E também a receita marginal nos pontos x = 10 e x = 30 , compa-
rando os dois resultados.
Solução:
Pela definição anterior, a receita marginal num ponto “ x " é
x x2
igual a R´( x) = 90 + − .
10 100
10 10 2
• Se x = 10, temos R′(10) = 90 + − = 90.
10 100
30 30 2
• Se x = 30, temos R′(30) = 90 + − = 84.
10 100
Observe que, quando as vendas passam de 10 para 11 unida-
des, a receita aumenta em aproximadamente R$89,89.
11 112
Se x = 11, temos R′(11) = 90 + − = R$89,89 .
10 100
Note que um aumento nas vendas de 30 para 31 unidades
semanais acarreta um aumento na receita de, aproximadamente,
R$83,49.
31 312
Se x = 31, temos R′(31) = 90 + − = R$83, 49 .
10 100
Exemplo 2
Sabe-se que o custo de produção de “ x ” anéis de ouro é
dado pela função C ( x) = 5 x 2 + 10 x reais quando são produzidas
de 1 a 15 anéis e que a função r ( x) = 20 x 2 + 20 x representa a re-
ceita da venda de x anéis de ouro.
Considerando que são produzidos 12 anéis por dia, qual será
o custo adicional aproximado para produzir um anel a mais por dia
e qual o aumento estimado na receita para a venda de 12 anéis
por dia?
88 © Introdução ao Cálculo
Solução:
O custo adicional será de R$130,00 reais, aproximadamen-
te, pois temos a função C ( x) = 5 x 2 + 10 x que, derivada, resulta
C ' ( x) = 10 x + 10.
Substituindo-se a quantidade de 12 anéis te-
mos C '(12) = 120 + 10 = R$130, 00, o que resulta em
C '(12) = 120 + 10 = R$130, 00 .
Se aumentarmos a produção em um anel por dia o au-
mento estimado na receita para a venda será de R$260,00, pois
temos que R= ( x) 10 x 2 + 20 x . Derivando-se a função, obte-
mos R´(= x) 20 x + 20 . Substituindo-se “ x ” por 12, obtemos:
R´(12) = 20 ⋅ (12) + 20 ⇒ R´(12) = 240 + 20 = R$260, 00 .
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, algumas questões propostas para verificar
o seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Determine, para a função f ( x) = x 2 − x − 6 , o intervalo
em que ela é crescente e decrescente.
2) Dada a função g ( x) = x 3 − 6 x 2 + 9 x + 1 , encontre os ex-
tremos absolutos da função g ( x ) .
Gabarito
1) Crescente para x > 1 / 2 e decrescente para x < 1 / 2 .
2) Os extremos absolutos são os pontos de coordenadas
(1,5) e (3,1).
3) s = 14km; v = 9km / h; a = 2km / h 2.
2
4) s = 0m ; v = 1m / s ; a = 2m / s .
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você teve a oportunidade de estudar os con-
ceitos de funções crescentes e decrescentes, o teorema do valor
médio, máximos e mínimos de uma função, funções marginais e
algumas aplicações da derivada de uma função.
Na próxima unidade, estudaremos os conceitos, as proprie-
dades e algumas aplicações da integral de função.
3
1. OBJETIVOS
• Compreender o conceito de integral.
• Desenvolver as técnicas de integração.
• Reconhecer situações que podem ser resolvidas com o
auxílio da integral.
2. CONTEÚDOS
• Integral indefinida.
• Técnicas de integração.
• Integral definida.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 2, estudamos o conceito de derivada de uma
função e algumas aplicações. Também vimos que a derivada con-
siste em determinar a inclinação de uma curva, e que esta inclina-
ção é obtida pela reta tangente à curva em um dado ponto.
Agora, estudaremos o conceito, as propriedades e as apli-
cações das integrais de uma função. Abordaremos, também, a
primitiva de uma função, a integral indefinida, a integral definida,
algumas técnicas de integração e algumas aplicações.
Isaac Newton (1642-1727) desenvolveu métodos analíticos
unindo técnicas matemáticas que tornaram possível a resolução
de problemas de diversos tipos, como o de encontrar áreas, tan-
gentes e comprimentos de curvas, assim como máximos e míni-
mos de funções.
Todas essas descobertas foram feitas anos antes por de Leib-
niz (1646-1716), que, de forma independente, veio a desenvolver
o Cálculo Diferencial. Newton recusou-se, durante muito tempo, a
divulgar as suas descobertas e foi Leibniz quem primeiro publicou
conceitos sobre o Cálculo Diferencial.
