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Software para Desenvolvimento

e Simulação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL A – DEM1140

Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr.

13 de janeiro de 2021
Introdução

A seguir, serão apresentadas ferramentas de softwares e alguns


procedimentos úteis para o desenvolvimento de circuito eletrônicos
analógicos e digitais.
Estas ferramentas atendem satisfatoriamente as necessidades de
simulação de hardwares contento circuitos eletrônicos básicos, bem
como a programação de microcontroladores (Arduíno, PIC, etc.),
oferecendo assim, em um único ambiente todos os recursos
necessários.
• Autodesk Tinkercad Circuit: Software online para programação e
simulação de circuitos básicos envolvendo plataformas Arduíno;
• IDE Arduíno: plataforma para desenvolvimento e gravação de
algoritmos de programação do Arduíno;
• Software Proteus: software de simulação de circuitos eletrônicos
que permite a inclusão de bibliotecas adicionais.

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IDE Arduíno

Software utilizado para


compilação e gravação do
algoritmo no microcontrolador.
Software de programação
gratuíto para download.:
http://arduino.cc/en/Main/Software

• Instruções  Ajuda>Iniciando

file:///C:/Program%20Files%20(x86
)/Arduino/reference/www.arduino.c
c/en/Guide/Windows.html

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IDE Arduíno

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IDE Arduíno
Configurar o programa para o Arduino MEGA 2560.

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IDE Arduíno
No caso da utilização da placa física do Arduíno, é necessário
configurar a porta USB na qual foi conectado o Arduíno para realizar
a gravação do programa desenvolvido:

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Exemplo de programação com IDE
Programa para piscar um LED do Arduíno.
Arquivo>Exemplos>01.Basics>Blink

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Autodesk Tinkercad Circuit
Plataforma online para desenvolvimento de circuitos a partir de
ferramentas básicas de Arduíno UNO R3. Possui ampla biblioteca de
dispositivos específicos do Arduíno, o que permite rápido
desenvolvimento.
Permite também o desenvolvimento e compilação de algoritmos em
C diretamente num Arduíno virtual, mostrando-se uma ótima ferramenta
para desenvolvimento inicial de algoritmos e circuitos envolvendo a
tecnologia.
Possui biblioteca limitada de componentes eletrônicos mais
específicos, restringindo sua integração a sistemas mais complexos.
Acessar o site: https://www.tinkercad.com
• Realizar Sign In
• Desenvolver o código;
• Desenvolver o circuito;
• Simular. Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr. 8
Autodesk Tinkercad Circuit
Exemplo de projeto:

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Software Proteus

O Software Proteus VSM é atualmente considerado uma


ferramenta essencial para estudantes e profissionais que desejam
criar circuitos, simular e elaborar layouts de aplicações analógicas e
digitais, inclusive microcontroladores.

A partir de bibliotecas de componentes próprias e da instalação


de bibliotecas adicionais, permite a simulação de circuitos diversos
em padrão industrial;

Permite a criação de layouts de placas de circuitos impressos a


partir dos circuitos desenvolvidos;

Permite a simulação de microcontroladores.

• Instalar o Proteus 8 a partir do arquivo instalador;

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Software Proteus

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Simulando Arduíno no Proteus

File > Open Sample Project

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Simulando Arduíno no Proteus

File > New Project > From Development Board > Arduino 328

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Simulando Arduíno no Proteus

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Simulando Arduíno no Proteus

Agora vamos trabalhar com a programação. O nosso simulador


precisa dos códigos no formato hexadecimal. Dessa forma, vamos
precisar fazer uma configuração na IDE. Isso é simples, pois a IDE do
Arduino traz uma opção em suas preferencias que simplifica essa
configuração. Então vamos lá, para fazer isso, é só clicar no botão
“File”, procurar por “Preferences”, selecionar a opção
Compilation” dentro da janela e por fim selecionar “Ok”.
Após deixar as configurações prontas, será preciso apenas digitar
os códigos do Arduino e apertar o botão “Verify”. Isso fará com que a
IDE verifique se os códigos estão corretos e depois, mostre o diretório
onde foi gerado o código hexadecimal.

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Simulando Arduíno no Proteus

Uma vez obtido o endereço do código hexadecimal, o mesmo deve


ser inserido no componente do Proteus.
Clicar 2x sobre o microcontrolador > colar o endereço do código
hexadecimal no campo “Program File”.

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Atividade de fixação

1. Simular o código Blink no Proteus!!!

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Referências Bibliográficas

• https://www.filipeflop.com/blog

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Programação Básica com Arduíno

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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL A – DEM1140

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13 de janeiro de 2021
Introdução ao Arduíno

Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica de


hardware livre. Possui uma linguagem padrão de programação, a
qual tem origem em Wiring, sendo essencialmente C/C++. Seu
objetivo é proporcionar um ambiente de fácil acesso, baixo custo e
que possibilite os mais diversos trabalhos através de suas vastas
possibilidades de funções e bibliotecas.

Possui uma interface serial e USB que possibilita a interação


com demais dispositivos, bem como a programação de suas
entradas e saídas digitais e analógicas para que executem as
funções desejadas.

Foi criada com o objetivo de servir como base para projetos de


baixo custo. É bastante flexível e não requer um domínio profundo
de eletrônica.

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Introdução ao Arduíno

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536518152/cfi/125!/4/4@0:0.00
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Linguagem C para Arduíno

Os microcontroladores ATMEGA, que dão vida à plataforma


Arduino, têm como linguagem base o Assembly. É o Assembly que
é conhecido como linguagem de máquina e convertido em arquivos
de formato hexadecimal que são transferidos para o
microcontrolador.

Um tanto quanto difícil, essa linguagem de baixo nível permite


que o programador controle plenamente o hardware, com a
penalização de dificultar em muito o desenvolvimento de um projeto.

Alternativamente, linguagens de alto nível, como linguagem C,


propiciam que diversas funções já estejam pré-programadas na
linguagem de máquina, de modo transparente ao programador,
facilitando e acelerando o processo de desenvolvimento da
programação, o que justifica a sua utilização.

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Linguagem C para Arduíno
O arquivo em que programamos nosso código em linguagem C é
conhecido como sketch. Basicamente, a estrutura de um sketch é formada
por três blocos:
• o bloco de declaração das variáveis, e depois por dois blocos principais;
• o bloco da função setup( ), com declarações, inicializações e funções
internas,
• as quais serão executadas uma única vez; e
• o bloco da função loop( ), com funções que se repetirão.

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Linguagem C para Arduíno
Para construir cada um desses blocos, é necessário conhecer alguns
símbolos que permitirão escrever corretamente o código:
• Todos os procedimentos de uma função devem estar limitados por
chaves “{ }”.
• Cada procedimento deve ser finalizado por um ponto e vírgula”;” .
• Usa-se “//” antes de um comentário em uma linha.
• Usa-se “/*...........*/” para comentar um conjunto de linhas.

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Hello World!

Assim como o simbólico “Hello World!”, que é o primeiro


programa realizado em “C” por quem está aprendendo a usar
a linguagem, a seguir faremos o nosso equivalente para o
Arduino:

Este primeiro teste tem como intuito a familiarização com


os comandos da IDE e teste da placa.

