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Guia Rápido
Do projeto ao comissionamento
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Renato Silva1 Rodrigues
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Isenção de responsabilidade
Este livro tem por objetivo apresentar a tecnologia de forma simples, rápida e facilitada de tal maneira
que o usuário possa se aprofundar nos temas com uma bagagem técnica inicial consolidada, trata-se de uma
obra baseada nas normas técnicas e manuais de grandes empresas de automação do ramo, somado a
experiência do autor. Este livro não visa substituir as normas aplicáveis em cada âmbito das aplicações, e
qualquer divergências com as normas ou mesmo manuais técnicos de fabricante, deve-se sempre considerar
como verdadeiro o conteúdo das respectivas normas e fabricantes.
Sempre tenha as normas técnicas a disposição para a elaboração de projetos ou ações de instalação
e manutenção.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 2
1.1 Redes Fieldbus ................................................................................................... 2
1.2 O protocolo Profibus PA ...................................................................................... 2
2 O PROJETO .............................................................................................................. 3
2.1 Componentes da rede ......................................................................................... 3
2.1.1 Gateway ....................................................................................................... 3
2.1.2 Derivadores .................................................................................................. 5
2.1.3 Terminadores ............................................................................................... 9
2.1.4 Instrumentação .......................................................................................... 10
2.1.5 Cabo Fieldbus ............................................................................................ 11
2.2 Topologia base.................................................................................................. 12
2.3 Topologia para áreas classificadas ................................................................... 13
2.3.1 Topologia FISCO ....................................................................................... 13
2.3.2 Topologia Tronco de Alta Potência (HPT) .................................................. 16
2.4 Comprimento máximo da rede .......................................................................... 19
2.5 Quantidade máxima de dispositivos .................................................................. 20
3 A INSTALAÇÃO ....................................................................................................... 21
3.1 Encaminhamento de cabos ............................................................................... 21
3.2 Crimpagem ....................................................................................................... 23
3.3 Aterramento ...................................................................................................... 24
4 O COMISSIONAMENTO .......................................................................................... 28
4.1 Integração dos instrumentos ............................................................................. 28
4.1.1 GSD ........................................................................................................... 28
4.1.2 FDT/DTM e EDDL ...................................................................................... 31
5 MANUTENÇÃO DURANTE VIDA ÚTIL .................................................................... 33
5.1 Ruído ................................................................................................................ 34
5.2 Desbalanceamento ........................................................................................... 35
5.3 Nível de sinal..................................................................................................... 36
5.4 Jitter .................................................................................................................. 37
6 Bibliografia ............................................................................................................... 38
Neste guia você encontrará todo o conhecimento necessário para projetar, instalar
e comissionar uma rede Profibus PA do zero.
2.1.1 Gateway
Principal componente da nossa rede, presente sempre no início da topologia, o
gateway é o responsável por abrir um segmento Profibus PA a partir de uma rede de nível
superior como o Profibus DP ou Profinet. Ao menos até o momento que escrevo este guia,
não existe uma forma de obter o Profibus PA diretamente de um cartão de CLP, ele sempre
estará atrelado a alguma outra rede superior.
Os gateways são responsáveis não apenas por gerar o nível de sinal PA, mas
também por fornecer o nível de energia. Alguns fabricantes encapsulam as duas funções
em um único invólucro, outros preferem segregar.
Como dito anteriormente, o Profibus PA é uma variante do Profibus DP, portanto
quando falamos de uma conversão DP para PA, encontramos no mercado dois tipos de
gateways:
Links DP/PA
Conversor de protocolo Profibus DP para Profibus PA, onde o gateway se
apresenta ao mestre DP como um dispositivo final, com endereço próprio. O
Acopladores DP/PA
Conversor de protocolo Profibus DP para Profibus PA, onde o gateway é
invisível para o mestre DP, portanto não possui endereço próprio. O segmento
Profibus PA aberto é visível diretamente pelo mestre DP, dessa forma, os
instrumentos Profibus PA se apresentam ao mestre DP como se fossem
instrumentos DP.