Isso gerou uma disputa muito grande entre os dois mate-
máticos sobre quem teria realmente desenvolvido o conceito de
Cálculo. Apesar de Newton ter desenvolvido o Cálculo antes de
5. ORIGEM DE INTEGRAL
Vamos iniciar o estudo desta unidade com a origem da noção
de integral, que surgiu a partir da necessidade de se calcular áreas
de figuras planas cujos contornos não são segmentos de reta.
Na antiguidade, problemas para determinar e medir super-
fícies planas eram frequentemente enfrentados pelos geômetras.
Para determinar áreas de superfícies planas não conhecidas bus-
cavam encontrar um quadrado que tivesse a área aproximada à da
superfície estudada. Esse processo recebia o nome de quadratura,
um termo antigo que se tornou sinônimo do processo de determi-
nar áreas.
Os primeiros registros sobre a quadratura de figuras planas
datam de 440 a.C., quando Hipócrates de Chios estudou e procu-
rou determinar a área das lúnulas, regiões que se assemelham
com a lua no seu quarto crescente. Além disso, tivemos o Antifon
(430 a.C.), o qual procurou determinar a quadratura do círculo.
Uma grande contribuição dos gregos para o cálculo ocorreu
por volta do ano 225 a.C., quando Arquimedes descreveu um te-
orema para a quadratura da parábola. Ele desenvolveu e provou
com rigor a soma com infinitos termos, além de ter contribuído
para o cálculo da área do círculo, obtendo uma aproximação para
o número π . Também colaborou para o cálculo do volume da es-
fera e a área da superfície esférica, entre outros.
Somente em 1606 o italiano Luca Valério publicou Quadra-
tura parabolae (quadratura da parábola), aplicando o mesmo mé-
todo utilizado pelos gregos para resolver problemas relacionados
com o centro de gravidade de um corpo. Os matemáticos Fermat e
Cavalieri também contribuíram para o desenvolvimento do cálculo
94 © Introdução ao Cálculo
6. INTEGRAL INDEFINIDA
Primitivas
Iniciaremos nosso estudo com um exemplo simples. Quere-
mos determinar uma função f ( x) cuja derivada é f '( x) = 2 x .
) x ² + c , onde c
Concluímos que a função procurada é f ( x=
é uma constante qualquer.
Vamos, agora, determinar a função f ( x ) cuja derivada é
f ' ( x ) = 4 x 3 . Temos como função procurada f ( x= ) x 4 + c , pois, se
derivarmos f ( x= ) x + c , obteremos f '( =
4
x) 4 x3 .
x) 4 x 4 −1 + 0 ⇒ f '( =
Exemplo 2
x 4 é uma primitiva da função f ( x ) = x3 , pois
F ( x) =
4
1
F ' ( x=
) .4 x= x=3 f ( x ) .
3
Exemplo 3
x3
F ( x=
) ) x 2 + 1 , pois
+ x é uma primitiva da função f ( x=
3
1
F´( x) = ⋅ 3x 2 + 1 = x 2 + 1 .
3
Exemplo 4
F ( x) = x 4 é uma primitiva da função f ( x) = 4 x 3 , pois
F´( x) =⋅4 x 4−1 = 4 x3 =f ( x) .
Exemplo 5
F ( x=) x 4 + 1 é uma primitiva da função f ( x ) = 4 x3 , pois
F ' ( x ) = 4 ⋅ x 4−1 + 0 = 4 x3 = f ( x ) .
Exemplo 6
) x 4 + 27 é uma primitiva da função f ( x) = 4 x 3 , pois
F ( x=
F´( x) = 4 ⋅ x 4−1 + 0 = 4 x 3 = f ( x) .
Exemplo 7
) x 4 − 5 é uma primitiva da função f ( x) = 4 x 3 , pois
F ( x=
F ´( x) = 4 ⋅ x 4−1 + 0 = 4 x 3 = f ( x) .
Exemplo 8
Observando os exemplos 4, 5, 6 e 7, podemos afirmar que
) x 4 + c , para qualquer valor da constante c , é uma primiti-
F ( x=
va da função f ( x) = 4 x 3 , pois F´( x) = 4 ⋅ x 4−1 + 0 = 4 x 3 = f ( x) .
Em síntese, se F ( x) é uma primitiva da função f ( x) , a ex-
pressão F ( x) + c , sendo c uma constante, é chamada integral in-
definida da função f ( x) e é denotada por:
∫ f ( x=
)dx F ( x) + c
Observações:
1) O símbolo ∫ é chamado sinal de integração.
2) f ( x) é a função integrando.
