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A Crise de 1929
Thayna Fregolente

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A crise de 1929 e a grande depressão


Osvaldo Coggiola

do imperialismo à guerra mundial


Osvaldo Coggiola

FIM DO IMPÉRIO E A CONST RUÇÃO DO ESTADO REPUBLICANO BRASILEIRO


Eduardo Lima
CRISE DO CAPITALISMO: A Depressão de 1929
Thayna Fregolente Moreira1

RESUMO: A Grande Depressão; A crise econômica desencadeada a partir de 1929, quando da quebra da Bolsa de
Valores de Nova Iorque, reflete a crise mais geral do capitalismo liberal e da democracia liberal. No período entre guerras
(1919 - 1939), a economia procurou encontrar caminhos para sua recuperação, a partir do liberalismo de Estado, ao mesmo
tempo em que se consolidava o capitalismo monopolista. Mesmo nos EUA, as leis antitrustes perdiam o efeito e grandes
empresas - industriais e bancárias - tomavam conta do cenário econômico, protegidas pela política não intervencionista
adotada principalmente a partir de 1921.

Palavras-chaves: A Grande Depressão; Crise de 1929; New Deal.

Introdução

O ano de 1929 pode ser considerado o marco de uma das maiores crises da história
do capitalismo. Foi o ano em que os Estados Unidos foram abalados por uma grave crise
econômica que repercutiu no mundo inteiro.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os Estados Unidos, foram os
principais fornecedores dos países europeus, exportando grandes quantidades de produtos
industrializados, alimentos e capitais (sob a forma de empréstimos).
No pós-guerra, os Estados Unidos, tornaram-se a maior potência econômica do
mundo. Em 1920, a indústria norte-americana produzia quase 50% de toda a produção
industrial do mundo. Por quase toda a década de 20, a prosperidade econômica gerou nos
norte-americanos um clima de grande euforia e de consumo desenfreado, gerando o modo de
vida americano como modelo de progresso. Viver bem significava consumir cada vez mais.
Porém, no final da década de 20, a produção norte-americana atingiu um ritmo de
crescimento muito maior do que a demanda por seus produtos, gerando uma crise de
superprodução.
Em 1929, os Estados Unidos conheceram uma profunda crise econômica, com a
queda da Bolsa de Valores de Nova York, que gerou uma grave crise interna, um alto índice
de desemprego e que acabou afetando vários países do mundo.
Neste trabalho, abordaremos assuntos que se referem à crise de 29 para isso há uma
breve explicação sobre o que foi o capitalismo e seus modos de produção tomando partido do
que foi dito sobre no filme Luz, Trevas e método cientifico e o que fez a crise ter grande
repercussão mundial e impactante que deixou um marco econômico e histórico no mundo.

1
Thayna Fregolente Moreira, Estudante de Relações Públicas na Faculdade Paulus de Tecnologia e
Comunicação no 2° Semestre, período noturno, R.A: 142046.
1. O capitalismo e o modo de produção
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de
produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na
propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade
feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo
é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores
assalariados. “Mas quem não quiser falar do capitalismo deverá também calar-se no que
respeita ao fascismo” (HORKHEIMER, in apud MELLO; COSTA, 2006, pg. 315).
O capitalismo econômico atravessou três etapas distintas tais elas:
Pré-capitalismo o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se
desenvolvem relações capitalistas.
Capitalismo comercial foi marcado pelo mercantilismo, com base no acumulo de
matais preciosos, no colonialismo, no monopólio de marcados e no protecionismo das tarifas
alfandegárias.
Capitalismo Industrial distinguiu-se pelo liberalismo, fundamentado na livre
concorrência e na ausência de entraves ao comércio e à produção.
Capitalismo financeiro ou monopolista dos anos 1870 aos dias atuais é assinalado
pelo imperialismo, apoiado no capital financeiro, na concentração de indústrias em
monopólios, na exportação de capitais e na divisão do mundo pelas grandes potencia em áreas
de dominação ou de influencia direta.
O Imperialismo foi como política econômica considerada uma etapa do processo
capitalista, não se explica e nem se expressa unicamente no espaço econômico, embora seja
sua raiz.