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“void loop()” e “void setup ()”
Funções:
Para iniciarmos qualquer algoritmo destinado à plataforma
Arduino precisaremos fazer uso de duas funções fundamentais: “void
loop()” e “void setup()”
• void setup () {}: Essa função é executada apenas uma vez durante o
código, sendo feito logo ao inicializar o microcontrolador. Dentro de seu
escopo, iremos inicializar pinos, bibliotecas e realizarmos demais
atividades que não necessitem funcionar em loop infinito.
• void loop () {}: Dentro do escopo dessa função é que será alocado a
principal parte do código a ser executado pelo Arduino. Esta função tem
como principal característica a sua execução em loop infinito,
permitindo executar rotinas repetitivas a uma velocidade estipulada
pelo clock da plataforma. A única maneira de encerrar o funcionamento
desta função é desligando o Arduino.
Obs.: Vale lembrar que ambas as funções são do tipo “void” e não
retornam nenhum valor.

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Digital I/O

Funções:
• pinMode(Pino, Modo): Nesta função iremos estabelecer os pinos
usados e de que maneira serão usados. Por exemplo, se quisermos fazer
uma leitura do pino “12”, precisaremos chamar a função “pinMode” no
void setup() e escrevermos o pino que desejamos fazer a leitura no
primeiro parâmetro e qual o seu modo (entrada ou saída) no segundo
parâmetro da função. Deste modo, nosso exemplo ficaria da seguinte
forma: “pinMode(12, INPUT);”.
• digitalWrite(Pino, Valor): Nesta função iremos setar o valor de um pino
para HIGH (5V) ou LOW (0V). Os parâmetros desta função são o pino e o
estado (HIGH ou LOW) desejado. Esta função não retorna nada.
• digitalRead(Pino): Esta função retorna o estado lido no pino desejado. O
único parâmetro da função é o pino e ela retorna se este está em HIGH
ou em LOW.

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Tempo

Funções:
• delay(tempo): Esta função trava totalmente o código durante o tempo
desejado. Como parâmetro devemos passar o tempo em milissegundos (1s
= 1000ms). Nada é retornado dessa função.
• delayMicroseconds(tempo em µs): Da mesma forma que a função
“delay()”, esta função também trava o código, porém o parâmetro deve ser
passado em microssegundos (1ms = 1000µs).
• millis(): Sem parâmetro nenhum a ser passado para esta função, apenas
recebemos dela o retorno do tempo que se passou desde que o programa
foi iniciado. Não existe maneira de zerar ou resetar esta função. O tempo
retornado será em milissegundos.
• micros(): Da mesma forma que a “millis()”, esta função não recebe
nenhum parâmetro. Retorna o tempo em microssegundos.

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Exemplo

Para realizarmos os exemplos e exercícios a seguir,


vamos considerar a seguinte montagem:

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Como funciona uma protoboard

Uma protoboard serve para prototipagem de circuitos eletrônicos. É


de fácil utilização e segue o seguinte esquema de conexão interna:

Nas seções A e D geralmente são conectados VCC e GND. As seções B


e C são utilizadas para conexão dos componentes eletrônicos.

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Exemplo

Exercício 01:
Neste exemplo, o led
ficará aceso por um
segundo em função
do delay dado. Logo
após, o mesmo irá
apagar e aguardar
mais um segundo para
que o código reinicie
juntamente com o
loop().

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Exemplo
Exercício 02: Com base no exemplo anterior, faça com que o led
pisque (de maneira visível) cada vez mais lentamente com o
decorrer do tempo.

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Exemplo
Exercício 03: Refaça o “exemplo 01” usando a função “millis()”
ao invés da função “delay()”.

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Exemplo
Para os próximos exemplos e exercícios, consideraremos
a seguinte montagem:

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Exemplo

Exercício 04:
Para este exemplo,
vamos considerar
que o botão seja do
tipo “push button”.
Durante o código há
sempre uma variável
salvando o estado
do botão para poder
comparar e decidir,
a partir disto, se
acende ou apaga o
led.

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Exemplo
Exercício 05: Implemente novamente o exemplo anterior, porém
desta vez considere o botão sendo do tipo “push-pull button”.

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LCD – Liquid Crystal

• #include <LiquidCrystal.h>: Inclusão da biblioteca de LCD


que nos permitirá utilizar as funções destinadas ao Shield.
• LiquidCrystal nomeVariavel(rs, enable, d4, d5, d6, d7):
Esta função declara as portas do Arduino que estão ligadas
aos pinos correspondentes do LCD.
 rs (register select): Este pino controla o local da memória do
LCD em que será escrita a informação;
 Enable: Pino que ativa a escrita nos registradores;
 d4, d5, d6, d7: Os estados destes pinos (high ou low) são os
bits escritos no registrador pelo comando de escrita.

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LCD – Liquid Crystal

Obs.: As sequências de pinos mais usuais para o Shield LCD


são (8,9,4,5,6,7) e (12, 11, 5, 4, 3, 2), porém é preciso
consultar o datasheet do mesmo para ter certeza.
• nomeVariavel.begin(Colunas,Linhas): Esta função inicializa
a execução do LCD declarando o número real de linhas e
colunas do mesmo;
• nomeVariavel.setCursor(Coluna,Linha): Nesta função
levamos o cursor de escrita para o local desejado no display
a partir da posição de linha e coluna.
Obs.: Nesse caso a representação numérica das linhas e das
colunas começa em 0 para a primeira e segue de maneira
crescente. Ex.: lcd.setCursor(12,0) //13º coluna e 1º linha.

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LCD – Liquid Crystal

• nomeVariavel.print(variavel ou “texto”): Esta função


imprime na tela do display o valor de uma variável desejada
ou um texto escrito seguindo as mesmas regras de “print”
da linguagem C. A escrita sempre começa do último ponto
escrito anteriormente.
• nomeVariavel.clear(): Limpa toda a informação escrita no
display LCD.

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Adicionando a Biblioteca
Para podermos usar as funções disponíveis para LCD
precisaremos instalar a biblioteca Liquid Crystal.
Primeiramente é necessário fazer o download da
biblioteca desejada. Depois de feito o download e o arquivo
estar salvo em uma pasta conhecida, abra a IDE do Arduino e
siga os passos mostrados na imagem a seguir:

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Adicionando a Biblioteca

Quando clicar em “Add Library”, irá aparecer um


navegador do sistema operacional em questão. No
navegador, devemos procurar pela pasta em que está salvo o
arquivo baixado da biblioteca e executá-lo.

Para saber se a
instalação da biblioteca
funcionou ou até mesmo
para usá-la, baste ir até o
local na IDE indicado na
imagem a seguir e
procurar pelo nome da
biblioteca desejada. No
nosso caso, instalamos a
biblioteca Liquid Crystal.

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino

Atividade 01:
Nesta atividade realizaremos testes básicos do display
LCD 16×2 com arduino, um display muito comum com
controlador HD44780, que se adapta aos mais diversos projetos,
podendo ser usado com vários modelos de placas e
microcontroladores como Arduino, Raspberry Pi, PIC, etc.

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino

Esse display LCD tem 16


colunas e 2 linhas, com
backlight (luz de fundo)
azul e letras na cor
branca. Para conexão,
são 16 pinos, dos quais
usamos 12 para uma
conexão básica, já
incluindo as conexões de
alimentação (pinos 1 e 2),
backlight (pinos 15 e 16)
e contraste (pino 3).