3) f ( x)dx é o integrando.
4) O símbolo dx , que aparece no integrando, serve para
identificar a variável de integração.
Na verdade, o símbolo dx indica a diferencial da função
y = x . De modo geral, para uma função y = f ( x ) , a diferencial
df dessa função é definida como sendo: df = f ' ( x ) dx .
Exemplo 1
Sabemos que ( x3 )´= 3 x 2 . Então, ∫ 3x 2 dx =+
x3 c .
Exemplo 2
1
∫ x5 dx = x 6 + c ; pois 1=
6 1 5
x x5
6 x ' 6.=
6 6
Exemplo 3
1
Como 3 43 4 3 43 −1 1
e x 3
=3x, então
x ' = ⋅ x = x 3
4 3 4
1
3 34
∫ 3 xdx =
∫ x 3 dx =+x c.
4
Observação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Usando a definição de primitiva de uma função, as propriedades operatórias e as
integrais de funções particulares, iremos resolver alguns exemplos explorando
esses conceitos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exemplo 4
Vamos calcular ∫ dx . (Um caso especial)?
O que é solicitado nada mais é do que uma primitiva de 1,
que é x + c . Então: ∫ dx = x C , pois ( x + C ) ' =(1 + 0 ) =1 .
∫ 1dx =+
Exemplo 5
Calcularemos ∫ 2xdx . Ao resolver este exercício, temos que
2
( )
a primitiva de 2x é x 2 + C , pois x + C ' = 2 x + 0 = 2 x . Assim,
podemos escrever: ∫ 2xdx = x2 + C .
Exemplo 6
Agora, iremos 2
calcular ∫ ( 2 x + 5 ) dx . Nesse caso, uma primi-
tiva de 2 x + 5 é x + 5 x . Assim: ∫ ( 2 x + 5 ) dx = x 2 + 5 x + C , pois a
( )
derivada vale x 2 + 5 x + C ' = 2 x + 5 + 0 = 2 x + 5 .
Exemplo 7
Vamos calcular ∫ x5 dx ? Nesse exercício, o que se solici-
6
ta é a primitiva de x , que é x . Assim, podemos escrever:
3
x6 x6
∫ x5 dx = + C , pois a derivada vale + C ´= x5 + 0 = x5 .
6 6
Exemplo 8
Iremos calcular ∫ ( x 2 + 5 x − 3) dx . Para resolvemos esse cál-
culo, determinamos a primitiva mais simples para cada parte da
expressão ( x + 5 x − 3) e acrescentamos a constante de integra-
2
Exemplo 9
Calcularemos ∫ xdx . Vamos utilizar a expressão geral apre-
sentada anteriormente para calcular essa integral. Lembre-se de
1
que x = x 2 e que, nesse caso, n = 1 . Então:
2
n +1
x
∫ x n dx = +C
n +1
1 3
1 +1
x2 x 2 2 32 2 3
⇒ ∫ xdx = ∫ x dx =
2
= = ⋅x = x
1 3 3 3
+1
2 2
2 3.
Assim, ∫ xdx = x
3
Dessa forma, podemos generalizar os exemplos anteriores
x n +1
dados pela expressão: ∫ x n dx = + C , com n≠1, “n” racional.
n +1
100 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 10
Determinaremos as integrais indefinidas de ∫ x 2 − 2 x + 8 dx . ( )
Resolvemos este cálculo determinando a integral para cada termo
( )
da expressão x 2 − 2 x + 8 . Determinamos a primitiva mais sim-
ples para cada parte e acrescentamos a constante de integração
no final. Temos, então:
∫ ( x 2 − 2 x + 8 ) dx =
x3 x2
∫ x 2 dx − 2 ∫ xdx + 8 ∫ dx = − 2 + 8x + c
3 2
Simplificando, temos:
x3
∫ ( x 2 − 2 x + 8 ) dx = − x2 + 5x + c
3
Exemplo 11
Determinaremos, agora, as integrais indefinidas de
1
∫ 2 ⋅ dx . Resolvemos este cálculo determinando a integral para
x
o termo 12 da expressão.
x
Exemplo 12
Determinamos a primitiva mais simples para o termo e acres-
centamos a constante de integração no final. Temos, então:
1 −2 x −2+1 x −1 1
∫ ⋅ dx =∫ x dx = + c = + c =− + c
x 2
( −2 + 1) −1 x
Simplificando temos: ∫ 1 ⋅ dx = 1
− +c.
2
x x
Exemplo 13
Determine as integrais indefinidas de ∫ 1 dx .