Neste caso, deve-se adequar os arquivos GSD dos instrumentos para que
operem como instrumentos DP e então inseri-los na arquitetura como tal. Existem
softwares gratuitos que fazem essa conversão.
A imagem a seguir mostra a distribuição dos endereços DP e PA através de
uma arquitetura simples com uso do acoplador DP/PA:
2.1.2 Derivadores
Os derivadores de campo, como o próprio nome diz, são responsáveis pela
distribuição dos cabos até os instrumentos. Eles não são componentes essenciais à rede,
porém são altamente recomendados por simplificar a instalação, distribuição dos cabos e
também devido a proteções adicionais que alguns modelos de mercado fornecem.
Você pode optar por instalar sua rede sem os derivadores e utilizar uma topologia
em linha (vide figura 3), essa é sem dúvida a forma mais econômica de instalação de uma
rede Fieldbus, entretanto é importante lembrar que o mesmo par de fios alimentará todos
os instrumentos, ou seja, se um deles for levado a um curto circuito ou for interrompido,
todos os outros instrumentos do segmento serão perdidos.
Discutiremos melhor as topologias no tópico 2.2 deste guia. Até aqui, o importante
é entendermos porque os derivadores são importantes apesar de não serem
necessariamente obrigatórios em sua rede. A seguir, vamos entender as diferenças entre
3 tipos de derivadores existentes no mercado.
Protetor de Segmentos
Podemos dizer que os protetores de segmentos são uma evolução natural
dos derivadores simples, pois essencialmente executam a mesma função na
topologia “tronco / spur”, entretanto temos diversos benefícios com essa tecnologia,
sendo a principal delas a proteção contra curto circuito! Dessa forma, além de
remover e instalar instrumentos sem a interrupção do segmento, você ainda estará
protegendo seus instrumentos caso algum deles venha a apresentar falha por curto
circuito.
Adicionalmente, alguns modelos de protetores de segmentos no mercado
protegem também contra problemas conhecidos como “Bouncing” (oscilações
durante a conexão/desconexão de instrumentos) e “Jabber” (Instrumentos com
falha de comunicação).
Barreira de campo
Este tipo de derivador tem suas funções básicas similares ao protetor de
segmentos, porém seu diferencial está no baixo nível de energia disponibilizada nos
spurs, classificando seus canais como “intrinsecamente seguros” e assim
possibilitando o uso de instrumentos em áreas classificadas (ou atmosferas
potencialmente explosivas). Através da barreira de campo podemos utilizar uma
rede Profibus PA em áreas classificadas seguindo os conceitos da topologia
“Tronco de alta potência”, que veremos no tópico 2.3.2 deste guia.
Comprimento
Tipo Descrição Secção
máx.
O tipo mais comum na indústria é o “A”, e normalmente pode ser encontrado nos
principais fabricantes de cabos industriais através da denominação “Cabo Fieldbus tipo A”.
A cor da capa externa não é especificada pela norma, porém foi estabelecido um
padrão entre os usuários onde temos o laranja para aplicações em geral e a cor azul para
aplicações intrinsecamente seguras (a cor azul para esse tipo de aplicação é estabelecido
pela NBR IEC 60079-14).