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino

Conexão display LCD 16×2 com Arduino:


Na conexão do display ao Arduino Uno vamos utilizar
apenas 4 pinos de dados (pinos digitais 2, 3, 4 e 5), e 2 pinos de
controle (pinos digitais 11 e 12).
Para o ajuste do contraste, usamos um potenciômetro,
conforme figura, ou um resistor (2,2kΩ) entre os pinos 3 e 5 do
LCD.
Se preferir, você também pode utilizar um
potenciômetro para regular a luz de fundo, nos pinos 15 e 16 do
display. Outra opção é usar um resistor em um desses pinos.

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino

Conexão display LCD 16×2 com Arduino:

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino
Programa de controle LCD:

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Controlando um LCD 16×2 com Arduino
Obs. 1: Para gerar tela de
apresentação uma única vez:

Obs. 2: Para efetuar rolagem


do texto:

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Leitura de variável analógica

Atividade 02:
Nesta atividade realizaremos a leitura de uma variável
através das entradas analógicas do arduíno (A0 - A5). Para isso
utilizaremos um potenciômetro conectado entre os pinos GND e
5V do Arduíno e sua saída (pino central) conectada à entrada
analógica A0.

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Leitura de variável analógica

Simularemos uma entrada analógica qualquer (tal qual o


sinal proveniente de um circuito de instrumentação) a partir da
tensão fornecida pelo Arduíno. A partir de então faremos a
adequação e apresentação da variável no display LCD
previamente configurado.

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Leitura de variável analógica
Programa de controle LCD:
Declarar variáveis:

Loop de leitura e apresentação:

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Analógico I/O

Funções:
• analogRead(Pino): Esta função lê o valor do pino analógico
desejado. Ela converte automaticamente o valor de tensão
lido para um número de 10 bits, ou seja, um número entre 0
e 1023 na base decimal.
• analogWrite(Pino, Valor): Para escrever valores analógicos
de tensão nos seus pinos, o Arduino envia valores de PWM
variados de 0 a 255 (sendo 0 = 0V e 255 = 5V). Se quisermos
setar o valor de 2,5V no pino 5, por exemplo, devemos
enviar um valor de PWM de 127,5. Nesse caso a função
ficaria assim: “analogWrite(5, 127.5);”.

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Analógico I/O

Obs.: O conceito de PWM (Pulse Width Modulation) é


baseado no valor médio de tensão dentro de um espaço de
tempo. Se em um determinado período eu tiver um
determinado espaço de tempo em nível lógico alto (seja qual
for essa tensão) e outro em nível lógico baixo (também
independente de qual seja a tensão), a média de tensão desse
período será o PWM do mesmo. Por exemplo, sabemos que a
frequência padrão do PWM do Arduino é de 490Hz.
Transformando isso para um período “p”, temos que p = 2ms,
aproximadamente. Seguindo pela lógica do valor médio de
tensão em um espaço de tempo, se dividirmos o nosso
período “p” em duas partes iguais de 1ms cada, sendo uma
delas em nível lógico alto, equivalente a 5V e outra de nível

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Analógico I/O

lógico baixo equivalente a 0V, teremos que a média da


tensão nesse período será 2,5V. Em um segundo exemplo, se
pegarmos o mesmo período “p” e dividirmos novamente em
duas partes, sendo uma delas equivalente a 0,5ms em nível
lógico alto (5V) e outra de 1,5ms em nível lógico baixo (0V),
teremos um valor médio de tensão equivalente a 1,25V.
É bastante comum escrevermos o valor de PWM entre 0
e 255, sendo uma espécie de “porcentagem” do valor de
tensão, onde 0 equivaleria a 0% da tensão total e 255 seria
100% da tensão total.
Para nossos estudos com o Arduino, o conceito de PWM
será útil apenas para entendermos como funciona a

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Analógico I/O

função “analogWrite()”.
Porém, existem várias
bibliotecas mais
aprofundadas no assunto,
onde pode-se controlar
diversos outros parâmetros
(como a frequência, por
exemplo) importantes para
algumas aplicações.

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Matemática
Funções:
• map (Valor, Do Menor, Do Maior, Para o Menor, Para o Maior): A função
“map()” funciona basicamente como uma operadora de regra de três. O
primeiro parâmetro da função é o valor a ser convertido (geralmente é
uma variável guardando o valor de alguma leitura). No segundo e terceiro
parâmetro temos os valores de mínimo e máximo de origem do valor a
ser convertido. Por exemplo, se estamos lendo um valor de tensão,
sabemos da função “analogRead()” que esses valor estará entre 0 e 1023.
Por tanto, o segundo parâmetro, nesse caso, será 0 e o terceiro 1023.
Já no quarto e quinto parâmetro, devemos inserir o valor mínimo e
máximo para o qual o valor deve ser convertido. Seguindo o exemplo
anterior, se quisermos converter o valor de tensão lido que encontra-se
entre 0 e 1023 para seu valor original, que seria entre 0V e 5V, devemos
inserir os valores originais como quarto e quinto parâmetro,
respectivamente. Dessa forma, considerando que o valor a ser convertido
seja uma variável chamada “y”, a função se estruturaria da seguinte forma:
“map (y, 0, 1023, 0, 5);”.
Esta função tem como retorno o valor convertido.

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Exercício
Para os exemplos e exercícios a seguir iremos considerar
a seguinte montagem:

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Exercício
Exercício 06:
Nesse exemplo é
feito uma leitura no
pino central do
potenciômetro, no
qual foi ligado 5V e
0V nos outros dois
pinos. O valor lido é
convertido para um
valor de 0 a 255, e
conforme a sua
variação, mudará o
brilho do led.

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Exercício
Exercício 07: Faça o led piscar e com o potenciômetro
controle a velocidade com que ele pisca.

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Exercício
A seguir,
basearemos nossa
montagem na
imagem ao lado:

Obs.: Para o
Arduino Uno será
necessário realizar
algumas alterações
na montagem.
Porém, os códigos a
seguir estão de
acordo.

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Exercício
Exercício 08: Nesse exemplo os leds irão alternar entre qual
deles ficará aceso
em função do valor
convertido na leitura
do potenciômetro.

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Exercício
Exercício 09: Faça com que a fileira de leds acenda ou apague
sequencialmente de acordo com o lado de giro do potenciômetro.

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Serial na IDE

Funções:
• Serial.begin(velocidade): Essa é a primeira função da serial
que deve ser executada em um código. Esta função é
chamada no “void setup ()” e tem como parâmetro a
velocidade da transferência de dados entre a serial e o
Arduino, a qual é extremamente comum usar “9600” bits
por segundo. Não existe nenhum retorno associado a essa
função.
• Serial.available(): O objetivo desta função é retornar o
número de bytes que está sendo lido na porta serial. Não é
necessário nenhum parâmetro para executá-la.
Dica.: Para o Arduino Mega, podemos colocar somente essa
função sem nenhuma outra comparação em uma estrutura

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Serial na IDE

de seleção, que o Arduino entenderá que a condição para


entrar na estrutura é somente se houver algum byte sendo
lido na serial. Por exemplo, se usarmos da seguinte maneira
“if(Serial.available()) {}” em uma estrutura de seleção, basta existir
um byte qualquer na serial que o código entrará na estrutura. Para
o Uno e os demais é necessário fazer uma comparação do tipo
“Serial.available() > 0” para saber se há algo sendo escrito na serial.
• Serial.print(“Frase” ou Variável): Nesta função podemos
imprimir na serial qualquer valor de variável, frase ou palavra
que desejarmos.
• Serial.println(“Frase” ou Variável): Da mesma maneira que a
função anterior, porém, com um espaço de enter entre cada
print.