3x
Resolvemos este cálculo determinando a integral para o
termo 1 da expressão.
3
x
Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
© Integral 101
Simplificando, temos: ∫ 1 dx =
33 2.
x
3 2
x
7. TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO
Os exemplos anteriores nos mostram que o processo de inte-
gração requer muita atenção e, por que não dizer, muita intuição,
pois estamos procurando recuperar uma função da qual conhece-
mos a sua derivada.
Isso equivale a dizer que, para termos sucesso no cálculo de
integrais, é necessário termos bem nítidas em nossa mente as téc-
nicas de derivação.
Integrais imediatas
1) ∫ dx =x + c .
1 a +1
2) ∫ x a dx
= x + c (para a , uma constante, a ≠ −1 ).
a +1
1
3) ∫ x −1dx = ∫ dx = ln x + c .
x
4) ∫ e x dx =e x + c ( e ≅ 2, 71828 é a base dos logaritmos na-
turais).
1 x
5) ∫ a x dx= a + c ( a constante, a > 0; a ≠ 1 ).
ln a
102 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 2
x4 3 2
∫ ( x3 − 3 x + 5 ) dx = − x + 5 x + c , pois
4 2
∫ ( x 3 − 3 x + 5 ) dx =∫ x3 dx − 3 ∫ xdx + 5 ∫ dx =
x4 x2
− 3 + 5x + c
4 2
Exemplo 3
2 32
( )
∫ 3 x 2 + x − 1 dx = x3 +
3
x − x + c , pois
1
∫ ( 3x 2
+ x − 1) dx = 3 ∫ x 2 dx + ∫ x 2 dx − ∫ dx
3
x3 x 2
= 3 + −x+c
3 3
2
Que, depois de simplificado, assume a forma acima.
1
1 +1 3
x2 x 2
Observe que: ∫ x dx = = 2
1 3
+1 2
2
Exemplo 5
1
∫ 2e − dx = 2e x − ln x + c , pois
x
x
x 1
∫ 2e − x dx = 2∫ e dx − ∫ x dx = 2e − ln x + c
x −1 x
F ( g ( x ) ) ' F=
' ( g ( x ) ) . g ' ( x ) f ( g ( x ) ) . g ' ( x ) , isto é, a
=
Assim, ∫ f ( g ( x ) ) . g=
' ( x ) dx F ( g ( x )) + c .
Que pode ser interpretada da seguinte maneira:
• Fazendo a mudança de variável u = g ( x ) , temos a dife-
rencial du = g ' ( x ) dx .
• Podemos, agora, interpretar a integral ∫ f ( g ( x ) ) . g ' ( x ) dx
como: ∫ f ( g ( x ) ) . g ' ( x ) dx = ∫ f ( u ) du .
• Como F (u ) é uma primitiva de
f (u ) ⇒ ∫ f ( u ) du =
F (u ) + c .
∫ ( x + 2 )=
2
dx +c.
3
104 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 2
Calculamos ∫ (1 + x 2 ) 2 xdx . Fazendo a mudança de va-
riável u = 1 + x 2 , temos du = 2 xdx . Podemos, então, substi-
u2
tuir: ∫ (1 + x 2 ) 2 xdx = ∫ udu e, como ∫ udu = + c , obtemos
2
∫ (1 + x 2 )=
2 xdx
(1 + x ) +c.
2 2
2
Exemplo 3
Vamos calcular ∫ 3dx . Fazendo a mudança de va-
(3 x + 2)
u 3 x + 2 , temos du = 3dx . Podemos, então, subs-
riável =
3dx du e, como du
tituir: ∫ =
∫ ∫ = ln u + c , obtemos
(3 x + 2) u u
3dx
∫ = ln 3 x + 2 + c .
(3 x + 2)
8. INTEGRAL DEFINIDA
Uma preocupação dos matemáticos, desde a Antiguidade,
era calcular a área de uma figura plana. A técnica utilizada era
aproximar a figura de um conjunto de polígonos cujas áreas pu-
dessem ser calculadas.
Utilizando essa técnica, vamos desenvolver um processo
para calcular a área de uma região plana delimitada pelo gráfico
de uma função y = f ( x ) , num intervalo [a, b], como na Figura 1.
n
=
Assim, An ∑ f ( x ) ∆x é uma aproximação para a área da
i
Figura 2. i =1
c ∈ [ a, b ] .
∫ f ( x=
a
) dx F (b) − F ( a ) .
Assim, temos:
2 2
3 2
W
= ) dx x=
∫0 ( 3x= F ( 2) − F ( 0)
2 0
3 3
W = 22 − 02 = [ 6] − [ 0] = 6
2 2
Portanto, o trabalho realizado pela força F é 6J .