Pontos relevantes:
1) A rede Profibus PA sempre descenderá de outra rede superior (Profibus DP,
Profinet, Ethernet/IP, etc.) através de um acoplador ou Link (Gateway);
5) Todo segmento de rede deve possuir duas terminações. Uma no início da rede junto
ao gateway e outra no último derivador. Não é necessário utilizar terminação nos
instrumentos nessa topologia;
4) Comprimento máximo da rede cai para 1000m (somatória tronco + spurs para cabo
Fieldbus tipo A);
8) É possível levar sua rede para dentro de uma área classificada Zona 0/20 e realizar
manutenções “à quente” sem risco de explosão. Lembre-se de verificar a marcação
Ex dos equipamentos (Gateways e instrumentos) e adequá-los de acordo com a
classificação da área;
1) Tronco da rede trafega alta tensão e corrente (aprox. 32Vcc / 500mA, de acordo
com o fabricante), portanto o gateway/fonte utilizado na topologia convencional e
no HPT são os mesmos;
2) O cabo tronco passa por dentro da área classificada (Até Zona 1/21) sem a
necessidade de um encaminhamento à prova de explosão (eletrodutos pesados e
unidades seladoras), porém toda prevenção para se evitar o rompimento do cabo
deve ser atendida conforme NBR IEC 60079-14;
6) Normalmente as barreiras de campo possuem Spurs com marcação [Ex ia], o que
permite instalação de instrumentos até em Zona 0/20 (verifique se a marcação do
instrumento permite seu uso nestes ambientes);
7) Capa externa do cabo dos spurs na cor azul claro ou caso opte pelo uso de outras
cores, os cabos e dutos devem ser identificados por possuir circuitos em segurança
intrínseca;
Todo o segmento pode ser levado diretamente para uma área classificada Zona
0/20;
Comprimento máximo dos spurs utilizando cabo Fieldbus tipo A (mais comum):
Comprimento total
Nº de Comprimento
Comprimento considerando a
instrumentos disponível para o
máx. do Spur quantidade máx. de
no segmento tronco
spurs
Nº de
Comprimento
instrumentos
máx. do Spur
no segmento
1-12 120 m
13-14 90 m
15-18 60 m
19-24 30 m
25-32 1m
Cuidado com as saídas dos eletrodutos, pois sua borda metálica e o possível
movimento do cabo, pode danificar a capa externa do condutor com o passar do
tempo;
Em ambientes sem a presença de áreas classificadas, caso não seja possível atingir
um padrão de qualidade aceitável na crimpagem, recomenda-se fortemente que os
condutores sejam conectados diretamente aos bornes de fixação, isso é, sem os terminais.
Profile GSD
Arquivo genérico que permite a integração de qualquer instrumento Profibus
PA de acordo com a quantidade de variáveis transmitidas. O ponto forte deste tipo
de arquivo é a intercambiabilidade dos instrumentos entre os diversos fabricantes,
significa que, se você possui o instrumento de um fabricante X e deseja substituir
ele por outro do fabricante Y, é possível faze-lo sem a necessidade de realizar
alterações dentro do sistema de controle. Em contrapartida, o Profile GSD pode não
explorar 100% das funcionalidades dos instrumentos instalados (e.g. diagnósticos,
informações adicionais, etc).
Manufacturer GSD
Arquivo criado pelo próprio fabricante do instrumento, cada tipo de
instrumento possui seu próprio arquivo GSD, e, portanto, tem capacidade de
explorar 100% das funções dos dispositivos, em contrapartida não permite a
intercambiabilidade, então se um instrumento precisar ser trocado, deverá ser feito
por outro equivalente, caso contrário será necessário a troca do arquivo GSD dentro
do sistema de controle exigindo a parada do processo para o download do novo
hardware no sistema de controle.
Independentemente do tipo de GSD que você optar usar, terá que inseri-lo dentro
do ambiente de programação do seu controlador, e aqui o procedimento pode variar de
acordo com o tipo de gateway que você utiliza:
Veja que um simples multímetro não seria capaz de analisar todas essas
informações, talvez um osciloscópio e um usuário extremamente experiente na
manipulação dele e conhecedor do protocolo (profissionais raros). O uso de uma
ferramenta especifica para este tipo de análise facilita muito o dia-a-dia do usuário e não
exige que o mesmo seja um expert para obter e analisar estes dados!
Portanto, apesar da verificação da camada física não ser obrigatória, é extremamente
importante para que a experiência do usuário com a rede seja boa.
Vamos entender algumas dessas variáveis e quais as principais causas geradoras
de problemas.
Uma gestão ativa na medição de qualidade da camada física da sua rede Profibus
PA será fator determinante para o bom funcionamento dos seus segmentos e
consequentemente da planta fabril como um todo. O custo adicional que um analisador de
rede possui irá se pagar no primeiro evento de falha que você conseguir rastrear e
solucionar rapidamente através da ferramenta! Ou ainda, na manutenção preditiva que
você executar na rede evitando que um segmento caísse e consequentemente a planta
como um todo.