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Serial na IDE

• Serial.read(): Essa função não recebe nenhum parâmetro.


Seu objetivo é retornar o primeiro byte que foi escrito na
serial. Se não houver nada sendo escrito quando for
solicitada a leitura, a função retornará o valor “-1”.

Obs.: Para nossos estudos iremos utilizar a entrada serial


disponível na própria IDE do Arduino, porém existem várias
outras formas de comunicação serial que utilizam as mesmas
funções, mas são conectadas de formas diferentes. Na placa
do Arduino existe uma parte dedicada somente à
comunicação.

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Serial na IDE
Para realizarmos nossas tarefas ligadas à serial,
precisaremos saber alguns detalhes sobre a IDE. A imagem a
seguir mostra onde podemos abrir a serial da IDE:

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Serial na IDE
A seguir, vemos em vermelho o comando de envio do
que está escrito no espaço em amarelo. Em verde está a
velocidade da serial, a qual deve ser igual à declarada no
código.

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Serial na IDE
Para os próximos exemplos e exercícios, consideremos
novamente a seguinte montagem:

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Exercício

Exercício 10:
Nesse exemplo,
quando qualquer
botão é pressionado
na serial, o led
acende por um
segundo e depois
volta a se apagar. Ele
só retornará a
acender quando
outro botão for
pressionado na
serial.

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Exercício
Exercício 11: Faça com que o led seja aceso quando a tecla “L”
for pressionada e desligado quando a tecla “D” for
pressionada na serial.

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Exercício

Exemplo 12:
Neste exemplo, o
código permite
escrever uma
frase inteira na
serial e ter ela
salva em um
vetor para
posteriormente
ser impressa na
própria serial.

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Exercício
Exercício 13: Com base na mesma montagem tomada como
base no início, faça que o brilho do led aumente quando a
letra “A” for pressionada e diminua quando a letra “D” for
pressionada. Mostre na serial o valor atual do PWM.

53
Exercício
Exercício 14: Faça um cronômetro, o qual ao ser pressionada
a letra “S” comece a contar e quando for pressionada a letra
“P” mostre o tempo decorrido.

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Referências Bibliográficas

• https://www.filipeflop.com/blog

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Amplificador de Instrumentação

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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
INSTRUMENTÇÃO INDUSTRIAL A – DEM1017

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7 de janeiro de 2021
Amplificador Diferencial

• É uma combinação dos circuitos inversor e não inversor, muito


usado em instrumentos de medida de grandezas físicas
(temperatura, pressão, deslocamento etc.)

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Amplificador Diferencial

• A expressão da tensão de saída em relação às entradas é:

• No entanto, se R2 = R1, a expressão passa a ser:

• Em qualquer um dos casos, se Ve1 = Ve2 (modo comum), a


tensão na saída valerá zero (VS = 0). Na prática, existirá uma
pequena tensão na saída em decorrência dos erros de offset e
do descasamento entre os dois resistores R2 (que deveriam ser
iguais) e os dois resistores R1.

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Amplificador Diferencial

• Exemplo 1:
Determine a tensão de saída no circuito:

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Amplificador Diferencial

• Exercício 1:
Determine a tensão de saída no circuito:

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Amplificador Diferencial

• Exemplo 2:
Determine a tensão de saída no circuito:

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Amplificador de instrumentação

• É um amplificador diferencial utilizado em circuitos de


instrumentos de medidas de grandezas físicas (temperatura,
massa, deslocamento, força etc.) e também em
instrumentação médica (por exemplo, aparelhos de pressão
arterial e ECG).
• O circuito da do amplificador diferencial (visto anteriormente)
pode ser considerado um amplificador de instrumentação por
causa de sua altíssima resistência de entrada, porém, quando
há necessidade de mudar seu ganho, as duas resistências
devem ser alteradas ao mesmo tempo, o que torna sua
operação um tanto complicada.

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Amplificador de instrumentação

• O circuito abaixo é mais prático, pois nesse caso utiliza-se um único


resistor para mudar o ganho (RG). Além disso, seus componentes
estão integrados em um mesmo encapsulamento, exceto o resistor
RG, que é posicionado externamente, permitindo o ajuste do ganho.
• Considere VREF = 0:

• Se VREF for diferente


de zero, esse valor será
adicionado a VS.

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Amplificador de instrumentação

• Um exemplo de amplificador de instrumentação é o AD620, da


Analog Devices. Esse modelo permite variar o ganho com um
resistor externo.

Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr. 9


Amplificador de instrumentação
• Exemplo 3:
Considere no circuito da figura abaixo um voltímetro analógico
(V) de 10 V de fim de escala e uma resistência (R) que varia com a
temperatura conforme a equação R = 5 000 + 100·T, em que T é a
temperatura em graus Celsius e R a resistência em ohms. Com base nessas
informações, construa uma escala de temperatura que varie de 0 °C até o
valor máximo que pode ser medido, com intervalos de 10 °C:

Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr. 10


Amplificador de instrumentação
• Exemplo 3 - Solução:

Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr. 11


Referências Bibliográficas

• PINTO, L. F. T., Eletrônica: eletrônica analógica, v.2,


Manual Técnico Centro Paulo Souza, São Paulo, 2011. .

Prof. Lucas Giuliani Scherer, Dr. 12


EMI - Interferência Eletromagnética em Instrumentação

1. Introdução
A convivência de equipamentos em diversas tecnologias diferentes somada à inadequação
das instalações facilita a emissão de energia eletromagnética e com isto é comum que se tenha
problemas de interferência eletromagnética (EMI). Veja a figura 1 a e b.

Figura 1 – a) Fontes de EMC. b) Sinal afetado por efeitos EMI.

Veja o espectro eletromagnético na figura 2.

