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O CONTROLE TECNOLÓGICO

COMO UMA FERRAMENTA


ESSENCIAL PARA EVITAR
PATOLOGIAS NAS CONSTRUÇÕES

Prof. Dr. Rita Moura Fortes


rita.fortes@alumni.usp.br

1
PIRÂMIDES DO EGITO

Queops
ETERNIDADE?
3
Partenon 480 AC

LEGADO PARA
A
HUMANIDADE?
4
LEGADO PARA A
HUMANIDADE?

Panteon 118 DC

Coliseu
BELEZA E DURABILIDADE?
Machu Picchu
PLANEJAMENTO?
SOCIEDADE?
INOVAÇÕES?
EDIFÍCIO
MARTINELLI
– SÃO PAULO

CONFIANÇA?
DUBAI

DESAFIOS?
Hotel Burj al-Arab
MODERNIDADE OU O PODER
DO DINHEIRO?
AMPLITUDE? 13
ARQUITETURA
ARROJADA?
Ponte da Normandia
PONTE RIO
NITERÓI
17
BRASIL???
O que é Qualidade?
Há várias definições para • “conformidade com as
qualidade: exigências dos clientes”;
• “Adequação ao uso”;
Enfim, o termo é geralmente • “Valor agregado, que
empregado para significar produtos similares não
"excelência" de um produto possuem”;
ou serviço. • “Produtos e/ou serviços
realizados com efetividade”;
• “Fazer certo à primeira vez”;
• “Relação custo/benefício”.
Normalização
Atualmente há normas técnicas direcionadas às varias
fases do processo, envolvendo:

Projetos;
Especificações;
Execução;
Materiais;
Uso e manutenção

Sabemos como usá-las ?


REQUISITOS DA QUALIDADE DO
PROJETO
FONTE IBRACON

50% dos defeitos verificados nas construções tem


sua origem na fase de projeto;
O que fazer para melhorar esse marca histórica??
Resposta simples: investimento na implantação de
um SISTEMA DE GARANTIA DA QUALIDADE DOS
PROJETOS;
A boa qualidade de um projeto estrutural é o
resultado integrado e associado de todos que nele
estão envolvidos.
Levantamento do Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia
aponta que cerca de 60% das
construções vistoriadas não têm
acompanhamento de profissionais
credenciados.

A falta de acompanhamento técnico gera


riscos de danos à estrutura, rachaduras,
infiltrações e até desabamento.
Desconhecimento das
normas técnicas
sobre o controle
tecnológico de
materiais e serviços de
engenharia seja comum
entre os responsáveis
por obras públicas ou
privadas
insucessos na desabamento de
execução de obras construções de
pequeno, médio
VILÃO ou grande porte

AUSÊNCIA DE
CONTROLE
TECNOLÓGICO E
DE QUALIDADE
ADEQUADOS

donotbeafraidtobehappy.blogspot.com
O Código de Defesa do Consumidor ( ), no Capítulo 3 ART.6º, ressalta que
“São direitos básicos do consumidor:
I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos...”
Na SEÇÃO II DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO
SERVIÇO
Art. 12 – “O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de
projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1º - O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele
legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, ...”
Na SEÇÃO IV - DAS PRÁTICAS ABUSIVAS Art. 39 – “É vedado ao fornecedor
de produtos ou serviços:
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO”.
Também está previsto nessa lei, que toda e qualquer avaria
constante do imóvel tais como, trincas, rachaduras, infiltrações,
soltura de pisos e azulejos, problemas na fiação elétrica, acústica,
rede hidráulica e esgoto, desde que provenientes de erros de
construção devem ser reparados pelo fornecedor de produtos, no
caso específico dos imóveis, as construtoras.