Com essas modificações abalaram-se as relações políticas na dimensão


internacional, levando a primeira Guerra Mundial. Além disso, provocaram
transformações internas no Governo, como atribuições de funções novas ao Estado
capitalista.

O Estado liberal, policiador da livre concorrência, cedeu lugar ao Estado


intervencionista, determinador das relações econômicas, no plano interno, e da
corrida pela partilha do mundo em esferas de dominação, no plano externo.
(MELLO; COSTA, 2006, pg. 315).

Os países europeus segundo MELLO e COSTA (2006) que enfrentavam primeiro a


Revolução Industrial, realizaram a transição entre o capitalismo liberal para o capitalismo
financeiro ou monopolista, porem o Estado sempre intervindo, mas relativamente suave,
mantendo as liberdades democráticas fundamentais, mesmo em períodos de crise.
O modo de produção capitalista é por excelência um modo de produção de
mercadorias. Na produção de mercadorias entram em relações o capital e o trabalho, ou os
possuidores do dinheiro e os possuidores da própria força de trabalho. Como cita Guareschi e
Ramos (1992, pg. 18) “[...] de um lado estão alguns, uns poucos, que são os donos dos meios
de produção, isto é, os donos do capital; do outro lado está à imensa maioria dos que só
dispõem da sua força de trabalho.”.
Tudo em função da produção de mercadorias. O valor da mercadoria é a quantidade
de trabalho social nela cristalizado. O trabalho social cristalizado, que é o referencial do valor,
fica disfarçado sob a forma da igualdade dos produtos assume a forma de relação social entre
os produtos do trabalho. Com essa dissimulação os produtos do trabalho (que caracteriza essa
forma) não têm a ver com a natureza física desses produtos, nem com as relações materiais
dela decorrentes. Portanto, uma relação social definida, estabelecida entre os homens,
fantasmagoricamente assume a forma de relação entre coisas. Guareschi e Ramos (1992, pg.
83) dizem sobre o que é era trabalhar naquele regime “Ao botar o pé naquele ambiente, o
funcionário recém-admitido tem uma credencial. E batalha mais que os romanos na campanha
de Gália.”.

2. A Grande Depressão de 1929

Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) projetou os Estados Unidos como


potencia mundial, substituindo os países europeus na hegemonia política, econômica e militar
de todo o mundo. Tinham maiores fábricas de automóveis, eram os maiores produtores de
aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão e etc. Os norte-americanos insistiram em
manter depois da guerra o mesmo ritmo de produção alcançado durante ela, quando abastecia
países envolvidos no conflito, a economia norte-americana continuava crescendo causando
euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way
of Life” (Modo de Vida Americano). O mundo invejava o estilo de vida dos americanos.
A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O consumo aumentou,
a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e boates viviam cheios e o cinema
tornou-se uma grande diversão.
Os anos 20 foram realmente uma grande festa! Nessa época, as ações estavam
valorizadas por causa da euforia econômica.

O presidente Hoover, ainda pouco antes da crise, afirmava: “Dentro em breve


avistaremos, com a ajuda de Deus, o dia em que a pobreza será banida do país.” E
possuía muitos motivos para esse otimismo. [...] artigos de luxo, baixaram de preço,
enquanto os salários subiram. O que era luxo passou a ser necessidade. (MELLO;
COSTA, 2006, pg. 334).

Esse crescimento econômico (também conhecido como o “Big Boom”) estava


baseando-se em alicerces frágeis que bruscamente se desfizeram. Foram vários os fatores
geradores da crise norte americana, que, em pouco tempo, atingiu o mundo capitalista.