Observe no gráfico da função F = 3 x , na Figura 5, que o traba-
lho é numericamente igual à área da região hachurada (triângulo).
Figura 5 Função W = F .d .
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Determine as integrais indefinidas a seguir:
a)
∫ 8dx .
b) ∫ ( 5x ) dx .
c) ∫ ( 3x ) dx .
2
d) ∫ ( x ) dx .
3
e) ∫ ( x + 3x − 5 x + 2 ) dx .
3 2
2
f) ∫ x + x dx .
2
g) ∫ (u + )
u du.
u 2 2 32
g) Solução : + u +C .
2 3
1
2) Solução :
6
117
3) Solução :
3
9
4) Solução :
2
10. CONSIDERAÇÕES
Na Unidade 3, definimos primitiva de uma função, estuda-
mos a integral indefinida e suas propriedades, algumas técnicas
de integração, a definição de integral definida e o Teorema Funda-
mental do Cálculo. Na Unidade 4, veremos algumas aplicações da
integral.
2. CONTEÚDOS
• Cálculo de áreas.
• Aplicações a problemas da Economia.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 3, estudamos o conceito, as propriedades e al-
gumas técnicas de integração, o conceito de integral definida e o
Teorema Fundamental do Cálculo.
Nesta unidade, revisaremos o conceito, as propriedades e
as técnicas de integração na determinação e no cálculo de áreas e
volumes e na resolução de problemas. Você irá identificar proble-
mas que são resolvidos com a utilização do conceito de integral e
verá, também, que a noção de integral surgiu da necessidade de
calcular áreas de figuras planas cujos contornos não são segmen-
tos de reta.
5. CÁLCULO DE ÁREAS
O cálculo de áreas de figuras planas, limitadas por gráficos
de funções contínuas, pode ser feito por integração, como vimos
na unidade anterior. Vejamos alguns casos particulares.
32 02 15 0 15
A = + 3 − + 0 = − = = 7,5.ua
2 2 2 2 2
x 1 x2 x
Uma primitiva para a função f ( x )= + é F ( x
= ) + .
2 2 4 2
Portanto, temos:
3
x 1 32 3 0 2 0
A = ∫ + dx = F (3) − F (0) = + − +
0
2 2 4 2 4 2
3
x 1 9 3 0 15
A
= ∫ 2 + 2 dx=
0
+ − == 3, 75 u.a (unidades de área )
4 2 4 4
Exemplo 2
Agora, vamos calcular a área limitada pela intersecção da pa-
rábola y = x 2 com a reta y =− x + 2 .
Essas curvas interceptam-se nos pontos solução da equação
x 2 =− x + 2 , uma equação do 2º grau x 2 + x − 2 =,
0 conforme é
possível observar no gráfico da Figura 6.
∫ ( − x + 2 ) dx − ∫ x dx = ∫ (2 − x − x )dx
2 2
A=
−2 −2 −2
x 2 x3
F ( x) = 2x − − .
2 3
Portanto, temos:
1 1 ( −2 ) ( −2 )
2 3
A= F (1) − F (−2)= 2 − − − 2 ⋅ ( −2 ) − −
2 3 2 3
9
A= = 4,5 u.a
2
Exemplo 3
Utilizaremos, agora, a integração para calcular a integral da
região delimitada pela função f ( x=
) 2 x + 2 no intervalo [1,3].
É preciso, de imediato, que se determine a primitiva da fun-
ção 2 x + 2 que é x 2 + 2 x .
Podemos escrever utilizando o Teorema Fundamental do
Cálculo:
F (b) − F (a ) ⇒ ∫ ( 2 x + 2 ) dx = ( x 2 + 2 x + C ) =
b 3
∫ f ( x ) dx =
a 1
( 3) + 2 ⋅ ( 3) + C − (1) + 2 ⋅ (1) + C =
2 2
[9 + 6 + C ] − [1 + 2 + C ] =12
Neste caso, podemos calcular geometricamente a área de-
terminada pelo intervalo [1,3] para a função f ( x= ) 2 x + 2 . Para
isso utilizamos o seguinte cálculo: a área de um trapézio dada pela
soma da base maior com a base menor, multiplicada pela altura e
o resultado dividido por 2. Assim, temos:
A=
( B + b) × h
2
Figura 7 f ( x=
) 2x + 2 no intervalo [1,3].