Em qualquer situação, sempre o Proprietário será o personagem


que detém os recursos para a contratação do Projeto e da
Execução de uma obra. Cumprindo-se a Lei, deverá adquirir e
induzir à produção, os profissionais e demais insumos para viabilizar
a obra.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor é sua a


responsabilidade primeira sobre a qualidade e funcionamento da
obra perante os usuários, uma vez que é o Contratante e será
também o “vendedor” da obra à sociedade, deverá responder como
principal responsável, indenizando qualquer dano, independente de
culpa. O Código regulamenta as Normas Técnicas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para embasar a qualidade,
tornando-a obrigatória.
O sucesso de toda obra está apoiado em três pilares principais:
materiais, execução e controle tecnológico e de qualidade. O bom
gerenciamento dessas atividades, também denominada de “boas
práticas de engenharia” deve ser realizado atendendo as especificações
vigentes.
A familiaridade com os detalhes da técnica construtiva e o treinamento
do pessoal que irá atuar na área é imperativa para o sucesso de
qualquer obra, além de que o controle tecnológico e de qualidade da
execução é em qualquer situação indispensável e deve ser exercido de
maneira independente tanto pela empreiteira como pela fiscalizadora,
sendo que aos erros cometidos em uma obra, as falhas devem ser
imputadas a ambas.
O executor precisa realizar a obra de acordo com o Projeto Executivo,
que deve conter as especificações técnicas, a seqüência e as etapas de
execução, as orientações de ajustes de projeto (ATO) e também a
instrumentação, no caso de túneis e barragens.
O empreiteiro de construção civil deve comprovar a qualidade da obra
de acordo com o projeto, isto é, comprovar a qualidade dos materiais e
dos produtos executados, que devem seguir um determinado
procedimento técnico de qualidade e de controle tecnológico.
A Lei de Sitter ou Lei dos Cinco coloca que ao se arbitrar um custo
unitário para a fase de projeto, a necessidade de intervenção na fase de
execução devido à falta de qualidade, significará em um acréscimo de
cinco vezes o custo, e se essa intervenção se der na fase de manutenção
preventiva, já significará 25 vezes o valor de referência e no caso de
manutenção corretiva, 125 vezes o custo inicial, ou seja, o crescimento se
dá em progressão geométrica.
No caso do concreto, a Associação Brasileira das Empresas de
Serviços de Concretagem (ABESC) salienta que o custo do controle
tecnológico varia entre 5 e 10% do valor dos materiais.
CUSTO DA QUALIDADE

Enquadrando-se na tendência mundial da busca da


qualidade, em produtos, processos e serviços, e
com a finalidade de melhorar a qualidade das obras
e garantir o bom desempenho ao longo de toda sua
vida útil, deve-se implementar procedimentos de um
sistema de gestão da qualidade total dentro dos
serviços de supervisão de obras, principalmente no
que se refere aos serviços de controle tecnológico.

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Já o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) que regulamenta a
atuação dos profissionais dessa área, estabelece que a responsabilidade civil
decorre da “obrigação de reparar e/ou indenizar por eventuais danos causados. O
profissional que, no exercício de sua atividade, lesa alguém tem a obrigação legal
de cobrir os prejuízos. A responsabilidade civil divide-se em:

1 - Responsabilidade contratual:
2 - Responsabilidade pela solidez e segurança da construção:
3 - Responsabilidade pelos materiais
4 - Responsabilidade por danos a terceiros

Verifique que o texto não deixa dúvidas quanto a responsabilidade do profissional


e no item 3 explicita que caso o material não esteja de acordo, com a
especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional deve rejeitá-lo,
sob pena de responder por qualquer dano futuro. Ora, para provar se atende ou
não os índices de qualidade, é necessário exercer o controle tecnológico e de
qualidade.

Também segundo o Código Civil Brasileiro, o profissional responde pela solidez e


segurança da obra durante cinco anos, embora que caso se verifique “problemas
de solidez e segurança e, através de perícias, ficar constatado erro do
profissional, este será responsabilizado, independente do prazo transcorrido,
conforme jurisprudência existente
Em outros países, o sistema de responsabilidades, garantias e seguros no
âmbito da construção de edifícios
País PERÍODO DE TEMPO (ANOS)
SISTEMA APÓS A RECEPÇÃO DA OBRA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Garantia de Perfeito Acabamento: Patologias que se
manifestem durante o ano seguinte ã recepção da obra.
Patologias que surjam na recepção dos trabalhos
(reservas)
Garantia de Bom Funcionamento: Patologias que afetem
os elementos e os equipamentos dissociáveis da obra França
Garantia Decenal: Patologias que tornem o edifício, ou
parte, inadequado ao uso e ao fim a que se destina.
Patologias que, mesmo resultando de um defeito do solo,
comprometam a solidez do edifício. Patologias que afetem
os elementos construtivos ou equipamentos indissociáveis
da envolvente
Garantia de 1 ano: Patologias resultantes de defeitos de
execução que afetem os acabamentos ou
Revestimentos finais da obra
Garantia 3 anos: Patologias que afetem os elementos
construtivos ou as instalações e condicionem a Espanha
habitabilidade
Garantia de 10 anos: Patologias que afetem as fundações
ou a estrutura e comprometam a segurança e a
estabilidade estrutural do edifício
Garantia 5 anos: vícios estruturais que coloquem em risco Portugal
a solidez e a segurança da construção e os outros defeitos
que vierem a se revelar
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Laje executada sem o mínimo
de cobrimento para proteção
da armadura que coincidiu
com as juntas das fôrmas
Alta densidade de armadura provocando corrosão
com cobrimento generalizada e expansão da
insuficiente seção das armaduras