Figura 2 - Espectro eletromagnético

Tabela 1 - Comprimento de onda, frequência e energia para regiões selecionadas do


espectro eletromagnético
A EMI é a energia que causa resposta indesejável a qualquer equipamento e que pode ser
gerada por centelhamento nas escovas de motores, chaveamento de circuitos de potência, em
acionamentos de cargas indutivas e resistivas, acionamentos de relés, chaves, disjuntores, lâmpadas
fluorescentes, aquecedores, ignições automotivas, descargas atmosféricas e mesmo as descargas
eletrostáticas entre pessoas e equipamentos, aparelhos de microondas, equipamentos de
comunicação móvel, etc. Tudo isto pode provocar alterações causando sobretensão, subtensão,
picos, transientes, etc. e que em uma rede de comunicação pode ter seus impactos. Isto é muito
comum nas indústrias e fábricas, onde a EMI é muito frequente em função do maior uso de
máquinas (máquinas de soldas, por exemplo), motores (CCMs) e as redes digitais e de computadores
próximas a essas áreas.
O maior problema causado pela EMI são as situações esporádicas e que degradam aos
poucos os equipamentos e seus componentes. Os mais diversos problemas podem ser gerados pela
EMI, por exemplo, em equipamentos eletrônicos, podemos ter falhas na comunicação entre
dispositivos de uma rede de equipamentos e/ou computadores, alarmes gerados sem explicação,
atuação em relés que não seguem uma lógica e sem haver comando para isto e, queima de
componentes e circuitos eletrônicos, etc. É muito comum a presença de ruídos na alimentação pelo
mau aterramento e blindagem, ou mesmo erro de projeto.
A topologia e a distribuição do cabeamento, os tipos de cabos, as técnicas de proteções são
fatores que devem ser considerados para a minimização dos efeitos de EMI. Lembrar que em altas
frequências, os cabos se comportam como um sistema de transmissão com linhas cruzadas e
confusas, refletindo energia e espalhando-a de um circuito a outro. Mantenha em boas condições
as conexões. Conectores inativos por muito tempo podem desenvolver resistência ou se tornar
detectores de RF.
Muitas vezes a confiabilidade de um sistema de controle é frequentemente colocada em
risco devido às suas más instalações. Comumente, os usuários fazem vistas grossas e em análises
mais criteriosas, descobre-se problemas com as instalações, envolvendo cabos e suas rotas e
acondicionamentos, blindagens e aterramentos.
Controlar o ruído em sistemas de automação é vital, porque ele pode se tornar um
problema sério mesmo nos melhores instrumentos e hardware de aquisição de dados e atuação.
Qualquer ambiente industrial contém ruído elétrico em fontes, incluindo linhas de energia
AC, sinais de rádio, máquinas e estações, etc.
Felizmente, dispositivos e técnicas simples, tais como, a utilização de métodos de
aterramento adequado, blindagem, fios trançados, os métodos de média de sinais, filtros e
amplificadores diferenciais podem controlar o ruído na maioria das medições.
Por exemplo, os inversores de frequências contêm circuitos de comutação que podem
gerar interferência eletromagnética (EMI). Eles contêm amplificadores de alta energia de
comutação que podem gerar EMI significativa nas frequências de 10 MHz a 300 MHz. Certamente
existe potencial de que este ruído de comutação possa gerar intermitências em equipamentos em
suas proximidades.
Enquanto a maioria dos fabricantes toma os devidos cuidados em termos de projetos para
minimizar este efeito, a imunidade completa não é possível. Algumas técnicas então de layout,
fiação, aterramento e blindagem contribuem significativamente nesta minimização.
A redução da EMI irá minimizar os custos iniciais e futuros problemas de funcionamento
em qualquer sistema.
Figura 3 – Vários tipos de acoplamento gerando ruído em instalações industriais

Os sinais podem variar basicamente devido a:


• Flutuação de tensão;
• Harmônicas de corrente;
• RF conduzidas e radiadas;
• Transitórios (condução ou radiação);
• Campos Eletrostáticos;
• Campos Magnéticos;
• Etc.

As principais fontes de interferências e que veremos a seguir em detalhes são:


• Acoplamento capacitivo (interaçãormo de campos elétricos entre condutores);
• Acoplamento indutivo (acompanhadas por um campo magnético. O nível de
perturbação depende dasvariações de corrente (di /dt) e da indutância de acoplamento mútuo);
• Condução através de impedância comum (aterramento): Ocorre quando as correntes
de duas áreas diferentes passam por uma mesma impedância. Por exemplo, o caminho de
aterramento comum de dois sistemas

2. Alguns pontos importantes para entender os princípios de EMI:


Existem alguns conceitos básicos e importantes que é interessante equalizarmos para
entender melhor os efeitos de emissão eletromagnética:

• Tudo que for sinal AC em nível de tensão ou corrente é realmente energia


eletromagnética (Watts, Joules) propagando como onda.
• Ondas eletromagnéticas consistem de campo elétrico (E) e campo magnético (H).
• Quando um condutor é exposto a uma onda eletromagnética, seus elétrons livres se
movem ao redor em resposta a esta onda, gerando o que chamamos de corrente. Isto é chamado
de princípio de reciprocidade.
• A propagação de ondas eletromagnéticas e seus associados campos, são moldados
pelas “antenas acidentais” formadas pelos caminhos de ida e volta da corrente e dos materiais
dielétricos ao seu redor. A idéia é projetar caminhos que minimizam as “antenas acidentais”,
reduzindo as emissões e aumentando a imunidade.
• Existem os acoplamentos capacitivos, indutivos e por impedância comum.
• Os elétrons são naturalmente forçados a fluir próximo a superfície do condutor. É o
chamado efeito skin.
• As correntes de retorno automaticamente tomam caminhos que minimizam a
energia total.
• Tudo apresenta uma impedância para as ondas eletromagnéticas.
• Onda eletromagnética é uma combinação de um campo elétrico e um campo
magnético, esses campos se propagam numa mesma direção porém em planos ortogonais. É de
conhecimento nosso que uma variação no campo magnético induz um campo elétrico e vice-versa,
portanto numa onda eletromagnética o campo elétrico é gerado pelo campo magnético que por sua
vez é gerado pelo campo elétrico, ambos se nutrindo num arranjo perfeito, veja a figura 4.

Figura 4 – Onda eletromagnética

Além disso, os campos são perpendiculares um ao outro e também à direção de propagação


da onda que se desloca com velocidade v. Isso nos permite classificar a onda eletromagnética como
onda transversal. A figura 4 mostra-nos a disposição dos campos elétricos e magnéticos de uma
onda eletromagnética, e a direção e o sentido de sua propagação.

3. Tipos de interferências
Existem dois tipos de interferência, a interna e a externa. Pode ser contínua ou
intermitente. Cada tipo tem sua própria causa. As causas mais comuns de interferência contínua
são:
• 50/60Hz Alimentação
• Motor Elétrico (Especialmente Comutador)
• Sinais de rádio de alta energia
• Fontes chaveadas
• Microondas

As causas de ruídos constantes são menos difícieis de se encontrar do que os problemas