A
=
(8 + 4 ) ⋅=
2 24
= 12 u.a
2 2
Exemplo 4
Utilizaremos, também, como exemplo de utilização da inte-
gral, o cálculo da área da região compreendida entre o eixo do “ x ”
e o gráfico de f ( x ) = x com 0 ≤ x ≤ 2 .
2
3
va para a função f ( x ) = x é f ' ( x ) = x .
2
3
Utilizando o Teorema Fundamental do Cálculo, podemos cal-
cular a área no intervalo de [0,2].
b
∫ a
f ( x=
)dx F (b) − F (a )
2
2 x 3 23 03 8
Área = ∫ 2
x dx = = − =
0
3 0 3 3 3
122 © Introdução ao Cálculo
Observe a Figura 8:
Exemplo 5
Vamos determinar a área da região entre o eixo x e o gráfico
de f ( x ) = x3 − x 2 − 2 x no intervalo [-1,2].
Em primeiro lugar, devemos determinar as raízes da função.
Para isso, vamos simplificar a função. Observe que “x” é fator co-
mum em todos os termos e, portanto, podemos colocá-lo em evi-
dência. Obtemos:
) x( x 2 − x − 2)
f ( x=
Podemos obter as raízes da expressão ( x 2 − x − 2) . Dessa
forma, fazemos x 2 − x − 2 =0 , calculamos suas raízes e temos a
forma fatorada.
Assim, na expressão x 2 − x − 2 , temos que a = 1 , b = −1
e c = −2 . Calculamos as raízes utilizando o conceito de soma
−b − ( −1) c −2
s =
= = 1 e produto p = = = −2 das raízes.
a 1 a 1
Podemos concluir que as raízes são os valores x1 = −1 e
x2 = 2 , pois se somarmos as raízes ( −1 + 2 ) obtemos 1 e se mul-
4 3
Ao calcularmos as integrais definidas para os intervalos
[ −1, 0] e [0, 2] , obtemos:
0
0 x 4 x3 1 1 5
∫−1
3 2
( x − x − 2 x ) dx = − − x 2 = 0 − + − 1 =
4 3 −1 4 3 12
2
2 x 4 x3 2 8 8
∫0
3 2
( x − x − 2 x ) dx = − − x = 4 − − 4 − 0 =−
4 3 0 3 3
5 8 37
+− =
A área no intervalo
[ −1, 2] é, portanto, 12 3 12 .
Exemplo 6
∫ (x + 1) dx .
1
3
Vamos, agora, calcular a integral de
−1
4
Uma primitiva da função x + 1 é x + x .
3
4
Aplicando o Teorema Fundamental do Cálculo, temos:
1
b x4
f ( x ) dx = F ( x ) ⇒ ∫ ( x + 1) dx = + x =
b 1
∫
3
a a −1
4 −1
14 1 5 3 8
+ 1 − − 1=
−− =
= 2
4 4 4 4 4
) x 3 + 1 no
O gráfico da Figura 10 representa a função f ( x=
intervalo [ −1,1] .
Exemplo 7
Calculemos a área da região compreendida entre os gráficos
) x 3 + 1 e g ( x)= x + 1 , com −1 ≤ x ≤ 1 .
das funções f ( x=
As curvas de f ( x ) e g ( x ) interceptam-se nos pontos de
abscissas -1, 0 e 1, conforme se observa no gráfico da Figura 11.
No intervalo de [ −1, 0] , o gráfico da função f ( x=
) x3 + 1 é
"maior" que o gráfico da função g ( x )= x + 1 , e no intervalo de
[0,1] ocorre o inverso, o gráfico da função g ( x )= x + 1 é "maior"
que o gráfico da função f ( x=) x3 + 1 .
Então, podemos escrever:
0 1
Área
= ∫−1
[ x 3 + 1 − ( x + 1)]dx + ∫ [ x + 1 − ( x 3 + 1)]dx
0
4 2
Neste caso, a primitiva de ( x3 − x ) é x − x e a primitiva
4 2
de ( x − x ) é x − x .
3 2 4
2 4
Aplicando o Teorema Fundamental do Cálculo para os inter-
valos [ −1, 0] e [ 0,1] obtemos:
0 1
Área = ∫ ( x 3 − x)dx + ∫ ( x − x 3 )dx
−1 0
x4 x2
0
x2 x4 ( −1) (−1) 2 (1) 2 (1) 4
1 4
=
− + − =
− − + −
4 2 −1 2 4 0 4 2 2 4
1 1 1 1 1 1 1
=
− − + − =+ =
4 2 2 4 4 4 2
6. APLICAÇÕES DA INTEGRAL
A aplicação da integral consiste, essencialmente, em calcular
áreas e volumes. O que muda é a interpretação do que significa a
medida dessa área e volume.