 A superprodução agrícola – Com a evolução das técnicas utilizadas na agricultura, a


produção do campo nos Estados Unidos atingiu altos índices. A Europa, devastada
pela guerra, estimulava a produção norte americana pelas importações, mas, com a
recuperação europeia, elas foram reduzidas. Assim formou-se um excedente de
produção agrícola nos Estados Unidos, principalmente de trigo, que não encontrava
mercado consumidor, interna ou externamente.
 A diminuição do consumo – A indústria nos Estados Unidos crescera muitíssimo e os
lucros industriais também. Entretanto, o poder aquisitivo da população não
acompanhava esse desenvolvimento. Enquanto o valor dos produtos industriais subiu
o aumento dos salários não foi além. Nessas circunstâncias, com o crescimento dos
salários menos que o aumento da população, não era possível consumir boa parte do
que se produzia. Embora se comprasse mais que antes, essa demanda não
correspondia, na mesma proporção, ao aumento da produção. Por outro lado, os
produtos agrícolas, sem compradores para seus excedentes, também diminuíam o
consumo de produtos industrializados. Aumentava o numero de indústrias e diminuía
o mercado consumidor. Em pouco tempo, varias indústrias faliram.
 O crack da bolsa de Nova York – A bolsa de valores e o lugar onde negociam ações
que representam o capital de uma empresa. De 1920 a 1929 os norte americanos,
incentivados pela propriedade aparente, comprara desenfreadamente ações das mais
diversas empresas. Essas ações atingiram, em pouco tempo, preços altíssimos, muito
maiores que o crescimento real do capital das empresas. No momento em que algumas
delas faliram, é que os acionistas se aperceberam de terem pagado muito mais pelos
títulos do que eles realmente valiam. Em pânico, todos os investidores passaram a
querer vender suas ações, provocando uma vertiginosa baixa no seu valor.

O capitalismo concorrencial entrou em grande crise fazendo com que muitos


empresários fossem a falência gerando o fortalecimento de monopólios.

Diversos autores tentaram quantificar os efeitos da derrocada e Wall Street. Dois


desses efeitos são claros: a baixa de valor do patrimônio e, portanto, do poder de
compra para os especuladores arruinados, o que se reflete num enfraquecimento da
demanda; e o esgotamento direto de uma fonte de financiamento para as empresas.
Nenhum desses feitos parece suficiente para explicar a retração geral da economia
americana. (GAZIER, 2009, pg. 22).

As reversões dos capitais em curto prazo, pouco ou nada controladas ao longo desse
período, resultantes das disparidades objetivas das situações no mundo, tanto quanto das
antecipações de seus detentores, sucessivamente penalizaram e favoreceram diversos países.
Inúmeros autores atribuem ao esgotamento dos empréstimos americanos em favor da
Alemanha, durante o ano de 1928, a primeira retração da atividade industrial, anunciadora do
desastre nesse país fundamentalmente devedor à época. Os capitais americanos teriam
retornado à sua nação de origem para participar do impulso da Bolsa, asfixiando os mercados
financeiros alemães. Primeira reversão no início de 1930: a retomada da exportação de
capitais americanos volta a favorecer a Alemanha. No entanto, à medida que se confirmam as
dificuldades políticas resultantes da ascensão nazista e que se revela a precariedade bancária
germânica, enquanto a Grã- Bretanha e os Estados Unidos enfrentam uma situação agravada,
é a França que aparece como refúgio.