com ruídos intermitentes.
A fonte de ruído constante mais comum, é aquela causada por uma fonte de alimentação
50/60 Hz. Alimentação é o componente de ruído mais comum porque é uma tensão oscilante, tem
alta potência e tem um sistema de antena enorme.
Quase todos os sistemas tem filtros para 50/60 Hz. Esta filtragem pode evitar ou minimizar
ruídos desta natureza.
Motores elétricos muitas vezes criam ruído de banda larga. Eles podem irradiar ruído em
qualquer equipamento que esteja em sua proximidade. Motores CC frequentemente têm fontes
chaveadas de modo que geram ruído de alta frequência através do terra comum. Este ruído de
banda larga pode ser transmitido de volta através das linhas de fornecimento de energia ou através
de um terra comum.
Rádio local, estações de televisão, radares e estações de rádio amador podem causar ruído
de frequência de rádio. Estas estações geram kW de energia e muitas vezes podem estar perto de
áreas industriais.
A alimentação comutada é a fonte de ruído mais comum. É popular, faz parte dos
equipamentos eletro-eletrônicos. Ela cria grandes quantidades de harmônicas de frequências.
Os ruídos intermitentes são difíceis de se encontrar as causas.
Um exemplo é um raio que, tipicamente, pode conter de 20 a 40 kA e milhões de Volts.
Além disso, o raio transmite ruído de banda larga que cobre todo o espectro de frequência CA. Isto,
em conjunto com a corrente e alta tensão, faz com que seja impossível se filtrar este ruído. O melhor
método é proteger os dispositivos com shunts e supressores.
Outro exemplo comum em ambientes industriais é o comutar de relés que geralmente
provoca o ruído de comutação. Este ruído é criado pelo campo magnético quando o relé é
comutado.
O ruído gerado por máquinas de soldas é parecido com os ruídos de um raio, de alta
frequência e de banda larga. A diferença que neste caso pode ser facilmente identificado.
Vale ainda citar o ruído estático (gerado pela estática). Neste caso é muito difícil de se
identificar como uma fonte de ruído, pois é invisível e muito intermitente. Embora muitas vezes
pode ser gerada pelo homem, também pode ser de origem natural. O ruído estático também é
semelhante ao raio com todos os seus atributos, porém em uma escala menor.

4. Perturbações eletromagnéticas
Qualquer fenômeno eletromagnético pode degradar o desempenho de um sistema. Um
exemplo é o que ocorre com a tensão de alimentação. Esta sofre uma variedade de efeitos
perturbadores durante a sua distribuição. Estas perturbações podem ser causadas por fontes na
rede de alimentação ou pelos seus usuários, ou por cargas dentro de uma instalação. Seguem alguns
distúrbios típicos neste caso:
o Interrupções
o Quedas de energia
o Surges e Transientes
o Distorções em forma de onda
o Variações de amplitude e frequência
o Flutuações de tensão
o Perturbações CC em redes CA
o Linha elétrica carregando sinais

5. Causas e consequências da EMI


As consequências da EMI podem ser classificadas em diferentes categorias, dependendo da
sua criticidade.
Vejamos algumas consequências dos efeitos de EMI:

• Falha de um item de segurança crítica em máquinas e equipamentos


• O funcionamento irregular do equipamento
• Um dispositivo de segurança pode ignorar um sinal
• Uma operação pode parar sem motivo aparente
• Um equipamento pode ter sua função pretendida não executada e neste caso, com
várias situações, desde a que não é percebida até a uma situação mais grave de um acidente.

6. Acoplamento Capacitivo
O acoplamento capacitivo é representado pela interação de campos elétricos entre
condutores. Um condutor passa próximo a uma fonte de ruído (perturbador), capta este ruído e o
transporta para outra parte do circuito (vítima). É o efeito de capacitância entre dois corpos com
cargas elétricas, separadas por um dielétrico, o que chamamos de efeito da capacitância mútua.
Um acoplamento por campo elétrico é modelado como uma capacitância entre os dois
circuitos, vide figura 5. A figura 6 mostra o modelo físico.

a) b)
Figura 5 – a) Situação real de acoplamentos; b) Circuito equivalente do acoplamento capacitivo

A capacitância equivalente, Cef, é diretamente proporcional a área de atuação do campo


elétrico e inversamente proporcional à distância entre os dois circuitos. Assim, aumentando-se a
separação ou minimizando a área, a influência de Cef será minimizada e, consequentemente, o
acoplamento capacitivo afetará menos o sinal. É o efeito de capacitância entre dois corpos com
cargas elétricas, separadas por um dielétrico, o que chamamos de efeito da capacitância mútua.
O efeito do campo elétrico é proporcional à frequência e inversamente proporcional à
distância. O nível de perturbação depende das variações da tensão (dv/dt) e o valor da capacitância
de acoplamento entre o “cabo perturbador” e o “cabo vítima”.
A capacitância de acoplamento aumenta com:
• O inverso da frequência: O potencial para acoplamento capacitivo aumenta de
acordo com o aumento da frequência (a reatância capacitiva, que pode ser considerada como a
resistência do acoplamento capacitivo, diminui de acordo com a frequência, e pode ser vista na
fórmula: XC = 1/2πfC).
• A distância entre os cabos perturbadores e vítima e o comprimento dos cabos que
correm em paralelo;
• A altura dos cabos com relação ao plano de referência (em relação ao solo);
• A impedância de entrada do circuito vítima (circuitos de alta impedância de entrada
são mais vulneráveis);
• O isolamento do cabo vítima (εr do isolamento do cabo), principalmente para pares
de cabos fortemente acoplados.

A figura 6 mostra um exemplo de acoplamento capacitivo:

Figura 6 - Efeito por acoplamento capacitivo

7. Medidas para reduzir o efeito do acoplamento capacitivo


• Limite o comprimento de cabos correndo em paralelo
• Aumente a distância entre o cabo perturbador e o cabo vítima
• Aterre uma das extremidades dos shields nos dois cabos
• Reduza o dv/dt do sinal perturbador, aumentando o tempo de subida do sinal,
sempre que possível(baixando a frequência do sinal)
Envolva sempre que possível o condutor ou equipamento com material metálico
(blindagem de Faraday). O ideal é que cubra cem por cento da parte a ser protegida e que se aterre
esta blindagem para que a capacitância parasita entre o condutor e a blindagem não atue como
elemento de realimentação ou de crosstalk. A figura 7 mostra a interferência entre cabos, onde o
acoplamento capacitivo entre cabos induz transiente (pickups eletrostáticos) de tensão. Nesta
situação a corrente de interferência é drenada ao terra pelo shield, sem afetar os níveis de sinais.

Figura 7 – Interferência entre cabos: o acoplamento capacitivo entre cabos induz transiente
(pickups eletrostáticos) de tensão.
A figura 8 mostra exemplo de proteção contra transientes.

Figura 8 - Exemplo de proteção contra transientes (melhor solução contra corrente de Foucault)

8. Interferências eletrostáticas podem ser reduzidas:


• Aterramento e blindagens adequadas;
• Isolação Ótica;
• Pelo uso de canaletas e bandejamentos metálicos aterrados.

A influência pode ser minimizada usado-se adequadamente o shield que atuará como uma
blindagem(gaiola de Faraday). A blindagem deve ser colocada entre os condutores capacitivamente
acoplados eligada à terra apenas em um ponto, no lado da fonte de sinal. Vide figura 9a. A figura 9b
mostra uma condição inadequada, onde se tem a corrente de loop circulando pelo shield.

Figura 9 – a) Uso adequado do shield, aterrado em um único ponto; b) Uso inadequado do shield,
aterrado em mais de um ponto.