Por exemplo, a área sob o gráfico de uma curva de demanda
tem os significados de excedente do consumidor e de quanto o
consumidor deixa de gastar. Por outro lado, a área sob o gráfico de
uma curva de oferta tem o significado de excedente do produtor.
Inúmeras são as aplicações do conceito de integral nas ati-
vidades diárias da Engenharia, da Física, da Biologia, da Medicina,
da Economia, do Sistema de informação, entre outras. Por isso,
veremos, a seguir, exemplos de aplicação da integral em algumas
áreas do conhecimento humano.
Vejamos alguns exemplos práticos da aplicação da integral.
Exemplo 1
A Petrobras anunciou recentemente a descoberta de uma
nova reserva petrolífera na exploração da camada do pré-sal no
litoral paulista.
Estima-se que poderão ser produzidas 950 toneladas de pe-
tróleo por mês e que, mantido esse ritmo, sua exploração (produ-
ção) se esgotará daqui a 240 meses (20 anos).
De acordo com o mercado futuro, estima-se que daqui a t
meses o preço por tonelada de petróleo será calculado pela fun-
ção f ( t ) =−0, 01t 2 + 8t + 500 , onde f(t) é a receita em milhões de
dólares e t é o tempo em meses.
Nessas condições, qual será a estimativa da receita total, em
dólares, gerada pela Petrobras na exploração dessa reserva petro-
lífera até ser esgotada a sua produção?
Considerando como domínio da função o intervalo de tempo
[0, 240] , podemos calcular a receita multiplicando a integral (área)
128 © Introdução ao Cálculo
Exemplo 2
Uma mola possui comprimento inicial de 1m. Uma força de
24N estica a mola até o comprimento de 1,8m. Determine a cons-
tante de força “k” da mola e a quantidade de trabalho que será
necessário aplicar à mola para esticá-la 2m além de seu compri-
mento inicial.
2
3 3
3 x 2 22
W =∫ (3 ⋅ x)dx = =3 ⋅ =6, 0 J
0 2 0 2
Exemplo 2
Vamos determinar o volume de um sólido de revolução ge-
rado pela rotação da curva f ( x) = x , no intervalo [ 0, 4] , sobre
o eixo x.
Devemos lembrar que sólidos de revolução são aqueles cujas
formas podem ser geradas pela revolução de regiões planas em
torno de eixos determinados.
Para resolver o problema, é aconselhável desenhar as figuras
envolvidas para uma melhor visualização. Observe, no gráfico da
Figura 13, a curva da função f ( x) = x no intervalo [0, 4] no pla-
no cartesiano e, na Figura 14, o sólido de revolução originado pela
rotação da curva sobre o eixo “x”.
( )
π x dx π ∫ xdx
2
=V ∫0=
0
( ) x2
2
Observe que x = x e que a primitiva de “x” é 2 .
Assim, podemos escrever:
4 4
x2 (4) 2
π ∫ xdx =
V= π =⋅ π 8π
=
0 2 0 2
Nesse contexto, o volume determinado pela rotação da fun-
ção f ( x) = x , no intervalo [ 0, 4] , sobre o eixo “x” é 8π u.v. (uni-
dades de volume).
Exemplo 3
Vamos analisa outro exemplo?
Uma mina produz, mensalmente, 500 toneladas de certo mi-
nério. Estima-se que o processo extrativo dure 30 anos (360 me-
ses), a partir de hoje, e que o preço por tonelada do minério daqui
a “t” meses seja f (t ) = −0, 01t 2 + 10t + 300 unidades monetárias.
Qual a receita gerada pela mina ao longo dos 360 meses?
Para solucionar o problema, devemos considerar que o preço
por tonelada não é constante ao longo dos 360 meses, pois temos
uma função do 2º grau e o gráfico dessa função é uma parábola,
como pode ser observado na Figura 15.
Receita total
2500
y = -0,01x 2 + 10x + 300
2000
1500
receita
1000
500
0
0 50 100 150 200 250 300
tempo
∫ (−0, 01t
2
Rt = 500 ⋅ + 10t + 300)dt
0
3603 3602
R=
t 500 ⋅[−0, 01 + 10. + 300(360)]
3 2
3603 3602
R=
t 500 ⋅[−0, 01 + 10 ⋅ + 300(360)]
3 2
Fazendo os cálculos da equação acima, obtemos:
R=
t 500 ⋅[−155.520 + 648.000 + 108.000)
Rt =
500 ⋅[600.480] =
300.240.000, 00 u.m.