Roosevelt assumiu a presidência pelo Partido Democrata um homem pragmático,


pouco preocupado com coerência doutrinária, que critica o presidente Hoover por sua inação
e exige grandes economias orçamentárias dentro da pura tradição deflacionista. A inspiração
do novo presidente vinha de dois lados.
Em primeiro lugar, ele era herdeiro de uma corrente progressista favorável às intervenções
federais. Em segundo, ele se tornara o intérprete direto da vontade de renovação encontrada
país afora.
Ele interveio na economia do país, conseguindo supera-la mesmo que em pequena
escala com o “New Deal” um plano elaborado por vários economistas que foi uma intensa
atividade reformista, inaugurada nos febris cem dias que se seguem à sua chegada ao poder:
reformas bancárias aumentando o controle federal, impondo a separação entre bancos de
depósitos e de negócios, concedendo novas garantias aos depositantes e reforçando o papel de
banqueiro do Estado; reformas na Bolsa de Valores fiscalizando as transações de bens
móveis; “reabastecimento do tanque” em e financeira, através da injeção de capitais frescos
no circuito econômico, flexibilizando as condições de criação monetária e criação de grandes
projetos amplamente financiados por empréstimos. Flutuação do dólar, através da suspensão
das transações sobre o ouro, depois depreciação do dólar através de uma política de compra
de ouro em cotações crescentes. Essa tática, que fora utilizada ao fim da Guerra de Secessão,
tem como objetivo a recuperação dos preços internos; ela tem a vantagem de não traumatizar
a opinião pública com uma desvalorização declarada matéria monetária. Com esta política o
Estado e os interesses privados estreitaram vínculos, de sorte que a acumulação adquire uma
nova fisionomia.
Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram superados com o inicio da
Segunda Guerra Mundial, quando o Estado tomou conta de fato sobre a economia ajudando a
ampliar as exportações. A guerra foi então, uma saída natural para a crise do sistema
capitalista.
Na década de 30, ocorreu a chamada Política de Agressão (dos regimes totalitários –
Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das Democracias Liberais (Inglaterra e França).
Alemanha, Itália e Japão, insatisfeitos com a ordem internacional estabelecida após a
Primeira Guerra Mundial, tentavam expandir sua fronteiras e as suas áreas de influência
econômica. Para isso ameaçavam, invadiam e anexavam nações mais fracas. Por outro lado
potencias como a Grã-Bretanha e França, satisfeitas com as regiões em que impunham
hegemonia econômica e com o grande numero de colônias que possuíam, esforçavam-se por
evitar guerra.
Nessa, época o mundo contava com a Liga das Nações, órgão internacional que tinha
por objetivo manter a paz e a ordem entre os diversos países.
A política de agressão culminou em 1939 quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia
dando por iniciada a Segunda Grande Guerra.

Conclusão

Será difícil, imaginar os sentimentos do leitor que me acompanhou até aqui. Para
alguns, isso não constitui novidade nenhuma. Para outros, Foi talvez a descrição da aula de
história. Outros ainda podem ter ficado bastante confusos, sem chegar a compreender o
significado de tudo isso.
Contudo, a crise de 1929 foi o resultado da impaciência dos empresários e
investidores. Foi uma das piores crises enfrentadas por diversos países, onde houve situações
desesperadoras, porém o governo não intervém. Houve melhoras no que se refere à indústria e
produções, com a divisão do trabalho, a aceleração de serviços se ampliou e a produção de
determinadas fábricas dobrou. Antes da crise muitas empresas enriqueceram ao ponto de
mostrar aos investidores que iria valer a pena à compra de ações daquela empresa, o que
gerou muitos investimentos na bolsa, resultou em uma inflação em alta e acabou pela crise de
1929, também conhecida como “A grande depressão”. Tive a intenção de mostra com alguns
embasamentos teóricos sua repercussão mundial e todo o seu impacto na sociedade da época.

Referências

GAZIER, Bernard. A Crise de 1929. L± Pocket, 2009. 128 p. Tradução de: Julia da
Rosa Simões;

GUARESCHI, Pedrinho; RAMOS, Roberto. A Máquina Capitalista. 4. ed. Petrópolis:


Vozes, 1988. 116 p.;

MELLO, Leonel Itaussu A.; COSTA, Luís César Amad. HISTÓRIA: Moderna e
Contemporânea. 5. ed. São Paulo: Editora Scipione, 2006. 504;

PERUZZO, Cicilia Krohling. Relações Públicas no modo de Produção Capitalista. Editora


Summus: São Paulo, 1986. Ed. 4ª. Vol. 9.;

NEUMANN, Karla Roberta. Modos de Produção. 2014. Disponível em:


<http://www.coladaweb.com/economia/modos-de-producao>. Acesso em: 25 mar. 2015.

GOMES, Cristina. Crise de 1929 (Grande Depressão). Disponível em:


<http://www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/>. Acesso em: 25 mar.
2015.

MEIS, Leopoldo de. Luz, Trevas e o Método Científico. Produção: Leopoldo de Meis, Rio
de Janeiro. Instituto de Bioquímica Médica – Laboratório de Bioenergética –
UFRJ.Ensinando Ciência com Arte. 1 DVD, vol. 3. 2009. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=sEj9vOa3dgs>. Acesso em: 25 mar. 2015

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