9. Acoplamento Indutivo
O “cabo perturbador” e o “cabo vítima” são acompanhadas por um campo magnético, veja
figura 10. O nível de perturbação depende das variações de corrente (di/dt) e da indutância de
acoplamento mútuo.
O acoplamento indutivo aumenta com:
• A frequência: a reatância indutiva é diretamente proporcional à frequência (XL = 2πfL);
• A proximidade entre os cabos perturbadores e vítima e o comprimento dos cabos que
correm em paralelo
• A altura dos cabos com relação ao plano de referência (em relação ao solo)
• A impedância de carga do cabo ou circuito perturbador.
Figura 10 – Acoplamento indutivo – Representação física e circuito equivalente

Figura 11 – Acoplamento indutivo entre condutores

Figura 11 – Exemplo de ruído por Acoplamento indutivo

Figura 12 – a) Acoplamento indutivo entre cabo e campo; b) Acoplamento indutivo entre cabo e
loop de terra
10. Medidas para reduzir o efeito do acoplamento indutivo entre cabos

• Limite o comprimento de cabos correndo em paralelo;


• Aumente a distância entre o cabo perturbador e o cabo vítima;
• Aterre uma das extremidades dos shields dos dois cabos;
• Reduza o dv/dt do perturbador aumentando o tempo de subida do sinal, sempre que
possível (resistores conectados em série ou resistores PTC no cabo perturbador, anéis de
ferrite nos perturbadores e/ou cabo vítima).

11. Medidas para reduzir o efeito do acoplamento indutivo entre cabo e campo

• Limite a altura h do cabo ao plano de terra;


• Sempre que possível coloque o cabo junto à superfície metálica;
• Use cabos trançados;
• Use ferrites e filtros de EMI.

12. Medidas para reduzir o efeito do acoplamento indutivo entre cabo e loop de terra

• Reduza a altura (h) e o comprimento do cabo;


• Sempre que possível coloque o cabo junto à superfície metálica;
• Use cabos trançados.

Em altas frequências aterre o shield em dois pontos (cuidado!) e em baixas frequências em


um ponto só.

Tabela 2 – Distâncias entre cabos de comunicação digital e outros tipos de cabos para
garantir aproteção a EMI

Figura 13 – Interferência entre cabos: campos magnéticos através do acoplamento indutivo


entre cabos induzem transientes (pickups eletromagnéticos) de corrente.
As Interferências Eletromagnéticas podem ser reduzidas utilizando-se:
• Cabo trançado;
• Isolação Ótica;
• Pelo uso de canaletas e bandejamentos metálicos aterrados.

Para minimizar o efeito de indução deve-se usar o cabo de par trançado que minimiza a
área (S) e diminuem o efeito da tensão induzida Vb em função do campo B, balanceando os efeitos
(média dos efeitos segundo as distâncias):

O cabo de par trançado é composto por pares de fios. Os fios de um par são enrolados em
espiral a fim de, através do efeito de cancelamento, reduzir o ruído e manter constantes as
propriedades elétricas do meio por toda a sua extensão. Veja figuras 14 a 17.
O efeito de cancelamento reduz a diafonia (crosstalk) entre os pares de fios e diminui o
nível de interferência eletromagnética/radiofreqüência. O número de tranças nos fios pode ser
variado a fim de reduzir o acoplamento elétrico. Com sua construção proporciona um acoplamento
capacitivo entre os condutores do par. Tem um comportamento mais eficaz em baixas freqüências
(< 1MHz). Quando não é blindado, tem a desvantagem com o ruído em modo-comum. Para baixas
frequências, isto é quando o comprimento do cabo é menor que 1/20 do comprimento de onda da
frequência do ruído, a blindagem (malha ou shield) apresentará o mesmo potencial em toda sua
extensão, neste caso recomenda-se conectar a blindagem em um só ponto de terra. Em altas
frequências, isto é quando o comprimento do cabo é maior que 1/20 do comprimento de onda da
frequência do ruído, a blindagem apresentará alta suscetibilidade ao ruído e neste caso recomenda-
se que seja aterrada nas duas extremidades.
No caso indutivo Vruído = 2πBAcosα onde B é o campo e α é o ângulo em que o fluxo corta
o vetor área(A) ou ainda em função da indutância mútua M:
Vruído = 2πfMI onde I é a corrente no cabo de potência.

Figura 14 – Efeito de acoplamento indutivo em cabos paralelos

Figura 15 – Minimização do efeito de acoplamento indutivo em cabos torcidos.


Figura 16 – Exemplo de ruído por indução

Figura 17 – Exemplo de Cabos Profibus próximos a cabo de potência

O uso de cabo de par trançados é muito eficiente desde que a indução em cada área de
torção seja aproximadamente igual a indução adjacente. Seu uso é eficiente em modo diferencial,
circuitos balanceados e tem baixa eficiência em baixas frequências em circuitos desbalanceados. Em
circuitos de alta frequência com multipontos aterrados, a eficiência é alta uma vez que a corrente
de retorno tende a fluir pelo retorno adjacente. Contudo, em altas frequências em modo comum o
cabo tem pouca eficiência.

13. O conceito de aterramento


Um dicionário não-técnico define o termo terra como um ponto em contato com a terra,
um retornocomum em um circuito elétrico, e um ponto arbitrário de potencial zero de tensão.
Aterrar ou ligar alguma parte de um sistema elétrico ou circuito para a terra garante
segurança pessoale, geralmente, melhora o funcionamento do circuito.
13..1. Principios de aterramento:
• Todos os condutores possuem um impedância finita e que aumenta com a
frequência;
• Dois pontos de terra separados fisicamente não estão no mesmo potencial a não ser
que nenhuma corrente flua entre entre eles;
• Em altas frequências não existe aterramento em ponto único.
• Infelizmente, um ambiente seguro e robusto em termos de aterramento, muitas
vezes não acontece simultaneamente.
13..2. Fio terra
Todo circuito deve dispor de condutor de proteção em toda a sua extensão.

13..3. Aterramentos de Equipamentos Elétricos Sensíveis


Os sistemas de aterramento devem executar várias funções simultâneas: como
proporcionar segurança pessoal e para o equipamento. Resumidamente, segue uma lista de funções
básicas dos sistemas de aterramento:
a) Proporcionar segurança pessoal aos usuários;
b) Proporcionar um caminho de baixa impedância (baixa indutância) de retorno para a
terra, proporcionando o desligamento automático pelos dispositivos de proteção de maneira rápida
e segura,quando devidamente projetado;
c) Fornecer controle das tensões desenvolvidas no solo quando o curto fase-terra
retorna pelo terra para uma fonte próxima ou mesmo distante;
d) Estabilizar a tensão durante transitórios no sistema elétrico provocados por faltas
para a terra;
e) Escoar cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças dos
equipamentos em geral;
f) Fornecer um sistema para que os equipamentos eletrônicos possam operar
satisfatoriamente tanto em alta como em baixas freqüências;
g) Fornecer uma referência estável de tensão aos sinais e circuitos;
h) Minimizar os efeitos de EMI (Emissão Eletromagnética).

O condutor neutro é normalmente isolado e o sistema de alimentação empregado é o TN-


S (T: ponto diretamente aterrado, N: massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado,
S: condutores distintos para neutro e proteção).
O condutor neutro exerce a sua função básica de conduzir as correntes de retorno do
sistema.
O condutor de proteção exerce a sua função básica de conduzir à terra as correntes de
massa. Todas as carcaças devem ser ligadas ao condutor de proteção.
O condutor de equipotencialidade deve exercer a sua função básica de referência de
potencial do circuito eletrônico.

Figura 18 – Sistema TN-S


Para atender as funções anteriores destacam-se três características fundamentais:
• Capacidade de condução;
• Baixo valor de resistência;
• Configuração de eletrodo que possibilite o controle do gradiente de potencial.