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CONTROLE
TECNOLÓGICO
MATERIAIS

EXECUÇÃO

CONTROLE DE
QUALIDADE
ENSAIOS
DESTRUTIVOS OU
MATERIAL NÃO
DE LABORATÓRIO
MISTURA AMOSTRAGEM OU DE CAMPO

RESULTADOS
EXECUÇÃO

• Verificação: ensaios e referências


normativas;
ANÁLISE
•Análise :atendimento ou não das
especificações do empreendimento,
• Adequação das instalações, CONTROLE plano
• Calibração dos instrumentos ou TECNOLÓGIC de
equipamento e método utilizados garanti
O ae
para medição de qualquer
propriedade, CONTROLE DE controle
QUALIDADE da
• Registro e competência técnica qualida
dos envolvidos de
• O controle tecnológico » especificações
(material/mistura ou aplicação)

• O controle de qualidade é mais abrangente


• referência normativa
• verificação dos resultados dos ensaios realizados
para controle,
• análise quanto ao atendimento ou não das
especificações do empreendimento,
• o acompanhamento da adequação das instalações
• da devida calibração dos instrumentos ou
equipamento utilizados para medição de qualquer
propriedade,
• dos métodos e documentação utilizados,
• da competência técnica e da experiência profissional
dos envolvidos, enfim,
TODOS AS CONDICIONANTES PARA GARANTIR
CONFIABILIDADE E ADEQUAÇÃO AOS RESULTADOS
OBTIDOS. TEM COMO OBJETIVO REGISTRAR E
GARANTIR A CONFORMIDADE DOS
SERVIÇOS/PRODUTOS APLICADOS NA OBRA, DE 39
ACORDO COM O PROJETO E DOCUMENTOS TÉCNICOS.
Etapas do Controle da
Qualidade
➢ Controle dos Materiais;
➢ Controle da Produção;
➢ Controle de Execução
➢ Controle Pós-execução
(Ex. Resistência à
compressão do concreto de
cimento Portland)
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PLANO DE QUALIDADE DA
OBRA
CONTROLE TECNOLÓGICO E DE
QUALIDADE

CÓDIGO DO CONSUMIDOR

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É de suma importância que os
órgãos públicos realizem o
controle tecnológico e que
passem a exigir que os ensaios
sejam realizados por laboratórios
acreditados pelo INMETRO
(pertencentes a RBLE).
INMETRO -
INSTITUTO
NACIONAL DE
BRASIL NORMALIZAÇÃO,
METROLOGIA E
INDUSTRIAL

CT-01- RBLE – REDE


COMISSÃO BRASILEIRA DE
TÉCNICA DE ENSAIOS DE
LABORATÓRIO LABORATÓRIO
DE ENSAIOS EM
CONSTRUÇÃO
CIVIL
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CT-01-COMISSÃO GT-2 – GRUPO DE
TÉCNICA DE TRABALHO DE
LABORATÓRIO DE PROGRAMA
ENSAIOS EM INTERLABORATO
CONSTRUÇÃO CIVIL RIAL

GT-5 – GRUPO DE GT4- GRUPO DE


TRABALHO DE TRABALHO DE
INCERTEZA DE NORMALIZAÇÃO
MEDIÇÃO

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A NBR ISO/IEC 17025 requer com maior
rigorosidade que a ISO 9001:
· competência técnica específica da parte de
todo pessoal Sênior do laboratório;
· competência técnica apropriada demonstrada
de todo staff do laboratório;
· fidelidade rigorosa, por demonstração, a
metodologia de ensaio especificada; e
· participação em programas de proficiência
de ensaio, sempre que possível.

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