Exemplo 4
Numa situação hipotética, um determinado produto apre-
senta como função de demanda = d (q ) 18000 − q 2 e como função
oferta o(=
q ) 60q + 2000 (ambas em reais), onde “d” é demanda,
“o” é oferta e “q” a quantidade.
Nessas condições, determine o preço “p” de venda do pro-
duto, o excedente do consumidor (Ec) e o excedente do produtor
(Ep).
Para determinar o preço de venda do produto, devemos de-
finir o ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda pelo pro-
duto. Para isso, igualamos as funções demanda e oferta obtendo:
d ( q ) = o( q ) .
Substituindo as funções, matematicamente, obtemos:
) 18000 − q 2 ⇒ d (100)
d (q= 2
= 18000 − 100= 8000
∫ (18000 − q
2
Ec
= )dq − (8000 ⋅100)
0
d (q ) 18000 − q 2 é
Lembrando que a primitiva da função =
q 3 podemos escrever:
18000 q −
3
100
100
∫ (18000 − q
2
Ec = )dq − (8000 × 100)
0
Exemplo 5
Assim, para calcularmos o excedente do produtor (Ep) basta de-
terminar a área da região em azul do gráfico da Figura 17 a seguir.
100
∫ (30q
2
Ep = (8000 ⋅100) − + 2000q )dq
0
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Determine as integrais indefinidas a seguir:
a) ∫ ( 5x ) dx .
∫ ( 3x ) dx .
2
b)
∫ ( x ) dx .
3
c)
∫ ( x + 3x − 5 x + 2 ) dx .
3 2
d)
2
e) ∫ x + x dx .
2
f) ∫ (u + )
u du .
1)
x2
a) Solução :5 ⋅ +c.
2
x3
b) Solução :3 ⋅ + c .
3
4
x
c) Solução : + c .
4
x4 x3 x2
d) Solução := + 3⋅ − 5 ⋅ + 2 x + c .
4 3 2
x2 2
e) Solução : = − +C .
2 x
u 2 2 32
f) Solução : + u +C .
2 3
2) Solução : 1 .
6
3) Solução : 117 .
3
4) Solução : 9 .
2
140 © Introdução ao Cálculo
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir a disciplina Introdução ao Cálculo, esperamos
que você tenha percebido como a Matemática, em particular, o
cálculo diferencial e integral, se relaciona com o nosso meio, e
como essa percepção pode nos ajudar a resolver e a entender me-
lhor problemas em diferentes atividades profissionais.
Tivemos a oportunidade de conhecer, discutir e aprofundar
algumas questões relevantes na área do conhecimento matemá-
tico. Dessa forma, ampliamos nossas concepções ao estudar os
temas abordados neste Caderno de Referência de Conteúdo e ao
realizar as atividades e as interatividades propostas no CAI.
Na Unidade 1, conhecemos e compreendemos como a dis-
ciplina Introdução ao Cálculo esteve organizada. Destacaram-se
algumas considerações sobre derivada, regras de derivação e a in-
terpretação física e geométrica da derivada.
Na Unidade 2, estudamos os conceitos matemáticos de fun-
ções crescentes e decrescentes, teorema do valor médio, máximos
e mínimos de uma função e funções marginais.
Na Unidade 3, abordamos integral indefinida, técnicas de in-
tegração, integral definida e o Teorema Fundamental do Cálculo.
Por fim, na Unidade 4, nos aprofundamos na utilização da
integral definida por meio do cálculo de áreas e volumes.
Esperamos que o conteúdo desta disciplina tenha contribu-
ído de maneira significativa para o domínio de importantes con-
ceitos matemáticos, capazes de proporcionar maior coerência e
objetividade em nosso raciocínio lógico e no aumento de conhe-
cimentos.
Que o aprendizado adquirido o prepare para conduzir com
segurança os problemas da realidade humana, colaborando para o
desenvolvimento e o bem-estar social no exercício da cidadania.
9. E-REFERÊNCIAS
WEBER, O. A.; SODRÉ, U. Matemática essêncial. Disponível em: <http://pessoal.
sercomtel.com.br/matematica/superior/calculo/integral/integral.htm>. Acesso em: 5
jul. 2011.
SÓ MATEMÁTICA. Integrais indefinidas. Disponível em: <http://www.somatematica.com.
br/superior/integrais/integrais.php>. Acesso em: 5 jul. 2011.
LOPES, L. F. D. Derivadas. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/7095014/Derivadas-
e-Integrais>. Acesso em: 5 jul. 2011.