Independente da finalidade, proteção ou funcional, o aterramento deve ser único em cada


local da instalação. Existem situações onde os terras podem ser separados, porém precauções
devem ser tomadas.
Em relação à instalação dos componentes do sistema de aterramento alguns critérios
devem ser seguidos:
• o valor da resistência de aterramento não deve se modificar consideravelmente ao
longo do tempo;
• os componentes devem resistir às condições térmicas, termomecânicas e
eletromecânicas;
• os componentes devem ser robustos ou mesmo possuir proteção mecânica
adequada para atender às condições de influências externas;
• deve-se impedir danos aos eletrodos e as outras partes metálicas por efeitos de
eletrólise.

13..4. Equipotencializar
Definição: Equipotencializar é deixar tudo no mesmo potencial.
Na prática: Equipotencializar é minimizar a diferença de potencial para reduzir acidentes.
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal e ainda as massas
das instalações situadas em uma mesma edificação devem estar conectadas à equipotencialização
principal e desta forma à um mesmo e único eletrodo de aterramento. Veja figuras 19 e 20.

Figura 19 – Equipotencialização

Figura 20 – Linha de Aterramento e Equipotencial em Instalações; Material para


Equipotencializar
A equipotencialização funcional tem a função de equalizar o aterramento e garantir o bom
funcionamento dos circuitos de sinal e a compatibilidade eletromagnética.

13..5. Condutor para Equipotencialização


Principal – deve ter no mínimo a metade da seção do condutor de proteção de maior seção
e no mínimo:
o 6mm2 (Cobre);
o 16mm2 (Alumínio);
o 50mm2 (Aço)

13..6. Implicações de um mau aterramento


As implicações que um mau ou mesmo inadequado aterramento pode causar não se
limitam apenas aos aspectos de segurança. Os principais efeitos de um aterramento inadequado
são choques elétricos aos usuários pelo contato, resposta lenta (ou intermitente) dos sistemas de
proteção (fusíveis, disjuntores, etc.).
Mas outros problemas operacionais podem ter origem no aterramento deficiente:
• Falhas de comunicação;
• Drifts ou derivas, erros nas medições;
• Excesso de EMI gerado;
• Aquecimento anormal das etapas de potência (inversores, conversores, etc...) e
motorização;
• Em caso de computadores, travamentos constantes;
• Queima de componentes eletrônicos sem razão aparente, mesmo sendo em
equipamentos novos econfiáveis;
• Intermitências;
• Etc.
O sistema de aterramento deve ser único e deve atender a diferentes finalidades:
• Controle de interferência eletromagnética, tanto interno ao sistema eletrônico
(acoplamento capacitivo, indutivo e por impedância comum) como externo ao sistema (ambiente);
• Segurança operacional, sendo a carcaça dos equipamentos ligadas ao terra de
proteção e, dessa forma, qualquer sinal aterrado ou referenciado à carcaça ou ao painel, direta ou
indiretamente, fica automaticamente referenciado ao terra de distribuição de energia;
• Proteção contra raios, onde os condutores de descida do Sistema de Proteção contra
Descargas Atmosféricas (SPDA) devem ser conectados às estruturas metálicas (para evitar
centelhamento) e sistemas de eletrodos de terra interconectados com o terra de energia,
encanamentos metálicos, etc., ficando o “terra dos circuitos” ligados ao “terra do pára-raios” (via
estrutura ou sistema de eletrodos).
A consequência é que equipamentos com carcaças metálicas ficam expostos a ruído nos
circuitos de aterramento (energia e raios).
Para atender aos requisitos de segurança, proteção contra raios e EMI, o sistema de
aterramento deveria ser um plano com impedância zero, onde teríamos a mistura de diferentes
níveis de corrente destes sistemas sem interferência. Isto é, uma condição ideal, onde na prática
não é bem assim.
14. Transmissão de sinais em corrente

Muitos dispositivos na indústria trabalham com sinais contínuos e por isso requerem sinais
analógicos que sejam compatíveis com sua aplicação.
São dispositivos como:
• Transmissores;
• Válvulas proporcionais;
• Sensores;
• Inversores de frequência;
• Analisadores Industriais.

Utilizam sinais analógicos para transmitir ou receber informações de controle ou medição


em variáveis como pressão, vazão, nível, temperatura, etc.
O sinal padrão de transmissão eletrônico é o de 4 a 20 mA dc (24Vdc), recomendado pela
International Electromechanical Commission (IEC), em maio de 1975.
O sinal de um sensor de pressão é um exemplo comum que pode ser aplicado na entrada
analógica do CLP, para que possa ser lido o seu valor.
Existe ainda o sinal de transmissão de 1 a 5 Vdc, porém ele não é adequado pois há
atenuação na transmissão da tensão.
Usa-se a corrente na transmissão e a tensão para a manipulação e condicionamento do sinal
localmente, dentro do instrumento.

14..1. Vantagens do 4-20 analógico:


• Não é necessária alimentação precisa e estável;
• O sinal de corrente é independente das variações de tensão e da resistência da linha;
• Alimentação e sinal podem utilizar os mesmos 2 fios;
• Insensibilidade às quedas de tensão a grandes distâncias;
• Imunidade a ruídos;
• O instrumento pode estar localizado distante da fonte de alimentação;
• Ligação possível de várias cargas em série.

Exemplos de outros sinais de transmissão analógicos:


• 0-10V;
• 0-1V;
• 0-20 mA;
• -10 a +10V.

14..2. Entradas analógicas


Os módulos de entradas analógicas permitem a medição de sinais analógicos em tensão e
corrente, para tanto é possível fazer a seleção de dois modos:
• Através de Jumper no módulo;
• Através de terminais dedicados a cada tipo de sinal, tensão ou corrente.

Na figura abaixo vemos um exemplo de diagrama de blocos de uma entrada analógica.


Figura 21 - Diagrama de blocos de um cartão de entrada analógica.

O esquema elétrico de ligação de um instrumento que funciona em 4-20 mA deve ser feito
ligando os elementos em série, no caso a fonte 24Vdc, o canal analógico do CLP e o instrumento.

14..3. Saídas analógicas


As saídas analógicas são utilizadas para enviar sinais contínuos para atuadores como:
• Válvulas proporcionais;
• Inversores de frequência;
• Indicadores;
• Conversores I/P (corrente/pressão).

O Inversor de frequência é capaz de controlar diversas variáveis do motor elétrico como


torque e velocidade, possibilitando comandar um motor através de um sinal analógico proveniente
do CLP.
O princípio do loop de 4 a 20mA consistem em uma única malha com vários resistores, pela
lei das malhas, a corrente é a mesma em todos os elementos resistivos e a tensão é distribuída em
todos os resistores. Ou seja, o padrão 4 a 20mA é ideal porquê a informação mantém-se constante
mesmo havendo várias cargas em série.
O padrão 4-20mA é um padrão clássico nas indústrias, e fácil identificar quando o
transmissor está com defeito, é menos sensível a ruídos elétricos, e muito simples para instalar e
configurar.
Na indústria a uma variedade de aplicações para o sinal 4 a 20mA, podendo ser usado para
indicar Volume (m³), Pressão (Bar), Temperatura (°C, °F ou °K) entre outras aplicações.

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